O CETRO E O VASO


A noticia caiu como um raio no santuário. Pela primeira vez alguem atacou Athena para levar apenas o cedro (e não ela junto). Aos poucos os escombros foram sendo removidos e os convidados retirados (exceto Fler e Hilda).

Embora o incidente, para Shun parecia o melhor dia uma vez que reencontrou seu irmão. Seya não sabia se ria ou se chorava pois Saori estava salva mas o cedro não estava ali, Hioga tentava acalmar Fler que estava desesperada por Hilda desacordada, Shina tentava ajudar (mesmo que não quisesse, no fundo pensava "pelo menos foi só o cedro. Ninguem vai ter que correr atras dela") , Aira acompanhava Saori que tentava se recuperar do choque , Ikki tambem estava feliz por está revendo Shun apesar de tudo, e Marim e June acalmavam os humanos que saíam.

Nisso já eram 4 horas da madrugada quando Ikki olhou no relógio.

Marim: Todos já foram embora. - Entrava na sala do mestre - E os outros guerreiros foram dormir.

Ikki: Coisa que devemos fazer tambem. - Se encostava na parede da sala. - Já está tarde.

Seiya: O quê ! Mas e o cedro?

Ikki: Seiya, aqui não vamos chegar a lugar algum e voce sabe disso. Melhor dormimos e mais tarde procuramos pelo cedro.

Todos silenciaram. De fato Ikki estava certo.

Ikki: É melhor dormirmos.

Saori: E onde voce ficará?

Ikki: Já despejei minhas coisas na casa de Leão - Disse meio desgostoso - Esperava fazer uma surpresa.

Hyoga: E você fez.

Mas Fleur parecia querer gritar.

Fleur: E Hilda! Como ela ficará? Me digam!

Saori: Fleur, alguma coisa atingiu diretamente o cosmo dela. Se eu recuperar meu cedro poderei dizer o que foi e poderei curá-la.

Fleur baixou o olhar e se pôs a chorar, sendo acalentada por Hioga que a acolhia num abraço. Shun não parava de olhar em volta. Sabia que Hilda, Fleur e June não tinham um lugar para ficar.

Shun: Vocês 3 , onde vão dormir?

Silêncio. Ninguem havia pensado nisso.

Saori: Hilda poderá ficar aqui e você também se quiser, Fleur.

Fleur: Tudo... bem... - Se desprendeu dos braços de Hioga.

June: Eu vou para uma pousada. Tenho um dinheiro extra.

Shun: Não! - Disse sem pensar. Depois se tocou - É ... June, por que não ... bem - Corou - Por que não fica na minha casa?

June ficou estática e Shun daria qualquer coisa para saber qual era a expressão de June por tras da máscara naquele momento.

Shun: Ora, é melhor do que pagar um lugar pra dormir.

Aira fitou Shun

Marim: É uma boa idéia.

June: É. Tudo bem.

Ikki: Bom. Eu vou dormir. - Se desencostou da parede e se dirigiu até a porta

Shun: Boa noite, Ikki.

Ikki: Boa noite, irmão.

Ikki foi o primeiro a se retirar, sendo seguido pelos outros. Por último ficou Seiya, que esperou ficar a sós com Saori. Sentiu que a deusa estava tensa, mas que procurava disfarçar. Seiya sabia que ela os amava tanto a ponto de disfarçar seus proprios sentimentos e vontades para eles ficarem bem.

Seiya: Saori ...

Saori: Sim, Seiya? - Sorriu serenamente

Seiya: Tome cuidado. Por favor.

Saori: Eu tomarei.

Seiya se retirou e se dirigiu para a casa de Peixes. "Ainda bem que Sagitário fica perto." Pensava " Eu só preciso tomar cuidado para não acordar o Hyoga".

Entrou na casa de Peixes se defrontando com o jardim de rosas. Por incrível que pareça era o local favorito de Saori e Shun, pois as rosas transmitiam paz segundo eles.

Nem reparou que Shina o observava.

Shina: Seiya ... - Sussurrava.

Se lamentava.

Por que foi gostar justamente de Seiya?

" Quando você ama, deve deixar a pessoa livre." Foi uma frase de Marim que ficou na mente de Shina.

