CAP.13

O DRAGÃO E O MAR


Shun acordara com a chuva molhando seu rosto. Se deu conta do quanto estava frio e, claro, tarde. Levantou-se e encontrou Hyoga e Shina desmaiados pelas escadarias do santuário.

Shun: Amigos! Amigos, acordem!

Shina foi a primeira a movimentar-se, Hyoga abriu o olho lentamente.

Shina: O... Onde estamos? O que aconteceu?

Hyoga: Shun... Hípias... Você o enfrentou?

Shun: Eu não consegui vencê-lo. – Olhou para trás. – E queria saber por que ele ainda não veio ao nosso encontro.

Hyoga levantou o olhar para o relógio de fogo.

Hyoga: Por quanto tempo ficamos desmaiados? Perdemos a noção do tempo. Só temos sete horas agora.

Shina: Já passamos da casa de Libra. Olhando para trás

Shun: Então vamos continuar.

Hyoga: Esperem.

Hyoga fez sinal para ficarem parados e ouvirem o som ambiente. Além do barulho da chuva e do vento era possível ouvir passadas corriqueiras vindo na direção dos cavaleiros e amazona.

Shun: Essa não. Deve ser ele.

Shina: Ou talvez não. – a voz por trás da máscara soava contente. – Barulho de correntes.

Ikki, Shiryu, June e Walki corriam determinados, mas ao visualizarem o trio desaceleraram o passo, surpresos.

Walki: Mestre?

June: Shun!

June correu até o amigo, que a abraçou com força.

Shina: Walki! Que bom que está bem! – Correu até a garota, afagando seus cabelos.

Shiryu: Hyoga... Shun...

Shina: Mas onde está o Seiya?

Ikki: Ficou para trás. Como chegaram aqui antes de nós?

Shun: Acho que eu rompi a linha que nos mantinha preso na quarta dimensão. Mas o que manteve Hípias na casa de Virgem?

Hyoga: Não importa. Se quisermos fazer o sacrifício de Seiya valer a pena é melhor seguirmos. Vamos?

Shina: Sim. Claro.


Na casa de Libra, Seiya e Catu trocavam golpes incansavelmente, alguns tão rápidos que era impossível distinguir quem era quem. Por fim o guerreiro de Urano deu um soco em falso dando chance para Seiya puxa-lo pelo braço e joga-lo contra o chão.

Seiya: Ar... Ar... Não adianta, Catu. Desista e me deixe continuar.

Catu: Eu seria um imbecil se concordasse com isso. – ficou de pé.

Seiya: Athena... Saori precisa de mim. Eu não vou ficar aqui embromando.

Catu: Então vamos ficar lutando eternamente.

Seiya: ...


#No relógio de fogo, sete chamas se mantinham acesas#

O grupo de cavaleiros e amazonas estava cansado e aquele clima não ajudava em nada.

Hyoga: Estamos chegando. Dá pra ver a casa de Escorpião logo à frente.

De repente Ikki parou, obrigando os outros a pararem também.

Walki: O que foi, Ikki?

Ikki: Água.

Shun, Shiryu, Shina, June e Walki olharam para baixo. Um volume considerável de água encobria seus pés numa correnteza.

Walki: Hum... Não está chovendo tanto assim, está?

June: Parece está vindo da próxima casa.

Shiryu: Melhor continuarmos devagar.

Concordaram e passaram a andar, mas a medida que se aproximavam, o volume de água e a força da correnteza aumentavam.

Walki (olhando para baixo): Gente, isso está aument... AH! – Caiu no chão de repente devido ao aumento espantoso do fluxo. –AR! Cof! Cof! – foi puxada por Shun, que ainda conseguia resistir à força da correnteza.

Shun: Você está bem?

Walki: Sim. A... Atchim!

Shun: Quando isso tudo acabar lembre-me de fazer um bom chá.

Walki: Sem alho, pelo amor dos céus. Atchim!

