Se preparem que esse capítulo será longo! De todos que escrevi até agora esse pode ser considerado o mais importante. Os anteriores foram um aquecimento para desenferrujar minhas mãos!
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CAPÍTULO 4 – O INICIO DE UMA NOVA ERA E OS FANTASMAS DO PASSADO.
A Casa de Áries amanheceu em polvorosa. Mú e Shiryu foram os primeiros a acordar. Silenciosamente Shiryu dirigiu-se para seu quarto enquanto Mú vigiava os corredores para se assegurar de que ninguém os apanharia de surpresa.
Assim que Shiryu entrou em seu quarto, correu para a cama e fez de conta que estava dormindo. Pouco depois Kiki o chamou para o café da manhã. Com cara de quem não havia dormido nada (ou muito mal), foi tomar café com seus companheiros de bronze.
Seiya estava com cara de poucos amigos naquela manhã. Sem nenhum entusiasmo contou o incidente ocorrido com Marin na noite anterior. Seus amigos ficaram tocados com a tristeza do Pegasus e prometeram ajuda-lo a encontrar sua irmã, tão logo Atena os dispensasse.
- Vamos terminar logo esse café e vestir as armaduras, Atena nos espera, cavaleiros! – Falou de forma bastante animada Mú cujo rosto denunciava não haver fechado os olhos na noite anterior. – Praticamente em um salto todos deixaram a cozinha da ala residencial da Casa de Áries para se preparem.
Rapidamente os cavaleiros de bronze se vestiram e foram até o salão principal esperar por seu anfitrião. Mú não tardou em aparecer em sua brilhante e impecável armadura. – Todos prontos? – Ao receber um sonoro "SIM" – Completou – Vamos subir! – E caminharam em direção a Casa de Touro.
- Esperem por mim! – Ouviram ao longe uma suave e delicada voz. – Imediatamente reconheceram a figura da Amazona de Águia correndo para alcança-los.
- Bom dia, Cavaleiros. – Falou em tom sério. – Mú de Áries, Atena me convocou, peço passagem por sua casa.
- Se Atena a convoca, Marin de Águia, não sou eu que a impedirei de atender ao seu chamado. – Falou com cerimônia enquanto fazia uma mesura para cumprimenta-la. Ao terminar seu cerimonioso gesto, Mú se deparou com quatro caras de interrogação ao seu lado. – Cavaleiros, essa é a forma correta de atender um chamado de Atena e passar pelas 12 casas que guardam o templo de Atena.
Ouviu-se então todo um burburinho e eles explodiram numa sonora risada. Começaram a conversar sobre a maneira como eles subiram num passado não muito distante aquele labirinto de escadas. Passaram pela Casa de Touro e repetiram com Aldebaran o ritual que Mú e Marin lhes ensinara e o cavaleiro de Touro os acompanhou. Em Gêmeos e Câncer sentiram calafrios ao transpor o salão principal.
Chegaram na Casa de Leão. Marin pode sentir seu estômago se revirar ante o nervosismo de ver Aioria. Ao terminarem de subir os degraus que levavam ao salão principal da Casa de Leão, depararam-se com Aioria encostado em uma das colunas. Ele estava impecavelmente vestindo toda a armadura de Leão e mesmo relaxado, podia-se perceber um leve brilho dourado a envolve-lo.
- Finalmente chegaram! – Disse Aioria sem se mover. – Pensei que haviam se empanturrado de comida na casa de Mú e não conseguiriam subir as escadas! – Disse em um tom bem humorado.
- Aioria! Você sabia que nós viríamos? – Perguntou surpreso, Seiya.
- Claro que sim. Eu sou bem informado, amigos. – E ao terminar essas palavras, olhou diretamente para a máscara da amazona. – Acreditem, eu consigo ver e saber das coisas no tempo real em que elas acontecem, difícil esconder algo de mim, ainda mais por que estou bem ao lado de Shaka, a harpia das 12 casas! Ou então eu deveria atribuir esse papel de harpia a você, Mú? – Terminou Aioria tentando relaxar.
- Aioria, você deveria medir as suas palavras, caso contrário, poderá arrumar encrenca algum dia. – Respondeu Mú, rindo.
- Meu sobrenome é encrenca, Mú! – Respondeu, olhando para Marin, enquanto ela fazia olhava pro vazio e chutava algumas pedras próximas à escada. – Todos riram da afirmação de Aioria.
Seguiram rumo a Casa de Virgem. Marin deixou-se caminhar bem atrás dos cavaleiros de bronze que conversam animadamente enquanto Mú e Aioria seguiam na frente, trocando eventuais palavras que Marin não conseguiu distinguir.
Ela percebeu que Aioria estava definitivamente tenso e ácido. Parecia o jovem Aioria que vivia pelos cantos do Santuário, sem querer ver ou falar com ninguém pouco tempo depois da morte de Aiolos. Faziam anos que ela não o via assim, ácido, seco, ela poderia dizer que ele fora grosso, rude demais ao não cumprimenta-la, coisa que, até onde ela se lembrava, ele nunca fizera.
