Uh – A Série
Capitulo 6
I think I love you – Acho que te amo
"-Acorda dorminhoco…" – Sussurrou-lhe ao ouvido assim que voltou da Toca.
Ele moveu-se na cadeira, ajeitando-se.
"-Vais deixar-me a jantar sozinha?" – Continuou num murmúrio sentando-se no colo dele.
"-Não te vou deixar jantar que é diferente…" – Respondeu numa voz rouca, passando as mãos em torno da cintura dela.
"-Finalmente… pensei que não acordavas nunca…"
"-Mas agora já estou acordado e…" – Beijou-a com intensidade – "… e muito bem acordado."
"-Bem acordado como?"
"-Assim." – Respondeu beijando-a com fervor – "E assim." – Murmurou contra a pele quente do pescoço dela.
Ela afastou-se dela, o suficiente para o olhar e depois inclinou-se lentamente na direcção dele. Beijou-lhe o pescoço, devagar, sentindo a respiração dele a acelerar.
"-Elas não sabem a diferença entre a tua camisa e o teu pescoço?" – Perguntou ao lembrar das marcas de batôn nas camisas dele.
"-Sabem… Eu queria que pensasses que não…"
"-Não tem vergonha de dizer uma coisa dessas Sr. Malfoy?"
"-Deveria?"
Ela riu e beijou-lhe o pescoço lentamente, enquanto abria os botões da camisa, um a um.
"-Vês! Sem marcas de batôn."
Com um sorriso, levantou-se e sentou-a na secretária.
"-Vamos perder o jantar de Natal… outra vez…" – Sussurrou-lhe ao ouvido tocando o pescoço dele com as pontas dos dedos.
"-Fazes questão do jantar?" – Perguntou afastando as madeixas ruivas e beijando o pescoço dela.
"-Faço questão que me beijes."
"-Também eu faço questão de te beijar."
O corpo dela tombou sobre a secretária, com o do loiro por cima. Não demorou muito para que as pernas dela se enrolassem em torno da cintura dele.
"-Vamos parar…" – Sussurrou ao sentir as mãos dele a desabotoar a sua camisa.
"-Não temos de parar."
"-Estamos no escritório."
"-Somos casados…"
"-Mas no quarto não seremos interrompidos…" – Rebateu beijando-lhe os lábios – "…nem mesmo pelos elfos a anunciar o jantar."
Ele sorriu antes de a ajudar a descer da secretária. Não foi fácil chegar ao quarto, não quando eles paravam constantemente para se beijarem, para se sentirem.
Foi com uma gargalhada que se deixou cair na cama, empurrado por ela. Ginevra engatinhou sobre ele e beijou-lhe os lábios.
"-Parece que alguém está no controlo agora…" – Murmurou-lhe ao ouvido prensando o seu corpo contra o dele.
"-Os Malfoy estão sempre no controlo querida." – Sussurrou-lhe de volta.
Ela sorriu, nem naqueles momentos ele conseguia ficar sério. O corpo dela bateu no colchão fofo quando ele inverteu as posições.
Lentamente, e sem nunca parar de beijar os lábios dela, desabotoou todos os pequenos botões da camisa dela.
Os seus gestos eram delicados, cuidadosos, como se tivesse medo de a magoar.
Ela sorriu perante a preocupação dele, mas Draco não entendeu, continuando a beijar-lhe o colo com delicadeza.
Despojou-se da camisa e das calças, e fez o mesmo com as peças de roupa dela, só para a poder sentir melhor.
Ele parou por um instante, olhando-a de um jeito peculiar, como se aquela fosse a primeira vez que a olhasse por inteiro, e certamente era, já que da primeira vez que estiveram daquele modo, Draco sequer parara para observar as sardas nos ombros dela ou para tocar-lhe gentilmente os seios dela como fazia agora, enquanto reparava nas expressões contorcidas do rosto da ruiva.
