Uh – A Série
Capitulo 7
Do you marry me? – Casas comigo?
"-É a terceira vez que chegas tarde esta semana…" – Murmurou ao senti-lo deitar na cama.
"-Eu sei ruiva. Desculpa-me."
"-Eu tinha preparado o jantar para nós esta noite. Fazíamos dois anos de casados."
"-Não fiques assim princesa, sabes que não gosto de te ver triste."
"-Eu sei mas…"
"-Eu tenho uma surpresa para ti…Mas já que estás tão triste provavelmente não a queres."
"-Surpresa?" – Voltou-se para ele ansiosa – " Que surpresa?"
Ele levantou-se na cama, com um sorriso, e caminhou até à cómoda pegando num pequeno livro e numa caixa.
"-Vê o livro primeiro."
Ela olhou a capa, nada de especial. Não tinha nada escrito, nada que o tornasse diferente. Abriu-o. A primeira coisa que viu foi uma foto, de todos os seus sobrinhos, sorridentes, a acenar.
"-O que é isto?"
"-Apenas vê."
Ela voltou a página. Outra foto, agora só um dos seus sobrinhos, o mais velho, segurando um cartaz amarelo, com umas letras toscamente desenhadas.
"-C-A?"
Ele apenas lhe lançou um olhar impaciente que a incitou a continuar.
Outra página, outra foto. Eram os gémeos, filhos de Bill e Fleur, segurando cada um a ponta duma faixa que mostrava outras três letras.
"-S-A-S. Draco, eu cada vez entendo menos disto!"
"-Até ao fim…"
Nas outras três páginas que se seguiram encontrou outras três fotos, cada uma com os seus sobrinhos a segurarem uma faixa com duas letras.
Na última página ela encontrou a foto mais amorosa de todas. Draco apontava para a câmara com um sorriso enquanto segurava o seu sobrinho mais novo, que vestia nada mais que um macacão azul com um ponto de interrogação bordado.
Foi então que tudo fez sentido, todas aquelas fotos se juntaram na sua cabeça para formar uma só mensagem.
"-Tu…tu…"
"-Casas comigo?"
Ela abraçou-o pelo pescoço e beijou-o fervorosamente.
"-Eu sei que já estamos casados, mas quero fazer tudo certo desta vez." – Alcançou a caixa e passou-a à ruiva - "Abre."
Ela desfez o laço cor-de-rosa e abriu a caixa.
"-Ohhhh! Que fofo!" – Exclamou tirando o coelhinho de pelúcia branco de dentro da caixa.
Em torno do pescoço do coelhinho, pendendo de uma fita de seda rosa, estava uma bela aliança.
"-Oh Draco! Que lindo!"
"-Eu sei que sou… Mas gosto de te ouvir dizer isso."
"-Estava a falar do coelhinho. Pensava que tinhas medo deles."
"-Bem, já estava na altura de ultrapassar essa desavença com o Fluffy."
"-Fluffy?"
"-Era o nome do meu coelhinho…"
Ela fez um enorme esforço para não rir.
"-Vá! Força! Ri! Eu sei que queres…"
"-Deixa pra lá meu amor…" – Sussurrou beijando-o – "Tudo o que eu quero agora és tu…"
"-Blaise, eu estou nervosa."
"-Qual quê Ginny! Uma mulher como tu nunca fica nervosa. Além disso não é como se fosse a primeira vez."
"-Eu sei que não, mas agora é diferente!"
"-O homem é o mesmo, a cerimónia também. Vocês só se vão casar."
"-Só!"
"-Só! Já o fizeram uma vez, sabes?"
"-Mas agora eu amo-o."
"-E é esse o problema? Estás nervosa por casar com o homem com quem, por acaso, já eras casada mas que agora amas? Estou confuso! Era suposto estares feliz, não nervosa!"
"-Os nervos não anulam a minha felicidade! Tu não entendes Blaise!"
"-Eu entendo ruiva…" – Disse abraçando-a – "…mas vocês amam-se, não é?" – Ela acenou positivamente – "Pois então, vai tudo correr bem. E pensa assim, se não correr bem têm sempre um primeiro casamento."
"-Obrigada Blaise…" – Agradeceu afastando-se dele – "Tenho um favor a pedir-te."
"-Qualquer um ruiva."
"-Ajuda-me
a escolher o vestido." – Disse fazendo com que o sorriso dele
desaparecesse no mesmo instante.
"-Mas ruiva…"
"-Tu disseste que me fazias qualquer favor. Além do mais é só um vestido."
