N/A: Oi gente, olha eu aqui mais uma quinta feira... como vocês estão?

Estou tão feliz por vocês comentarem, eu leio e amo cada um. Muito obrigada por sempre estarem por aqui.

E já estamos na reta final então não me abandonem. hehehehe

Divirtam-se!


Capítulo 11

Assim que chegaram ao hospital Sharon se viu sozinha. Andy foi levado para consertar seu braço; e Rachel e Zoe para a área obstétrica, então a Capitã foi guiada gentilmente para a sala de espera. Por vinte minutos ela encarou as mãos ensanguentadas sem saber o que fazer, a adrenalina finalmente estava baixando e ela começou a perceber o ambiente ao redor.

Sharon podia sentir uma dor de cabeça começar enquanto tentava imaginar quantos depoimentos eles teriam que ouvir de todas as meninas salvas hoje, e quanta violência sairia disso. Ela esperava que todo esse esforço fosse o suficiente para acabar com esse cartel.

Mas a preocupação de Sharon estava principalmente em Rachel e Zoe, ambas foram levadas para exames e até agora ninguém havia avisado dos resultados. E se alguma coisa aconteceu com elas? E se Sharon fez alguma coisa errada durante o parto?

"Ei". A voz de Andy a fez saltar.

"Andy!" Ela sussurrou e se levantou. Ela estava tão aflita que o abraçou apertado.

O Tenente a abraçou de volta e ficou preocupado quando a sentiu trêmula, por mais forte que Sharon fosse a provação que tiverem horas atrás abalaria qualquer um.

"Você está bem?" Ele perguntou enquanto a abraçava mais apertado.

"Eu não sei". Sharon sussurrou, mas Andy sabia pela voz embargada e seu pescoço molhado que ela estava chorando.

"Está tudo bem, Tesoro". Ele tentou consolá-la. "Vamos ficar bem".

Sharon apenas fungou, porém não o soltou, ela podia fingir ser uma pessoa fria no dia a dia, mas em momentos como esses de alta tensão, ela precisava de um abraço assim como qualquer um. E Andy era uma presença reconfortante, alguém em quem se apoiar. Ela se sentia segura com ele e as garantias sussurradas a acalmou ainda mais.

Depois de um tempo ela relutantemente se afastou. Andy sorriu de forma gentil para ela e com carinho segurou seu rosto e enxugou as lágrimas que ainda se derramavam.

"Está melhor?" Andy perguntou ainda preocupado e Sharon afirmou. O Tenente então a beijou rapidamente. "Você teve alguma notícia sobre Rachel ou Zoe?"

"Nada ainda". Ela suspirou. "E se eu fiz alguma coisa errada?"

"Eu posso não entender bem todo o procedimento, mas acredito que você fez certo. Não se preocupe". Ele a tranquilizou. "Mas já faz um tempo, vamos procurar por notícias das nossas meninas".

Eles então foram até o balcão, mas foram informados mais uma vez que a obstetra estava terminando o atendimento e eles teriam que esperar. Andy respirou fundo e estava preste a gritar com a pobre moça quando Sharon o parou e o puxou novamente para a sala de espera.

"Tudo bem, Andy, vamos esperar um pouco mais".

"Só mais dez minutos. Então eu vou passar por aquelas portas e descubro eu mesmo o que aconteceu".

"Tão impaciente...". Ela resmungou com um pequeno sorriso. Ela estava feliz em tê-lo ali a distraindo de seus pensamentos ruins. "Agora me diga como você está?"

"Estou bem. O médico confirmou que foi apenas um arranhão. A bala mal pegou minha pele".

"Graças a Deus". Sharon falou e se aproximou dele novamente. Ela então entrelaçou suas mãos, a dela ainda manchada com o sangue de Rachel e a de Andy com o próprio sangue. "Não sei como eu estaria se vocês três estivesse em perigo".

"Oh... tenho certeza que Darth Raydor estaria trazendo esse hospital a baixo". Ele soltou uma risada. E quando ela revirou os olhos e fez beicinho com essa afirmação, ele apenas a beijou mais uma vez. "Mas estou bem, Sharon. E as meninas estarão também. Tenha fé".

Mal Andy terminou de falar as portas se abriram e uma médica apareceu, ela parecia exausta, mas sorria. Se aproximando deles, ela ofereceu a mão e mal piscou com a situação caótica de suas aparências.

