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Precisando de um amigo

Capítulo 2

Sydney se arrastou para fora da cama que estava dividindo com Karen e vestiu seu robe. Jenny oferecera a elas o quarto de hóspedes; Nigel ficou no sofá, como cavalheiro que era. Como Sydney não conseguia dormir, foi procurar algo para beber.

No corredor, já podia ouvir o som do mar, logo abaixo da bela casa que seu pai construiu. Talvez Jenny tivesse deixado as janelas abertas, um hábito antigo de Randall. Desde que Sydney conseguia se lembrar, as janelas estavam sempre abertas em sua casa.

Sydney parou de andar ao ouvir vozes na sala e ver Jenny e Nigel sentados no sofá.

"Eu... eu só queria dizer que... eu... bem, eu gostei muito que você e Sydney vieram, Nigel."

"Jenny, onde mais estaríamos numa hora dessas?"

Jenny suspirou, tentando conter o choro. Parece que estava se saindo melhor do que antes. "Eu sei... é só..." Ela se voltou para Nigel com o rosto demonstrando ansiedade. "Estou tão assustada."

"Assustada por que?"

"Sobre... estar sozinha nesta casa, sem... sem Randy." Ela suspirou novamente e Nigel entregou-lhe um lenço. Jenny sorriu em agradecimento e enxugou as lágrimas que surgiam nos olhos. "Acho que Sydney deve me odiar."

Nigel ficou surpreso "Odiar você, por que?"

"Porque eu... porque o pai dela morreu."

"Você não o matou, Jenny. Ele tinha um aneurisma cerebral, não foi sua culpa."

"Mas... Talvez eu o tenha pressionado muito sobre o casamento, talvez eu... talvez eu não tivesse..."

Nigel tomou as mãos de Jenny ente as suas. "Jenny, não. Eu não conhecia Randall da mesma forma que você ou Sydney, mas ele parecia ser o tipo de pessoa que faz apenas aquilo que tem vontade de fazer, e do seu jeito. Ele não era o tipo de homem que podia ser pressionado." Ele sorriu e balançou a cabeça. "Sydney é exatamente igual a ele; forte, obstinada e absolutamente autêntica."

"Mas talvez se eu..."

"Você não poderia prever os acontecimentos. Randall era saudável, não havia razões para suspeitar que algo assim aconteceria. Foi uma fatalidade."

"Eu tento me convencer, mas..." Jenny balançou a cabeça. "Eu sei que Sydney é igual a ele e... é por isso que eu fico com medo de ela me culpar. Ela sente as coisas de maneira muito intensa e... nós estávamos começando a nos dar bem e... eu... eu sei que ela não aprovava o nosso relacionamento no início..."

"Sim, mas isso tudo ficou no passado. Você e Sydney resolveram essa questão e você foi aprovada." Nigel deu um pequeno sorriso para Jenny. Acredite em mim quando eu digo: se você ganha o 'selo de aprovação Sydney Fox', é pra vida toda."

Jenny o abraçou "Você acha mesmo?"

"Claro!"

Ela assentiu e se afastou um pouco. "Bem, você a conhece melhor do que ninguém, acho que deve estar certo."

Nigel não tinha tanta certeza de conhece-la tão bem. Havia coisas sobre Sydney que eram um mistério para ele, mas não ia dizer isso a Jenny. "Mas é claro!"

Jenny deu-lhe um sorriso lacrimoso. "Nigel, eu... poderia fazer uma pergunta bem pessoal?"

Nigel lançou-lhe um olhar de desconfiança, e em seguida suavizou a expressão. "O que?"

"Vocês... você e Sydney estão... Ela gesticulou, tentando se fazer entender; Nigel sentiu o rosto esquentar. "Envolvidos?"

"Quê? Claro que não! Por que me pergunta?"

"Desculpe-me, não queria deixar você embaraçado. É que... vocês dois parecem tão ligados um ao outro... e eu sei que Randall sempre teve muita consideração por você, assim como eu... acho que ele tinha esperanças de que vocês dois... se acertassem. Ele estava sempre preocupado com ela e aí você chegou, e então ele deixou de se preocupar tanto."

Nigel teve um longo momento de hesitação antes de falar qualquer coisa.

"Eu fico feliz que você me aprove, Jenny." E era verdade, ele se sentia bem sabendo que Randall Fox confiava nele o suficiente para entregar Sydney a seus cuidados. "Isto significa muito para mim. Syd e eu estamos juntos. Somos os melhores amigos um do outro e... ela sabe que pode contar comigo pra qualquer coisa, da mesma forma que eu posso contar com ela."