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Longe do santuário, especificamente numa loja de antiguidades exotéricas muito sombria e úmida, uma velhota num capuz negro olhava uma bola de cristal.

Velhota: Sim , sim... - passava as mãos na esfera - Um verdadeiro incidente muito bem bolado.

De repente uma luz surgiu em volta em volta da bola fazendo ficar curiosa e aproximar mais seus olhinhos.

Velhota: Hum! - Olhava com preocupação - As coisas não vão bem.

Ela se escorou na cadeira e olhou para o teto. Deu um suspiro.

Velhota: Vai ser muito arriscado mais não tem outro jeito. - Se levantou e se dirigiu à uma das prateleiras. De lá pegou um vaso muito grande onde havia minúsculas escrituras gregas e uma escritura bem visível. - Algo me diz que terei uma visita especial. - Sorriu

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Tarde da manhã , o santuário se movimentava. Ikki e Shun foram passear pela cidade para ver se encontravam alguma pista do roubo , Hyoga procurava distrair Fleur pedindo para que ela o ajudasse a retirar os enfeites das casas (Tendo o prazer de se livrar da estátua de Hades), Saori tentava reanimar Hilda sem sucesso e Seiya falava com Shunrey que aproveitara que foi à cidade para telefonar pro cavaleiro.

Seiya: Sou eu , Shunrey. Se ligou é porque tem notícias , não?

Shunrey: Infelizmente não, Seiya. Eu liguei para avisar que estou indo para o santuário -Chorava - Eu não agüento mais ficar sem o Shiryu. Preciso saber onde ele está.

Seiya: Tudo bem , Shunrey. Eu entendo.

Shunrey: Partirei hoje mesmo. Devo está chegando aí umas 11 horas da noite.

Seiya: Certo. Eu pego você no aeroporto.

Shunrey: Obrigada , Seiya. Até mais tarde.

Seiya: Tchau , Shunrey.

Desligou.

Seiya deu um suspiro de lamento. Não sabia o que era pior. Se era o fato do cetro ter sido roubado ou de Shyriu está sumido.

Se dirigiu para a casa de Áries e viu Shina la perto sentada numa pedra. Ao ver Seiya , Shina virou o rosto. Ele sentiu o cosmo da amiga triste mas decidiu não intervir. Não atrapalhar. " Espero que Ikki tenha mais sorte " Pensava.

Talvez.

Na cidade, Shun e Ikki passeavam em busca de pistas. Por onde começar é que era o problema.

Shun: Ikki, eu não consigo entender o que você está realmente procurando.

Ikki: Havia várias pessoas lá. - Colocou as mãos nos bolsos - Não acredito que ninguem tenha notado algo suspeito.

Shun: Mas havia muito movimento. E depois ficou tudo escuro.

Ikki contraiu as mãos dentro dos bolsos e encarou o chão.

Ikki: Essa comemoração foi um erro, irmão. O santuario ficou totalmente desprotegido. Eu mesmo entrei lá despercebido de malas e bagagens.

Shun deu uma risada abafada com a mão direita. De fato Ikki tinha razão , mas era gozado pensar que Athena vacilou feio apesar de ter a melhor das intensões.

A caminhada continuaria se não fosse uma placa atrair a atenção de Shun.

"Loja de antiguidades exotéricas ' Caleidoscópio' "

Ikki: Shun! - Viu que tinha dado 2 passos a mais que Shun - O que foi?

Shun: Ikki, vamos entrar?

Ikki levantou uma das sombracelhas. Não gostava disso. Primeiro porque não acreditava nessas coisas e depois porque odiava cheiro de incenso.

Shun: Por favor.

Mesmo que não gostasse, dizer "Não" parecia impossível.

Ikki: É. Pode ser que a gente encontre alguma coisa.

Entraram.

Era uma loja diferente. Escura com aspectos mal cuidados , mas com uma cultura riquíssima. Havia mandalas , espelhos , estátuas ... Tudo muito exótico e com várias escrituras grafadas.

Ikki: Parece a ilha da rainha da morte depois de uma melhora. - Satirizou ao perceber a viscosidade do local.

Voz: Acha mesmo ?

Ikki e Shun: HÃ!

Se viraram rapidamente e se depararam com a figura da velhota do capuz preto. Ela os encarava profundamente.

