A Falsa Testemunha

Alexander Polfler abriu os olhos, confuso. Se bem se lembrava do que havia acontecido, uma garota havia entrado pela porta e o estuporado antes que pudesse dizer "pombas". Remexeu na sua capa, mas ela não estava mais ali, procurou a varinha, não a haviam roubado.

Achava que Hogwarts seria uma boa escola para colocar o seu filho, quando tivesse um, afinal os alunos pelo menos sabiam fazer feitiços estuporantes realmente bons. Arrastou-se até a porta que vigiava, sua perna direita estava dormente. Levantou-se, se apoiando na parede mais próxima, e abriu a porta vagarosamente.

Mancando, entrou na sala de arquivos, rezava baixinho para que o condenado que deveria estar limpando os cadernos de conta continuasse ali. Mas não estava, no lugar de Malfoy encontrou um garoto ruivo de uns dezesseis anos desacordado no chão, perto de uma estante de cadernos.

Tamanho foi seu susto que ele tropeçou em um caderno caído no chão, e graças a sua falta de equilíbrio por causa da perna ainda dormente, ele caiu ao lado do garoto.

- Central! Central! – Gritou afobado para sua própria varinha. – Fuga em andamento! Repito: Fuga em andamento!

- Polfler, é bom que você não esteja inventando isso... – Disse uma voz sarcástica vinda da varinha.

- Tem um ruivo com uniforme de Hogwarts desacordado na sala de arquivos! – Disse ele indignado. – Fui estuporado por uma aluna e...

- Você foi estuporado por quem? – Repetiu a voz em tom de riso.

- Por uma aluna. – murmurou ele constrangido. – Isso não importa, um condenado sumiu.

- Condenado? Quem?

- Arre, não lembro o nome dele! – reclamou para a varinha. – Acho que...Malfoy.

- Malfoy... ele deveria estar na sala de arquivos limpando livros de contas. – Reclamou a voz. – Tem certeza de que ele não está aí?

- Enquanto conversamos, ele deve estar fugindo! – Gritou para a varinha.

- Ok.

Repentinamente várias bocas apareceram na parede , gritando muito alto: "Atenção, fuga em andamento! Principal suspeito: Malfoy Lúcio!" as palavras se repetiram e ecoaram por toda a prisão.

Os alunos ficaram agitados, os aurores que comandavam o passeio não se moveram, e depois de uma rápida discussão via varinha, eles decidiram fechar todas as saídas, e proteger os alunos em salas especiais.

Segundo a central, uma grande movimentação para fora da prisão somente auxiliaria a fuga, o recomendado era trancafiar todos em um lugar seguro e à prova de feitiços enquanto profissionais qualificados procuravam o condenado.

Foram todos acomodados em grandes salas com paredes acolchoadas, e várias cadeiras que pareciam ter sido colocadas ali rapidamente, pois estavam em uma completa desorganização.

Dino olhou para os lados intrigado, se perguntava onde Rony havia se metido no meio de tanta gente, despertou de seus pensamentos com os gritos de alguns lufos que haviam sido assustados por Draco.

- Garoto, garoto! – a voz estava longe. – Acorde!

Abriu os olhos lentamente, viu os vultos de muitas pessoas que se debruçavam sobre ele, uma pontada na cabeça o fez resmungar.

- Ah, ele esta bem. – Falou outra voz.

Um alarme tocou dentro de sua cabeça, trazendo de volta os acontecimentos recentes e o tirando do estado de lentidão em que estava, ela não estava bem, havia sido seqüestrada.

- Hermione!

Harry não ousava olhar para fora, sabia o que encontraria, agora havia um silêncio estranho pairando do no ar, um grito anunciando a vida o obrigou a ir lá. Saiu de seu esconderijo tremendo, havia fogo lá fora, não era mais possível ver a grama. Correu para o lugar onde estavam os alunos, desembainhou a varinha, acertando o fogo com uma forte rajada de água.

O esquadrão ministerial deixou de lado as redes e feitiços de atração para centauros e correu para os alunos. Mas não era somente ali que havia um incêndio, toda a extensão do jardim se transformara em uma verdadeira arena cercada de fogo.

Potentes jatos d'água abriam caminho até eles, logo o fogo estava apagado, mas ainda havia o pior. Harry estava parado, de pé, em frente em um garotinho lufo totalmente carbonizado, ele ainda segurava os bichos de conta, agora torrados em sua mão.

-Foi você! – Gritou um homem o sacudindo. – Eu vi quando correu para se abrigar antes de todos! Você sabia!