E de algum modo, ele ali, não sabia direito o que fazer. Mantinha uma constante preocupação para com a ruiva, com medo de machucá-la, de fazer algo errado, de ela não gostar de seus toques.
Atrapalhava-se com os mínimos gestos, não sabia se beijava a boca dela ou o pescoço, ou se suas mãos ficavam quietas, esperando que ela lhe fizesse um gesto qualquer que confirmasse que ele pudesse continuar, ou se simplesmente deixava que suas mãos percorressem livremente o corpo dela.
Sem saber o que fazer, uma de suas mãos ficou quieta, a outra passeou entre a cintura e os seios, em movimentos gentis, quase suaves, desajeitados e preocupados. Gestos que a faziam rir junto ao seu pescoço, provocando-lhe arrepios crescentes, deixando-o inebriado.
E mais uma vez Draco parou. Em nada parecia aquele Draco Malfoy que podia levar qualquer mulher à loucura na cama. Parecia-se muito, na verdade, com o Draco Malfoy que fizera sexo com a Weasley há um ano e meio, mas agora com um brilho diferente no olhar, de extrema preocupação e um sorriso diferente no rosto, um sorriso quase adolescente, adolescente e apaixonado.
"-Draco... tu... não tenhas pressa..." – ela falou, enquanto as mãos dela arranhavam levemente o peito dele.
Ginny falou docemente ao ouvido dele. Não é que ela não estivesse gostando, muito pelo contrário. Cada toque desajeitado de Draco dava-lhe mais prazer do que ela achava ser capaz de sentir. O fato é que ela estava tão nervosa quanto ele.
Era como se aquela fosse a primeira vez dela e a primeira vez dele. Nenhum dos dois sabia como agir, onde tocar, o que fazer ou em que momento, muito embora ambos soubessem fazer aquilo muito bem.
Aquela vez era diferente. Draco estava igualmente desajeitado, mas Ginevra podia perceber que o corpo dele reagia intensamente a cada toque dela, e que ele estava extremamente preocupado com ela.
"Tu... tens certeza disso, Ginevra? Sabes, eu não..." – ela sorriu para ele, juntando os lábios.
"Que tolinho tu és, Draco."
"Não vais dormir?"
"Nem ao menos cogitei a idéia." – ela sorria, inebriada, admirada e fascinada pela genuína preocupação no olhar dele.
"Eu só..."
"Shhh..."
A princípio ela beijou-o suavemente, sem toques, sem carícias. E um tempo depois, ela deixou que ele lhe tocasse, quase como se aquela fosse a primeira vez que tocasse numa mulher daquela maneira.
Era bom e intenso. As sensações eram incríveis e deixavam-na trémula. Seus olhos se fecharam com o toque, agora ousado, dele em sua pele. Primeiro no pescoço, e logo depois descendo aos seios e à barriga.
Draco queria que ela sentisse tudo o que ele sentia. Paixão. Ousadia. E sobretudo amor. Não mais negócios. Apenas amor.
E àquela altura ele já estava confiante. Ela queria que aquela situação perdurasse tanto quanto ele. Queria fazer amor com ele como ele queria fazer com ela. E por isso ele sorriu, assim que encontrou os olhos brilhantes e castanhos dela.
Com um gesto delicado e quase desajeitado ele uniu-se a ela. Parou por momentos, como se quisesse deixar que ela se acostumasse com a posição, ou que sentisse o momento. Plenitude. Era assim que ele podia chamar aquela sensação.
Estavam como dois adolescentes apaixonados a fazerem sexo pela primeira vez, mas no caso deles, eram dois adultos apaixonados, a fazerem sexo pela segunda vez. Mas o que valia é que, para eles, estavam fazendo amor pela primeira vez.
"---"
Espreguiçou-se lentamente e abriu os olhos por não sentir nenhum obstáculo. Olhou em volta e a única coisa que encontrou foi um bilhete em cima da almofada.
Tive de sair mais cedo, tinha uma reunião inadiável.
Não trabalhes muito.