"Você a ama, então? Acho que ela precisa de alguém que a ame neste momento. Você a ama?"

"Jenny, eu sei que você está triste, mas o que existe entre mim e Syd, o que sentimos um pelo outro, eu não pretendo colocar em discussão.

"Eu só queria ter certeza de que ela terá alguém que cuide dela, não pretendia aborrecer você."

"Sydney é muito capaz de cuidar de si mesma, Jenny." Nigel lembrou. "E se houver algo que ela não pode fazer, ou que não possa lidar, eu a ajudo, quando ela permite."

"Por que você a ama?"

"Porque ela é minha melhor amiga e eu faria qualquer coisa para vê-la feliz." Nigel tocou o rosto de Jenny, enxugando as lágrimas. "Da mesma forma que eu faria por você. Não se preocupe comigo, ou com Sydney, apenas cuide de você mesma e, se estiver muito difícil, é só telefonar pra gente."

Jenny começou a chorar outra vez e se jogou nos braços de Nigel. "Às vezes você me lembra Randy." Ela soluçou. "Você é tão forte e sábio. Sempre tem uma palavra na hora certa, ou sabe quando precisamos apenas de um abraço."

Nigel retribuiu o abraço. "Obrigado, Jenny, acho que este foi o melhor elogio que eu já recebi." Ele se afastou e sorriu. "Não acha que é hora de ir dormir? Amanhã será um longo dia."

Jenny concordou. Amanhã seria o funeral de Randall. "Sim." Ela se levantou e deu-lhe u beijo no rosto. "Obrigada, Nigel."

"Boa noite, Jenny."

Sydney se escondeu o banheiro, quando Jenny se aproximou do corredor, em direção ao quarto principal, em seguida, foi para a sala. Silenciosamente, ela passou por Nigel, sentado no sofá, observando o mar pelas janelas e foi para a cozinha. Serviu-se de um copo de vinho e voltou para a sala.

Nigel tinha se deitado no sofá, com um travesseiro sob sua cabeça, mas o resto dos lençóis estava numa cadeira, ao lado.

"Ei!" Sydney chamou, enquanto pegava o cobertor. "Chega mais pra lá."

Nigel olhou assustado para ela e então se afastou para dar espaço para ela no enorme sofá.

Ela se deitou na frente de Nigel, jogou o cobertor sobre os dois e se acomodou no travesseiro, a cabeça próxima à dele. "Você se importa de eu ficar aqui? Karen ronca."

Nigel duvidava, mas ele não se importou. Se Sydney queria ficar ali, que ficasse, não importa como isso o afetasse. "Você também ronca, sabia?"

Sydney cutucou-lhe as pernas. "Eu não ronco!" Ela deu um sorriso indignado.

"Está brincando? Nós voamos em aviões que fazem menos barulho que você!" Ele sorriu e continuou a provocá-la, contente por vê-la sorrindo de verdade. "De qualquer forma, estou acostumado a mulheres que roncam, certo? Eu poderia dividir o quarto e a cama com Karen e você fica com o sofá."

Ele apenas ameaçou se levantar e ela o forçou de volta. "Nigel!"

Nigel se acomodou e ajeitou o cobertor sobre eles. "Eu estava brincando. Não consigo nem imaginar como Karen reagiria se acordasse do meu lado amanhã."

Sydney se aconchegou a ele e ficou desapontada quando ele não a abraçou; sempre o cavalheiro! "Já acordei ao seu lado diversas vezes. Não é tão ruim assim."

Nigel riu e sentiu-se enrubescer. Porque ele tinha que ficar vermelho assim tão facilmente?

"Você se importa, Nige?" Ela perguntou, séria. "Eu... apenas não consigo dormir lá."

"Não, eu não me importo, Syd."

Sydney assentiu. Ela sabia que ele não ia se importar, mas era bom confirmar. "Apenas confirmando, não queria ofender sua moral ou sua virtude."

"E porque isso agora, você nunca se importou antes."

Sydney sorriu e olhou pela janela, ouvindo o barulho do mar; isso era tão bom! Especialmente com Nigel ao lado. "Obrigada por estar aqui Nigel!"

"Você já me agradeceu." Ele a lembrou.

"Eu sei, mas... Eu realmente gosto de você, embora nem sempre demonstre. Gosto muito."

"Syd, você demonstra, sim. Se não demonstrasse, acha que eu estaria aqui?" Ele a assegurou.

"Não sei, estaria?"

Nigel pensou sobre isso por um instante. Sydney abusava dele, às vezes o maltratava, mas ele sabia que, bem lá no fundo, ela gostava dele sim. "Provavelmente."