Encontraram Shaka no salão principal terminando sua meditação matinal. - Vejo que falta alguém que foi convocado por Atena. – Disse Shaka ao sentir seus visitantes. Eles se entreolharam, sem entender o que Shaka quis dizer, mas logo, perceberam um olhar bastante animado no Cavaleiro de Andrômeda:
- Quer dizer que meu irmão, Ikki, foi convocado, Shaka?
- Foi, Cavaleiro de Andrômeda. E ele não está com vocês. – Shun fez um gesto com a cabeça negando a presença do Cavaleiro de Fênix entre eles.
- Vamos, Shaka? – Chamou Aioria. – Estamos em cima da hora para a audiência com Atena.
- Claro, Aioria. – Shaka deixou a posição de lótus e se colocou ao lado do Leão, juntos, caminharam em direção a Casa de Libra, incomensuravelmente silenciosa, onde eles podiam ouvir o eco de seus passos e a respiração uns dos outros. Finalmente avistaram a Casa de Escorpião, adentraram o salão principal completamente vazio.
- Onde está o Milo? – Se perguntou entre dentes o cavaleiro de Leão.
- Estou aqui, Aioria. – Respondeu ele saindo da Ala Residencial da Casa de Escorpião. Para variar a presença magnética do Cavaleiro fizeram com que todos os rostos se voltassem em sua direção. – Não tenho medo da sua cara feia, Aioria. Vê se coloca um sorriso nesse rosto aí, se não todos vão passar e você vai ficar. O dia está lindo e Atena merece o melhor de nós!
- Milo, melhor você não abusar da sua sorte! – Falou Aioria erguendo os punhos. Todos puderam sentir a hostilidade no cosmos de Aioria e se espantaram. Por quê ele se mostrava tão agressivo diante do Cavaleiro de Escorpião?
- Senhores! – Shaka chamou a atenção para si elevando seu cosmo, e obviamente todos olharam para o Cavaleiro de Virgem. – Muito me surpreende que dois cavaleiros da magnitude dos senhores terem atitudes típicas de crianças. Olhe o exemplo que estão dando para esses cavaleiros de bronze! – Repreendeu Shaka sem alterar em nada o tom plácido de sua voz.
Contrariado, Aioria olhou para Milo. – Desculpe Milo. Eu não dormi bem na noite passada. – Aioria tentou dominar a tristeza que tomava seu coração. Olhando agora para Milo entendia por que Marin preferia ele. Milo era um sujeito incrível e também muito bonito. Estava para nascer mulher no mundo que não caísse em seus encantos. E pelo visto, Marin caíra com gosto na toca do escorpião.
- Relaxa, Aioria. A gente resolve tudo quando for jogar futebol. – E estendeu a mão em direção ao Leão que a apertou já abrindo um sorriso. – Alguma coisa em Milo dizia que Aioria deveria ter visto Marin entrando ou saindo de sua Casa naquele inicio de dia. Não tinha outra explicação para a agressividade latente de Aioria que apesar de todos os seus defeitos, sempre fora uma pessoa muito gentil.
- Torce pra eu não te marcar, se não... – Finalmente o clima extremamente pesado se dissipou e eles seguiram rumo a Sagitário, completamente em ruínas... O coração de Aioria sempre ficava apertado quando passava por Sagitário. Eles pararam por um momento em respeito a memória de Aiolos e silenciosamente pediram passagem ao espírito do cavaleiro que tanto admiravam.
Capricórnio... Aquário... Peixes... – Caminhar pelas últimas três Casas antes da Sala do Mestre foi um suplício para o grupo. Não trocaram nenhuma palavra embora suas mentes carregassem pensamentos parecidos e seus corações sentissem tristeza em se lembrar da morte de cavaleiros tão bravos e fortes...
Hyoga teve que ser amparado por Shun e Shiryu para cruzar a Casa de Aquário e Shaka percebera a dor nos olhos do pobre rapaz. Ele fazia o possível para reprimir lembranças que aquele lugar despertara dentro de si. - Kamus... Por quê você se foi? Por quê? Se houvesse um meio de te trazer de volta, Kamus... – Lamentava Shaka em seus pensamentos.
Quem não gostou nada de cruzar a Casa de Capricórnio foi Mú. Ele percebia o olhar vazio de Shiryu e isso o fazia arder em ciúme. Mú lutava intimamente contra seu próprio egoísmo enquanto uma lágrima parecia nascer nos olhos de Shiryu. Pegou sua mão e apertou entre as suas para conforta-lo, literalmente cruzaram Capricórnio de mãos dadas. O que não passou desapercebido por Marin e Shaka, extremamente observadores.
Ao longo do trajeto, Marin mergulhou em seus pensamentos. Mas a entrada na Casa de Peixes a acordou e fez com que seu coração batesse mais forte. – Céus, como era linda a Casa de Peixes! – Marin percebeu que Afrodite ao contrário dos outros cavaleiros se preocupara e muito em transformar aquele ambiente em um lugar bonito e aconchegante, tirando as marcas da última batalha que acontecera ali... Sem dúvida era a mais bela casa entre as 12 casas.
