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CAPÍTULO 3 – MENTES EM FRAGMENTOS, CORAÇÕES CONFUSOS.
De volta a Casa de Virgem, Shaka tirou com cuidado sua armadura, deixou-se cair no tapete do salão principal. – Uma triste lembrança veio a sua mente: Kamus. Ele se fora. – Suicida idiota, falou baixo. – Kamus agira de modo tão passional em relação a Hyoga que dera sua vida para que seu pupilo tocasse o sétimo sentido – Kamus, havia formas mais fáceis de se conseguir isso – Resmungou, ainda não aceitando a morte do amigo e amante.
Tudo havia começado quando Kamus assumiu a Casa de Aquário, pouco tempo depois da nomeação de Shaka. Durante vários anos ambos haviam lutado para esconder a atração que sentiam um pelo outro.
Nem mesmo os costumes dos cavaleiros, herdados da educação clássica grega conseguiram amenizar a teimosia de ambos em aceitar que aquilo que sentiam um pelo outro era muito mais do que atração física.
Homens relacionar-se com homens era uma prática comum na Grécia do século V antes de Cristo. As relações com mulheres eram meramente para perpetuação da espécie, enquanto eles acreditavam que o amor verdadeiro poderia existir apenas entre iguais: um homem amando outro homem. Não, Shaka não desprezava as mulheres, apenas não conseguia se sentir atraído por elas.
Os séculos se passaram e tais costumes foram sendo relegados a periferia da sociedade chegando ao ponto de serem vistos como pecaminosos, errados. Sem dúvida, Kamus fora bastante influenciado em sua educação antes de se tornar um cavaleiro de ouro. Aliado a isso havia sua intensa e absoluta máscara social. Qualquer observador menos atento pensaria que o homem era um iceberg. Kamus aparentava ser uma pedra de gelo, mas isso era uma mera defesa.
Shaka conseguira enxergar o verdadeiro Kamus por baixo daquelas artimanhas, e isso, fora capaz de arrancar um dos poucos sorrisos que Shaka já sentira em Kamus. Depois que vencera a resistência inicial do Cavaleiro de Aquário, passaram a viver um longo, secreto e intenso romance. Nesse ponto ambos concordavam que deveriam manter segredo, dado que não estavam dispostos a ver sua intimidade escancarada pelo Santuário afora. Pelo visto, aparentemente foram bem sucedidos.
O que ele tentava entender agora, era essa estranha atração por Aioria. E o pior, exatamente agora que Aioria estava abrindo os olhos para Marin. – Deve ser a proximidade de nossas casas... – Não seja ingênuo, Shaka. – Falou em voz alta.
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Marin teve dificuldade em pegar no sono naquela noite. Ela havia exagerado em suas brincadeiras com Aioria. – Será que ele me percebeu como mulher? Espero que sim... Não gostaria de apelar como Shina fez com Seiya... – Pensamento egoísta, Marin! Pare com isso... Dizia para si mesma.
Marin não era nenhuma menina tola, pelo contrário, era uma mulher decidida, sabia o queria. Há anos ela classificara Aioria como "inalcançável". Há vários anos ela se realizara apenas com um olhar admirado, um sorriso que ele lhe dirigisse e continuara sua vida, tendo um ou outro encontro com algum homem que lhe interessasse, mas não durava muito tempo. Aioria sempre tomava seus pensamentos e ela se odiava por isso.
Muito de sua garra para se destacar como Amazona, adveio do desejo de que Aioria a notasse. Sim, ele a notava, como Amazona. Isso era tão claro como o céu da Grécia. – Não tenho chances com Aioria... Ele será sempre egoísta com os olhos voltados para sua própria tristeza e dor... Nunca se dará uma chance de viver, de amar...
Por anos a fio e o fato dele não a perceber como mulher vinha irritando-a a tal ponto que ela "estourou" poucas horas antes. – Acho melhor abortar essa brincadeira agora, antes que eu me machuque...Mas eu não vou saber se é recíproco se não tentar... – Ela sentira algo diferente vindo de Aioria, mas seria mesmo? Ou ela queria que dessa vez fosse "diferente"?