"Boa noite, Tenente Flynn, Capitã Raydor". Ela começou gentilmente. Tanto Sharon quanto Andy estranharam ao ouvirem seus títulos, era um pouco estranho depois de quase dois meses sendo os Bennett. Mas Sharon assinou a papelada como a Capitã da LAPD então ela não poderia reclamar. "Sou a Dra. Brooke, diretora da ala infantil e vice-diretora da ala obstétrica, sou obstetra e também pediatra. Venho informar que Rachel está bem, seu ferimento também foi costurado". Ambos respiraram aliviados com as notícias.

"Graças a Deus, e como está Zoe? Aconteceu alguma coisa?" Questionou Sharon preocupada.

"Nada muito grave, mas Zoe nasceu muito cedo e precisa ficar no hospital por alguns dias. Ela ainda está se acostumando com seu corpinho e precisa de ajuda". Ela falou, mas não parecia preocupada. "E não se preocupem muito, para um bebê prematuro ela está saudável, só precisando de um pouco mais de cuidado". A Dra. Brooke sorriu um pouquinho. "Zoe ficará na incubadora por alguns dias com um pouco de oxigênio, seus pulmões precisam de um pequeno incentivo, mas nada grave. Ela será cuidada".

"Você tem certeza disso, Doutora? Nossa piccola vai ficar bem?" Andy perguntou um pouco agitado.

"Tenho, são procedimentos padrões. E Zoe está indo muito bem considerando o trauma de seu nascimento".

"Tudo bem". Sharon respirou um pouco mais aliviada. "E Rachel está realmente bem, não é?".

"Agora sim". A mulher afirmou. "Rachel deu entrada com uma pequena hemorragia, mas isso já foi resolvido. Ela está descansando agora. O que quer que tenha acontecido, vocês fizeram bem em salvar suas vidas hoje".

"Muito mais do que isso, Doutora". A voz de Brenda assustou o casal que ainda estavam de mãos dadas. "Acabamos de salvar 25 meninas graças ao trabalho desses dois".

Sharon se virou para a Vice Delegada surpresa e até um pouco envergonhada com o elogio, e viu que Provenza e o Agente Cornwell estavam acompanhando a loira, todos os três pareciam felizes e aliviados.

"Isso é uma ótima notícia". Andy falou contente.

"E fica melhor, mas os detalhes contaremos mais tarde. Só viemos para saber como Rachel e a bebê estão".

"Como já contei, estão bem, visto o caos que passaram". A médica falou. "Porém só posso permitir dois visitantes por vez".

"O Tenente e a Capitã podem ir, só queríamos notícias". O Agente Cornwell falou. "E vou deixar um de meus agentes como segurança, então não se assuste ao vê-los a postos, Doutora".

Afirmando a médica informou o número do quarto onde Rachel estava e que esperaria os dois no berçário. Com uma despedida educada, ela foi embora.

Provenza então se aproximou do casal com uma carranca, ele tinha percebido todos os toques e proximidade entre o Tenente e a Capitã e ficou desconfiado. Mas resolveu não falar sobre isso agora, pois o que realmente importava era o bem-estar das duas meninas.

"Vocês parecem como o inferno". Comentou o Tenente mais velho e entregou uma bolsa para Andy que pareceu surpreso, ele não tinha visto que o amigo segurava algo em suas mãos. "A Detetive Sykes mandou entregar a vocês essas roupas. Vão se limpar um pouco, a pobre menina vai se assustar com todo esse sangue".

"Obrigada, Tenente". Sharon agradeceu e arrastou Andy até onde ficava os banheiros, os dois ainda de mãos dadas e inconscientes disso.

Dois minutos foram passados em silêncio antes do Agente Cornwell, bufar uma risada e encarar Provenza e Brenda.

"Vocês têm certeza que eles não estavam juntos antes desse caso?" O Agente perguntou divertido, ele ouviu uma coisa ou outra sobre os dois oficiais e uma delas era que eles não se davam tão bem. Mas agora... "Com certeza eles estão dormindo juntos".

Provenza revirou os olhos e encarou Brenda, ele estava pensando a mesma coisa e na primeira oportunidade ele confrontaria o amigo.

"Chefe, estou culpando você se a delegacia vim abaixo". O Tenente falou um pouco emburrado. Brenda se limitou a revirar os olhos com o drama dele.

"Vamos lá, Tenente, não pode ser tão ruim assim". O Agente Cornwell comentou com um sorriso. "Sabemos que relacionamentos em ambiente de trabalho é irritante, mas não tão surpreendente".

"Só tem um problema, Bryan". Brenda falou com um suspiro. "Sharon é chefe da Corregedoria e Andy é o oficial que mais quebra regras da delegacia".