Finalmente, chegaram a Sala do Mestre. Ainda semi destruída sua recuperação fora recentemente iniciada. Pararam diante da Porta Principal onde soldados guardavam a entrada para a audiência com Atena. Naquele momento todos se perguntam o quê sua Deusa queria com cada um.
Uma leve tensão tomou conta dos semblantes entristecidos. Depois de anos longe do Santuário, aquela era a primeira vez que Atena convocava a seus mais leais cavaleiros. Em meio a introspecção ouviu-se o ranger da porta se abrindo e um soldado chamando:
- Mú de Áries, Aioria de Leão e Shaka de Virgem. Atena pede suas presenças. – Firmemente os cavaleiros se dirigiram para o salão enquanto os demais se perguntavam por quê de Atena chamar apenas os três e os deixara de fora.
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Saori Kido olhou-se novamente no espelho. – Sou eu mesma? – Perguntava-se. – Esperam de você uma Deusa e como tal deve se vestir e portar, Saori. – Respondeu em sua mente a alma de Atena.
Saori usava um traje cerimonial que certamente nunca fora visto por nenhum dos cavaleiros presentes. Certamente somente Dohko de Libra (que vira a última encarnação de Atena antes de Saori) teve o privilégio de admirar tão bela indumentária.
Ela ergueu um dois braços para que a túnica colocada em seu corpo fosse presa sobre os ombros e embaixo dos braços, uma das laterais foi fechada e a outra aberta. Suas costureiras prenderam a túnica sobre os ombros com delicados broches trabalhados em jade e ametista. Em sua cintura, foi amarrado um cinto em tom lilás, cor preferida de Saori.
Para finalizar o ritual de vestimenta da Deusa Atena, ela teve seus cabelos presos com delicadas fitas de seda que se misturaram a fios de cabelo finamente trançados ao longo de suas costas. E finalmente Saori foi coberta com o peplo, um manto bem longo, envolvendo-lhe a cabeça e chegando até os pés em um tom de verde bem escuro que realçava sua pele quase tão alva quanto o linho que a vestia.
Seu quíton, (modernamente chamado túnica de linho), possuía drapeados, muito elaborados e marcantes. O linho era impecavelmente branco e tocava o chão. Apenas ao caminhar era possível visualizar seus delicados pés cobertos por uma sandália de couro cru finamente trabalhada. – Saori sorriu. – Os gregos antigos preocupavam-se mais com os valores estéticos e conforto de suas roupas do que com o caráter de erotismo tão comum em tempos modernos.
- Literalmente me sinto uma Deusa. – Repetiu olhando-se ao espelho pela última vez.
- Os cavaleiros chegaram, Senhora. – Falou pausadamente uma das vestais.
- Peça para que Mú, Aioria e Shaka entrem no salão. Os demais devem aguardar meu chamado.
- Sim, senhora! – E logo se apressou em ir até um soltado transmitir a ordem de Atena.
Chegou o momento. Não posso falhar, mantenha a Calma e não pense em Seiya, Saori. E ela caminhou rumo ao trono que a esperava.
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Mú, Aioria e Shaka adentraram o silencioso salão que servira como palco para a epopéia de maldades ministradas por Saga. Sentiram-se pouco a vontade naquele ambiente que lhes trazia más recordações e não trocaram nenhuma palavra, mergulhando cada um em seus pensamentos.
Shaka precisou se concentrar ao máximo para manter seu orgulho intacto e não pedir desculpas a Aioria por ter lutado com ele naquele lugar. Ele havia defendido a causa errada, acreditara na figura do mestre e levantara as mãos contra seu companheiro.
Se o arrependimento pudesse matar Shaka, sem dúvida ele teria deixado a terra quando lutou contra o Cavaleiro de Fênix, mas havia muito de seu carma a cumprir e não pudera morrer. Refletindo sobre o arrependimento de ter lutado contra Aioria ele se perguntara se aquele sentimento que ele sentia por Aioria não nascera de seu arrependimento... Seria legítimo ou seria uma forma de Shaka se punir por seu julgamento equivocado?
Shaka não tolerava situações obscuras ou mal resolvidas. Aquilo estava realmente tirando sua serenidade. O mal explicado precisava ser resolvido. Ele precisava abrir o jogo e esclarecer tudo. Reconheceu que sua personalidade era realmente forte, fruto de sucessivas encarnações em que perseguia objetivos nobres para redimir de erros bem maiores. No entanto, sabia que necessitava passar por aquela angústia e sofrimento. Aliás, suportar dores com resignação, era sua especialidade. A vida era feita de altos e baixos e ele não se revoltava com isso.
Olhando para Aioria, ele não conseguiu identificar nenhuma alteração no Leão em relação ao incidente que ocorrera naquela sala. Pelo contrário, Aioria lhe parecia tão compenetrado que ele desistira de sondar ainda mais o motivo do seu desassossego.
