N/A: Sim, ultimo capítulo! Realmente, é um final de suspense, mas eu não pretendo continuar a fic, nem fazer uma outra história para continuar esta...não, não, agora vou descansar um pouco disto. Agradecimentos especiais à Nina, foi por causa dela que tudo isto está aqui. Obrigada também a todo mundo que acompanhou, e mandou comentários. E por que não,às pessoas que leram mas não comentaram,obrigada também.

O Último Sonho

"Tudo que uma pessoa pode imaginar, outras podem tornar real"
Julio Verne

Andaram pelo corredor seguinte temendo encontrar mais uma cena diabólica pelo caminho, mas o que encontraram em seguida foi um grande alivio.

Lupin e Tonks estavam adormecidos em um sofá, à frente deles montes de livros sobre justiça bruxa, penas à prisão perpétua e gente que havia se livrado da prisão de Azacaban.

- Estavam pesquisando como me tirar da prisão... – murmurou Harry observando Tonks que se aninhava confortavelmente no ombro de Remo.

- Você estava na prisão? – repetiu Sirius confuso.

- Isso não tem importância. – Estava admirando a sensação de estar vivo, de ter de volta seu padrinho, seus amigos.

Sirius cutucou Lupin, ele abriu os olhos, logo após Tonks fez o mesmo, estavam pasmos diante das duas figuras à sua frente.

Ninfadora soltou um grito estridente e se agarrou a Remo, que não perdeu tempo em pular do sofá e puxá-la junto, olhavam fixamente para Sirius.

- O que foi? – Perguntou ele em tom de riso.

- Ele está vivo. – Disse Harry cutucando o padrinho para comprovar sua existência para os dois.

Tonks se avaliou por um momento, e lentamente soltou a gola da camisa de Lupin, não excitou em pular neles, dando vivas, enquanto o outro abraçava o primeiro que encontrou pela frente.

- Vocês estão me sufocando! – Alertou Sirius, fazendo com que finalmente eles se recompusessem.

- Vocês estão vivos, e bem! – comemorou Lupin sorrindo.

- Vocês dois também me pareceram muito bem dormindo... – Murmurou Sirius maliciosamente.

Lupin e Tonks se entreolharam, ele corou instantaneamente.

- Estamos namorando. – Anunciou ela pulando de felicidade.

- Aha, Remo, seu danado! – disse Sirius abraçando o amigo às gargalhadas.

- Mas isso não é o mais importante no momento. – Disse Tonks. – Harry, como você está aqui? E Como Sirius está vivo?

- É uma longa história... – Murmurou Harry.

- Remo, você se lembra daquela teoria do mundo dos espelhos que a gente estudou juntos há alguns anos? – perguntou Sirius.

- Ah, eu lembro vagamente...parecia um pouco absurda... – comentou ele não entendendo de como aquilo poderia ajudar no momento.

- Era verdadeira, o véu era o maldito portal para aquela realidade torta.

- O céus! – disse Tonks muito confusa.

- Mas agora você está livre Sirius! – disse Lupins ainda um pouco chocado. – Procure não pensar mais nestas lembranças.

- Livre...Eu nem sei mais o que é liberdade. – murmurou o homem tristonho. – Não serei nunca livre totalmente, agora terei que voltar a esconder-me...

- Não. – Harry abriu um sorriso muito grande para o padrinho. – O ministério o considera inocente, Sirius, eles sabem que não foi você.

- Harry, está me dizendo que eles admitem que culparam um inocente, e que agora sou livre? – ele sorriu tristemente. – Pombas, não torture o velho coração do seu padrinho com ilusões absurdas.

- Velho? – Harry deu algumas batidinhas no ombro dele. – O que é isso? O senhor ainda tem muito tempo para viver a sua tão sonhada liberdade.

- Harry, agora você é um fugitivo da lei! – lembrou Tonks abruptamente.

Ele retirou do bolso a carta que havia guardado no traje da prisão que ainda vestia. Era um pergaminho de aspecto oficial, com o selo do Ministério da Magia. Entregou à Tonks, Lupin e Sirius jutaram as cabeças com a dela, para poderem ler ao mesmo tempo.

Eles levantaram os olhos depois de alguns momentos, em um misto de surpresa, descrença e alegria.

- Isso mesmo, estou livre!

Os chapéus foram jogados para cima, as risadas animadas tomando conta do aposento. Depois de tantos anos, era a volta da paz, e como eles todos os bruxos comemorariam semanas depois, dando vidas e vivas pelo fim do Voldemort.

Draco arregalou os olhos, assustado, Marco abriu um pequeno sorriso que deixava a mostra suas presas e deu três leves palmadas no rosto do garoto.

- Era brincadeira. – soltou uma risada ao ver a expressão de Draco mudar de susto para alívio e logo depois em fúria. – Ah, como me divirto com estes mortais...

- Será que é possível o senhor parar com esta idiotice e falar alguma coisa útil!

- Ah... – suspirou ele ainda divertindo-se. – Não fique irritado, isso deve ser fatal, a longo prazo, para seu frágil coração bruxo.

Draco cruzou os braços quase bufando.

- Você devia me ajudar Marco, em vez disso está me deixando realmente aborrecido!

- Ok,ok... – ele inspirou profundamente, sentindo o aroma do sangue.

- O que isso quer dizer? – Resmungou Draco impaciente.

- Que o Sr. Lúcio Malfoy está, sem sombra de dúvida, vivo!

- Isso não é nenhuma das suas brincadeiras sem graça, é?

- Draco, assim você me ofende!

- Tudo bem... acho que vou acreditar em você. – falou ele olhando em volta. – Tem mais alguém com vida aqui?