As regras de Atena para as Amazonas eram bastante claras, e Marin as seguia com fervor, uma dedicação exemplar, a tal ponto que atraia a inveja de suas poucas companheiras e até mesmo de cavaleiros dentro do Santuário. – Envolver-me com Aioria está completamente fora de cogitação. – Afirmou para si. No entanto, não sentia convicção em seus pensamentos, não conteve uma lágrima furtiva que deslizou pesadamente em seu rosto. Aquela lágrima foi seguida de outra e... Outra... Quando deu por si, Marin estava mergulhada num choro tão profundo quanto dolorido.
Era uma Amazona no Santuário, mas nas ruas de Atenas... Ninguém nunca diria que aquela bela e exótica oriental era uma guerreira. Sentia-se livre para ter uma segunda vida, uma vida que seus companheiros de batalha ignoravam completamente.
No pouco tempo em que se ausentava do santuário, Marin mantinha um pequeno quarto que usava como ateliê num bairro periférico de Atenas, conhecido por abrigar artesãos, pintores e escultores. Marin se deliciava ao caminhar entre os ateliês e aquilo lhe inspirara em desenvolver um dom que ela não julgava possuir: pintar. E ficara impressionada como dominava os pinceis – Se Shaka, tivesse conhecimento disso, diria que era herança de suas vidas passadas – Pensou.
Pintando em seu minúsculo quarto ao menos por um ou dois dias não pensava no "efeito Aioria", era simplesmente... Marin. Quem via suas pinturas impressionava-se tamanha a beleza e perfeição dos corpos que ela sem pressa alguma retratava. Corpos inspirados em Aioria.
Diziam se tratar de verdadeiros Deuses da mitologia grega usando reluzentes armaduras em cenas de combate tão vivas que tornaram Marin bastante conhecida entre os pintores do bairro. Foi então que as pessoas começam a comprar suas telas, e ela, sem apego material nenhum vendia por valores irrisórios. Valores que eram suficientes para manter seu pequeno refúgio.
Era uma válvula de escape, mas... Não estava conseguindo manter esse "luxo" desde que começaram as lutas dentro do Santuário. Era como se Marin vivesse entre dois mundos, mas não pertencesse a nenhum deles... Sentia falta de seu cantinho... Tão logo soubesse o que Atena queria com ela, tentaria passar ao menos um dia em Atenas.
Finalmente, depois de lutar consigo, Marin caiu num sono profundo, permeado de sonhos ou melhor dizendo um desagradável pesadelo: Aioria... Alto, com sua bronzeada e intensos olhos verdes a pressionava contra uma parece enquanto arrancava-lhe a máscara jogando-a longe, ele estava com muita, muita raiva.
Estava chocada com a violenta necessidade de entregar-se. Mas parecia que ele estava mais interessado em puni-la do que em amá-la. Ele dizia coisas horríveis, ao mesmo tempo em que ela sentia toda a masculinidade daquele homem pulsando contra seu corpo.
Cada célula ardia clamando por Aioria, mas ele não a queria. – Marin acordou suada. Fazia muito tempo que não tinha um sonho tão paradoxal e isso a atingira em cheio... Começou a soluçar baixinho, aliviada em saber que a rejeição de Aioria fora um pesadelo.
Não sabia se teria coragem para levar adiante seu plano, iria arriscar, mas antes precisava ter uma séria conversa com... Milo. – Levantou-se em um salto, vestindo sua armadura – Preciso falar com Milo, agora. – Saindo de sua cabana, olhou para as estrelas tentando ler as horas. – Céus, já está quase amanhecendo! Preciso correr.