Espero por ti logo.
Draco.
Sorriu e colocou o bilhete em cima da mesinha de cabeceira, levantando-se em seguida. Também ela tinha compromissos inadiáveis.
"-Que sorriso é esse?" – Foi a primeira coisa que ouviu ao chegar ao seu escritório.
"-Felicidade Blaise, sabes o que é?"
"-Eu sei, e parece que o Draco também sabe."
"-E dizes isso porque…?"
"-Porque ele chegou meia hora atrasado esta manhã, e ainda assim tinha o maior sorriso que eu alguma vez lhe vi. Está certo que não era um grande sorriso nos padrões normais, mas nos padrões do Draco era enorme!"
"-Cancela todos os meus compromissos que vão para além das seis. Ok?"
"-Claro ruiva."
"---"
Quando chegou a casa, aparatando no quarto, não ouviu barulho nenhum. A casa parecia completamente vazia. Mas enganou-se, assim que chegou à sala encontrou-a, sentada no sofá, vestida de forma casual, com o cabelo mal apanhado, a olhar atentamente para umas folhas de papel.
Deixou-se ficar ali, encostado à ombreira da porta, apenas observando-a.
"-Não vais dar atenção ao teu marido?" – Perguntou chamando a atenção dela.
Ela desviou a atenção das folhas que segurava e olhou-o com um sorriso.
"-Não sei se vou…" – Respondeu olhando para as folhas.
Ele caminhou até ela e sentou-se à sua frente, com as mãos apoiadas nos joelhos dela, fixando-a.
"-Vais ficar a olhar para sempre?" – Perguntou sem desviar o olhar dos relatórios.
"-Só até me dares atenção."
Ela colocou as folhas no sofá e debruçou-se dando-lhe um beijo rápido nos lábios.
"-Chamas a isso dar atenção?"
"-Não chega?"
Ele levantou-se e fê-la deitar-se no sofá, sobre todos aqueles relatórios.
"-Isto responde à tua pergunta?" – Perguntou deitando-se lentamente sobre ela.
"-Draco os relatórios…" – Sussurrou sentindo as folhas debaixo das suas costas.
"-Eles não fogem…" – Respondeu no mesmo tom, beijando-lhe o pescoço em seguida.
"-São importantes…"
"-Mais do que eu?"
"-Ginevra! Tens algo mais importante que os relatórios para…" – A voz dele foi diminuindo até que só ficou o silêncio – "-Eu não queria interromper..." – Disse com um sorriso malicioso.
"-Zabini!"
"-Mas já que interrompi… Ginevra, deixas-me ficar com esses relatórios que estás a guardar tão zelosamente?"
Ela afastou-se de Draco, visivelmente embaraçada, e recolheu os relatórios. Depois caminhou até à lareira e entregou-os a Blaise.
"-Os últimos não estão analisados mas…"
"-Tu és a dona da Companhia Weasley, não tens de te justificar. Eu vou indo agora. Falamos amanhã, se fores ao escritório…" – Concluiu com um sorriso antes de desaparecer nas chamas.
"-Então ruiva… Vais voltar para o sofá ou vais continuar à frente dessa lareira?"
"---"
"-O que penas que estás a fazer?" – Perguntou entrando no escritório dela.
"-A trabalhar Draco, sabes o que é?"
"-A um domingo Ginevra?" – Caminhou até ela e puxou-a levemente pela mão – "Sabes que não te faz bem trabalhar tanto!"
"-Dizes-me isso todos os dias!"
"-É porque eu quero a minha mulher saudável… e não viciada no trabalho…"
Ela riu e beijou-o levemente.
"-Tudo bem, vou parar de trabalhar agora."
"-Isso quer dizer o que eu penso que quer dizer?" – perguntou com um ar malicioso.
"-Pensas que eu vou dizer que vou à Toca?"
"-À Toca?"
"-Sim. Eu até te perguntava se queres ir, mas adivinho a resposta."
"-Vamos."