"-Só se prometeres não experimentar todos os vestidos da loja."
"-Está bem! Experimento só os mais bonitos."
"-Oh ruiva…"
"-Vamos Blaise! É a tua obrigação de padrinho! Além de mais poderás sempre aproveitar isto para chatear o Draco. Sabes que ele odeia esperar e odeia surpresas…"
"-Ginny, essa ideia foi… fantástica!"
"-Sabias que o vestido dela é perfeito?"
"-Pára com isso Blaise!"
"-É lindo, e fica-lhe tão, mas tão bem… Devias ver a forma como assenta no corpo dela, parece que o fizeram só para ela, para nenhuma outra…"
"-Já disse para parares, não torno a avisar."
"-Então não deves querer saber o bem que combina com a pele dela, e com os cabelos cacheados e soltos… Nem com a maquilhagem clarinha que ela escolheu…"
"-Pára Blaise! Eu não aguento mais!"
"-Eu pensava que gostavas da tua mulher…" – Comentou com um sorriso vendo a cara de desesperado do amigo.
"-Eu amo-a! E isso está a deixar-me louco. Quero-a de volta! Não quero ter de esperar mais não sei quantas horas! Não quero ter de esperar para ter a minha mulher de novo… Para poder tocá-la e…"
"-Sem detalhes sórdidos por favor!"
"-Como é que ela está?" – Perguntou ignorando a interrupção do amigo.
"-Como é que achas que ela está?"
"-Sei lá, porque achas que estou a perguntar!"
"-Ela está linda, perfeita, como tenho estado a dizer todo este tempo. E nervosa também… Ela está nervosa por demais."
"-Isso quer dizer que ela… ela não quer?"
"-Tu queres casar com ela?"
"-Não… o pedido de casamento foi só para disfarçar."
"-Pois então, ela, tal como tu, só está nervosa, apesar de tudo o que quer é casar contigo!"
"-Eu não estou nervoso!"
"-Claro que não. Mas eu acho que por não estares nervoso devias tentar calçar os sapatos ao contrário, talvez assim não tropeces quando a levares para o quarto…"
"-Seu idio…"
"-Não tens de quê Draco." – Cortou saindo do quarto no mesmo instante.
Sorriu pelo nervosismo do amigo. Nunca tinha visto o loiro assim, e tinha a certeza que demoraria bastante para que a cena se repetisse. Mal ele sabia que estava redondamente enganado.
O grande jardim estava quase vazio. Tinha sido assim a decisão dela e ele não pensara um segundo sequer em contrariá-la. Só queria vê-la feliz, quer o seu casamento se passasse no jardim da mansão ou em qualquer outro lugar do mundo.
Os Weasley olhavam para ele, meio expectantes meio desconfiados. Não estavam convencidos do que iria acontecer a seguir. Tinham aceite a decisão da caçula da família, praticamente sem contestar, mas isso não os impedia de duvidar de tudo aquilo. E aqueles olhares estavam a deixá-lo nervoso. Os olhares da família e amigos da ruiva e o sorriso irritante de Blaise.
"-Pára
de sorrir. Pareces um idiota."
"-Eu vou buscar a Sra. Helga.
Enquanto isso contêm-te!"
Draco revirou os olhos e observou o amigo a afastar-se. Já não bastavam os olhares dos Weasley, do Potter e da Granger, bem como alguns dos sócios da empresa, como agora também tentava lidar com o atraso dela.
"Como é que ela se pode atrasar? Nós estamos na mansão! Tudo o que ela tem de fazer é descer as escadas!"
"-Blaise… hum… tu podias…?"
"-Eu podia o quê?"
"-Podias ir ver da Ginevra?"
Blaise riu.
"-Deixa de ser idiota! Ela tem o direito a atrasar-se desta vez. Da ultima vez que vocês se casaram quase duelaram para ver quem entrava na sala primeiro, de tão pontuais que são."
Draco sorriu levemente. Lembrava-se perfeitamente desse dia.
«Era cedo, bastante cedo, porque ambos tinham uma série de reuniões e outros compromissos importantíssimos ao longo do dia.
Caminhou calmamente
pelo corredor, faltavam ainda alguns minutos para a hora marcada.
Porém, quando colocou a mão sobre o puxador da porta
para a abrir sentiu uma mão sobre a sua.
Ela. A
quase irritante mulher com quem estaria casado dentro de
minutos.