Ikki: Isso faz parte dos efeitos para atrair os clientes?

Ela nada respondeu.

Shun: Só viemos dar uma olhada

Velhota: Claro. Fiquem a vontade.

Shun e Ikki se entreolharam. Ao que pareceu, Ikki fez uma pergunta a Shun com o olhar e o irmão respondeu levantando os ombros. Ambos se voltaram para a velha.

Ikki: A senhora foi ontem ao santuário?

Ela pareceu não estranhar a pergunta.

Velhota: E quem não foi? Até ladrões apareceram por lá.

Ikki: O que!

Shun: Mas não dissemos à ninguém o que aconteceu!

Velhota: E precisam me dizer por acaso? AAHAHAHAHAHAHAAAAA!

Os irmãos olhavam cada vez mais estranhos para a velha. Ikki chegou a achar que se tratava de uma louca.

Velhota: Achei que vocês viriam mais cedo, meus rapazes.

Shun e Ikki?

Velhota: Mas pelo menos vieram.

Como se já tivesse ensaiado, deu as costas e pegou o vaso de dentro de um armário , depois levou até o balcão.

Ikki: O que você é por acaso?

Ela não respondeu.

Shun: Pra que esse vaso?

Velhota: Ora, eu estava guardando pra vocês.

Ikki: Ah , não! Não venha empurrar coisas pra gente porque não viemos comprar nada. Entendeu?

Velhota: Ora, certamente vai mudar de idéia.

Shun : O que está escrito aí ? - Apontou para o enunciado em grego mais visível do vaso

Velhota: Deixe-me ver... - Passou o fino dedo sobre as escrituras - " Àquele que puder montar o quebra-cabeça deste vaso , peço que guardem o cedro de Athena que é uma valiosa chave."

Ikki: O QUÊ!

Velhota: Meu rapaz , deixe eu ler? " Coloquei neste vaso o segredo de meu medo." É. É isso. - Aproximou mais os olhinhos para o vaso - Eu leria mais se a minha visão não estivesse tão péssima.

Shun: Não precisa. Obrigado.

A velha encarou o rapaz e sorriu fechando os olhinhos.

Ikki: Vamos levá-lo - Sorriu e cruzou os braços - É por conta da fundação.

Shun: E desde quando voce faz compras em nome da fundação?

Ikki: Ah, Saori vai entender. É por uma boa causa.

Shun: Bom... É. O Seiya sabe ler grego e poderá se encarregar de traduzir o vaso.

Velhota: Foi uma boa escolha. Custa muuuuuuuuuito caro , mas eu vou guardar pra vocês até virem com o dinheiro.

Ikki: Pode deixar. - Virou as costas - Vamos , Shun?

Shun: Muito obrigado. - Sorriu e estendeu a mão para a velha

Velhota: Eu é que agradeço, rapazinho. - Cumprimentou

No momento do toque uma luz vinda do bolso da velha brilhou intensamente fazendo com que ela se assustasse. Mas Shun não percebeu e acompanhou o irmão.

Velhota: Não pode ser! - Ollhou para o bolso assustada - Esse rapaz...

Imediatamente saiu detrás do balcão.

Velhota: Esperem! Esperem!

Shun: Algo errado? - Parou e olhou para a velha.

Velhota: Meu rapaz , se aproxime por favor.

Mesmo sem entender porque, Shun se ajoelhou para ficar tete a tete com a velha. Ela tocou no rosto macio do rapaz.

Velhota: Me jovem , você tem uma áurea muito pura!

As orelhas de Shun enrubesceram. A velhota tirou do bolso um amuleto de ouro com formato circular onde dentro havia várias escrituras negras.

Velhota: Tome. Leve isso. - Colocou o amuleto no pescoço de Shun.

Shun: Mas ... eu não tenho dinheiro pra comprar isso.

Velhota: Bobagem. - Sorriu - Aceite como um presente.

Shun: Ah ... Obrigado...

Shun estranhou mas aceitou o presente. Ikki e o irmão saíram da loja um tanto curiosos. De fato era uma velha interessante. Parecia mais uma bruxa, uma maga , uma feiticeira , sei lá.

Ikki: Vamos. É melhor avisarmos à Saori. Ela deve está na sala do mestre agora.