O Agente Cornwell parecia chocado, mas em seguida começou rir, ele não se divertia com o trabalho desse jeito há muito tempo. E aqueles dois pareciam uma bomba preste a explodir, ele esperava que Fritz o mantivesse informado dessa história.

"Bem... então boa sorte, Chefe Jonhson". Ele disse. "Eu vou voltar para o escritório, posso pegar o depoimento de Rachel quando ela estiver descansada".

"Ok. Ficaremos mais um pouco". Brenda falou e assistiu o agente ir embora.

Não demorou muito para que o casal voltasse, ambos pareciam um pouco mais dispostos e muito mais limpos. Mas o cansaço em seus olhos não negava a noite turbulenta que tiveram.

"Então, Chefe, o que descobriram?"

"Algumas informações valiosas, mas discutiremos isso depois. Só queremos saber o que aconteceu naquele galpão". Brenda com um suspiro. "Aquilo estava bagunçado".

"Bem... recebemos uma ligação de Rachel, e ela estava aterrorizada". Começou Sharon. "Ligamos para você e seguimos as coordenadas que ela nos passou. Não sei como ela conseguiu a localização, mas confiamos que não era uma armadilha".

"E ao chegar lá ouvimos uma discussão entre Judith e Adrian, ele estava fora de si". Andy continuou. "Quando eles entraram no galpão olhamos ao redor e encontramos um segurança, mas o abatemos rapidamente. Depois disso o caos se instalou".

"Adrian percebeu que estávamos ali e começou um tiroteio". Sharon falou e suspirou. "Enquanto Andy tentava encontrar aquele idiota, eu fui atrás dos gritos de Rachel. Quando eu cheguei lá a enfermeira já estava morta e Judith parecia em choque, mas quando ela me viu ela avançou, então a deixei inconsciente".

"E como foi isso?" Quis saber Provenza enquanto anotava as informações em seu bloco de notas.

"Eu dei uma coronhada nela". Sharon deu de ombros. "Foi quando Andy apareceu e fizemos o parto".

"E o como você atingiu Adrian?" Quis saber Brenda.

"Eu o fiz falar e atirei. Um tiro de sorte". Andy sorriu com isso.

"Você é um idiota, Flynn. Você poderia ter se machucado ainda mais". Provenza brigou com ele.

"Ele estava por perto, eu só precisava saber a direção que eu poderia atirar, e fiz isso. E ainda bem que não havia mais ninguém por lá. Adrian não pararia até matar a todos nós". Andy falou agora irritado.

"Ok vocês dois". Brenda disse e se sentiu como uma mãe brigando com seus filhos. "Essa parte da investigação pode ficar com a FID, já que ambas as armas foram usadas".

"Elliot já foi informado e terá nossos depoimentos em breve". Sharon falou. "Isso é tudo, Chefe?"

"Por enquanto sim". Disse a mulher loira com um sorriso. "Vocês estão liberados, podem ir ver suas filhas". Nenhum dos dois protestaram com a fala da Vice Delegada.

Sem esperar mais um minuto eles afirmaram e foram embora, Provenza apenas balançou a cabeça incrédulo, ele sabia que a proximidade desses dois durante o disfarce seria um problema, mas ele estava preparado para uma grande confusão de antipatia, mas isso? Eles estavam agindo como um casal literal. E o Tenente mais velho tinha muito mais medo dessa afeição do que qualquer briga. Mas parecia que Brenda não ligava para isso.

"Vamos Tenente, eles são os Bennett agora". Brenda falou com um sorriso, o Tenente não gostava nem um pouco da despreocupação da Vice Delegada.


Sharon e Andy chegaram ao quarto de Rachel e respiraram fundo antes de baterem a porta e entrarem. A menina estava deitada na cama, seus olhos vermelhos e ela encarava a parede. A pobre garota parecia desolada.

"Rachel?" Sussurrou Sharon e se aproximou, mas ela não foi longe porque o olhar aterrorizado da jovem a parou.

"Você é uma policial?" A menina falou tão baixo que a Capitã mal ouviu, e Rachel parecia ter sido traída.

"Sim, minha querida". Sharon suspirou e se aproximou novamente, e como Rachel não demonstrou mais medo, a Capitã sentou na cama e segurou a mão dela. "Sou a Capitã Sharon Raydor".

"E eu sou o Tenente Andy Flynn". O Tenente falou e se colocou ao lado de Sharon. "Desculpe não ter contado nada, mas era importante que nossas identidades ficassem ocultas".

"Vocês não mentiram sobre os nomes". Ela disse ainda baixinho.

"Não".

