A luz do sol invadia a Mansão Parker. Os empregados se agitavam, logo nas primeiras horas do dia, sempre preocupados com a organização do local. Mesmo com ausência dos patriarcas, a casa tinha de estar organizada o bastante para as irresponsabilidades rotineira dos jovens Parker's.
O mais "cabeça" dos Parker's, Adam, 18, estava em sua suíte no terceiro andar, deitado em sua cama, em seu momento hippie, tocando alguma música antiga com seu violão surrado e companheiro de viagens, e supostamente já estava acordado há algum tempo,defina isso como 4..5 horas, com o quarto abafado e cheio d fumaça.
John,16, irmão de Adam, também estava em sua suíte, vizinha a do irmão. Supostamente estava de porre, revirando na cama, pensando estar em uma banheira com alguma atriz pornô peituda.
Theodore, 11, também conhecido como Teddy, o mais novo dos Parker's, irmão de Adam e John, tinha passado uma noite inteira, na suíte de John, jogando algum jogo extremamente violento, com 3 garrafas de coca-cola vazias e pacotes de chocolate, igualmente vazios, espalhados pelo chão.
Toda a responsabilidade da família se concentrava em um único membro. Bill Parker, 15, que já estava acordado há algum tempo, e com certeza, estava lendo algum livro, ou melhor, "aprimorando seus conhecimentos e fazendo jus a seus óculos".
E, finalmente, em sua suíte, localizada no quarto andar, Luke Parker, 17, irmão de Bill e Wendy,15, estava fumando, em meio a um monte de papéis e garrafas de Absinto, vazias, em sua escrivaninha.

Era de se estranhar ver Luke, acordado a essa hora da manhã e principalmente folheando papeis, mas aquele dia seria diferente.Extremamente diferente. Passado alguns minutos, era possível ouvir alguns gritos escada abaixo
—Acordando senhores! Dias de viagem! Vamos logo, não tenho o dia todo!—Gritava Luke, descendo ao terceiro andar para acordar os primos.
—Luke...pelo amor de Deus. Vá vestir uma roupa, porque essa cueca branca com freada não dá certo!—Disse Adam, após levantar-se rapidamente da cama, amarrando seus cabelos e aparecendo no corredor.—E vá dormir também! Hoje é domingo. E domingo nessa mansão é sagrado.
Luke apenas ergueu o dedo médio para o primo e continuou a gritar. Bill, muito irritado com a atitude do irmão, jogou o exemplar de Moby Dick na cama e seguiu ao corredor.
—Vamos senhores! Hoje é dia de honrar a família!—Continuava a berrar Luke.
—Luke...—A voz de Bill saia como um bufo.—Será que, justo hoje, você decidiu acordar cedo e interromper minha leitura matinal? Pare de agir feito um galinha e incomodar os outros, o.k?
Adam levou a mão à boca, abafando uma risada. Porém, Luke não pareceu achar graça alguma nas palavras do irmão.
—Bill...—Luke virou-se, olhando sério para o irmão.—por favor...para de agir como um fresco, com suas regrinhas estúpidas e seu jeito chato de estragar a festa dos outros. E, pelo amor de Deus, vista uma roupa descente.
Adam, vendo que os irmãos trocavam olhares furiosos e que aquilo não acabaria bem, se pôs entre eles, tentando abafar a suposta briga.
—Gente...vamos lá...—Dizia, tentando amenizar o clima pesado entre os primos.—calma...Bill...volta pro quarto, o.k? Relaxa...e, Luke...vamos vestir uma roupinha e escovar os dentes...porque seu bafo de absinto e essa cueca dizem tudo...aliás, tem um coraçãozinho nela escrito "terça-feira"...
Pacientemente, Adam empurrou Bill para dentro de seu quarto e fechou a porta. Após fazer isso se virou para Luke, que agora entrava no quarto de John.