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Saori Kido despiu-se apressadamente. – Preciso urgentemente de um banho. – Cansada, se entregou à água de forma tão abandonada que por alguns segundos encontrou a paz que não sentia há meses. Uma leve dor no peito a trouxe de volta a realidade. Olhou através da água para o local onde a flecha lançada por Sagita deixara uma cicatriz considerável. Com tristeza lembrou-se do sofrimento que vivera na luta para retomar o Santuário. Tão logo reconquistara seu Templo, houve Hilda de Polaris, houve Poseidon.
– Não devo ter medo. – falou para si mesma. – Céus, é difícil interpretar a alma de Atena, a essência da Deusa da Justiça é meu maior desafio! – Por mais que eu tente entender, ter uma essência divina em meu corpo, inquieta meu espírito. Atena esteja comigo na audiência, amanhã, por favor. Farei o que você ordenou, mas não deixe-me parecer fraca diante dos Cavaleiros que servem em teu nome. – Falou baixo, quase em um sussurro enquanto suas lágrimas se misturavam à água que banhava seu corpo mortal.
O tempo todo, Saori precisava transparecer calma, serenidade, aquela era a imagem de Atena, e ela não iria decepcionar a Deusa que a escolhera para trazer justiça ao mundo. Depois de tanto tempo, finalmente veria Seiya. Ao pensar no cavaleiro de Pegasus, seu coração acelerou. – Isso não pode acontecer, não posso me entregar a meus desejos, aos desejos de meu corpo.
Saori pensou em como teria sido bom se a flecha que um dia estivera em seu peito tivesse o poder de lhe arrancar os sentimentos. Os sentimentos tão humanos que tinha.
– Saori, são teus sentimentos que te dão força, são eles que me fazem não esquecer de que a Humanidade precisa de minha justiça. São esses sentimentos que me aproximam dos Homens. Não lute contra o amor e a dor, apenas saiba que sacrifícios são necessários para mim, para você. – Sussurrou docemente em sua mente a alma de Atena.
Atena tinha razão. – Enquanto preparava-se para um longo dia, Saori lançou um longo olhar para as estrelas. – Não canso de me surpreender com a beleza do céu da Grécia, chove tão pouco aqui... As noites são tão límpidas, sempre convidando-me à meditação... – E ela mergulhou em profunda reflexão... Paz... Naquele momento, ocorria a fusão entre sua alma e Atena: uma mulher e uma Deusa vivendo no mesmo corpo. A sensação de divindade tomou conta de Saori e ela desligou-se completamente dos problemas da Terra, dedicando-se aos problemas da Deusa.
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Aioria respirou fundo... A brisa fresca daquele início de outono era deveras reconfortante. Lentamente caminhou em direção ao sol que nasceria em breve. – O que será que Atena deseja comigo? – Não conseguira pregar os olhos na noite anterior. O fato de Atena tê-lo convocado dentro das mais rígidas normas do Santuário inquietava seu espírito. – As coisas aqui não são mais como antes... – Pensou o bravo cavaleiro.
Saga. Hilda. Poseidon... Em tão pouco tempo, uma seqüência homérica de problemas ameaçaram a paz na Terra e como conseqüência, o Santuário ficara em segundo plano, não houvera tempo hábil para que Atena cuidasse do que Aioria chamava secretamente de "burocracia inútil".
Por mais que ele fosse contra cerimônias e regras de etiqueta , era necessário que a ordem milenar estabelecida pelo Santuário no passado, retornasse. – Como Atena fará isso? Estaria Saori Kido pronta para seguir os ditos da Deusa que vivia em seu corpo? – Aioria esperava do fundo de seu coração que sim. Acreditava que apesar de sua juventude, Saori saberia o que fazer.
- Posso enfrentar qualquer Deus, mas será difícil lidar com Marin daqui em diante! Sussurrou enquanto voltava-se para o interior da Casa de Leão tencionado vestir sua armadura dourada. – Vou honrar Atena como prometi. Falou enquanto admirava a armadura que tão arduamente conquistara. – Concentre-se, Aioria. Dizia enquanto vestia a armadura.
