A Fuga

"Alguns são tidos como corajosos só porque tiveram medo de sair correndo"

Harry afundou na poltrona da sala comunal da Grifinória com os punhos fechados de raiva. Havia sido ele o primeiro que pegara o maldito pomo, se não tivesse o deixado escorregar por entre os seus dedos...

- Não fique assim... – Sussurrou Gina se atirando em outra poltrona. – Todos sabemos que foi você quem pegou o pomo, você é o melhor apanhador de Hogwarts.

- Se isso fosse mesmo verdade teríamos ganhado a Copa. – resmungou ele em resposta. – Foi minha culpa, não o agarrei com força o bastante, ele escapuliu entre meus dedos...

- Não Harry. – A voz aborrecida de Rony invadiu o aposento, ele estava com uma cara terrível de desanimo. – Se eu tivesse me concentrado mais, não teria ficado nervoso com Malfoy, e defenderia mais goles...logo a culpa é minha.

- Na verdade... – Murmurou Gina olhando para o teto desolada. – Se eu tivesse feito mais arremessos bons, teríamos mais pontos para somar com os que ganhamos com a meia captura do pomo... eu sou a culpada.

- Sabem... – começou Hermione irônica. – Acho que foi minha culpa, eu poderia ter tentado gritar mais alto, até estourar os tímpanos dos sonserinos. – Todos olharam perplexos para ela. - Então os artilheiros deixariam a goles cair, e você faria mais arremessos bons, Gina, e você defenderia melhor, Rony, pois estariam todos ocupados demais com a dor nos ouvidos...e é claro que Harry pegaria o pomo...

- Do que diabos você está falando? – Perguntaram os três quase ao mesmo tempo.

- Será que seria possível que abandonassem este comportamento infantil e parassem de se culpar pela derrota? – Ela olhou as caras pasmas e impressionadas deles. – Foi um conjunto de coisas, ninguém é culpado por nada!

Eles se entreolharam e voltaram a afundar nas poltronas, a culpa poderia ser de qualquer um, mas nada mudava o fato de terem perdido para a Sonserina. Cada um, em seus pensamentos aborrecidos, podia se lembrar com raiva do sorriso que se espalhou pela cara pálida de Draco quando ele digeriu a informação de que havia ganhado.

Ele não merecia, pensou Harry. E foi ao lembram da cara de Malfoy, que ele recordou do episódio do jardim, dos arbustos, da sua segunda visão de Sirius. A voz de Dumbledore ecoou na sua cabeça, " me conte se isso acontecer de novo..." mas ele não tinha vontade de fazer isso, se recordava muito bem que da última vez que noticiara ao diretor que havia visto o padrinho em um espelho, ele havia tirado toda e qualquer esperança que Harry ainda alimentava a respeito disso.

Pegou do chão um pergaminho amassado, era aparentemente o dever de transfiguração de algum aluno do segundo ano, particularmente estava uma desgraça, e o aluno devia ter jogado fora consciente disso. Rasgou um pedaço do pergaminho, pegou uma pena da mesa mais próxima e molhou no tinteiro de um garoto do quarto ano que não se importou com isso.

"Eu o vi novamente, no lago."

Não sabia por que, mas preferia manter em segredo que vira Malfoy lá também, além do mais havia prometido que não contaria nada a ninguém se ele os levasse são e salvos para o castelo, e era isso que ele tinha feito.

Fez um aviãozinho com o papel, e um simples feitiço o fez sair voando por cima da cabeça dos alunos da Grifinória, passar pelo buraco do quadro quando uma garotinha do primeiro ano entrava e percorrer os corredores cheios de vivas sonserinas até o escritório do diretor.

Uma das gárgulas olhou desconfiada o aviãozinho flutuando no ar, tentando passar por ali, mas antes mesmo que ela pudesse resmungar alguma coisa, o avião se desfez, voltando a ser um pergaminho liso, passando por uma fresta mínima debaixo da gárgula, e logo depois voltou a sua forma voando em espiral pela e escada e pousando em cima da mesa do diretor.