Sydney sorriu. Pelo menos ele era honesto. Ela se prometeu, naquele momento, a tratá-lo melhor, a mostrar o quanto ele significava para ela. "Não estou muito ansiosa pela chegada de amanhã."

"É, não mesmo."

"Mas é preciso."

"Sim, é."

"E se eu me descontrolar, Nigel?"

Nigel franziu a testa. Ele não estava acostumado a ouvir insegurança ou medo na voz de Sydney. "Você não vai se descontrolar. Você não sabe como falhar e, se você perder o controle um pouquinho, o mundo não vai acabar. Você tem o direito de sentir-se triste pelo que aconteceu."

"Eu quero ser forte. Por Jenny!"

Nigel suspirou. Elas não podiam ser mais parecidas. "Sim, e ela quer ser forte por você. Por que vocês duas não se unem e choram de uma vez, sem se preocupar em ter que parecer forte?"

Ela sorriu à reprimenda de Nigel. Ele estava certo. Jenny também; às vezes Nigel se parecia muito com seu pai. Ao pensar nele, sentiu as lágrimas novamente. "Eu sinto tanta falta dele!"

O braço direito de Nigel já estava sob a cabeça de Sydney; ele começou a acariciar os cabeços dela com a mão esquerda. "Eu sei, Syd."

"Iso é bom." Ela suspirou e fechou os olhos. "Minha mãe fazia isso quando eu não conseguia dormir."

"Verdade?"

"Sim."

"Fale-me sobre ela, Syd."

"Ela era linda e pequena, era vibrante e estava sempre sorrindo. Ela tinha uma risada maravilhosa, Nigel, era contagiante."

Nigel pensava se Sydney não tinha herdado esta qualidade de sua mãe, pois sempre que ela ria, ele também ria.

"Ela amava a ilha, as pessoas e a cultura daqui. Ela e meu pai..." ela parou para disfarçar o nó na garganta antes de prosseguir. "Meu pai disse que no momento em que a viu, ele soube que ia se casar com ela. Mamãe estava num palco, dançando e ele disse que era a coisa mais linda que já tinha visto em toda a sua vida."

"Que romântico." Nigel disse, suavemente, enquanto imaginava a cena e se lembrava de que quando conhecera Sydney, ela também estava dançando.

Havia algo em Sydney que irradiava uma energia fantástica, tanto exotismo, que foi difícil parar de olhar para ela, naquele dia.

"Você já se sentiu assim, Nige? Apenas olhar para uma pessoa e saber que é ela com quem você deseja dividir o resto de sua vida?"

Por um momento, ele permaneceu em silêncio, depois respondeu. "Sim, Syd, uma vez."

Sydney se virou e olhou-o nos olhos. "Sério? E o que aconteceu? Por que a deixou escapar?" Ela deu um suspiro. "Amanda?"

"Não."

"Cate?"

"Não, e não importa. Não era pa ser." Era melhor interromper agora do que ter que falar de todos os seus amores malsucedidos. "Ela merece muito mais do que eu seria capaz de oferecer. E eu não sou o tipo dela."

"Que monte de besteira! Então ela não era tão inteligente assim. Não conseguiu perceber que você é a melhor coisa que existe depois do pão de forma!" Ela se virou para a posição anterior e se aconchegou no corpo de Nigel. "Era uma inglesa? Dizem que elas são muito exigentes."

Nigel soltou um riso forçado para disfarçar o nervosismo. "Realmente, elas são difíceis de agradar. Não fazem bem para o ego masculino."

"Ela é uma idiota."

"Com certeza."

Eles permaneceram deitados e em silêncio por algum tempo, com Nigel acariciando os cabelos de Sydney, que fazia alguns ruídos de satisfação. Nigel sorriu e provocou. "Você está 'ronronando'?"

Talvez... Mas continue, isto é tão bom!"

"Desde que as suas garras estejam recolhidas..."

"De acordo. E sua mãe, Nigel, você se lembra dela?"

Nigel permaneceu quito por um bom tempo, e Sydney pensou que tivesse ultrapassado algum limite. "Me desculpe, Você não precisa responder."

"Ah, não, não é isso. É que eu não falo dela faz muito tempo."

"Verdade? Por que?"

"Não sei. Acho que... se eu não falar, eu não preciso me lembrar."

"Desculpa, eu não queria trazer à tona lembranças tristes."