O fluxo aumentava gradativamente, até tornar a passagem praticamente impossível. Shina afastou os pés para se manter no chão, mas não sabia até quando agüentaria.

Hyoga: Se continuar assim vamos ter que ir nadando até a próxima casa.

De repente o fluxo triplicou e a força não foi a de uma correnteza, mas de uma onda que jorrou da casa de escorpião encobrindo e derrubando todos que se encontravam escadaria abaixo.

Shun: AAAR! – Colocou a cabeça pra fora e lançou a corrente prendendo-a numa pedra. No outro braço segurava seu irmão mais velho. – Ikki! Cof! Cof!

Ikki: Mas que diabos está acontecendo... Ar! Tentando manter a cabeça para fora

Do outro fado Walki estava presa em uma das pedras com a ajuda da corrente e segurava Hyoga pelo braço para não ser levado, June, por outro lado, tentava manter o chicote enlaçado numa rocha para salvar-se enquanto agarrava Sinhá pelo braço.

Walki: Segure a corrente, Hyoga!

Hyoga: Obrigado... Ar!

Shina: Era só o que me faltava... Cof! Ser derrotada por uma agüinha!

June: Agüenta firme! Olhando para os lados Cadê eles?

Shina: Minha máscara!

A máscara de Shina desaparecera entre a corrente no mesmo momento que um brilho esverdeado se formava no centro do "rio"

"CÓLERAAAAA DO DRAGÃO"

O fluxo da água inverteu bruscamente, quase levando Ikki e Shun juntos para dentro da casa de Escorpião. Ouviu-se o barulho de águas colidindo-se e espirrando por todos os lados da oitava casa.

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Continuaram a andar...

June: Atchim!

Hyoga: Saúde.

June: Obrigada.

Walki: Já era de se esperar aquele ataque, não é mesmo? Netuno, se não me engano, é o deus dos mares.

Shiryu: Então o deixem comigo.

Shina: Como é!

Shiryu: Você ouviu. Quando entrarmos em Escorpião vão embora e me deixem lutar.

Hyoga: ...

Shiryu: Agora vamos.

Hyoga: Shiryu, espere...

Hyoga apontou para o céu, palco de uma espécie de cometa que viajava até a casa de Libra.

Walki: Estrela cadente?

Shun: Não.

Walki: Shun?

Shun: É uma encomenda para o Seiya.


"HÁPIA DECLAMADAAAAAAAA"

"METEORO DE PEGASUUUUUUUUS"

Os golpes não colidiram, mas se ultrapassaram acertando os dois jogando-os em cantos opostos do salão. Entretanto Catu parecera sofrer maiores danos.

Seiya: Eu não posso ficar perdendo tempo!

"METEORO DE PEGASUUUUUS"

Catu: Eu já conheço seu golpe, pégasus!

"REFLEXÃO"

Seiya: ...! AAAAAAAAAAAAHHH!

Todos os meteoros foram refletidos contra Seiya, que sentiu o impacto de seu próprio golpe.

Catu estava de pé.

Catu: Terá que aumentar a força desses meteoros para não serem refletidos pela minha técnica.

Seiya: Mas que droga... – Se levantava com dificuldades.

Catu: Creio que não vamos acabar nossa briguinha tão cedo... Hã!

Catu olhou para trás ao presenciar uma luz repentina às suas costas, junto com o ela um cosmo desesperado. Não era alguém, mas sim algo. A armadura de sagitário que brilhava como se tivesse vida...

...E se desmembrava para armar Seiya.


Uma corrida ecoava pelos degraus molhados e lisos até à porta da oitava casa.

Shun: Chegamos. – parou.

Todos entraram andando na casa de Escorpião. Enquanto alguns se seguravam para não espirrar, outros enrolavam os cabelos tirando o excesso da água. Shina chegava a segurar os próprios braços enquanto seu corpo latejava de frio. Como queria que aquela chuva cessasse.