Dumbledore observou abismado o pergaminho se abrir na sua frente, e com um sorriso devido à surpresa, leu rapidamente o aviso. Sua alegria esmaeceu um pouco, ele pensou, e sabia ao que se referia aquilo, e pensou novamente se aquilo era bom, lembrou de suas teorias sobre o assunto. Queimou o bilhete por segurança, pegou um livro escondido no canto de sua estante e começou a folhear até aquela página.

- É uma pena que você não possa ir cara... – Murmurou Rony enquanto se encaminhavam para a longa fila que se formava nas portas de Hogwarts.

- Dumbledore tem suas razões para não deixá-lo. – Hermione tirou sua autorização do bolso enquanto a fila andava. – Muitos pais não permitiram esta visita a Azcaban, e se ele deixasse que você fosse sem uma, todos reivindicariam o mesmo direito.

- Eu sei. – Resmungou ele desanimado, Rony fez uma careta para Hermione.

- Só lamento por ser uma ótima oportunidade de expandir nosso conhecimentos sobre o trabalho de um auror, que você vai perder.- Continuou ela. – Ouvi dizer que vamos passear pelas alas, guiados por aurores profissionais que explicarão todo o sistema da prisão.

- Não faça esta cara. – Disse Rony para Harry que afundara. – O castelo pode ser muito legal quando não esta apinhado de alunos... – Naquela primeira visita iriam todos os sextanistas de Hogwarts, horas depois os alunos do sétimo ano, e então depois os do quinto ano. – Depois contaremos tudo para você...

- Não vai ser a mesma coisa. – Resmungou Harry colocando as mãos no bolso. – mas enquanto vocês estão lá, vai ser feita à retirada dos centauros da Floresta Proibida, quem sabe seja interessante...

- Não concordo com o ministério em culpar os centauros pela flecha que foi atirada contra Odoy. – Sibilou Hermione para si mesma. – Eles nunca fariam isso de graça.

- Eu realmente não acho que eles vão conseguir os tirar de lá... – riu-se Harry. – O pessoal do ministério, além de ter muito trabalho, vai acabar muito machucado, isso sim.

- Autorizações. – Grunhiu Filch os encarando feio.

Observou as autorizações de Rony e Hermione de todas as maneiras e ângulos possíveis, esperando encontrar alguma falha para os acusar de falsificação. Devia ser por isso que a fila andava cada vez mais devagar, mas ele não conseguiu encontrar nada, e os deixou passar.

Harry acenou para os dois que se distanciavam para as carruagens habituais de Hogwarts, levadas pelos testrálios. Rony quase caiu quando se virou para acenar para Harry, ao que Hermione apenas sorriu diante da cena.

Voltou para dentro do castelo cabisbaixo, pôde sentir o sorriso de Filch em suas costas. Estava vagando pelos corredores sem destino, as aulas do quinto ano haviam sido adiadas devido o passeio.

Deu dois passos para trás, voltando para ver melhor à paisagem através da janela a qual havia passado. Um grupo de aproximadamente quarenta homens e duas mulheres marchava pelo jardim, rigorosamente vestido de macacões verdes.

Apertou os olhos diante da cena inusitada, parecia ser um esquadrão do ministério. Uma das mulheres entrou no castelo, enquanto a outra chefiou o grupo, para que parassem. Um estalido em sua cabeça o fez lembrar da retirada de centauros da floresta, era por isso que estavam ali. Mudou seu rumo para a saída que dava nos jardins.

Rony exibia um sorriso ansioso quando entrou na carruagem, Hermione aprecia muito inquieta e anormalmente estabanada. Dividiam a carruagem com Neville e Dino que estavam igualmente ansiosos.

- Pensei que minha avó não me deixaria vir. – Disse Neville quase pulando por sua façanha de ter conseguido a autorização.