Sentiram um cosmo cálido, quente e poderoso saindo da sala reservada exclusivamente para Atena, instintivamente os três se ajoelharam e seus olhos pregaram-se ao chão. A intensidade daquele cosmo era... Impressionante e cativante. Sentiram Atena dar cada passo em direção ao trono e ouviam o farfalhar de tecido acompanhado de um cheiro doce e inebriante tomando conta do ambiente.
- Atena... – Mú sussurrou, emocionado.
- Sim, Mú de Áries, sou eu. – E sentou-se no trono. – Obrigada por atenderem tão prontamente meu pedido, Cavaleiros. – Continuou Saori enquanto olhava para os três grandes cavaleiros ajoelhados aos seus pés.
- Em que podemos servi-la, Atena? – Falou com a voz embargada pela emoção o cavaleiro de Leão.
- Aioria... Sempre tão gentil e fiel... – Seu tom era tão cativante que Aioria teve seu coração tomado por uma paz intensa que nunca lembrara de ter sentido.
Shaka permanecia em silêncio, meditando sobre seus falsos julgamentos e ao contrário dos companheiros, sentia-se inquieto. – Fique em paz, Shaka. Você lutou pelo que acreditava ser o certo. – Atena se aproximou e tocou seus cabelos – Fique em paz, bravo guerreiro. – Shaka finalmente sentiu o arrebatamento que o cosmos de sua Deusa poderia causar. Não teve palavras para responder, ou melhor, não se arriscaria a falar e a voz não obedecer-lhe tamanha era sua emoção.
- Chamei os três em separado, pois a vocês confiarei as mais árduas missões. – Pausa – Um de vocês três há de assumir a direção do meu Santuário. – Pausa – Dohko tem uma missão muito árdua a cumprir e não poderá se dedicar a cuidar de nossa morada e nossos cavaleiros.
Os três criaram coragem de olhar para Atena. Shaka abrira os olhos tamanha a surpresa que o tomou. Ficaram embasbacados com a mudança física de Saori Kido. Ela não parecia em nada uma garota de quase 14 anos de idade, pelo contrário, as vestes cerimoniais, o tom maduro e seguro poderiam lhe dar bem mais idade do que de fato tinha.
- Atena... Me perdoe... Mas eu não me sinto qualificado para assumir tamanha responsabilidade... Falou tentando ser firme o cavaleiro de Leão.
- Por quê não você, Aioria? Aiolos era seu mestre e irmão. Deveria ter sido o sucessor de Shion, antigo Mestre do Santuário.
- Meu irmão... Mestre do Santuário? – Olhou-a, completamente atônito.
- Sim. Se Saga não tivesse tomado o lugar de Shion, hoje seu irmão seria o Mestre do Santuário.
- Atena, eu creio que Shaka seria mais adequado a ocupar essa posição do que eu. Se me permite dizer... Eu não sou muito bom com protocolos e regras.
- Mas é um bom líder, Aioria. – Falou Shaka.
- Será que podemos parar com essa conspiração? Eu não sirvo pra isso. – Respondeu chateado.
- Respeitarei seu desejo então, Aioria. Mas quero que saiba que se algo acontecer ao novo Mestre do Santuário, você deverá assumir a responsabilidade pela sucessão. Você e Aiolos foram sem dúvida em tempos de crise os cavaleiros mais fiéis que tive. Isso também se aplica a você, Mú.
- Sou um simples cavaleiro, Atena. Cuido da Casa de Áries e concerto as armaduras de meus companheiros. Não tenho a sabedoria necessária para ser o Mestre do Santuário.
- Foste educado por Shion, Mú. Tens a sabedoria dos humildes e são a esses que eu protejo. Quem melhor do que você para ver a força através da simplicidade de uma armadura?
- Me perdoe, Atena... Mas eu... Eu... Penso como Aioria. Shaka é o mais indicado para ser o Mestre do Santuário.
- Shaka... O que você me diz a respeito disso? – Saori perguntou-lhe com voz tão suave quanto o toque de uma cítara.
- Eu estou comovido com a confiança de meus colegas, Atena. Pensei que nutriam rancor por mim depois das lutas que travamos aqui. – Olhou para Aioria.
- O Mestre do Santuário precisa ser respeitado e admirado por seus companheiros. A ele cabe a missão de responder mim e zelar pela vida de meus 88 cavaleiros e amazonas. Chamei os três aqui para que ficasse claro que, aquele entre os três que assumisse essa posição deveria ter o respeito dos outros dois, pois vocês são o tripé que mantém esse Santuário. Pausa – São meus mais fortes cavaleiros e terão a missão de criar cavaleiros que sejam mais fortes que vocês, ainda tenho missões a lhes passar. – Atena fez uma pausa – Aioria de Leão e Mú de Áries, vocês juram perante mim que irão auxiliar Shaka quando ele assumir a posição de Mestre deste Santuário?