"Vocês são casados?" Ela perguntou curiosa.

Ambos os oficiais se encararam, a situação deles estava muito complicada agora, eles ainda não rotularam esse novo relacionamento, então eles estavam tão confusos quanto Rachel.

"Não somos casados". Andy começou, mas beijou a testa de Sharon com ternura e sorriu. "Mas graças a todo esse disfarce estamos juntos agora".

Os olhos de Rachel se arregalaram, mas ela abriu um grande sorriso, era como se a confirmação de seu relacionamento afirmasse a garota que tudo o que passaram nos últimos meses não foi uma farsa completa.

"Isso é maravilhoso, então vocês vão ficar com Zoe?"

"O que você quer dizer, Mo stór?" Sharon a encarou surpresa, por mais que eles estivessem completamente envolvidos na situação e ansiassem em ter a pequena com eles, Sharon e Andy acreditavam que Rachel quisesse ficar com a bebê.

"Eu não posso ficar com ela". Rachel falou como se fosse óbvio. "Ela é de vocês".

Andy suspirou e encarou a jovem sem saber como explicar sem amedronta-la, mas ele optou por contar a verdade, agora eles tinham essa liberdade.

"Rachel, você está segura agora. Adrian e Judith estão presos e não podem mais te machucar. Você pode ficar com Zoe, ela é sua filha e você tem todo o direito de ficar com ela".

A jovem os encarou um pouco confusa como se o conceito de estar livre não fizesse sentido. E Sharon se preocupou que o tempo que Rachel passou sequestrada possa tê-la afetada mais do que eles imaginavam.

"Mas eu não sei o que fazer". Rachel sussurrou e se sentou na cabeceira da cama. "Eu não sei cuidar de um bebê, eu não tenho para onde ir".

"Iremos ajuda-la, Rachel. Vamos encontrar sua família e te dá todo o suporte para que você tenha sua vida de volta".

"Oh... mas- Zoe é de vocês". Ela falou com os olhos marejados. "Quando... quando o Sr. Adrian me- quando fizemos o bebê ele disse que o bebê era propriedade dele até encontrar um casal. E foram vocês os escolhidos. Eu não a possuo, ela pertence a vocês agora".

Sharon e Andy ficaram estupefatos com o que ouviram, era claro que Adrian tinha abusado sexualmente dessa menina e com certeza de todas as outras. As atrocidades por trás dessa agência eram repulsivas, e Andy estava fervendo de raiva agora, sua vontade era ir até a delegacia e socar a cara de Adrian, mas nesse momento ele precisava ficar ali e apoiar Rachel. Sharon se aproximou da menina e agora a abraçava com carinho sussurrando que tudo ficaria bem.

"Rachel, vamos resolver tudo, está bem? Você não precisa se preocupar". Andy falou e tentou sorrir de forma encorajadora.

"Obrigada, eu sei que vocês vão cuidar de mim". Ela falou com a voz rouca por causa das lágrimas.

"Claro que vamos, vocês são nossas meninas". Sharon falou e sorriu para ela. "Agora descanse, eu sei que você está exausta".

Rachel apenas afirmou e se deitou na cama novamente, não demorou muito para ela adormecer. Suspirando Sharon se levantou e encarou Andy.

"Andy, acho que temos mais duas filhas agora". Ela comentou com um sorriso.

"Acho que vamos ter que trabalhar algumas horas extras". Ele falou enquanto a puxava para seus braços. "Como acabamos assim, Sharon? Casados e com duas filhas em menos de dois meses?"

"Eu não sei, mas eu gosto dessa ideia de ser casada com você".

"Mesmo eu sendo um criador de problemas?"

"Acho que principalmente por causa disso". Ela riu. "E podemos culpar Brenda por nos colocar nessa situação. Caso isso acabar mal a ideia de nos juntar nesse caso foi totalmente dela".

Andy começou a rir e percebeu que isso era verdade, se não fosse por Brenda os dois não teriam se apaixonado e para comemorar isso o Tenente beijou Sharon com fervor, se ela estava feliz em ser sua esposa mesmo que para um disfarce, não seria ele que contrariaria a Capitã Raydor.


Mais tarde quando eles foram para o berçário, Sharon e Andy apenas aceitaram que seriam pais novamente, Zoe era para ser deles e nenhum dos dois estava disposto a abrir mão dessa oportunidade de começar uma vida nova.

E quando ambos colocaram suas mãos dentro da incubadora e as mãos de Zoe agarraram seus dedos com força, eles souberam que ninguém tiraria aquela bebê deles.


Continua...