Shun: Peraí! Você vai atravessar as 12 casas pra falar com ela?

Ikki: Não. Vou ligar pro celular dela.

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No santuário , as amazonas , exceto Shina , treinavam (E conversam ao mesmo tempo).

Walki: Eu não acredito que perdi toda a confusão - Tentou golpear Marim - porque estava dormindo!

Marim: Talvez seu sono seja muito pesado. - Defendeu-se do golpe de Walki - Ou estava muito cansada mesmo.

Walki: O pior é que chegou mais um dos 5 cavaleiros e eu nem o conheci!

Aira: Não acredito que você se importa com isso! - Corria na direção de Walki para acertá-la

Walki: Eu os admiro. Posso? - Saltava para desviar do golpe de Aira

Aira: Bobagem. Parece uma garotinha que sonha em ver o seu cantor favorito na sua frente... AI! - Foi jogada no chão por um golpe de June.

June: Desculpe , Aira. - Ajudou ela a se levantar.

Aira: Ah , tudo bem.

Walki: E Shina? Onde ela está, Marim?

Marim: Não sei. - Abaixou a cabeça - Não vi ela desde hoje cedo.

Aira: Ah , não se preucupem. Tenho certeza que ela vai aparecer depois. - Olhou para o lado de repente. Viu que Shun , Ikki e Saori chegavam com um vaso.

Walki: O que será que estão fazendo?

Aira: Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe. Especialmente se tem Shun no meio.

Walki: Posso saber por que tanta implicância com meu mestre? - Perguntou furiosa
Aira: Não se faça de sonsa. Ele só tem essa cara de anjo para enganar todo mundo. Fica se fazendo de inocente pra tudo que é garota fazer o que ele quer.

June: Que ridículo! - Cruzou os braços

Aira: Você que acha, garota. Ou você jura que realmente existe um carinha inocente aqui? Na certa não conviveu com ele no santuário.

June: Pra sua informação crescemos juntos. - Virou as costas - Eu vou embora.

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Nas escadarias do santuário , Saori , Ikki e Shun se dirigiam à sala do mestre com o vaso. Chegando lá encontraram Seiya.

Ikki: O que faz aqui?

Seiya: HÃ! - Ficou estático - Ikki! Bem ... eu vim ver como Saori está. - Olhou de Saori para o vaso - Resolveram fazer compras? - Mudou rapidamente de assunto.

Saori: Seiya, precisamos da sua ajuda. Pode nos fazer um favor?

Seiya: Claro!

Ikki: Queremos que você traduza esse vaso.

Seiya: Sem problemas. - Sorriu e pegou o vaso - Uau! Um trabalho e tanto!

Saori: Bom, pode ficar aqui , se quiser.

Todos olharam curiosos para Saori.

Saori: Bem , é que levar para a casa de Sagitário pode ser perigoso. Pode quebrar. - Tremeu - O Seiya pode ficar aqui traduzindo. Eu não me importo.

Shun: Sabe que eu acho uma excelente idéia? - Sorriu e cruzou os braços - Vamos deixar o Seiya aqui.

Ikki: É . Eu também acho. Bom, eu já vou pra minha casa , quer dizer, pra casa de Leão.

Shun: E eu preciso ver Walki.

Foram embora deixando Seiya e Saori a sós.

Seiya: Sabe, Saori ... - Fitava ela - Obrigado por me deixar ficar.

Saori: Você sempre será bem vindo , Seiya. - Sorriu

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A tarde...

Saori ainda não conseguia acordar Hilda. Fleur já estava mais do que desesperada. No pé da montanha Fleur chorava sendo acalentada por Hyoga que a abraçava.

Hyoga: Não chore, Fleur. Vai tudo dar certo. Você precisa acreditar.

Fleur: Ela pode morrer, Hyoga! - Chorava cada vez mais - Isso se ela ainda estiver viva.

Hyoga: Ei, calma! - Tocou no queixo dela - Olha, confie em mim. Não vou deixar que ela morra , entendeu?

Fleur: ...

De longe June via a cena. Se sentia só. Pensava se não seria melhor ter ido para a ilha de Andrômeda. Mas a ilha tambem trazia lembranças. Lembranças dolorosas. Lembranças que fariam com que ela quisesse voltar.