- Sim, eu juro! – Responderam com convicção, os olhos rasos em lágrimas.
- Shaka, darei minha vida por você, não importa o perigo que venhamos a enfrentar. – Falou Aioria enquanto seu cosmo brilhava com MUITA intensidade.
- Shaka, eu sempre o admirei e irei segui-lo até meu último suspiro, e que esse seja em batalha, defendendo você. – Completou Mú com seu cosmo preenchendo todo o ambiente que os cercavam.
- Meus dois amigos... Sem vocês ao meu lado, eu não seria capaz de aceitar a incumbência de Atena. – Respirou fundo. – Se isso está em meu carma, cumprirei sua vontade com toda a humildade que mora em meu coração. – Disse Shaka emocionado com a declaração dos dois cavaleiros vivos mais fortes que o Santuário possuía.
Atena fez Shaka se levantar e ternamente o abraçou. – Esse é seu carma, Shaka. – Em seguida Aioria e Mú também o abraçaram com admiração e deram-lhe leves tapas nas costas em sinal de companheirismo.
Saori Kido voltou para o trono de Atena – Tudo está correndo como planejamos, Atena. – Ela se sentou e mais uma vez dirigiu a palavra aos três cavaleiros. – Shaka assumirá a direção do Santuário quando Seiya, Shun, Hyoga e Shiryu estiverem treinados e aptos a assumirem as armaduras de Sagitário, Virgem, Aquário e Libra respectivamente. Dohko decidiu-se por confiar a Casa de Libra ao Dragão e quer que você, Mú, assuma seu treinamento. – Pausa. – Até lá, deverão guardar para si a decisão que foi aqui tomada.
Saori respirou fundo e olhou diretamente para Aioria – Aioria, eu quero que você treine Marin para assumir a armadura de Peixes. – Olhou para Mú – Para isso, você, Mú, deverá fazer uma máscara usando como exemplo as armaduras de Virgem e Aquário que num passado muito distante foram usadas por Amazonas. – Voltou-se para Aioria – Se Marin se mostrar digna irá receber a armadura de Peixes e a máscara feita por Mú acompanhará essa armadura. Ao contrário dos cavaleiros de Bronze, Marin não deverá desconfiar de que está sendo treinada para se tornar uma Amazona de Ouro. – Pausa – Imagino que Fênix não irá atender meu chamado, mas mesmo assim, eu desejo que você assuma o treinamento dele. Se algo lhe acontecer, ele assumirá a Casa de Leão.
Já recompostos (Aioria nem tanto), os cavaleiros assentiram com a cabeça concordando com Atena. – Muito bem. Mandarei entrar os demais cavaleiros e iremos continuar nossa audiência. – Saori fez um gesto para que os guardas fizessem entrar no recinto os demais cavaleiros.
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Os cavaleiros de bronze já estavam impacientes. Sentir os cosmos de Atena, Shaka, Aioria e Mú se elevando na sala do trono os deixou completamente loucos. Apenas Shiryu parecia demonstrar uma certa calma. Milo e Marin conversam em tom muito baixo a um canto enquanto observavam os cavaleiros, falavam de Seiya e de como Marin o havia treinado e ela não conseguia esconder o orgulho que sentia por seu pupilo.
Ouviram o ranger da porta. Um guarda fez sinal para que entrassem. Apressados os cavaleiros de bronze correram para o salão onde Atena se encontrava. Milo e Marin caminharam logo atrás.
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Atena! – Exclamaram Seiya, Shun, Shiryu e Hyoga ao ver Saori Kido sentada no trono. Ajoelharam-se enquanto ela sorria para seus queridos amigos e cavaleiros. – Saori precisou gastar muito de seu auto controle para não correr e abraçar Seiya.
Milo e Marin entraram lado a lado, Aioria tentou esconder um olhar fulminante dirigido ao Escorpião. Mú e Shaka logo perceberam a tentativa fracassada de Aioria em esconder o ciúme que sentia de Marin ao lado de Milo.
O Escorpião e a Águia também se ajoelharam após admirarem a postura impecável de Saori no trono. – Sejam bem vindos meus leais cavaleiros e minha amazona guerreira. – Dirigiu um terno olhar para Marin.
– Marin de Águia treinaste um de meus mais bravos cavaleiros, Seiya de Pegasus. E hoje chamo-te aqui para que ao lado de Aioria de Leão termine o treinamento de Pegasus. Devem dedicar seus dias e suas noites a ensina-lo a dominar o sétimo sentido. – Pausa. – No futuro, ele deverá estar apto a vestir a Armadura de Ouro de Sagitário. – Controlando a inflexão da voz, concluiu – Marin de Águia, Aioria de Leão, e Seiya de Pegasus aceitam essa incumbência em meu nome?