Ele não respondeu, não sabia do que o maldito homem do esquadrão ministerial falava, e nem queria saber, sua única certeza era de que nunca esqueceria do garotinho encolhido no chão, morto.

Hermione olhou para o homem à sua frente, ele exibia um nojento sorrisinho constante que não se apagava de sua cara havia tempo. Contradizendo todo e qualquer conhecimento que ela havia adquirido em " Hogwarts uma História", ele havia conseguido que os testrálios seguissem outro rumo.

Um feitiço, que ela desconhecia, fazia com que uma bússola de ar pairasse em cima da cabeça deles, indicando a direção errada para o norte, confundindo os testrálios o bastante para que eles seguissem outro caminho.

- Onde estamos indo? – Perguntou Hermione olhando para fora da janelinha da carruagem.

- Para Wiltshire, na minha mansão, pegar algumas coisinhas... – disse Malfoy em sua voz arrastada, o sorriso dele se alargava, deixando a garota cada vez mais temerosa sobre as intenções daquele homem.

Sobrevoavam uma paisagem de montanhas verdes, e um vento frio começava a entrar pela fresta da porta mal fechada da carruagem, anunciando o clima gelado do local.

- Alguns artefatos das trevas que estão de baixo da sua sala de estar, em um alçapão escondido pelo tapete? – Ela não pôde evitar, a tentação de apagar aquele sorrisinho era mais forte do que sua razão.

- Como a senhorita tem tanta certeza disso? – sibilou ele venenoso.

- Só estou supondo. – Resmungou ela voltando a olhar para a paisagem

- Quem lhe falou sobre isso? – ele insistiu incisivamente.

- A não ser que seja um segredo público, o único que poderia ter me contado é o seu filho, não é? – Concluiu Hermione secamente.

- Escute, Srta. Granger. – Sibilou Malfoy voltando o rosto dela à força para encará-lo. – Estou sendo muito amigável com a senhorita, trate de ser igualmente gentil comigo...

Ela se livrou da mão dele, que ainda segurava seu rosto para que o encarasse. Fungou em relutância.

- Quem está em desvantagem por aqui é a senhorita... – Continuou ele, voltando a se acomodar confortavelmente no seu banco. – Logo seja boazinha, pois não estou muito feliz em ter capturado uma sangue-ruim como refém, duvido muito que alguém decente dê valor a sua vida.

Estava pensando agora, mas não pensava direito, nem via o que acontecia a sua volta. Estava em um estranho meio-termo entre consciência e devaneio, começava a duvidar que o que seus olhos viam era realidade.

- Você não está entendendo? – Berrou Madame Pomfrey para a bacia de água, em que o reflexo mostrava uma enfermeira com o uniforme do St.Mungus. – Eu quero uma equipe de vocês aqui! Agora mesmo! Não, eu não vou conseguir dar conta de tudo isso! Não é minha área! São queimaduras graves!

Estava sentado em um banco da enfermaria, havia gente correndo para todos os lados, gritos e mais gritos, e ele semi-alheio a tudo aquilo, pensando se era sua culpa.

Não! Exclamou a voz esganiçada dentro da sua cabeça "Deixe de ser idiota, você só correu e se abrigou...Harry Potter, você não implantou bombas no colégio!" Mas havia uma outra, " Ouviu bem o que o auror disse? Eram bombas, você matou dezenove alunos inocentes..."

A imagem voltou à sua cabeça com força, no momento em que o feitiço alcançara o chão, bombas estouraram, em uma sucessão demoníaca de explosões, e depois ele pôde ver como as crateras formavam o contorno leve da bandeira de Hogwarts.

" Foram os comensais, você só se abrigou..." " Por que correu antes de todos? Você sabia, não sabia Harry?" " Oras, cale a boca! Não se culpe por ter se salvado!" " VOCÊ SABIA!VOCÊ SABIA QUE ELES MORRERIAM ALI!"

- Parem, parem, parem... – Sussurrou aborrecido para as vozes na sua cabeça.

Conseguira uma explicação para sua saída: Voldemort sabia das bombas, e ele sentiu o risco que Harry corria por estar tão perto, mandou então um aviso, um pressentimento que fez com que o garoto se afastasse a tempo. O Lord das Trevas temia por sua vida, se Harry morresse ele morreria junto.

- Não o encontramos. – A voz que vinha da varinha quebrou o silêncio da sala.