Teria largado o puxador e cedido a passagem se fosse
qualquer outra. Mas não a ela. Gostava de a ver irritada, e
das raras vezes que se encontravam em negócios ele não
perdia a oportunidade.
"-Perdeste a educação
Malfoy?"
"-Será que perdi Weasley?"
"-Pelo menos a
famosa expressão 'As Sras. primeiro'."
"-E correr
o risco de acabar casado e sem fortuna? Não obrigado."
"-Por
quem me tomas Malfoy? Se eu quisesse dar o golpe do baú
escolhia ao menos um marido atraente."
"-Isso é uma
provocação?"
"-Não. É
a simples realidade. Portanto não te preocupes. A única
alteração que a tua fortuna vai sofrer é um
aumento bastante substancial."
Olhou-a sarcástico, sem soltar o puxador. Era ridícula a situação em que estavam. Um Malfoy, vestido à executivo, completamente alinhado, a segurar o puxador duma porta insignificante como se fosse a coisa mais valiosa do mundo, e uma Weasley com a mão direita sobreposta à do dito Malfoy, sem se mover um milímetro sequer.
"-Vocês vão entrar na sala ou não?"
Eles voltaram-se, não assustados, mas bastante surpreendidos.
"-Zabini, o que fazes aqui?"
"-Só
vim verificar se os meus dois empresários favoritos já
estavam casados. O casamento ainda nem começou e vocês
já estão a discutir por um puxador de porta? Com
licença." – Afastou-os da porta e abriu-a – "Fácil
não? É só girar. Ginevra." – Fez sinal para
ela entrar na sala.
A ruiva olhou triunfante para Draco que aproveitou para entrar na sala.
"-Malfoy!"
"-Sim 'querida'?" – Disse com o tom mais sarcástico que ela alguma vez tinha ouvido.
Ela bufou irritada e sentou-se na cadeira. Só queria assinar os papéis e sair dali.
"-Isso é tudo felicidade de casar comigo?"
"-Felicidade? Mas tua achas que alguém seria feliz a casar contigo?"
"-Sarcasmo não te fica bem ruiva."
"-Tu és sempre assim tão convencido?"
"-Desta forma só quando me caso."
"-Não tens piada."
"-Não era para ter."
"-Deixa de ser irritante!"
"-Só se tu deixares de ser chata."
"-Tu chamaste-me chata?"
"-O casal é sempre assim apaixonado?"
Ginny olhou para o
homem, quase escandalizada e depois para Draco esperando uma resposta
dele.
"-Nãos vais dizer nada?" – Sussurrou irritada sem desviar os olhos do homem que os olhava divertidos.
"-O que raio queres que diga? 'Olhe nós só estamos aqui a casar porque nos odiamos mortalmente mas somos ricos'? É isso que queres que diga?"
"-O Sr. e a Sra. vão querer assinar os papéis agora ou depois da discussão?"
"-Agora!" –
Responderam ao mesmo tempo encarando-se irritados.»
Blaise tinha razão. Podia esperar. Uns minutos a mais, uns minutos a menos, que diferença faria? Não demorou muito para que um burburinho o despertasse dos seus pensamentos. Ali estava ela. E tinha de dar razão ao amigo, o vestido era lindo e nada lhe podia ficar melhor. A cena passou-se em frente aos seus olhos como se tivesse acontecido em câmara lenta. O sorriso dela era radiante, e exprimia pura felicidade. Também ele não conseguia deixar de sorrir. Todo aquele sentimento de insegurança tinha desaparecido, já não havia ansiedade, nem nervoso miudinho, apenas vontade de a tomar nos braços de uma vez por todas.
"-Já aqui estou…" – Sussurrou ao alcançar a mão dele.
"-Finalmente!"
Já não estava nervosa, todo o nervosismo tinha desaparecido quando os seus dedos se entrelaçaram nos dele.
"-Pensei que…"
"-O Sr. e a Sra. vão querer casar agora ou depois da conversa?"
Draco apertou mais a mão dela e sorriu-lhe.
"-Agora." –
Responderam ao mesmo tempo encarando-se com um sorriso radiante na
face.
"-Comecemos então…"
Voltou-se para Draco quando chegou o momento de trocar alianças. Porém, algo chamou a sua atenção.
"-Ginevra." – Chamou baixinho, para atrair a sua atenção, mas o olhar dela manteve-se fixo algures por cima do seu ombro.
Seguiu o olhar dela, lentamente, e desejou tê-lo feito mais cedo.
"-Quem é?" – Sussurrou num misto de indignação e irritação fixando mortalmente o homem loiro e sorridente ao fundo.