Seiya e Marin se olharam. Seiya com os olhos arregalados tentou falar alguma coisa, mas a voz lhe faltou e apenas concordou com a cabeça. Marin agradeceu mentalmente por estar usando aquela máscara que escondera todo o seu espanto e orgulho. Seu aprendiz seria um cavaleiro de ouro! Era uma honra insuperável que ela, uma instrutora teria! Trabalhar com Aioria todos os dias... – Seja o que Atena quiser! – Pensou.
- Atena, não existe honra maior para mim do que treinar Seiya para o plano que a Deusa de minha devoção designa. Dentro de sua infinita sabedoria sabes que sozinha não conseguiria preparar um cavaleiro de ouro... – Fez uma pequena pausa para conter a emoção – Será um grande aprendizado para mim, lapidar a educação de Seiya junto de Aioria de Leão.
- Assim como Marin de Águia demonstrou, será também para mim uma honra incomensurável treinar o futuro Cavaleiro de Sagitário.
Aioria, Mú, Shaka e Atena se olharam e deram um pequeno sorriso. – Marin, você não tem idéia de meus planos para você – Pensou Atena. – Milo e Marin perceberam os quatro se olhando e ficaram se perguntando o que diabos teriam conversado antes que os demais entrassem no salão?
- Milo de Escorpião. És o cavaleiro dos mistérios, do renascimento. Teu temperamento é forte, explosivo e sua persistência inigualável. Tens meu mais profundo respeito e admiração. Por isso, Milo, eu peço a você que faça Hyoga de Cisne dominar o Sétimo Sentido para que ele assuma a Casa de Aquário que outrora fora guardada por Kamus, falecido grão-mestre do Cisne.
- Atena... Deseja que eu treine um cavaleiro de bronze para que se torne um cavaleiro de ouro? Isso pode levar anos! – Falou com surpresa.
Sim, Milo, esse é o meu desejo. – Deu um pequeno sorriso. – Lutaste contra Hyoga e sabes melhor do que ninguém que o Cisne tem a força do zero absoluto em seu coração. Somente com o treinamento dado por outro cavaleiro de ouro ele conseguirá ocupar o lugar que no passado pertencera a Kamus.
Atônito, Hyoga sentiu sua boca seca. Seu coração palpitou e a imagem de Kamus veio a sua mente. Olhou com profunda admiração para Saori. – Como ela está diferente! Em pensar que Saori não passava de uma garota rica e mimada... – Shaka não tirou os olhos do aprendiz de Kamus e estava muito irritado com a demora de Milo responder se treinaria Hyoga ou não.
- Milo? – Chamou Shaka sem demonstrar a irritação que sentia.
A voz de Shaka o trouxe de volta a realidade. Provavelmente ele deveria estar puto por que ele não queria treinar o aprendiz de Kamus, o amor de Shaka. – Mas se num fosse por Hyoga, Kamus ainda estaria aqui... E eu não teria chance nenhuma com Shaka... Que egoísmo, Milo! – Eu aceito treinar Hyoga de Cisne em nome de Atena! – Falou finalmente fazendo uma reverência para Atena.
- Shiryu de Dragão. – A voz de Saori soou firme. – Você serviu-me com dedicação e abnegação, foste para seus companheiros de batalha uma referência, um porto seguro. Para ninguém mais, além de ti poderia ser dada a armadura de Libra. – Todos olharam com profunda admiração para o Dragão ajoelhado diante de Atena.
- Dohko de Libra concorda comigo e a Casa de Libra será sua responsabilidade tão logo termine seu treinamento. Dohko cumpre a mais árdua das missões que pude confiar a um de meus Cavaleiros e por isso escolhemos Mú de Áries para terminar seu treinamento. Mú de Áries, aceita a incumbência que lhe passo em meu nome?
- Aceito, Deusa de minha devoção! – Disse Mú sem conter a emoção que tomava conta de seu coração. – Dedicarei cada minuto de minha existência desse momento em diante para que o Dragão ocupe a Casa de Libra e honre Atena!
- Atena... Mú... Eu... Eu agradeço... – Tentou falar o sempre equilibrado Shiryu. – O ar no grande salão estava impregnado de emoção, era um grande passo para os cavaleiros de bronze e uma grande responsabilidade para os cavaleiros de ouro.
- Andrômeda. Seu cosmo é tão poderoso quanto teu espírito é nobre. E por isso será treinado pelo Cavaleiro mais próximo de Deus: Shaka de Virgem. Tão logo Shaka considere que você está apto, irá assumir a Casa de Virgem, pois o carma de Shaka é maior e mais pesado que o seu. Shaka de Virgem concorda com meu ditame?
- Concordo com meu corpo e minha mente, Atena. Farei de Shun o mais poderoso de seus cavaleiros.
Antes que Shun pensasse em responder, um grande burburinho se fez ouvir no lado externo do salão e a porta se abriu com um estrondoso barulho. Um cosmo extremamente poderoso penetrou o ambiente e caminhando sem nenhuma pressa, estava ele, o Cavaleiro de Fênix.
- Ikki! – Murmurou Shun. Os cavaleiros o olhavam com surpresa.