- Por quê você está tão preocupado com seu cabelo? Diabos, quero parecer o melhor que eu puder diante da Deusa de minha devoção, oras. Bem, mas seria bastante agradável encontrar Marin no caminho... Concentre-se, Aioria!
Após vestir-se, dirigiu-se para a área externa, voltada para a Casa de Virgem. – Shaka estava muito estranho ontem a noite. – Enquanto rememorava os acontecimentos da noite anterior, um perfil feminino ao longe, tentando passar-se desapercebido tomava um estreito atalho que levava diretamente a Casa de...
- ESCORPIÃO? – Gritou Aioria, surpreso. Ao dar-se conta de que poderia chamar a atenção de Shaka, voltou-se para a área interna de sua casa. - O que Marin quer com Milo? – Ele sentiu uma pontada de um sentimento egoísta, algo que ele, nunca, nunca havia sentido em sua existência.
- Isso é ciúme, Aioria. – Disse Shaka enquanto entrava na Casa de Leão – Quando o ciúme toma conta de você, a linha divisória entre imaginação, fantasia, crença e certeza freqüentemente se torna vaga e imprecisa. No ciúme as dúvidas podem se transformar em idéias supervalorizadas ou francamente delirantes.
- Não estou gostando do rumo de nossas conversas, Shaka. – Falou um alterado Aioria.
- São nossas conversas que você não está apreciando ou... São os sentimentos dentro de você? – Completou com astúcia o Cavaleiro de Virgem.
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Milo estava no décimo quinto sono quando sentiu a aproximação de Marin. – O que ela quer comigo tão tarde? Melhor dizendo... Tão cedo... Melhor eu me colocar de forma apresentável, antes que ela chegue.
Ele sentou-se completamente nu na borda de sua king size. Lentamente espreguiçou-se sentindo os ossos de seu corpo estalando. Milo vestiu seu roupão de seda azul marinho e dirigiu-se a sala de banhos.
Ao entrar no seu ambiente preferido olhou-se diante do espelho. Começou a contar pela centésima vez as cicatrizes de batalha que ganhara ao lutar contra Hyoga – Sorte de Principiante – Murmurou enquanto preparava-se para escovar os dentes, lavou o rosto, e lentamente penteou suas longas madeixas de um tom indecifrável de azul, tão indecifrável quanto seus olhos.
Como uma fera ciente de seu poder de atração sob quaisquer pessoas que cruzassem seu caminho, Milo dirigiu-se ao closet anexado a sua requintada sala de banhos. Decidiu-se por uma camiseta regata branca que colocavam em evidência os esculturais músculos do amplo peitoral e para completar destacava seus braços divinamente esculpidos por anos e anos de treinamento e batalhas.
- Marin gosta de vermelho... – Sussurrou enquanto separava uma sexy cueca Calvin Klein em tom vermelho. Vestiu-a e pensou em qual seria a reação de Marin quando visse sua mais nova aquisição. Deixou o roupão de lado e caminhou em direção ao salão principal da ala residencial da Casa de Escorpião, acabara de sentir que Marin dentro de sua Casa.
Tentando ser o mais silenciosa possível, Marin finalmente conseguiu respirar ao pisar no salão principal da Casa de Milo. Mal havia adentrado o recinto, sentiu a aproximação daquela presença magnética... Milo estava chegando. Ela deixou a máscara cair no chão quando viu aquela perfeição em forma de homem, vestida da forma tão sexy caminhar em sua direção como se nada mais existisse no mundo. Milo olhava profundamente em seu rosto, enquanto a despia com o olhar.
- Nunca vou me acostumar com isso, Milo... – Sussurrou, tentando quebrar aquela tensão sexual que existia entre os dois.
- Se você se acostumar, nós terminamos. – Falou, ao parar há menos de um metros de Marin. – Mas que surpresa agradável, recebe-la antes do sol nascer... Pena que hoje não temos muito tempo... Tenho que responder ao chamado de Atena, Marin. Se tivermos que fazer algo será rápido, tenho algumas idéias que você talvez aprecie...