A cena no quarto do terceiro Parker em idade, não era das mais apreciáveis. Teddy estava vidrado no videogame e John deitado, murmurando algo, babando.
—Olha...—Luke balançou a cabeça negativamente e virou-se para a saída.—to indo pro meu quarto trocar de roupa e tomar um banho gelado...acho que bebi absinto de mais...
—Err...—Adam coçou a nuca e olhou novamente para a cena.—vai logo Luke...vai...—E virou-se para Teddy.—e, Theodore...o que você está fazendo, moleque! Ficou doido, seu...
—Espera, Adam...—Interrompeu Teddy, sem desviar o olhar da tela.—to quase matando aquele infeliz...—contorcia a face, fazendo caretas estranhas.—ó...espera...pronto! Agora é só passar pelo labirinto, encontrar o mespronto e...—Então, a tela apagou do nada.—NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!
Teddy olhou para o lado, com a expressão aterrorizada. Adam estava com o fio da tomada do videogame em mãos, sério, olhando para Teddy, balançando o dedo indicador.
—Acabou, certo? Voce ta lascado...vai escutar muito pirralho...—Dizia Adam, em tom autoritário. Teddy já fazia cara de choro.—E não adianta chorar! Vai tomar um banho e dormir!
Cabisbaixo, Teddy entrou no banheiro e levantou a tampa do vaso sanitário.
—E toma cuidado para não bat...—O aviso de Adam é interrompido pó um grito de dor que ecoa pelos corredores da mansão. O jovem completou, falando para si.—...para não bater a tampa no seu pipi de novo...
Nesse momento, John deu um pulo da cama, com as mãos para o alto, um pouco tonto, e com os olhos vermelhos.
—Carmen...calma...eu coloquei só a cabeça...calma...
—John...— Adam encarou o irmão com um olhar de reprovação. Ele respirou fundo, controlando a sua raiva.—...eu nem sei o que dizer...novamente bêbado...e caído!Tá com uns pêlos na face...uma aparência deplorável e a velha irresponsabilidade. Teddy tava aqui... jogando ...e fazendo do seu quarto um chiqueiro, e não adianta ficar irritado e ameaçar ele!—Respirou fundo, tomando ar para continuar falando.—Tudo isso por uma garota...John já faz um tempo que aconteceu aquilo, então seja maduro...e parte pra outra...dessa vez eu não enfio um murro na sua cara, mas quando o Teddy sair, tome um banho e desça pro café o.k? Luke surtou...nem repara!

Passado algum tempo, os cinco Parker's desceram para toma café. Teddy começava a sentir o efeito da coca passar e percebeu que todo o chocolate que havia comido acabava de ir descarga abaixo, fazendo um grande estrago quando saiu. John ainda estava de porre. Luke estava animado, só que já não gritava. Adam estava com seu violão... para variar. Logo atrás deles vinha Bill, de cabeça baixa, suspirando a cada comentário dos parentes.
Antes de chegarem à mesa, os cinco ficaram em estado de choque, simplesmente travaram, ao ver duas figuras, cada uma com uma mala, e um sorriso amarelo na face.
—Não acredito!—Disseram Bill, John e Teddy, em uníssono.
—Nooo...woman no cry...ah...—Adam parou e olhou ao redor.—Opa...err...não acredito!
Luke simplesmente abriu os braços e abraçou a pessoa menor, logo em seguida cumprimentou a maior.
—Andrew, Scott... quanto tempo!—Saudou-os, animadamente.—Que milagre é esse?Pensei que nunca mais iriam aparecer... pensei que seu pa...
—Meu pai é meu pai...—Disse Scott.—deixe-o quieto...esqueça-o!E vocês, idiotas? Vão ficar com essa cara de "Então foi ele quem a matou, certo?" olhando a gente?
Após o choque, os primos deram boas-vindas a Scott, 17, e Andrew, 15, também conhecido como Andy. Cumprimentaram-se, e logo foram à mesa, tomar café.
Porém, antes de todos servirem-se do café, Luke levantou-se e chamou a atenção de todos.
—Er... senhores...por favor...junte-se aqui..tenho de falar baixo. Tenho uma noticia para vocês...
Todos se aproximaram de Luke, exceto Bill que estava lendo um jornal, e revirou os olhos ao ouvir o irmão.
—Bem... eu planejei a viagem dos sonhos, cavalheiros!Lembram do iate que ganhei no mês passado?—Dizia, sussurrando.—Vou inaugurá-lo hoje... Mas detalhe: poucos sabem disso... será como uma fuga!Passaremos a noite no mar, festejando, sem limite, sem pais mandões, sem mordomos, e sem regras!Wendy e Dhully já sabem... falei com ambas mais cedo!Se quiserem... é só dizer que tá afim!
Os demais se entreolharam, enquanto Bill apenas escutava a conversa, colocando o jornal em frente a seu rosto, tentando esconder o interesse, e Teddy não entendia nada.
—Eu topo... se tem mulheres e absinto...é comigo.—Disse John, sorrindo animado.
—Conta comigo.—Adam fez sinal de paz e amor e também sorriu.
—Já sabe a resposta...—Scott deu de ombros, sorrindo.
—Olha... eu...ah...—Andy pôs a mão no queixo, hesitante.—tá bom...eu vou...
—Eu também vou!—Disse Bill, que já havia abaixado o jornal.
Todos ficaram espantados com a resposta de Bill. Luke dera uma risada, pensando que o irmão estava brincando, até se dar conta de que aquilo era sério, e fez uma expressão de "Aaah, não!".