Completamente senhor de si, Ikki admirou a figura de Saori. Não olhou para os lados, mas percebeu que todos os olhares estavam sendo dirigidos a ele. Colocou-se próximo ao trono e ajoelhou-se – Atena, atendo seu chamado.
Saori se esforçou para não cair na gargalhada. Sabia que Ikki havia quebrado todos os protocolos imagináveis ao se atrasar e ainda entrar na audiência daquela forma e agora... Engolia seu orgulho e se ajoelhava diante dela. Ele era fiel a Atena, embora seu gênio fosse tão intempestivo.
- Ikki de Fênix, sua força só pode ser equiparada com seu intempestivo temperamento. Embora seja autoritário é generoso com seus companheiros de batalha. Embora arrogante e apegado a seus conceitos de certo e errado, seu brilho numa batalha é capaz de levantar exércitos e por isso não será punido por desrespeitar as regras desse Santuário. Deverá se dedicar a um intenso treinamento ministrado pelo Cavaleiro de Leão e depois disso, seu futuro será decidido.
Saori se concentrou – Atena, me ajude – falou consigo. Seu cosmo brilhou, tomou a sala, ela se levantou. Eles sentiram uma força tão intensa que mor um segundo temeram por suas vidas. Tão logo essa impressão se esvaiu foram tomados por aquele calor único. – Não admitirei que as regras desse Santuário sejam quebradas, Cavaleiros. Por 13 anos esse território sacro santo esteve maculado e agora precisa ser recuperado. Todos os presentes possuem uma missão a cumprir, por isso atenham-se a ela. – E então lentamente, Saori controlou a energia de Atena, sentando-se novamente.
- Aldebaran de Touro, meu nobre cavaleiro – Prosseguiu Saori enquanto os cavaleiros ainda tentavam se recuperar do baque causado pelo cosmo de Atena. – Caberá a ti cuidar do treinamento de meus novos aspirantes a cavaleiros de Prata. Aceita a incumbência que lhe dou?
Colocando-se de joelhos, ele respondeu. – Atena, nada me daria mais prazer do que treinar fortes cavaleiros para servirem a ti.
Saori sorriu para ele, agradecendo-o com a cabeça. – Deixei a parte mais importante dessa audiência para o final, cavaleiros. Antes que essa sala seja tomada por protestos, digo-lhes que essa é minha decisão final e irrefutável. Após a morte de Saga, a Casa de Gêmeos precisa ser ocupada e ninguém melhor do que seu irmão, Kannon, para tal. – Pausa. – Entre, Kannon.
Não houve reação imediata . Ninguém, absolutamente ninguém naquela sala esperava tal ditame de Atena (ou seria loucura?). E ele entrou. Seu cosmo brilhante, cálido, poderoso. Tão brilhante quanto sua armadura. Sua postura era serena, porém firme. Seus passos lentos, calculados. Em seu rosto uma expressão indecifrável. Nos seus olhos aparentemente distantes podia-se ver o dom de enxergar com clareza até os fatos mais obscuros e mal explicados decifrados por uma inteligência invejável. Colocou-se ao lado de Atena, bem em frente ao cavaleiro de Fênix que fechara completamente o rosto e já cerrara os punhos.
A semelhança física com Saga era impressionante: idênticos! Alguns poderiam jurar que eram a mesma pessoa. A única diferença era o brilho de seu cosmo, pois o poder era... Idêntico? Como era possível? Passado o choque inicial, os cavaleiros ainda tentavam acreditar no que viam a sua frente e as reações não tardariam a começar...
- Atena? Ele foi responsável pela morte de milhões de pessoas! Não posso acreditar que um genocida como ele foi aceito como Cavaleiro de Ouro! Sinto-me ofendido com isso! – Falou em um só fôlego Milo. – Um burburinho foi ouvido e cabeças acenavam concordando com o que Milo havia dito.
- Eu mesmo arranquei a confissão desse canalha, Atena! Achei-o tão baixo, tão... Podre que não quis sujar minhas mãos tirando-lhe a vida! – Enfatizou Ikki lançando um olhar fulminante para Kannon.
- Pois saiba, Fênix, que não lutar comigo naquele iniciou o maior castigo que um homem pode receber: ter sua consciência pesada por seus atos. – Respondeu em um tom sincero e arrependido.
- Não me venha com essa baboseira de que está arrependido! Eu não acredito em você, como nunca acreditei no seu irmão! Vocês não prestam, tem o mesmo sangue sujo correndo nas veias! E agora... Atena, você o perdoa? Não! Eu não posso aceitar isso! – E Ikki partiu pra cima de Kannon.
O que aconteceu a seguir foi tão rápido que... Nem todos conseguiram acompanhar. Ikki inflamou seu cosmo e acertou um soco na face direita do rosto de Kannon, e ele não reagiu. Foi arremessado contra a parede atrás do trono, quebrando-a. Kannon, se levantou e dessa vez foi acertado em cheio no estômago por Milo, foi ao chão novamente e se levantou, Ikki e Milo se alternavam em acertar-lhe socos e chutes, sem pestanejar. Shaka e Aioria correram para tirar os dois cavaleiros de cima de Kannon que agora não mais conseguia levantar-se.