O burburinho tinha-se instalado. Todos teciam os mais variados comentários sobre quem seria aquele homem e o que faria ali.
"-O que não me causa arrepios, não me faz tremer, não me faz esperar por mais." – Respondeu com um sorriso encarando Draco.
"-O… o alemãozinho?" – Perguntou.
Não sabia dizer se ele estava surpreso, irritado ou simplesmente inseguro.
"-Eu estou aqui, não estou?" – Sussurrou passando a mão lentamente pela face dele.
Sorriu ainda mais ao ouvir o som da aliança que ele segurava a cair no chão. Ele baixou-se, embaraçado e pegou na aliança. Depois, lentamente e sob o olhar de todos os convidados, colocou-a no devido lugar. Ela fez o mesmo, sem nunca desviar os olhos dos dele. Depois beijou-o carinhosamente.
"-Estás sim ruiva, estás sim."
"-Queria ser o primeiro a felicitar-te."
Draco voltou-se só para ver o dono daquela irritante voz com um carregado sotaque alemão.
Abraçou a mulher no mesmo instante, fazendo com que as costas dela ficassem firmemente apoiadas no seu peito.
"-Niklas… como sabias que…"
"-Falei com a Sra.
Helga. Disse-lhe que precisava de te ver e ela falou-me do
casamento."
"-Era importante o que tinhas para me
dizer?"
"-Agora já não é."
"-Tenho a certeza que arranjará uma mulher à sua altura." – Disse Draco sem muita emoção além do sarcasmo – "A Ginevra, porém, já está casada. Muito bem casada. Duas vezes."
"-Tenho a certeza que
sim. Ginevra, foi um prazer conhecer-te. Berlim é uma cidade
grande, talvez nos encontre-mos lá um dia. Malfoy, invejo o
teu lugar."
"-Tu e os outros todos." – Sussurrou
sarcástico depois de ele aparatar – "Lembra-me para nunca
te levar a Berlim."
Ela riu e beijou-o fervorosamente, antes de ser interrompida pela sua mãe e os outros convidados.
Sentiu um trilho de beijos delicados do seu pescoço até ao seu ombro. Não abriu os olhos, adorava acordar assim, com as carícias delicadas dele. Porém, ao contrário do que acontecia nas outras manhãs, os beijos cessaram de repente.
Abriu os olhos no mesmo instante, espantada por não o encontrar ao seu lado. Na realidade, por não o encontrar no quarto. A única coisa que viu foi um bilhete dele em cima do travesseiro.
«Segue o trilho.»
"-'Segue o trilho'?" – Perguntou-se –"Mas que trilho?"
Levantou-se, e demorou para reparar nos pequenos bombons embrulhados em papel prateado que formavam um trilho para fora do quarto.
Ela seguiu o trilho, tal como dizia o bilhete dele, apanhando cada um dos bombons no caminho. Foi espantada que parou em frente à porta fechada do seu próprio escritório.
Abriu-a lentamente, só para descobrir a continuação do trilho de bombons e uma enorme pilha de relatórios em cima da sua secretária – pilha essa que ela desconhecia.
"-Draco?" – Chamou aproximando-se da secretária.
Foi quando o viu, sorridente, sentado atrás daquela pilha enorme de relatórios.
"-Draco, para quê tudo isto?"
"-Faz hoje um ano que estamos casados."
"-Teoricamente faz hoje três anos e um mês."
"-Três anos e um mês do primeiro casamento, um ano do segundo."
"-Mas isso não explica tudo isto." – Disse sentando-se no colo dele.
"-Eu apenas queria que pusesses todo o trabalho de parte…" – Disse conforme derrubava a grande pilha de relatórios e documentos importantes para o chão – "…e que ficasses todo o dia comigo."
"-Bastava teres pedido."
"-E perder uma oportunidade para te fazer sorrir logo pela manhã?"
Ela tremeu ao sentir as mãos dele nas suas coxas.
"-O que estás a fazer?"
"-O que te parece?" – Sussurrou de volta beijando-lhe o pescoço.
"-Mas aqui Draco?"
"-Não me digas que nunca te deu vontade de experimentar esta secretária?" – Perguntou com um sorriso maldoso deitando-a sobre a secretária.
"-Talvez a ideia já me tenha passado pela cabeça uma ou outra vez…"
Ele beijou-lhe lentamente o pescoço enquanto desabotoava os botões da camisa negra que ela vestia.
"-Adoro quando vestes as minhas camisas." – Sussurrou-lhe ao ouvido.