- É uma pena Harry não ter podido vir... – Murmurou Hermione.

Ele se encostou confortavelmente na parede ao lado da grande porta de entrada, observou o exercito comandado pela mulher morena seguir corajosamente até a floresta, uma turma da Lufa-Lufa saia para os jardins com o intuito de ter mais uma aula de trato de criaturas mágicas, acompanhada de Hagrid.

Houve um assovio de assombro ao avistarem a cadeia, era uma verdadeira fortaleza no meio do mar do norte. Erguia-se toda de pedra, parecia brotar do chão, havia umas poucas janelas por toda a extensão do grande edifício.

- Isso é assustador. – sussurrou Rony com o nariz colado na janelinha da carruagem.

Haviam oito aurores posicionados estrategicamente para recebê-los, estavam parados em frente à entrada. Sentiram um leve tremor quando a carruagem aterrissou no chão de pedra, com alguns focos de grama espalhados aleatoriamente.

Os alunos desembarcaram lentamente, os olhos admirando a fortaleza, as bocas levemente abertas.

- Hem... – pigarreou um grande auror negro à direita. – Bem vindos à Prisão de Segurança Máxima Para Bruxos de Azcaban. Temos um programa de visitação a ser seguido, e regras rígidas que não devem ser quebradas sob hipótese alguma.

Os estudantes acordaram do êxtase, voltando sua atenção, ainda abobalhados para o grande homem. Alguns pareciam ofendidos com a recepção nada simpática dele.

- Visitaremos algumas alas, outras são de acesso restrito. – disse outro auror autoritariamente. – Daremos algumas explicações sobre o novo funcionamento da prisão, que agora não está mais sob vigilância dos dementadores.

- Se dividam conforme as suas casas. – Sibilou uma auror. – Grifinória com Strumber e McHoler. – Ela apontou para o negro forte, e um miúdo loirinho. – Corvinal comigo e Rusterf. – O moreno que falara antes dela se aproximou. – Lufa-Lufa, Fernger e Wainer. – Uma ruiva e um cara mau encarado se juntaram. – E Sonserina com Truman e Iloneler. – a jovem loira e o moreno macilento sorriram pra eles.

Eles se dividiram em grupo conforme a ordem e fizeram filas duplas para cada casa. Os grupos seguiram caminhos diferentes pela prisão, o da Grifinória começou pelos artefatos dos condenados.

- Bem... – disse McHoler o mais alto que pôde. – Aqui estão guardados organizadamente todos os pertences de cada condenado, por favor não toquem em nada...

Eram infinitas prateleiras que alcançavam o teto com várias gavetas, fileiras e fileiras ordenadas alfabeticamente.

- Obviamente não vamos visitar os prisioneiros... – falou Strumber com sua voz de trovão. – Mas farei a gentileza de explicar que a prisão foi devidamente reformada, para um modo mais seguro para todos nós...

- As celas não têm paredes, somente grades por todos os lados, estão todas enfileiradas horizontal e verticalmente, formando andares, que são cortados por algumas passarelas flutuantes que permitem a passagem dos aurores, e responsáveis pela noite... Agora se me seguirem por aqui passaremos para as salas onde estão às fichas de cada condenado...

- Ouvi dizer que o ministério fez um trato com vampiros... – Uma garota ergueu a mão rapidamente.

- Sim, eles cuidam do turno da noite...- Começou o loiro suavemente.

- Mas isso não é potencialmente perigoso? – Interrompeu Hermione. – Vampiros só são interessados em seus...

- Senhorita, suponho que saiba que vampiros cumprem tratos quando eles têm uma vantagem no mesmo...pois são muito voltados para os benefícios que podem obter com qualquer coisa. – Cortou o auror corpulento, tão escuro quanto a noite. – E o nosso trato com eles é muito proveitoso.

