Uh – A Série
Capitulo 5
Love & Treason – Amor e Traição
Já tinha o vestido e o casaco. As jóias estavam colocadas e a maquilhagem rematava o conjunto. Olhou-se uma última vez ao espelho, ajeitando o coque e as madeixas de cabelo soltas.
Olhou o relógio em cima da cómoda e logo ouviu as batidas na porta. Niklas tinha chegado.
"-Boa noite." – Cumprimentou com um sorriso.
Ele pegou na mão dela e fê-la girar sobre si própria.
"-Como estás linda Ginevra."
"-Obrigada. Tu estás perfeito." – Disse admirando-o.
Era um homem lindo, sabia disso, mas para ser perfeito, naquele momento, ele teria de ser Draco Malfoy.
"-Vamos?"
"-Claro."
Então ele aparatou, num dos salões de baile mais luxuosos que ela tinha visto. O mármore branco reluzia com a luz dos grandes lustres dourados que pendiam do tecto abobadado.
Os convidados envergavam os mais belos fatos e as suas mulheres os mais belos vestidos. Porém, nenhuma delas parecia tão simples e ao mesmo tempo tão perfeita quanto Ginevra.
"-O que achas?"
"-Acho que vai ser uma longa noite…" – Comentou vendo os olhares cobiçosos de várias mulheres no salão pousados em si.
Uma longa noite de facto, mas nada que umas taças de champanhe não dessem conta. Na realidade, várias taças de champanhe.
"-Ginevra?"
"-Sim?" – Perguntou com um sorriso maior do que o normal.
"-Está tudo bem?"
"-Oh sim! Estou só com um… pouco de calor!" – Respondeu entre risos.
"-Vamos para o hotel."
"-Que horas são?"
"-Quase duas. O baile está prestes a acabar."
"-Eu quero dançar."
"-Vamos Ginevra, não estás em condições de dançar."
"-Só uma música, bem coladinhos." – Pediu ao ouvir a lenta musica que se fazia ouvir.
"-Só uma então."
Pegou na mão dela e segurou-a pela cintura firmemente.
"-Eu disse que não estavas em condições de dançar." – Murmurou-lhe ao ouvido.
A sua cabeça estava pousada no ombro dele e os seus pés pareciam não aceder às suas ordens.
"-Podemos ficar parados então. Assim, muito juntinhos…" – Murmurou-lhe de volta.
"-Juntinhos então."
Ela riu. Possivelmente de algo verdadeiramente engraçado, possivelmente só do efeito do álcool.
"-Devíamos ir Ginevra."
"-Devíamos ficar…" – Rebateu beijando o pescoço dele.
"-Tu bebeste champanhe de mais, sabias?"
"-Oh! Só umas… taças…" – Disse num tom baixo, meio distante, como se não estivesse a prestar atenção. Esta mais interessada em beijar o pescoço dele.
"-Pára com isso Ginevra." – Disse num tom que soava totalmente contrariado. Ele não queria dizer aquilo, mas a sua consciência obrigara-o.
"-Não gostas?" – Perguntou encarando-o.
"-Tu és casada e…"
"-Shiiiii…." – Pediu com o dedo indicador pousado nos lábios dele.
"-Vou levar-te ao hotel. Segura-te bem." – Disse por fim, com a pouca força de vontade que ainda lhe restava.
Ele aparatou no lobby do hotel e dirigiu-se para os elevadores.
"-Não! Vamos pelas escadas." – Pediu num tom divertido.
"-Não estás em condições de subir tantos andares!"
"-Vamos!" – Disse puxando-o pela mão para as escadas de serviço.
Começou a rir alto subindo as escadas o mais rápido que os efeitos do álcool e o vestido lhe permitiam.
"-Vem Niklas!" – Gritou entre gargalhadas.
Também ele riu, correndo atrás dela.
"-Qual é o teu número favorito?"
"-Sete. Porquê?"
Ela respondeu com uma gargalhada e subiu mais um lance de escadas. Então, parou abruptamente entre duas portas do andar e puxou-o pela gravata. Ele riu ao ver nas portas o número do andar. Sete.
Puxou-o pela gravata de novo fazendo com que o corpo dele prensasse o seu contra a parede. O beijo que trocaram foi quente, audaz e com o característico sabor do champanhe francês.
O beijo dele desceu pelo pescoço dela, fazendo-a gemer alto. O álcool não a deixava inibir as reacções que inibiria numa situação normal. Mas aquela não era uma situação normal e toda aquela excitação não estava a ajudar.
"-Estamos no meio das escadas de serviço!" – Disse num acesso de lucidez afastando-se dela.
"-O que torna tudo muito mais excitante" – Respondeu deixando cair o casaco branco no chão.
As mãos dele subiram pelas coxas dela, quentes, contrastando com o tecido frio do vestido.
"-Beija-me." – Pediu cruzando os braços em torno do pescoço dele.
Precisava sentir aquilo. Aquela tensão a crescer dentro dela, aquela sensação de prazer, os tremores a cada toque, os arrepios a cada beijo profundo.