- Ok central... – O auror deu uma última olhada para o grifinório ruivo, e se afastou deixando que os colegas cuidassem dele enquanto falava melhor com a central.

Estavam em uma salta totalmente branca, sofás macios e remendados haviam sido conjurados às pressas, havia uma mesa no centro e apoiado nela um homem de cabelos castanhos muito mal cortados.

Rony estava sentado em um dos sofás, tomava um chá que uma auror havia dado a ele, ainda tremia. Olhou rapidamente para as pessoas a sua frente: o homem de cabelo estranho, a mulher loira preocupada, o esquelético homem com uma prancheta na mão e o auror que o havia encontrado quando acordara.

- E então por que vocês dois se distanciaram do grupo? – Perguntou novamente o homem de cabelos repicados. – Pretendiam ficar para o jantar com os condenados?

Polfler agarrou o braço do homem que acabara de falar.

- Ele é só um estudante Fhiwer. – Sibilou, em resposta o homem de cabelos mau cortados estreitou seus olhos negros. – E não um condenado, como os que o senhor costuma interrogar.

- Precisamos do essencial... – Resmungou o homem esquelético anotando algumas coisas na prancheta.

- Sr. Weasley. – A mulher sorriu amigavelmente para ele. – Eu sei que está em um estado pós-traumático e não tem condições de declamar grandes histórias, mas seria muito útil se pudesse falar algumas palavras.

Fhiwer revirou os olhos em descrença, Polfler o cutucou para que parasse com aquilo. Rony continuou segurando fracamente a xícara e falou devagar.

- O encontramos por acaso, ele não parecia ter planejado aquela situação. – Fungou e bebeu um pouco mais de chá. – Estava limpando alguns cadernos, e sua cara infeliz se iluminou quando nos viu. Parecia ter lhe ocorrido uma idéia... – A mulher o incentivou a continuar, sorrindo levemente. – Ele me desarmou muito rápido, e quando vi já estava no ar...agarrou o meu colarinho e ameaçou Hermione... – Sua voz enfraqueceu ainda mais. – Disse-me que eu desse adeus a ela, e depois tudo escureceu.

- Obrigado Sr.Weasley. – Disse a mulher sorrindo. – Foi de uma grande ajuda para nós.

Ele foi retirado da sala por um outro auror.

- Ele vai com uma carruagem do ministério. – Sussurrou a mulher. – Não seria bom misturá-lo com os outros alunos agora.

- As buscas se encerraram. – Disse o auror que havia se retirado antes. – Ele não está mais em Azcaban.

- Isso é impossível. – Sibilou Fhiwer. – Ninguém foge da nossa Azcaban.

- Parece que ele é uma exceção. – Continuou o homem. – Passou pela segurança alegando que a refém havia se distanciado do grupo e devia ser levada de volta a Hogwarts, o que era verdade. O guarda não teve dúvidas em deixá-lo passar, pois tinha o seu cartão de prata Polfler, uma justificativa boa e a aparência mais distante o possível da original.

- Quer dizer que o nojento saiu pela porta da frente? – Bradou a mulher.

- Isso mesmo... – Continuou. – E nem podemos rasteá-lo, não pegou um de nossos veículos.

A carruagem estremeceu, haviam pousado em algum lugar de grama muito verde, e bem aparada. Lúcio arqueou as sobrancelhas sorrindo e pulou para fora, puxando a garota juntamente.

Ela não podia dizer que ele morava exatamente em uma casa, era uma mansão que mais parecia um castelo fora de época. As muralhas de pedra se erguiam imponentes, o portão brilhante reluzia à luz fraca do sol, fazendo a grande letra "M" de prata do portão cegá-la momentaneamente.

Foi puxada rudemente pelo pulso, mas quando ele notou que Hermione pisava em sua grama, a ergueu com um feitiço, sua expressão de nojo se dissipou, Malfoy voltou a esboçar o leve sorrisinho na cara.

Uma estradinha de pedras bem moldadas levava ao portão, aparentemente a única passagem que existia entre os jardins imensos da casa e a grande muralha. Hermione previu que o portão deveria ter um sofisticado sistema de segurança, mas Malfoy o abriu com espantosa facilidade.

Cruzavam o jardim repleto de flores escuras que formavam desenhos pela grama verde, árvores grandiosas e outras retorcidas balançavam com suavidade, levadas pela brisa do vento. Ela olhou para cima, como uma criança deslumbrando um prédio que some entre as nuvens, mas não era tão alto assim, havia torres e janelas cuidadosamente trabalhadas. Certamente já estava na família há gerações, a julgar pelo estilo requintado que se assemelhava aos castelos de reis de uma idade antiga de muitas riquezas e exageros.