- Na verdade, eles são ótimos, não perturbam os prisioneiros mentalmente como os dementares faziam. – Sorriu McHoler. – Porém os amedrontam o bastante para que não se atrevam a fugir.

A fila continuou, entrando em um corredor longo e cheio de portas,em cada uma havia uma letra talhada em dourado na madeira.

- Atrás destas portas estão as fichas de cada prisioneiro, que são parte de sua história, as acusações, o perfil de cada um... – informou o auror. – e logo aqui temos a administração. – apontou para outra porta, desta vez sem letra nenhuma na madeira.- Onde estão os cadernos sobre tudo o que acontece aqui dentro, desde as contagens de prisioneiros até os arquivos confidenciais.

O grupo continuou andando, Rony ia comentar alguma coisa com Hermione, que estava logo atrás dele,mas notou que a garota não se encontrava mais lá, estava parada há uns quatro passos atrás.

- Mione! – chamou ele, ela fez um sinal para que fizesse silêncio.

Ele olhou relutante para o grupo que continuava caminhando, e se juntou a ela.

- Você sabe muito bem que este trato deles tem alguma coisa errada. – Sussurrou ela, ainda era possível alcançar o grupo.

- Por que você acha isso? – resmungou Rony impaciente.

- É obvio. – Reclamou ela se escondendo atrás de um pilar. – Vampiros nunca abdicaram de seu direito de caça para cuidar de detentos, não tem lógica...

- Quem sabe eles dêem sangue de graça? – Murmurou Rony.

- Não, estas criaturas têm prazer em sugar e matar...precisamos saber o que eles ganharam em troca do trabalho que prestam.

- Não vá! – Pediu Rony olhando alarmado para os lados.

- Fique aqui se quiser. – sibilou ela se desvencilhando da mão dele. – Eu não posso perder esta oportunidade.

Esgueirou-se, sumindo de vista, Rony fungou exasperado, não conseguia nem imaginar o que ira acontecer se fossem pegos.

- Espere! – Sussurrou a seguindo.

Ela parou em frente à porta com um a entalhado em dourado. Sacou sua varinha discretamente, abriu a porta. Havia um corredor e no fundo deste outra porta, que era guardada por um auror.

Antes que Rony pudesse tentar fazê-la desistir da idéia, ela lançou um feitiço estuporante no homem, que caiu sem nem saber o que estava acontecendo por ali.

- Nós vamos ser presos por isso. – Sibilou o ruivo a seguindo.

- É claro que não... – Resmungou ela abrindo a porta do fim do corredor.

Dentro do aposento enorme havia muitos corredores feitos de estantes repletas de papéis. Andaram um pouco, procurando por algum tipo de pista. Repentinamente Hermione deu um gritinho de emoção, movendo sua mão curiosa para um caderno encapado, com o titulo " Esquemas de Guarda"

- Só podem estar aqui todos os detalhes daquele acordo. – Sussurrou ela abrindo o caderno. – Olhe, de noite são os vampiros que cuidam de todas as alas sem exceção...e a, aqui está o que queremos...

Ela andava vagarosamente seguida de Rony pelo aposento, os olhos grudados nas letras caprichadas do caderno. Sem aviso ela bateu em alguma coisa, que chiou com o choque. Eles levantaram os olhos para dar de cara com a última pessoa que desejavam encontrar ali.

Lúcio Malfoy estava parado, atônito, organizando os livros de contas na décima quarta fileira de cadernos. Inicialmente, quando havia ouvido uns ruídos, achara que era o auror que estava o vigiando enquanto fazia seu trabalho forçado habitual, e nem se importou, somente queria terminar aquilo rápido.

Porém, parecia que o universo conspirava ao seu favor aquele dia, e agora uma idéia no mínimo diferente começava a entrar em sua cabeça, tomando conta de seu cérebro. Um sorriso mau tomou conta de seu rosto pálido, em um gesto rápido agarrou o colarinho do ruivo, o erguendo no ar, o livro que Granger segurava caiu no chão.