Sorriu com aquela deliciosa malícia que lhe era peculiar enquanto segurava Marin pela cintura. Percebeu que ela queria falar alguma coisa, mas calou-a com um beijo cinematográfico.
Marin sentiu seus hormônios comandarem seu corpo e toda e qualquer razão apagar-se diante do homem que a tomara nos braços. Era incrível o poder de persuasão que envolvia Milo, como ele fazia com que tudo fosse tão natural entre eles... Naquele momento eram apenas um homem e uma mulher entregues um ao outro com tanto fervor... – Mas o que ela tinha que fazer ali, mesmo?
– Milo, pare um pouco – Tentou se desvencilhar da boca que avidamente buscava a sua. – Força de vontade, Marin, vamos, use sua força de vontade! Ela lutava contra os hormônios que a tomavam.
– Hum... Já sei... Você quer algo mais "selvagem" hoje? – Perguntou ele, mais interessado em tirar a armadura dela do quê em ouvi-la. – Adoro suas sardas, sabe? Elas me deixam louco... – Sussurrou em seu pescoço provocando arrepios em Marin.
- Milo, preciso conversar com você, é um assunto sério! – Falou, se esforçando para usar um tom mais frio com ele.
- O que pode ser mais sério do que minha admiração por suas sardas? – Respondeu ele, afastando os lábios de seu pescoço.
- Acontece, Milo... Que aquilo que eu estou esperando há tantos anos... Acho que vai acontecer!
- O QUÊ? – Quase gritou um surpreso Milo se afastando de Marin. – Sou todo ouvidos! – Disse enquanto se sentava em algumas almofadas postas a um canto do imenso salão. – Sente-se Marin, temos muito o que conversar então. Sorriu indicando então um lugar para que ela também se sentasse.
Marin, arrumou a armadura que Milo quase tirara e sorriu para ele. – Obrigada, Milo. Você sabe o quanto isso é importante para mim. E então Marin despejou todos os acontecimentos da noite diante de um Milo que no final da narrativa estava boquiaberto.
- Marin, sem dúvida Aioria abriu os olhos para você. Agora... Você tem que agir com muita, muita calma. Aioria é orgulhoso demais, você sabe. – E tapado, por nunca ter percebido o quanto você o ama – Pensou Milo.
- Eu sei, Milo... Por isso não sei o que fazer daqui pra frente. Com tantos homens no mundo, por quê tinha que ser justo ele a tomar conta de meu coração? – Falou com tristeza já sentindo lágrimas se formarem em seus olhos castanhos claros levemente puxados.
- Marin... – Sussurrou Milo enquanto admirava a beleza exótica daquela oriental cujos olhos enchiam-se de lágrimas. Ela não era apenas bonita, mas uma das mulheres mais lindas que Milo já vira em sua vida: uma combinação dos melhores atributos do ocidente e do oriente. E olhe que ele entendia (e muito) de mulheres e homens. Não passava uma noite sem ter alguém em seu leito, seu desejo era insaciável, incontrolável. As vezes Milo sentia raiva de si mesmo por se deixar levar pelos prazeres do corpo, mas querendo ou não... Eram sua consolação para fugir de seus verdadeiros sentimentos.
Embora entregar-se a luxuria fosse parte de seu complexo carma, Milo esperava secretamente que isso um dia acabasse e ele pertencesse apenas a uma pessoa. E fora ao sentir essa agonia de amar sem ser amado que ele e Marin se aproximaram. Ela apaixonada por Aioria, ele apaixonado por Shaka.
Milo sentiu a dor da rejeição: Shaka nunca lhe dera a menor atenção como homem, embora o relacionamento de ambos como cavaleiros fosse aquele esperado entre os de sua estirpe. Doía ainda mais em Milo saber que embora Shaka tentasse esconder, vivera algo bem intenso com Kamus. Depois da morte de Kamus então... Milo sentiu Shaka se distanciar ainda mais... A morte do Cavaleiro de Aquário fora um duro golpe em Shaka.