"-Eu sei…"
O toque dele era lento, suave, como se quisesse aproveitar o momento. No entanto o beijo que trocavam era fervoroso, apaixonado, sedento.
"-Draco…" – Sussurrou ansiosa fazendo-o rir.
"-Sim eu sei, mais depressa." – Disse num tom óbvio despindo as calças no mesmo instante.
Ela gemeu baixo ao sentir as mordidas dele no seu pescoço. Traçou as pernas em torno da cintura do loiro, tudo o que queria era senti-lo perto, o toque dele e os beijos quentes.
Ele só precisou de outro gemido dela para se livrar das peças de roupa que os separavam.
Os dedos entrelaçados, as respirações aceleradas, os beijos quentes, tudo contribuiu para o prazer que sentiram naquele momento. Draco gemeu algo ao seu ouvido, algo que a fez tremer ainda mais.
Os dedos de uma das suas mãos continuavam entrelaçados numa das mãos dele enquanto a outra brincava com os cabelos loiros dele.
"-Estou ansioso para que cresça.." – Murmurou passando a mão no ventre dela.
"-O quê?" – Perguntou confusa.
"-Mal posso esperar para que fiques grávida. Quero um filho teu… O que foi?" – Perguntou quando ela se levantou.
"-Eu não quero um filho." – Respondeu enquanto se vestia.
"-Ora porque não? Ia ser perfeito Ginevra!"
"-Mas eu não quero! Eu tenho uma carreira Draco! Uma empresa que mal tempo me dá para vir a casa."
"-O Blaise podia tomar conta de tudo, eu podia tomar conta de tudo!"
"-Não Draco. Apenas não." – Disse irritada saindo do escritório.
Ele vestiu-se o mais rápido que conseguiu e foi atrás dela. O último relance que teve dela foi à entrada do banheiro do quarto de casal.
"-Ginevra." – Chamou encostado à porta.
"-Deixa-me Draco! Eu não quero falar!"
"-Não sejas assim. Estávamos só a conversar."
"-Eu não quero falar mais desse assunto e pronto."
"-Mas princesa…"
"-Vai embora!"
Ele tentou abrir a porta mas sem sucesso.
"-Sai daí amor… por favor…"
Ela não saiu. Não nesse momento, não nos que se seguiram.
"-Ginevra…" – Chamou encostado à porta – "-Ginevra, vamos parar com isto… Eu não quero discutir contigo, eu não te quero ver infeliz. Por favor ruiva… sai daí."
"-Desiste Draco."
"-Não vou desistir. Não vou desistir de ti. Sabes que te amo, não sabes? Então também sabes que não vou arredar pé desta porta enquanto tu não saíres e me desculpares."
Ela saiu do banheiro com aquela cara de 'Oh que fofo' e abraçou-o.
"-Eu só não quero agora…"
– Sussurrou-lhe olhando-o nos olhos – "Entendes, não
entendes?"
"-Eu entendo ruiva… Eu não te queria
chatear com este assunto. Desculpas-me?"
"-Não há
nada que desculpar meu amor."
Uma coruja piou alto do lado de fora da janela.
"-Deixa
que eu vou." – Caminhou até à janela e pegou o
sobrescrito que o animal carregava – "Ginevra, é para
ti."
"-Sra. e Sr. Malfoy…" – Começou a ler –
"Era com gosto, blá blá blá, baile anual de
beneficência, blá blá, Sexta-feira, blá
blá blá, anfitrião, blá blá,
Niklas Müller, blá blá blá."
"Aquele alemãozinho não desiste? Já não bastava a desagradável aparição o ano passado?"
"-Era um convite para o baile de beneficência. Recebemos uns todos os anos. Este ano calhou ser ele o anfitrião."
"-Fazes questão de ir?"
"-Só se fores comigo."
"-Ias ficar feliz se fossemos, não ias?" – Ela abriu um grande sorriso e passou os braços em torno do pescoço dele – "Vamos ao baile então."
"-Deixa que eu faço isso." – Murmurou ao ouvido dela.
"-Não estás a ajudar." – Respondeu ao sentir os beijos dele ao longo do seu pescoço e ombros.
"-Estou a apertar o fecho do vestido." – Comentou voltando a abrir o fecho.
"-Draco…" – Sussurrou ao sentir os beijos dele nas suas costas.
"-Já parei, já parei…" –Pegou não mão dela e fê-la girar – "Temos mesmo de ir? Queria ficar contigo, tirar-te esse vestido e…"
"-E fica para depois do baile."