Seus pés ainda estavam a alguns centímetros do chão quando ele subiu as escadas de pedra, apressado, escancarando a grande porta de entrada feita de madeira nobre. Um salão imenso abria caminho à frente deles, havia várias colunas de mármore nas extremidades, caminhos laterais com várias armaduras e portas, um lustre majestoso preso ao teto alto. Velas clareavam o salão, produzindo uma luminosidade amarelada que fazia com que tudo parecesse ouro reluzindo diante dos olhos deles.

Da escada bifurcada que estava no final do salão, vinha descendo uma mulher, pisando suavemente no tapete verde que se estendia nos degraus.

- Este vestido não é seu. – Sibilou ele tirando a capa violentamente e a jogando no chão.

- Eu sei. – Ela se admirou no grande espelho no fim do salão, parando no patamar central da escada. – Mas fica muito bem em mim.

Belatriz balançou os seus longos e agora sedosos cabelos negros, observando atentamente o vestido preto que deixava suas costas nuas.

- Onde ela está? – Ele se aproximava em um misto de raiva e nervosismo da escada, Hermione foi puxada pelo feitiço que a fazia levitar, e caiu no chão, aparentemente ele havia perdido a concentração que o mantinha.

- Em Hogwarts. – Seus lábios brilharam diante da luminosidade das velas.

- Você está mentindo. – Começava a subir os degraus.

- Não, sua esposa é a mais nova professora de defesa contra as artes das trevas. – Ele estacou no meio do caminho, ergueu os seus olhos azuis lentamente para encarar Belatriz. – É verdade, ela está cuidando do Draquinho, que na minha opinião já sabe se cuidar muito bem.

- Ela está dando aulas? – Pediu ele fracamente.

- Óbvio que sim, e parece ser uma boa professora. – ela olhou por cima do ombro dele. – Visitas?

Hermione pulou do chão, correndo para a primeira porta que viu, nenhum deles se moveu, embora a mulher tenha feito menção de pular alguns degraus e correr atrás dela.

- É minha refém. – explicou.

- Ela está fugindo. – sibilou Belatriz.

- Não se preocupe, ela foi pela direção errada. – ele sorriu ao ver de soslaio os cabelos espessos da garota sumirem pela discreta porta escura ao lado da décima terceira armadura.

- Eu quero que vocês fiquem calmos! – Disse o auror negrão com sua voz potente. – Calmos!

A sala silenciou imediatamente, alguns alunos que ainda insistiam em falar assustados depois do primeiro pedido de silêncio, fecharam suas bocas ao ver o homem do tamanho de um armário parado em frente à porta.

- Está tudo bem agora, quero que me sigam até suas carruagens e...

- Se está tudo bem, por que não podemos continuar o passeio? – Sibilou Draco com sua voz arrastada.

O auror o localizou rapidamente, deu uma olhada no garoto,e estreitando os olhos.

- Sr.Malfoy, suponho.

- Isso mesmo. – Confirmou ele sorrindo.

- O senhor trate de ficar quieto por que eu estou tentando manter a calma dos seus colegas. Pare com estas malditas insinuações e me siga. – ele observou a expressão indignada de Draco. – A não ser que deseje ficar.

Houve um burburinho pela sala, e todos se apressaram em seguir o homem para fora da prisão. As carruagens continuavam perfeitamente alinhadas no chão de pedra, a não ser pelo fato de que estava faltando uma. Mas ninguém deu muita atenção a isso, embarcaram ás pressas sem se importar com quem iam, ainda demorariam a chegar em Hogwarts, mas o importante era sair dali.

- Estou dizendo para o senhor parar de acusar o garoto. – Gritou a chefa do esquadrão para o homem.

- Eu o vi correr antes de todos! – Berrou ele apontando freneticamente para Harry. – ele sabia que isso aconteceria!

Estavam do lado de fora da enfermaria, esperando por Dumbledore, que já devia ter chegado há muito tempo para a discussão. Estavam muito afobados, a equipe o St.Mungus acabara de passar correndo por eles, e entrara na enfermaria.

- Vamos ao meu escritório. – A voz do diretor fez com que todos virassem as cabeças em sua direção, Rony estava atrás dele, mais pálido que o normal.

Harry, a chefa do esquadrão, o homem que o acusava e Rony seguiram Dumbledore pelos corredores em completo silêncio, a não ser pela respiração arquejante do homem.