- Marin... Para começar... Embora doa muito meu coração... Se você quer conquistar o Leão, não podemos mais ficar, bem, você sabe... Como homem e mulher. – Disse completamente sem graça, colocando uma almofada em frente ao corpo para conter sua sexualidade.
Marin sorriu enquanto limpava uma lágrima. – Milo... Você não existe! Era sobre isso que eu vinha conversar com você. Pensei que você ficaria com raiva de mim, por querer terminar com os nossos... Encontros. – Respondeu um pouco embaraçada quando percebeu que ele procurava esconder a cueca sexy que usava.
- Eu ficaria com raiva se atrapalhasse alguma chance de você conquistar aquele cabeça dura que é Aioria. Não me conformo, Marin! – Disse Milo colocando-se de pé. – Como ele pode ser tão cego?
- Faço a mesma pergunta em relação a Shaka e você, Milo... – Sussurrou colocando a máscara. – Tenho que ir, creio que todos iriam comentar se eu aparecesse na sala de Atena sem subir as 12 casas... Obrigada, Milo, obrigada por tudo.
Milo limitou-se a fazer aquilo que modéstia a parte, ele fazia de melhor: sorrir. Enquanto Marin se afastava, ele sentiu a tristeza tomar seu coração e seu cálido sorriso tornou-se triste até que seu rosto se fechou e ele sentiu uma ardência nos olhos.
Querendo ou não a Amazona de Águia havia ganho um lugar cativo em seu coração. Ele não sabia dizer ao certo o que acontecia, mas ao menos quando estava com Marin, ele não pensava em Shaka.Ele sabia que o coração da Amazona pertencia ao cabeça dura de Leão. – Não vou chorar. – Afirmou, sentindo seu coração dilacerado. Virou-se rumo a seus aposentos, precisava se preparar para a audiência com Atena.
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Quando o sol estava nascendo, Aioria e Shaka viram uma apressada sombra deixar a Casa de Escorpião pelo atalho que era usado exclusivamente pelo seu Guardião.
- Ele ensinou o caminho para ela. – Falou cerrando os dentes, um enciumado Leão.
- Marin sempre visita Milo, Aioria. Ao menos eu já a vi saindo e entrando na Casa de Escorpião na calada da noite... – Como o Leão ficara em silêncio... – Várias vezes. – Completou.
- Como eu fui idiota! – Respondeu Aioria colocando a mão na cabeça inconformado. – Pensei que Marin sentisse algo por mim, algo mais do que nosso relacionamento de cavaleiro e amazona... Eu estava enganado. Obrigado por fazer-me companhia, Shaka, agradeceu Aioria enquanto viam a sombra de Marin desaparecer no horizonte.
- Você sabe como Milo é, Aioria... Um garanhão. – Shaka falou com certo tom de antipatia. – Ele só pensa em sexo e acredite não é só Marin que o visita! – E o Cavaleiro de Virgem foi bem enfático, surpreendendo Aioria.
Aioria pensou ter percebido uma ponta de... Ciúme em Shaka. – Impressão minha, aliás eu só tenho tido impressões erradas! – Pensou enquanto o Cavaleiro de Virgem subia lentamente as escadas rumo a sua própria Casa.
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Ficou um capítulo bem longo esse! É que eu ainda nem comecei a chegar nas partes legais da história, estou dando ênfase a algo que eu considero muito importante: ambientação. Não me matem por isso, ok?
Casais: desculpe decepcionar muitas das minhas amigas, mas quero trabalhar alguns casais não tão ortodoxos em Saint Seiya e como vocês poderão ver alguns bem tradicionais, mas não sem antes faze-los comer o pão que Atena amassou! ;P
Gostaria de manter um clima de romance, mas como boa nativa de Peixes que sou, acredito que TODO mundo tem direito de cometer erros, se enganar, se arrepender e finalmente ser... Feliz!
Obrigada de coração as reviews que recebi! Responderei TODAS, podem ter certeza! Incrível como uma review dá forças pra gente escrever!