Balançou a cabeça para desviar os pensamentos."Pense no cedro, June" Disse a si mesma "Quem poderia ter roubado? Ora, seja quem for só está esperando o momento certo de usá-lo... EI! É ISSO! " Colocou as mãos na cabeça " Quem roubou o cedro só está esperando o momento certo de usá-lo! Algo como o dia e a hora certa!" Pensava " Meu Deus! pode ser isso mesmo!"

"Mas por que precisariam de um dia e uma hora certa? Se pelo menos se tratasse de um ritual... EI! Por que não? E se o cedro for a chave para algum ritual?"

Espantada consigo mesma ficou estática por um bom tempo. " Tenho que contar isso a alguém!" Pensou.

Se dirigiu correndo até a casa de Aries ansiosa. Não acreditava como tinha chegado a essa conclusão precisava mesmo contar pra alguém.

Já estava perto da casa de Áries quando , no meio do percurso alguem , bloqueou seu caminho: Shina.

Shina: Aonde você pensa que vai, garota?

June: Shina! Saia do meu caminho! Preciso falar com Athena ou um dos cavaleiros.

Shina: Por acaso é sobre o roubo do cedro?

June: Sim. Agora me deixe passar.

Mas Shina continuava parada na posição de bloqueio

June: Shina!

VENHA COBRAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

June: SHINA!

Com um salto se desviou rapidamente do golpe mas Shina já estava pronta para acertar outro. June bloqueou um suposto soco.

VENHA COBRAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

June: O que deu em você ,Shina? - Saltou novamente

De repente June se viu atras da adversária. Decidiu ignorar Shina e ir correndo para a casa de Áries.

Shina: VOLTE AQUI!

VENHA COBRAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

June: AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!

Shina atacou June de modo que a loira rolou pelas escadarias. Sem hesitar deu sussessivos golpes na adversária. Socos e chutes no estômago e no rosto atè June sentir um fio de sangue escorrer da própria máscara. Se não fizesse alguma coisa Shina certamente a mataria.

Shina deu mais um soco do rosto de June tão forte que fez ela rolar pelas escadarias. June rolou para o lado e se pôs de pé rapidamente. Deu um salto e se muniu do chicote. Numa estalada deu uma chicotada certeira na costa de Shina Fazendo ela rolar dessa vez.

June: O que deu em voce? - Ofegava - Ficou louca?

Shina: RÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ! - Correu para atacar June.

Sentindo medo e ao mesmo tempo raiva, June atacou com toda a fúria dando , em Shina , sucessivas chicotadas nas costas, nas pernas , no peitoral , no rosto ,nos bustos até Shina não ficar sem um pedaço do corpo sem sangrar.

CHICOTE DO CAMALEÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO!

June deu uma chicotada no ventre de Shina tão forte que acabou fazendo um corte de dois dedos de profundidade na Cobra. Shina rolou sem parar pelas escadarias e o chicote já estava ensanguentado. June parou.

June: Por que, Shina? - Ofegava mais ainda.

Mas Shina voltou a se levantar. Suas pernas tremiam e ela cambaleava. Se colocou novamente na posição de ataque.

Shina: VENHAAAAA COBRAAAAAAAAAAAAAAA!

June: AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH !

June deu um grito fininho e foi lançada contra as escadaria. Sentiu sua cabeça rachar e seus cabelos mancharem. Não tinha jeito, o único modo de deter Shina era matando-a.

VENHA COBRAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

TEIA DE ARANHAAAAAAAAAAAA !

Foi a vez das correntes de Shun entrarem em ação formando uma potente teia capaz de deter o golpe e imobilizar Shina. A garota se sacudia até perder todas as forças e desmaiar.

Lentamente as correntes soltaram Shina que caiu no chão desmaiada. Atras dela estava Shun e Hyoga. June caiu sobre os próprios joelhos e depois no chão.

Shun: June! - Correu em direção a amiga e a acolheu em seus braços.

June ofegava. Apoiava a cabeça no peitoral de Shun enquanto Hioga se ajoelhou perto do corpo de Shina.

Hyoga: Por que, June? Por que voces duas estavam brigando?