"-O teu quarto é no andar seguinte…"
"-Mas eu não consigo esperar até ao andar seguinte." – Murmurou-lhe ao ouvido alcançando o cinto das calças dele.
"-Se alguém aparecer…" – Disse numa última tentativa, sentindo as coxas dela por baixo do leve vestido.
"-Volta por onde veio…" – Respondeu afastando-o só para o encostar na parede.
Beijou-o com fervor enquanto tentava desapertar o cinto das calças dele. Conseguiu-o por fim, depois de já estar encostada na parede novamente.
Eram carícias ousadas, quase selvagens, no meio do corredor das escadas de serviço do sétimo andar do hotel.
Mas naquele momento ela não conseguia pensar em nada mais excitante que aquilo.
Gemeu alto, alto de mais, quando o corpo dele se uniu ao seu, de forma brusca, quase violenta. As suas costas embatiam regularmente contra a parede fria, num ritmo descompassado resultado dos movimentos que os corpos impunham um no outro.
Beijou-o fervorosamente, precisava sentir aquele gosto, aquela sensação de plenitude, fosse de que forma fosse. E não esse beijo, mas os outros que se seguiram abafaram uma série de gemidos roucos que se viam incapazes de controlar.
Um som distante algures nas escadas fê-la abafar um último gemido mais forte que todos os outros. O seu corpo tremia de prazer, de êxtase, de plenitude, e tudo o que ela pode fazer foi repousar a cabeça no ombro dele e inalar o perfume forte. Tentou voltar ao normal, deixando escorregar a mão que a segurava à parede e a perna que a prendia à cintura dele. Assim que a sua respiração voltou ao normal espalmou as mãos nos ombros dele e afastou-o.
Depois ajeitou o vestido e pegou o casaco branco do chão. E sem dizer nada começou a caminhar em direcção a uma das portas.
"-Ginevra! Espera!" – Chamou apertando o cinto das calças –" Eu levo-te ao quarto."
Ela abriu uma das portas do andar sete e antes de desaparecer voltou-se e encarou-o.
"-Negócios e sexo Niklas. Nada de romance, nada de envolvimento. Apenas negócios e sexo."
A primeira coisa que fez ao entrar no quarto de hotel foi despir o longo vestido e correr, tanto quanto o álcool permitia, para o banheiro. Ligou a água no mais quente que podia suportar e deixou-se ficar, só a sentir a água a escorrer-lhe pelo corpo.
Não estava lá muito sóbria, mas horas depois, bem depois do amanhecer e da enorme dor de cabeça, veio o arrependimento.
Quando voltou a casa, bem depois a hora de almoço, encontrou-a vazia, tal como a tinha deixado.
Estranhou. Seria de esperar que pelo menos no dia de Natal Draco estivesse em casa. Mas não.
Pegou em todos os embrulhos de Natal e levou-os para a sala. Depois, com a ajuda dos elfos montou uma bela árvore de Natal, decorada com dezenas de pequenos objectos de todas as cores. Por fim, depois de tudo devidamente decorado, subiu para o braço do sofá tentando colocar a estrela dourada no topo da árvore.
"-Se partires algo quando caíres daí eu não te vou levar ao St. Mungus."
Ela riu e esticou-se mais um pouco. Pelo menos ele falava com ela, nem que fosse com aquele mau humor.
"-Porque não usas magia? Ficaria no topo num instante."
"-Porque todos os anos sou eu que ponho a estrela no topo da árvore. Faço-o desde que sou pequena. Antes era o meu pai que me pegava ao colo, depois os meus irmãos mais velhos. Agora o sofá vai ter de servir."
"-Pois não seja por isso." – Aproximou-se dela e agarrou-lhe as pernas.
"-Draco!" – Gritou assustada –"-Pára! Vou cair! Draco!"
"-Pára quieta e coloca lá a estrela de uma vez por todas."
"-Já está." – Disse – "Agora podes pôr-me no chão."
Ele deixou-a escorregar lentamente, até que os pés dela tocassem o chão. E os braços que antes estavam cruzados perto dos joelhos estavam agora em torno da cintura dela.
"-Como foi a viagem?"
"-A estrela já está no lugar…"
"-Estiveste com ele?"
"-E o jantar de Natal na Toca deve estar a começar…"
"-Não me vais responder?"
"-Eu realmente preciso de me arranjar…" – Murmurou afastando-se dele.
"-Ginevra!" – Chamou puxando-a de volta – "Responde-me."
"-Eu vou jantar à Toca, os meus sobrinhos…"
Foi quando sentiu os lábios dele sobre os seus, quentes, calmos, cheios de um sentimento, uma sensação que ela não sabia identificar. E o jantar de Natal não passou pela sua cabeça, não naquele momento, não quando o seu corpo embateu suavemente contra o sofá.
Descobriu que o beijo mais delicado e mais simples dele podiam fazer despontar sensações tão intensas como um beijo sedento. E o toque suave dele na sua face tinha o mesmo efeito que os beijos quentes que ele depositava no seu pescoço.
Sabia que não era só tensão sexual, desejo, sabia que era algo mais, intimidade, carinho, paixão.