Sentaram-se desconfortáveis nas cadeias conjuradas, o diretor foi para trás de sua mesa, como um juiz.

- Ronald, falarei com o senhor logo depois. – Sussurrou o diretor, mas Rony continuou sentado em sua poltrona, com aquela expressão vazia no rosto.

- Senhor, o meu nome é Frank Sanders. – Apresentou-se o homem timidamente. – Sou especialista em armas rudimentares...

- Eu sei de toda a situação Sr. Sanders. – Cortou Dumbledore olhando-o. – Quero saber por que o senhor acusa o Sr. Potter de ter causado as explosões.

- Na verdade o que causou as explosões foi o feitiço que o garoto lufo executou. – Disse rispidamente a mulher.

- Também tenho conhecimento deste fato. – Falou o diretor calmamente. – Aquilo eram claramente bombas de concentrato de magia.

- Con o que? – repetiu Harry.

- Concentrato de magia. – Repetiu o diretor. – São esferas que concentram muita mágica explosiva, e são muitos sensíveis a qualquer tipo de feitiço.

Uma lembrança atingiu-o com força, ele podia até ver a cena novamente...

- O que você está fazendo aqui? – resmungou Malfoy pousando a pá no chão.

- Deixe de ser mal agradecido, vim ajudar você. – Era possível ver que ela sorriu para ele. – Nunca havia o visto sujo de terra...

- E o que você esperava? – retorquiu perturbado. – Que estivesse pronto para um baile? Estou cavando um buraco, e não sou experiente nisso, ainda mais sem magia.

- Mas em todo o caso. – Continuou o homem. – Potter estava correndo para os alunos e depois, de uma hora para a outra, quando o garoto tirou a varinha da capa, ele mudou de direção, como se soubesse o que aconteceria logo a seguir...

Mas Harry não estava ouvindo o que ele dizia, lembrava-se de como Malfoy mentira dissimuladamente que estava plantando arbustos, e como na manhã seguinte estes formavam o contorno do símbolo de Hogwarts, como as crateras das explosões descreviam o mesmo percurso...

- Ele não vai se defender? – A mulher estalou os dedos na frente de seus olhos, o acordando.

- Foi Malfoy. – Disse com simplicidade olhando diretamente para o diretor. – Draco Malfoy implantou estas bombas, eu o vi fazer isso.

- Você tem testemunhas? – Perguntou o Dumbledore se apoiando em sua mesa.

- Sim, Rony e Hermione estavam comigo. – continuou com sua voz mais firme que o comum.

- Bem, então tragam estes dois pra cá. – disse a chefa do esquadrão rudemente.

- O Sr.Weasley já está aqui. – Ele deu um longo suspiro. – Veio dar a mim um depoimento que agora se faz importante da nossa conversa.

- Do que o senhor está falando? – perguntou Harry admirando a expressão de Rony.

- Hermione Granger foi seqüestrada por Lúcio Malfoy em Azcaban recentemente. – Harry estacou. – Está desaparecida.

- O que? – Harry se negava a acreditar. – Isso só pode ser uma brincadeira de mau gosto.

- Não, não é. – Ele olhou pesaroso para os garotos. – Eu realmente gostaria que fosse.

- Se um condenado fugiu, prenderemos outro. – Disse Sanders furiosamente.

- Ainda temos o testemunho desse aí. –A mulher indicou Rony com a cabeça, aparentemente alheia ao estado do garoto.

- Sim, Rony fale para eles que foi Draco quem fez isso... – Disse Harry. – Lembra-se quando ele estava enterrando coisas estranhas no jardim, lembra-se como ele parecia um jardineiro qualquer segurando aquela pá por que não podia usar magia?

- Senhor Weasley. – Perguntou o diretor o observando. – Foi Draco Malfoy que implantou as bombas?

- Não. – Respondeu ele secamente, depois pareceu assustado com suas próprias palavras.

- O senhor o viu enterrando algo nos jardins? – continuou o diretor insistentemente.

- Não. – Ele aprecia cada vez mais apavorado com o que dizia.

- O senhor acompanhava o Sr. Potter naquele momento?

- Não. – Começava a ficar vermelho, parecia tentar trancar a respiração.

- Só podemos deduzir que Potter é culpado. – Interrompeu Sanders.

N/A: E aí, acham que vai acontecer alguma coisa com o Harry? Alguém tem idéia de por que o Rony está testemunhando contra ele?