June: Ela ... enlouqueceu ... - Apontava para Shina.

Shun: Enlouqueceu?

Hyoga: Ar ... - Fez uma cara de " Só me faltava essa." - Talvez Saori possa responder o que aconteceu.

Shun: Não deixa de ser uma boa idéia.

Hyoga colocou Shina nos braços.

June: Shun ... - Fazia força para falar.

Shun: June, não faça esforço. Você precisa descansar.

June: O cedro , Shun. Pode... ser ... a... chave... para algum tipo de... ritual ...

Hyoga: Ritual !

June: Só ... estão ... esperando ... o... momento... certo... para ... usá-lo...

June desmaiou. Mesmo mascarada percebeu-se isso. Shun acolheu mais a garota.

Hyoga: Isso não deixa de fazer sentido, Shun. Vamos avisar à Saori.

Shun: Vá você. - Olhou para June - Eu vou cuidar dela. A casa de Áries não está tão longe.

Hyoga: Tudo bem. - Suspirou

E saiu correndo em direção a casa do mestre com Shina nos braços. Corria mais do que nunca.

Enquanto corria mil pensamentos cercavam sua cabeça " Eu podia ainda está com a Fler mas nãããão. Eu tinha que perguntar 'Shun, você ouviu aquele grito?' " , " Vamos , Shina. Agüenta só mais um pouco." , " June exagerou. Por que a sala do mestre fica tão longe?"

Na sala do mestre, Seiya acabava de ler as escrituras com a ajuda de uma lupa, ficando cada vez mais fascinado. Se tratava da "memória" de um antigo artesão. Com certeza deve ter dado muito trabalho para fazer. Seiya anotava tudinho num rolo de papel. Principalmente o trecho que mais lha chamou a atenção.

"Coloquei nesse vaso o segredo de meu medo."

Apesar de Seiya ter vasculhado todo o vaso não conseguiu encontrar o tal segredo. Estava encantado com tudo aquilo. Era uma obra fantástica. Seiya nem se atreveu a perguntar à Saori quanto custou. Nem queria saber.

Hyoga: Trouxe um presente pra você, Seiya.

Seiya: Hã ... AR! - Seiya deu um pulo pra trás que quase caiu em cima do vaso. - SHINA ! O que houve com ela, Hyoga?

Hyoga: Segundo June, Shina enlouqueceu e a atacou. - Deixou o corpo de Shina no chão - Onde está Saori?

Seiya: No banho. - Respondeu automaticamente - Essa não , Shina ...

Hyoga: Droga ... - Olhou para o teto muito desgostoso - Olha , eu vou buscar Marim. Ela sempre anda com Shina. Pode ser que saiba de valguma coisa.

Seiya: Tá. Eu vou ficar aqui com ela.

Hyoga foi embora deixando o amigo sozinho com Shina. Seiya olhava para ela com remócio. Decidiu cuidar dela , limpar os ferimentos da amiga , logo pegou um vidro de álcool e uns curativos e tratou de cuidar da amiga. " Se tirar a máscara será mais fácil." Pensou. Então colocou as mãos na lateral da máscara no intuito de tirá-la.

Ikki: Isso não se faz.

Seiya: AR! - Deu um pulo pra tras - Ikki ! O que você ta fazendo aqui?

Ikki: Vejamos - Cruzou os braços - O Hyoga passa pela casa de Leão com um corpo todo ensangüentado quase morto. Tire suas conclusões.

Seiya: Ta certo. Me ajuda aqui a cuidar dela. - Ofereceu a Ikki um vidro de alcool.

Ikki: Não sei como. Vamos ter que no mínimo tirar a roupa dela.

Seiya ficou tal qual um pimentão.

Seiya: QUÊÊÊ ! Seu ... TARADO!

Ikki: Que tarado, Seiya! Como você quer limpar os ferimentos dela com a garota assim , toda empacotada?

Seiya: Mas ... Ikki - Falava com voz fininha - Se tirando a máscara eu quase fui morto... imagine se eu tirar a roupa?

Ikki: É por uma boa causa.Vamos. Me ajude a tirar a armadura.

Seiya: Mas... Ikki ...

Ikki: Seiya, você VAI ou NÃO ajudar?