"Estava esperando por vocês"

Todos pararam de andar quando viram um homem cuja armadura azul escuro acentuava seus cabelos e olhos verde água.

"A propósito. Sou Laplace de Netuno"

Walki: O responsável pelo pequeno incidente envolvendo escadas e um pouco de água, certo?

O guerreiro sorriu com um canto da boca.

Laplace: Não se chateei com uma bobagem dessas, amazona. Foi só um teste para ver se vocês eram dignos de entrarem nesta casa.

Hyoga: Esta casa não pertence a você – falou entre dentes – Pertence ao cavaleiro de Escorpião, esteja ele vivo ou morto!

Laplace: Creio que o espírito dele não tem o poder de decisão.

Hyoga: Ora...

Shiryu: Tudo bem, Hyoga. Sabe o que fazer, não é?

Hyoga: Me dê um segundo antes, Shiryu.

"PÓÓÓÓÓ DE DIAMANTE!"

Os cristais de gelo brilharam e cercaram o guerreiro congelando-o.

Shiryu: Agora vão!

Shina: Tente nos alcançar, Shiryu! Correndo Não podemos perder tempo!


Na casa de Libra Seiya despiu-se da armadura de bronze deixando a de ouro tomar o seu lugar e arrancar olhares espantados de Urano.

Seiya: Eu sinto o cosmo de Aioros me guiando neste momento. –Falou orgulhoso, preparando-se para atacar - Não tem como resistir agora, Catu de Urano.

Catu sorriu com um canto da boca.

Catu: Acha que só isso basta, cavaleiro de pégasus?

Seiya: Essa não é uma simples armadura, Catu. Cada vez que eu a uso, sinto o cosmo de Aioros perto de mim.

Catu: Vamos ver então se isso não passa de uma mera ilusão.

Catu elevou seu cosmo ao máximo, Seiya fez o mesmo e a luz dourada iluminou todo o ambiente. A vitória já estava certa.

"ME DÊ SUA FORÇA PEGASUUUUUUUS"

Catu: DESISTA!

"METEORO DE PEGASUUUUUUUS"

"REFLEXÃO"

O cosmo de Seiya atingiu um ápice inigualável capaz de fazer seus meteoros atravessarem o escudo reflexivo e acertarem Catu com tal força que sua armadura se desfez em pedaços violentamente e seu corpo fora totalmente atingido.

Ouviu-se o grito longo e rouco do guerreiro, que caiu no chão inerte, com os olhos abertos e sem vida.

O silêncio novamente instalou-se na casa de libra. Seiya ajoelhou-se ao lado dos restos mortais de Catu, depois levantou-se olhando para a própria armadura de ouro.

Seiya: Obrigado, Aioros.

De repente um outro brilho emanou daquela casa, deixando Seiya surpreso.


A casade escorpião ficara quase vazia. Hipárco ascendeu o cosmo desfazendo o gelo que o encobriu. Depois voltou-se para Shiryu sem transparecer o menor sinal de preocupação.

Hiparco: Seus amigos não terão chances, Dragão. E você é um idiota ao se sacrificar dessa maneira.

Shiryu: Não pretendo perder tempo, Netuno. Estou determinado a acabar logo com isso e alcançar meus amigos.

Hiparco: Ilude-se ao pensar que pode me vencer.

O cosmo azul escuro de netuno brilhou, competindo com o brilho verde emanado do corpo de Shiryu. Os dois entraram em posição de ataque, mas foi Hiparco quem começou.

"MAREMOTOOOOOOOO"

A rajada foi similar a que atingiu seus amigos no meio das escadarias de Escorpião, entretanto Shiryu não precisou se defender. Um brilho dourado bloqueou o ataque protegendo o cavaleiro.

Tanto Hiparco quanto Shiryu pareciam chocados com aquela visão.

A armadura de Libra estava ao dispor do cavaleiro de Dragão.


CONTINUA...