"Não, tudo bem. É justo. Você me contou sobre a sua, eu falo sobre a minha." Outra pausa. "Estou tentando me lembrar. Eu tinha apenas dez anos quando eles se foram. E a cada ano que passa parece que eu me lembro menos." Ele deu um sorriso. "Ela era linda. Bem, eu penso que era. Tinha cabelos incrivelmente ruivos. Era irlandesa. Os cabelos eram bem longos, quase na altura da cintura. Sempre os prendia, a menos que fosse hora de dormir. Eu me sentava e ficava olhando. Cem escovadas, todas as noites."

Sydney sorriu ao perceber o toque de amor na voz de Nigel.

"Seus olhos eram de uma azul único. Muitos pensavam que eram lentes de contato. E eles brilhavam quando ela ria, como safiras à luz do sol."

"Uau."

"Sua história favorita era sobre ela ter feito um pedido a uma estrela cadente. Um novo bebê. Por muitos anos eles tentaram, e tiveram problemas. Então, ela fez o pedido a uma estrela cadente e alguns fragmentos da estrela caíram em seus olhos, e entraram por seu corpo, criando uma nova vida naquela mesma noite. E os olhos dela haviam ficado assim tão azuis porque Deus a havia abençoado com um anjinho."

"Você?" Sydney sussurrou emocionada.

Nigel sorriu. "É o que ela dizia, mas Preston preferia dizer que eu tinha sido encontrado numa lata de lixo e mamãe, com pena, me levara para casa."

"Que cruel."

"É como Preston é."

"Do que mais você se lembra sobre ela?"

"Bem... ela amava ler. Estava sempre com um livro nas mãos. Não eram apenas romances, ficções, ela adorava ler sobre locais desconhecidos, mitos e lendas de terras distantes. Ela lia para nós todas as noites, depois do jantar."

"E o que ela fazia?"

"Quer dizer, a profissão? Nós éramos sua profissão, eu acho. Cuidar da família e ser uma boa anfitriã parecia ser todo o trabalho que ela queria. Meu pai era um professor de Inglês apaixonado pela Velha Inglaterra. Tudo que fosse relacionado à história do nosso país o encantava. Ele escreveu vários livros sobre isso, e era bastante conhecido no meio acadêmico."

"Filho de peixe..." Sydney sorriu. "Acho que ele teria muito orgulho de você, Nigel."

"Obrigado, Syd."

Sydney então se lembrou da bela casa em que Nigel viveu o passado. "Não imaginava que um professor na Inglaterra ganhasse tão bem, considerando a sua casa." Sem contar que eles tiveram dinheiro suficiente para enviar Nigel para um internato particular e depois para Oxford.

"Bem, é onde meu pai cresceu, e minha mãe era uma excelente administradora. Uma mulher de negócios, formada para isso, apesar de não exercer como profissão. Meu pai tinha algum dinheiro e minha mãe cuidou de fazer bons investimentos. Como eu disse, ela levava muito a sério sua tarefa de cuidar da família."

Sydney imaginava ser era por causa de sua mãe que Nigel aceitara tão bem sua autoridade, sua independência e força. A mãe dele devia ser igual.

"Parece que ela era magnífica."

Como adivinhando seus pensamentos, Nigel disse. " Você me lembra ela, Syd. Incríveis, lindas e preparadas para fazer o que for preciso."

"Obrigada, Nigel." Ela nunca recebera um elogio tão sincero antes.

"De nada..." Ele estava sonolento, escondendo um bocejo sob sua mão esquerda.

"Nige?"

"Hmmm?"

"Me empresta o seu braço?"

Nigel franziu a testa, estranhando o pedido. "Promete que me devolve depois?"

"Depois."

Nigel deixou que ela pegasse seu braço e entrelaçasse seus dedos com os dela, colocando o braço ao redor de seu corpo, as mãos entrelaçadas perto do rosto.

"Hmmm, tudo bem?" Ele perguntou, vermelho

"Mmmmm" Ela resmungou, semiconsciente. "Boa noite, Nige."

"Bons sonhos, Syd."

Sydney estava praticamente adormecida quando disse. "Amo você, Nigel."

Nigel ficou sem respiração e ergueu a cabeça para tentar enxergar-lhe o rosto. "O que você disse?"

Mas Sydney já estava dormindo.

Nigel deitou-se novamente, olhando para os cabelos de Sydney, enquanto emoções diferentes corriam através dele. Ela provavelmente estava falando fraternalmente... como amigos. Certamente, ele pensou, como amigos.

"Também amo você, Syd." Disse quase num sussurro, sentindo-se aliviado por poder externar o que estava sentindo. Ao fechar os olhos, ele perdeu o pequeno sorriso que se formou o rosto de Sydney, ao ouvir a declaração.

Continua.

O botãozinho ta aí, você sabe o que fazer, ok?