E foi assim, por entre beijos e carícias delicadas, que pela primeira vez na sua vida Ginevra Weasley, a mais nova da família, perdeu o jantar de Natal na Toca.
"-A minha mãe não me vai perdoar…" – Murmurou a certa altura, ao sentir os beijos delicados dele no seu pescoço.
Deitados no sofá, abraçados e de frente para a lareira tinham a aparência que deviam ter à ano e meio, a aparência de marido e mulher apaixonados um pelo outro. Pareciam um casal que se conhecia desde sempre, que entendia o que o outro pensava sem precisar de palavras. E uma série de beijos e carinhos delicados tinham feito tudo aquilo.
"-Ela não vai conseguir ficar chateada contigo durante muito tempo. Ninguém consegue…"
"-Tu consegues."
"-Não. Ninguém consegue."
Sorriu e aconchegou-se mais ao peito dele, não desejando trocar aquele momento por nenhum outro no mundo.
"-Vamos jantar, os elfos prepararam…"
"-Vamos ficar assim?" – Pediu tocando com as pontas dos dedos na mão dele.
Ele beijou uma última vez o pescoço dela antes de murmurar:
"-Claro."
- - -
Acordou com os braços gelados. Olhou em volta, ainda ensonada, mas acordada o suficiente para perceber que não estava no seu quarto. A lareira que antes a aquecia estava agora apagada, e o braço dele já não estava na mesma posição de antes.
Voltou-se lentamente, com muito cuidado, para não o acordar. Adorava vê-lo dormir, adorava o ritmo clamo da respiração dele, os cabelos desalinhados e os lábios dele, semiabertos, convidativos a um beijo intenso.
E foi isso que fez, beijou-o lentamente até que os olhos dele abrissem. Ele encarou-a ensonado, mas ainda assim divertido, respondendo ao beijo com intensidade.
"-Que horas são?" – Perguntou olhando em volta, à procura de um relógio.
"-Não sei, o dia está prestes a amanhecer." – Olhou-o por uns segundos antes de dizer – "Vamos lá fora.!" – Pediu como uma criança ansiosa.
"-Estás doida! Está a nevar lá fora! Vamos morrer congelados!"
"-Ora! Vamos para a varanda do quarto então! Eu quero ver o nascer do Sol. Vamos Draco…. Por favor!"
Ele respondeu-lhe com um beijo intenso, antes de se levantar.
"-Vamos então."
Ela sorriu e agarrou a mão que ele lhe estendia. Pouco tempo depois estavam no chão da varanda do quarto, em cima de uma manta quente, prontos a assistir o nascer do Sol.
Ele deitou-se no chão, com a cabeça apoiada nas pernas dela, e olhou o céu. Também ela olhava o céu, ainda estrelado, enquanto brincava com os cabelos dele.
"-É lindo…" – Sussurrou minutos depois, vendo o sol despontar ao longe.
Estranhou a falta de resposta dele e deixou de fixar o céu para fixar o loiro. Ele dormia, com um ar ainda mais angelical que antes, com um leve sorriso no rosto. Deixou-se ficar ali, sentada, a brincar com os cabelos dele, sentindo-se completamente realizada.
"-Vejam só quem acordou…" – Disse divertida, bastante tempo depois.
Ele piscou os olhos tentando focar a face dela.
"-Que horas são?"
"-Já ouvi essa pergunta hoje." – Respondeu com um sorriso que ele achou lindo.
"-Isso quer dizer que é tarde."
"-Muito."
"-Vamos para dentro então." – Puxou-a pela mão levando-a para o quarto –"Que fazes?" – Perguntou quando ela se afastou em direcção ao roupeiro.
"-Escolho a roupa que vou levar para a Toca. A minha família ainda lá está para o almoço de hoje e eu não vou deixar os meus sobrinhos sem presentes."
"-Vais ficar á para o almoço?"
"-Sim."
"-Só para o almoço ou passas lá o dia?"
"-Ainda não sei, porquê?"
"-Por nada. Vou estar no escritório." – Disse antes de sair do quarto.
Ela desceu, não muito tempo depois, e entrou no escritório dele, pronta a sair, com todos os presentes encolhidos dentro do bolso da capa.
"-Estou de saída Draco."
Ele levantou-se e caminhou até ela.
"-Diverte-te." – Disse antes de a beijar.
"-Claro que sim. Tens a certeza que vais ficar a trabalhar?"
"-Em principio…Porquê?"
"-Podias vir comigo…"
"-Vou ter de recusar o convite."
"-É uma pena."
"-Vais divertir-te imenso sem mim, não te preocupes."
"-Não trabalhes de mais." – Advertiu sorridente. Depois aparatou deixando-o para trás com um sorriso na face.
Fim do Capítulo 5
N/A: Eu sei, eu sei que estou muito atrasada! Devia ter actualizado há umas quantas semanas… Mas está aqui o capítulo, para me redimir, actualizo o próximo no Sábado ou no Domingo, ok?
Espero que tenham gostado do capítulo… Os agradecimentos estão no Profile
Kika
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