"-Eu sabia… espera! Disseste 'vamos'?"
"-Qual é a surpresa?"
"-Um Malfoy na Toca? Toda a surpresa é pouca!"
"-Engraçadinha."
"-Vai toda a família hoje. O meu sobrinho mais novo faz um aninho hoje."
"-Hum… Uma casa cheia de Weasleys… A tarde promete."
"---"
Estava preocupada. Tinha receio do que a sua família iria achar de Draco. Antes ele era apenas o homem com quem casara por negócios. Toda a família soubera do acontecimento, mas nenhum deles fizera qualquer tipo de comentário. Ginevra desconfiava dum sermão da sempre protectora Sra. Weasley.
Mas agora ele não era mais só um sócio. Ele era o homem que amava.
Sentiu os dedos dele a entrelaçarem-se nos seus assim que Molly abriu a porta.
Ela pareceu surpresa, estupefacta até por ver Draco ali, mas ele não se deixou intimidar.
"-Bom dia Sra. Weasley." – Cumprimentou esticando-lhe a mão cordialmente – "É um prazer conhece-la finalmente."
"-Malfoy? Draco Malfoy?"
"-Sim mãe. É o Draco." – Abraçou a mãe - "Não faças esse ar de espantada por favor…" – Sussurrou-lhe ao ouvido –"Onde estão os manos?"
"-No… no jardim Gininha."
"-Eu e o Draco vamos até ao jardim. Falamos daqui a pouco mãezinha."
"-Não correu mal…" – Sussurrou-lhe ao ouvido.
"-Não. Já só te faltam o meu pai e os meus irmãos."
"-Obrigado pelo apoio."- Comentou sarcástico.
Mas nem foi tão difícil assim. Ou pelo menos não foi difícil lidar com os irmãos dela. Eles não disseram absolutamente nada. Apenas o olharam completamente pasmandos enquanto ele se sentava na relva, rodeado de crianças a contar uma qualquer história sobre um qualquer herói do quidditch.
"-Aquele é o Malfoy?" – Perguntou Ron, completamente incrédulo.
"-Era quando eu me casei com ele… digo, era até sairmos de casa." – Comentou tão ou mais incrédula que o irmão.
"-E o sekker fantástico estava quase, quase a apanhar a snitch dourada quando veio o bandido e roubou a snitch dele!" – Contou como se conta uma história épica cheia de emoção.
"-Ohhhh! E mais?"
"-E mais? O sekker fantástico não pegou a snitch dourada nesse jogo mas apanhou no seguinte. E no outro, e no outro depois!"
"-Quem é o sekker fantástico Sr. Draco?" – Perguntou um dos sobrinhos mais velhos de Ginny, que não devia ter mais de seis anos.
Ele debruçou-se perto do menino e sussurrou-lhe como se fosse dizer algo verdadeiramente importante:
"-É segredo…"
"-Qual é o segredo Draco?" – Perguntou sentando-se ao lado dele, com o sobrinho mais novo ao colo.
"-A identidade do sekker fantástico!" – Constatou com um tom óbvio.
"-Sabes quem é o sekker fantástico tia Ginny?"
"-Não faço a mais pequena ideia…" – Respondeu com um sorriso encarando o marido.
"-Sabes uma coisa Ginevra?" – Perguntou num murmúrio ao ouvido dela.
"-Não."
"-Acho que te amo." – Concluiu com um beijo que fez as crianças rir.
Fim do Capítulo 6
N/A: Desculpem…. Mil perdões! Eu sei…. Eu sei que foi uma demora imensa… mas eu não fiz por mal… Eu simplesmente não conseguia … cada vez que abria o Word sentia algo estranho, e uma falta de inspiração tremenda e tinha de o fechar de novo…. Mas bem, aqgora o capítulo está aqui e eu espero não demorar tanto nos outros… Desculpas de novo…..E não se esqueçam de agradecer a cena NC à Bequinha D
Kika
06 – 06 - 06