Seiya: Ta bom, ta bom. V... vamos começar com a armadura. Ai! - Tentava tirar a armadura - Isso aqui tá difícil de tirar.

Ikki: É só uma questão de jeito ... pronto. - Tirou.

Era constrangedor para Seiya fazer tudo aquilo. Primeiro tirava a armadura, depois pegaram a tesoura e começaram a cortar as supostas meias. Seiya ficava cada vez pior. No mesmo momento pensava em Saori. É que se fosse ela se sentiria mas a vontade. Tipo... não parava de imaginar o que iria acontecer com ele se Shina acordasse naquela hora.

Logo as pernas com chagas da garota ficaram nuas.

Ikki: Eu não esperava isso.

Seiya: Nem eu. - Fechava os olhos

Ikki: To falando do ferimento. Vamos começar por aqui... Essa não! Olhe! - Apontou para o super corte no ventre de Shina.

Seiya olhou com espanto e tristeza para a amiga.

Seiya: Shina... - Massageava carinhosamente os cabelos da amiga - O que fizeram com você...

Ikki: Rápido. Corte o colã.

Seiya: QUÊ? IKKI , VOCÊ TÁ LOUCO! A SHINA VAI ME MATAR!

Ikki: SEIYA, QUER PARAR DE FRESCURA? ISSO TA SANGRANDO!

Seiya: Ta bom, ta bom. - Cortou o colã - Pronto. Pelo menos vista ela depois que isso acabar.

Ikki: Não sei como. - Tratava os ferimentos - A menos que a Saori empreste algum vestido...

Seiya: Não , Ikki. Ouça o que estou lhe dizendo. NÃO.

Ikki: Certo, certo. Depois a gente vê.

Sem que nenhum dos dois notassem, Walki vinha chegando.

Walki: MEEEEEEEEEU DEEEEEEEEUS !

Seiya: WALKI !

Ikki: Essa não. - Resmungou

Seiya: WALKI! - Correu em direção da amazona antes que ela pudesse falar mais alguma coisa - Não é o que você ta pensando. A Shina ta ferida e precisamos curá-la. Entendeu? Entendeu, Walki? - Parecia desesperado. - ENTENDEU?

Walki: Ent... entend... ENTENDI, SEIYA! Calma! Do que voce tá com medo?

Seiya se calou de repente. Do que temia? Será que era só o fato de Shina acordar? E se ... se Saori visse tudo? " Se ela ver não vai ter nenhum problema." Pensava " Ela não é minha namorada." Pensava um tanto revoltado.

Ikki: Seiya, pode me dizer quem é essa garota? Perguntou rabugento.

Seiya: Hã! HA! - Abriu um largo sorriso - Ikki, essa é Walki. Walki , esse é Ikki , irmão do seu mestre.

Ikki , de repente, parou tudo que estava fazendo. Será que ouviu direito? "Irmão do seu mestre"? Shun! Shun havia treinado alguem!

Resolveu fitar melhor a garota .Era uma amazona muito bonita , mesmo estando mascarada.

Ikki: Você é ... pupila do Shun?

Walki: Sim. - Se sentia estranha - Shun bem que me falou que tinha um irmão. - Se aproximou de Ikki.

Ikki: Nunca achei que ele ... treinaria alguem.

Walki: Não sei porque todo mundo diz isso.

Ikki: De onde você vem?

Walki: Do orfanato Daidoji. Fugi de lá para ser uma cavaleira. - Falava com orgulho de si mesma

Ikki: Fugiu? Por que? Por que quis ser amazona , afinal?

De repente Walki baixou a cabeça e sua voz sumia.

Walki:Por que ... quando eu era pequena ... um cavaleiro matou minha mãe. - Falou muito triste - Foi um tal de Misty.

Ikki: Você ... viu isso?

Walki: Sim. No começo fiquei com raiva dos cavaleiros mas isso não durou muito. - Levantou a cabeça - Prometi a mim mesma ser uma amazona pra que outros não passem pelo que eu passei.

Ikki: Walki ...

Ikki ficou bobo. Como alguem poderia deixá-lo assim? Walki pensava no que outras pessoas iriam passar.

Ele sentiu a tristeza da amazona. Lutou contra uma vontade enorme de abraçá-la. Não resistindo , afagou os cabelos róseos da garota e a abraçou. Sentiu que estava sendo correspondido.