"-Vou cobrar."
"-Não esperava menos de um Malfoy."
"-Um Malfoy apaixonado por uma Weasley." – Corrigiu fazendo-a sorrir.
"-Vamos agora Draco, se não eu vou perder a vontade."
"-Uma hora. Nem um minuto a mais."
"-Três horas."
"-Duas horas e cinquenta e não se fala mais nisso."
"-Feito. E deixe que lhe diga Sr. Malfoy…"- Começou pegando na mão dele – "…as suas artes de negociação já estiveram melhor."
"-Não abuse Sra. Malfoy, não abuse." – Respondeu num sorriso aparatando no grande salão onde decorreria o baile.
"-Uh!" – Sussurrou impressionada com o ambiente do salão.
"-Grande coisa. Organizo um destes a qualquer altura. É só pedires."
Ela sorriu. Ele estava inseguro, irritadiço e muito, muito ciumento.
"-Eu não preciso de bailes destes. Só de uma música calminha para dançar abraçada a ti."
Ele sorriu confiante e abraçou-a pela cintura. Segundos depois entendeu o motivo do súbito abraço. Niklas caminhava na sua direcção.
"-Ginevra, Malfoy."
"-Niklas." – Cumprimentou sorridente abraçando-o.
Era capaz de jurar que tinha sentido a mão de Draco a apertar com mais força a sua cintura.
"-Ginevra, estás cada vez mais bonita." – Ela notou o sorrido dele, directamente para Draco, para o provocar – "Quero que conheças uma pessoa."
Uma mulher bonita aproximou-se deles. Tinha uns longos cabelos negros e uns olhos muito brilhantes. Ela sorriu e abraçou-se a Niklas.
"-Julliet, apresento-te a Ginevra e o Draco Malfoy."
"-Muito prazer."
"-A Julliet é a minha noiva." – Esclareceu beijando os lábios dela rapidamente.
"-O Niklas é realmente um homem… bom. Não há muitos como ele." – Disse obtendo a concordância da morena e um riso sarcástico do loiro.
"-Ginevra, o Blaise está a acenar-nos do outro lado do salão. Devemos ir."
"-Onde?"
"-Vem comigo."
"-Até depois Niklas, Julliet." – Deixou-se levar por Draco pelo meio dos convidados "-Onde está ele afinal?"
"-'Não há muitos como ele'?"
"-Deixa de ser ciumento Draco." – Murmurou ao sentir os braços dele a envolverem a sua cintura, em posição de dança.
"-Não estou a ser ciumento. Aquela tal de Julliet é que não merecia um alemãozinho assim."
"-E porque não? O Niklas é…"
"-O que importa esse alemãozinho agora?"
"-Nada meu amor." – Respondeu suavemente fazendo-o sorrir.
Ela caminhou pela sala e deitou-se no sofá, de frente para ele.
"-Estava com saudades." – Murmurou beijando os lábios dela.
"-Eu também." – Respondeu vagamente mexendo nas madeixas loiras.
"-A viagem foi boa?"
"-Foi de negócios."
"-O que se passa ruiva?" – Perguntou abraçando-a com mais força, os dois corpos aninhados no sofá, em frente da lareira acesa.
"-Nada." – Respondeu afundando a face no ombro dele.
"-Correu alguma coisa mal na viagem? Na empresa? Eu posso resolver se…"
"-Não foi nada na empresa."
"-Foi o Blaise?"
"-Não! Que ideia."
"-Então ruiva? Estou a ficar preocupado."
"-Não foi nada."
Ele afastou-se ligeiramente dela e passou a mão no queixo dela, encarando-a.
"-Sabes que eu estou aqui, não sabes?"
"-Eu sei mas…"
"-Nós falamos depois…"
Ela suspirou e voltou a enterrar a face no ombro dele. Vários minutos depois ele ouviu um sussurro, um sussurro que o fez despertar instantaneamente.
"-Não há forma romântica de dizer isto mas…estou grávida."
Fim do Capítulo 7
N/A:
Desculpem-me por ser uma autora tão relapsa… eu juro que não queria ter ficado mais de 2 meses sem actualizar… mas realmente fugiu do meu controlo… Não conseguia escrever a n/a nem os agradecimentos… Não sei o que me deu… Mas bem, agora estou de volta e espero que me perdoem P E que não desistam de esperar pelo próximo e último capítulo desta série… Que eu espero só demorar uma semana a actualizar… Beijos!
10/09/2006