Antes que o outro pudesse se mover, ele o forçou contra a estante mais próxima e roubou sua varinha, pressionando-a contra a garganta do garoto.

- Não se mecha ou eu o mato. – Sibilou para Hermione.

- O senhor não deveria estar na administração. – Falou ela ofegante, erguendo as mãos.

- E a senhorita não devia ter se distanciado do grupo. – Cortou Malfoy, a varinha da garota voou para mão dele que segurava a varinha de Rony, já que a outra estava muito ocupada agarrando fortemente o colarinho do mesmo.

- Diga adeus a sua namoradinha. – Sibilou ele.

- Não somos namorados. – Responderam os dois ao mesmo tempo.

- Oras, quem se importa? – Rony foi prontamente estuporado, e escorregou pela estante devagar.

Hermione soltou um gritinho, Lúcio a agarrou pelo braço.

- Nunca vai conseguir sair daqui! – Disse ela tentando se livrar dele.

- Isso é o que vamos ver. – Com um aceno de varinha contra o próprio rosto, o cabelo loiro e longo encurtou, se tornando muito preto e repleto de cachos, a pele escureceu levemente, os olhos se tornaram quase castanhos.

Ele a arrastou para fora, e a calou com um feitiço, pegou a capa do auror estuporado do lado de fora e a vestiu. Estava irreconhecível. Ainda segurando o braço dela, saiu correndo pelo corredor contrário ao que o grupo estava seguindo.

Hermione estava desesperada, se o seu senso de perigo estava certo, ela estava em uma bela enrascada: Estava sendo seqüestrada por um comensal experiente, não tinha a sua varinha, não podia falar e nem alimentava esperanças de fugir dele, pois este era muito mais forte.

Desaceleraram quando viram que o grupo sonserino vinha pelo corredor em frente, Malfoy olhou para os lados, procurando um caminho por onde pudesse sumir, mas não o achou, e sem mais opções, continuou o seu caminho contra o grande grupo.

- Hei. – Disse Truman, a loira encarregada, juntamente com Iloneler, de guiar o grupo sonserino. – Onde está indo com esta estudante?

- Acreditam que a curiosa estava tentando bisbilhotar nos arquivos confidencias? – sussurrou ele, mas parte do grupo ouviu e fez um "oohh" de exclamação.

- Estes alunos... – murmurou Iloneler. – Mas creio que não é um motivo para levá-la de volta para Hogwarts, afinal ela nem deve ter chegado perto dos arquivos...

- Ela estuporou o auror que vigiava a porta. – Sibilou Malfoy.

- É, parece que o passeio dela acabou por aqui. – Sussurrou a loira, ela o olhou melhor. – Como é o seu nome mesmo?

- Alexander Polfler. – Disse ele rapidamente, mostrando o crachá que estava grudado à capa. – Não sou desta ala.

- Hum... Vá logo tirá-la daqui. – Sibilou o Iloneler. – E não esqueça de ressaltar aos pais que ela estuporou o homem.

- Sim. – Ela foi puxada para continuar caminhando, os sonserinos soltavam risadinhas entusiasmadas quando ela passou, mas Draco permaneceu em silêncio, ele olhava atentamente para o auror que se distanciava, ele o lembrava alguém.

Não fazia idéia do caminho que estavam seguindo, só sabia que ele parecia saber muito bem. Foram parados mais uma vez, pelo guarda da frente, o qual ele contornou com muita facilidade, usando as mesmas desculpas. O crachá e um cartão de prata encontrados dentro da capa os fizeram passar pela segurança com todas as autorizações necessárias.

Seu braço começava a ficar dormente devido à força com que era agarrado. Ele parou em frente as incontáveis carruagens de Hogwarts, não havia mais sorriso em seu rosto, ele não pensava que havia vencido ainda, não havia saído dali.

Abriu a porta de uma das carruagens, lançou um último olhar á prisão, certo que era observado.