Seiya: Aham! Temos que cuidar de Shina.

Muito revoltado , mas procurando disfarçar , Ikki se afastou de Walki e foi cuidar de Shina.

Walki: É... Como vão vestir ela depois?

Seiya e Ikki: gotinha

Walki: Posso emprestar uma camisola.

Seiya: Boa idéia.

Mais tarde...

Shina ja estava perfeitamente tratada e trajava uma camisola azul marinho de seda, estava ainda desacordada. Saori se espantou com a cena, mas nada que provocasse um escandalo. Na sala do mestre se encontrava Saori, Seiya , Ikki , Walki , Hyoga , Marim e Fleur.

Marim: Eu peço desculpas, gente. Mas não sei o que realmente pode ter acontecido.

Hyoga: Mas que aconteceu alguma coisa, aconteceu. Shina não iria atacar June por nada.

Fleur: A menos que tenha algo errado nessa história toda.

Todos se voltaram para Fleur.

Saori: Aonde você deseja chegar, Fler? Shina é uma amazona muito leal e June não faria algo desse tipo sem motivos.

Fleur: Mas como o Hioga disse, aconteceu alguma coisa.

Ikki: Não que intitulasse uma das duas de culpada, eu presumo.

Hyoga: Não foi isso que Fler quis dizer , Ikki. - Manteve sua infinita calma

Walki: Seiya, voce já traduziu isso? - Olhou para o vaso de repente, mudando de assunto sem querer.

Seiya: Ah, isso! - Abriu um sorriso de orelha a orelha - Isso é uma prima obra de arte! Trata-se da memória do artesão. Seus segredos , suas descobertas...

Ikki : E o segredo? Voce descobriu?

Seiya: Bom , não. - Desmanchou o sorriso - Já fiz de tudo mas aqui não dá pistas do tal segredo. Tudo o que diz é que o cedro é uma simbologia divina.

Walki: Como assim?

Seiya: Significa que ele pode representar uma vontade dos deuses. Por isso ele tem todo esse poder.

De repente Hyoga deu um pulo pra frente.

Hyoga: SIMBOLOGIA! ISSO LIGA AO QUE JUNE FALOU!

Todos , exceto Walki ( que não parava de mexer no vaso ) , ficaram boquiaberto com a repentina frase de Hioga. Como se esperassem que ele desse sentido ao que acabara de falar.

Hyoga: Desculpem , gente. É que com a confusão eu me esqueci de falar. Mas June acredita que o cedro seja a chave para algum ritual. Um ritual com dia e hora marcada.

Seiya: Ela acha isso?

Hyoga: É. O cedro não é uma simbologia? Por que não seria uma peça importante para um ritual sagrado? Isso explica o fato de não terem usado ainda.

Marim: Isso faz sentido. Mas qual seria o dia?

Hyoga: ...

Saori: E se ... e se esse dia depender de um critério? - Insegura - Um critério como ... as fases da lua por exemplo.

Ikki: Pode ser. Mas as fases da lua não seriam.

Fleur: E por que não?

Ikki: É a mesma de quarto em quarto. Quem fez isso já esperava a muito tempo. Foi tudo muito bem bolado.

Seiya: Saori e Ikki estão certos. O dia pode depender de um critério , mas não um critério comum e ,sim , um critério raríssimo!

Hyoga: Como uma eclipse solar!

Fleur: Ou um dia sagrado para algum deus!

Saori: É verdade! - Falou com esperança - Então foi para isso que o cedro foi roubado!

Marim: Sim. Mas qual é o dia?

Todos: ...

Antes que outra pessoa pudesse responder, Walki levantou o vaso acima da propria cabeça.

Walki: Genteee - Levantava mais ainda - Acho que já sei onde está o tal segredo.

Seiya: Hã ... WALKI! O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

Ela esticou bem os braços até o vaso ficar no topo.

Seiya: WALKI! NÃO! NÃÃÃÃÃÃÃO !

" CRASH!"

Todos sentiram as pupilas se contraírem e um nó bloquear a passagem de qualquer coisa na garganta. Ninguem acreditava.

Seiya: Você ... quebrou ... o vaso.


Continua...