- Vou dar uma olhada. – murmurou Marco pondo-se de pé e começando a andar pelo local. – Olha só! Acho que Crabbe quebrou o nariz...de novo. E a perna de Belatriz está meio estranha, deve ter fraturado... alguém foi jogado janela afora e está caído lá no jardim, rodeado de uma grade poça de sangue, provavelmente morto...Rabicho, creio eu, pelas roupas de segunda.

- Draco? – era quase inaudível . – O que aconteceu?

- Papai! – Draco sorriu triunfante.

- Meu caro amigo Lúcio. – sussurrou Marco voltando à atenção para os dois. – O que aconteceu aqui foi um massacre...

- Como?O que deu errado? – resmungou olhando confuso para os lados

- Aquele nojento do Black pulou na frente do Potter fazendo com que o feitiço caísse sobre ele e não no garoto.

- Então Black devia estar morto! – urrou Draco. – E ele não está aqui, deve ter saído antes de termos despertado e levou Potter.

- Não, não Draco, lembre-se que o propósito do feitiço era retirar a parte de Voldemort que existia em Harry e não matar ele. – explicou Marco.

- Então, considerando que dentro de Black não havia nada de Voldemort, o feitiço deve ter se voltado contra o Lord e o transformado em pó ! – concluiu Lúcio aterrorizado.

Os três viraram lentamente as cabeças para o trono da sala e se depararam com um montinho de cinzas perto do altar onde estava o cajado, intacto.

-Pombas ... – murmurou o vampiro. – Acho que o Lord das Trevas morreu...

Draco lançou a ele um olhar cético, em resposta Marco deu os ombros:

- Ao menos não precisamos cremá-lo...

-Deixe de tolices vampiro! – Lúcio, que ainda estava no chão, deu um leve empurrão na perna dele e estendeu a mão. – Me ajude a levantar.

Marco agarrou o braço dele e puxou fazendo com que levantasse, imediatamente Lúcio se apoiou um móvel e o encarou .

- Me dê a sua capa.

O vampiro tirou a capa, um pouco relutante a deu para Malfoy que cruzou a sala lentamente parando em frente ao monte de cinzas.

- O que você vai fazer com isso aí? – Perguntou Draco vendo seu pai estender a grande capa negra no chão empoeirado.

- Salvar Voldemort. – Falou com simplicidade. – Marco, poderia colocar as cinzas em cima da capa? Minhas mãos estão sujas de sangue.

- Só se salva quem é vivo. – comentou o vampiro estendendo a mão em direção das cinzas, as fazendo levitar e, logo em seguida, cairem exatamente no meio da capa.

- Ele não morreu.- Lúcio começou a dobrar com cuidado a capa.

- Bem, ao meu ver ele não parece nada vivo. – respondeu apontando com as duas mãos para a capa já dobrada nos braços de Lúcio.

- Você não vê nada Marco.

Ele arqueou a sobrancelha.

- Eu vejo muito melhor do que qualquer mortal, Sr. Lúcio Malfoy!

- Não é disso que estou falando. Por um acaso sabe o que são fênix?

- Obviamente sim.

- E sabe o que acontece quando morrem?

- Elas não morrem. – Draco se intrometeu na conversa. – Só pegam fogo e depois nascem outra vez.

- Exatamente.

- Tudo bem, mas Voldemort não vai pegar fogo e nascer de novo! – retrucou Marco indo até Belatriz que começava a abrir os olhos.

- Talvez não exatamente assim...- sussurrou Malfoy. – Mas ele nunca morrerá...Já aprendi que não crer nisso é suicídio. Destas cinzas vai renascer o mais temido bruxo de todos os tempos, esteja ao lado dele para não morrer...

- Boa noite Harry! – disse Hermione aparecendo na porta do quarto do garoto, na Casa dos Black.

Não teve tempo de retribuir a gentileza dela, pois esta foi puxada para fora por um sorridente Rony, que a beijou calorosamente fora das vistas do amigo.

- Roniquinho está namorando! Roniquinho está namorando! – uma verdadeira cantoria, obra de Gina e dos gêmeos, invadiu o corredor.

- Está sim! – respondeu Hermione anormalmente animada.

- Não, não, não, não, não! – gritou a Sra. Weasley. – Nada de namorar fora do meu campo de visão, e pelo-amor-de-Merlin, parem de cantar isso!

Jogou-se na cama com um grande sorriso na cara. Fazia algumas semanas que o mundo bruxo inteiro parecia estar em festa pelo fim do Lord das Trevas. Bruxos e bruxas de muitos países vieram cumprimentá-lo particularmente pelo feito, embora ele tivesse atribuído boa parte do sucesso do acontecimento a Sirius.

Virou para o lado ainda sorrindo levemente, o som da cantoria de Gina e dos gêmeos enchia os seus ouvidos, mas ainda sim conseguiu adormecer.

Estava vestindo trajes pretos naquele dia nublado e sem cor, deslizava até o centro da sala se sentindo um intruso, apesar de estar sozinho ali.

Não, havia outra pessoa naquela sala, deitada em um caixão sem flores no meio do aposento pouco iluminado. Sentia pena do homem morto, não sabia quem era, mas ninguém fora visitá-lo em sua triste morte.

Aproximou-se do caixão, para depositar as primeiras flores sem cor, mas seus braços negaram-se a continuar quando viu quem era. Estava com a pele pálida, os óculos tortos e mãos cruzadas.

Um frio invadiu seu peito quando sentiu alguém segurar seu braço, o Harry do caixão abriu os olhos, que não eram do habitual verde, mas vermelho e seus lábios formaram claramente as palavras que ele nunca desejaria ouvir " Eu ainda estou aqui, Harry"