- Primeiro as damas. – sussurrou ele empurrado Hermione para dentro e fechando a porta.

Ele contornou a carruagem, afagando a cabeça do testrálio distraidamente, abriu a porta do outro lado, se jogou no banco à frente dela. O chão estremeceu, e logo estavam no ar. Malfoy acenou novamente a varinha contra o seu rosto, e logo havia adquirido a aparência habitual, desfez o feitiço de voz de Hermione, crente que ninguém mais ouviria os seus gritos.

- Os testrálios vão sempre para Hogwarts. – Sibilou ela. – Não há outra rota.

- Como é o seu nome? – ele ignorou o comentário dela.

- Hermione Granger. – informou, de má vontade.

- Ah, então você é a Granger... – ele inclinou a cabeça, a avaliando. – Agora lembrei da sua cara, estava no ministério quando me prenderam.

Ela estremeceu, estava certa que aquele homem alimentava uma grande sede de vingança a respeito de sua prisão. Afinal, fora acostumado com luxo e mordomias, e decididamente esta não era a rotina de uma prisão, sem contar o seu orgulho, que devia ter sido gravemente ferido neste meio tempo.

- O senhor vai me matar? – perguntou ela, temerosa.

Ele sorriu diante da expressão assustada dela, apoiando o queixo na mão direita, fechada.

- Não sei. – respondeu sinceramente. – Não me dê motivos.

Ainda escorado junto à parede, Harry observava os aurores cercarem a orla da floresta com uma grande rede, embora não estivessem tendo muito sucesso na organização daquilo.

Do outro lado, mais próximos aos arbustos recentemente plantados, estava a turma de Hagrid, aprendendo sobre bichos de conta, bichinhos que serviam de comida para tronquilhos, parecidos com grãos de arroz.

Uma garota estava passando com uma bandeja pelos colegas, para que cada um pegasse um punhado de bichos de conta e os avaliasse melhor. Repentinamente ela tropeçou em uma pedra, derrubando todos os bichinhos, que saíram pulando pelo gramado.

Harry se precipitou para ajudá-los, correu dez passos quando um frio inesperado invadiu seu peito, uma espécie de pânico sem motivo, um pressentimento mortal.

- Hei! Peguem eles! – Gritou um garoto sacando a varinha.

A cena pareceu diminuir de velocidade à medida que Harry se sentia mais apavorado, não sabia o que fazer, ele queria correr dali. O garoto lançou um accio ao esmo, tentando acertar um punhado de bichos de conta, antes que o feitiço atingisse o chão Harry já estava correndo o máximo que suas pernas permitiam.

O jorro de luz tocou no chão, Harry derrapou se escondendo dentro do castelo, mas ele pôde ouvir a explosão e mais alto do que esta, os gritos.

N/A: E aí? Uma fuga de Azcaban, o que Lucius está tramando? Pra onde eles estão indo? E sim, um capítulo explosivo! Alguma idéia de quem implantou a bombas? Por que Harry correu e não foi atingido? Alguém se feriu? Oh céus, tantas perguntas formadas depois destas páginas...E ah, sim, o que os vampiros estão ganhando em troca de guardar Azcaban

Laura: eu sabia que você não ia gostar desta vitória, mas pense só...os grifinórios sempre ganham...e já houve um jogo em que ganharam ao longo da fic...então, deixe os pobrezitos sonserinos se sentirem um pouco melhores neste dia!

Nina: Você realmente pode se dar ao luxo de dar aquelas risadinhas superiores de alguém que sabe de algo a mais...eheheh, mas pra quem não sabia, temos neste cap uma visão de que muitas coisas podem dar errado em uma "inocente" visita.

Eu notei sim que a cada livro o Dumbledore foi ficando menos feliz...sabe, são as preocupações com o Harry, aquele adolescente problemático! Agora que eu pensei, eles mataram o pomo mesmo! Oh céus, pobrezinho dele!