- Parem com essa falta de respeito diante de Atena! – Censurou Mú enquanto Aldebaran verificava quantos ossos Milo e Ikki haviam quebrado no corpo de Kannon. Aldebaran a contra gosto ajudou Kannon a ficar de pé e logo se distanciou do Cavaleiro de Gêmeos.
Com o rosto inchado e coberto de sangue, Kannon se dirigiu aos demais: - Eu já esperava uma festinha de boas vindas. – Seu tom foi ácido, mas ainda assim sincero e parecia não ter mágoas em relação ao que acabara de acontecer. – Se eu fosse vocês faria algo bem pior comigo. O que fiz não tem perdão, mas mesmo assim, Atena deu-me uma chance de lutar e mostrar que todo homem merece uma segunda chance quando se arrepende dos pecados que cometeu. Não há nenhuma for física que possam me causar que seja maior do que a dor que sinto aqui. – E apontou para seu coração. – E essa dor me acompanha por várias vidas... – Seu tom foi triste ao finalizar seus pensamentos.
Os cavaleiros se entreolharam, parecendo não acreditar nenhum pouco nas palavras de Kannon. Ikki e Milo tinham no rosto uma expressão de ódio mortal por Kannon. Os demais cavaleiros embora incomodados com Kannon mostrando-se indiferentes ao toque de suas palavras.
- Cavaleiros. – Saori, falou com a voz carregada. – Kannon deverá freqüentar a Ágora com os mesmos direitos de todos os que adentram o Lugar da Palavra Sagrada.
- Se ele tiver os mesmos direitos que eu tenho, não freqüentarei mais a Ágora, Atena! – Milo cruzou os braços.
- Eu também não freqüentarei, Atena. – Foi a vez de Aioria falar. – Esse homem é um assassino e como se não fosse suficiente é irmão do homem que matou Aiolos!
Os cavaleiros de bronze e Marin encaravam-se sem entender nada. O que diabos era a Ágora?
- Milo, Aioria... Fico decepcionada com a intolerância de vocês. Precisam aprender a perdoar. Não freqüentar a Ágora significa que estão abrindo mãos de suas posições, desejam seguir com esse ato de abandono do Santuário?
Milo e Aioria se olharam.
- Não vamos deixar de ser Cavaleiros de Ouro por causa desse... Desclassificado, certo, Aioria?
- Está correto, Milo. – Falou Aioria, olhando Kannon com um olhar de desprezo de dar medo. – A Ágora é o coração do santuário, Cavaleiros. – Falou dirigindo-se aos confusos cavaleiros de bronze e Marin. – É onde alcançamos a unidade com o cosmo através de exercícios com nossas mentes, espíritos e almas. – Como seus interlocutores pareciam ainda confusos, ele entrou em detalhes:
- Será lá onde irão passar a maior parte do tempo até dominarem o Sétimo Sentido. Apenas os cavaleiros de Ouro e Atena conseguem enxergar a Ágora que, embora esteja a céu aberto, não pode ser visto por quem não possui o devido treinamento. Os treinos físicos podem ocorrer em qualquer lugar do santuário, mas os demais... Somente dentro da Ágora que carrega o cosmo de todos os cavaleiros que serviram Atena – Vocês terão contato esses cavaleiros e aprenderão com sua sabedoria ancestral a dominar o Sétimo Sentido.
- Cavaleiros, podemos dar por encerrada nossa audiência. – Proclamou Saori se levantando do trono e caminhando rumo à seus aposentos. Os cavaleiros acompanharam Atena com os olhos enquanto Kannon, completamente ferido recebia olhares fulminantes dos presentes. Lentamente foram deixando o salão, ainda tentando assimilar tudo o que acontecera naquela audiência.
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Finalmente estou terminando a parte mais difícil da história. Agora... É só trabalhar as tramas e fazer o povo chorar um pouco. ---risos--- Bom, esse capítulo não teve nada de romântico ou "caliente". Era um capítulo necessário pra dar verossimilhança a história, caramba como eu sou chata!
Bateu a maior insegurança por aqui.
Não sei se as pessoas estão gostando... Não sei se são os malditos erros de português que passaram pelos meus olhos sem que eu percebesse que estão assustando as pessoas e aí elas não escrevem as reviews.
NOTAS:
Fiz uma pequena pesquisa sobre roupas gregas antigas pra arrumar a roupa da Saori. (Eu amo o Google). Se desse eu colocaria uma imagem aqui, mas pra quem for curioso é só digitar os termos gregos e procurar as imagens. As roupas são muito lindas!
O sentido da palavra "Harpia" que aparece neste capítulo está relacionada as Harpias do rpg Vampiro, A Máscara. Nesse jogo as harpias são as personagens responsáveis pelas informações, pela manutenção do status quo e da ordem.
