3o capítulo ( publicado no dia 17/09/2006 – Feliz aniversário William Petersen)
Aaron Hotchner não esperava por isso. Desde que fora designado para a Unidade de Analise Comportamental (a que eles chamavam de BAU) e tinha ido a Londres ajudar a encontrar um serial killer, achava que já havia passado por tudo. Estava voltando para casa quando foi surpreendido com o seqüestro. Pensou na filha que acabara de nascer e desejou que houvesse mais policiais no avião. Se fosse só ele com certeza seria morto.
Um dos homens veio no corredor do meio, com o documento na mão, chamou-o para ir para frente. Quando ele o revistou, tirou as duas armas que ele carregava consigo. Outro foi para o corredor mais a esquerda, parou entre duas filas e chamou: "Senhor Grissom, me acompanhe". Ele se levantou e também foi revistado. O homem foi empurrando ele para frente, Brass ficou com receio porque não sabia o que eles pretendiam com aquelas duas pessoas.
Os dois foram levados para a área onde as aeromoças ficavam, colocados um de frente para o outro. Quando o mais irritado dos homens veio falar com eles. Parecia ser o chefe. "Meu nome é Mohamed. E vão me chamar de Senhor". Pegou as identificações e leu em voz alta. "Senhor Aaron Hotchner, FBI e Senhor Grissom, CSI, combinou", deu uma gargalhada.
"O que você quer de nós?", foi Hotchner quem perguntou. Conhecia Grissom de nome, sabia que ele liderava uma equipe excelente em Vegas. Também sabia que ele não andava armado o que significaria que ele não era uma ameaça.
"Um vai ser o porta-voz, aquele que vai negociar por nós. O outro vai ser o motivo de querer negociar mais rápido", explicou Mohamed. Já tinha em mente como ia fazer.
"Você acha que o nosso governo vai negociar?", falou sarcasticamente Grissom. Sabia que eles teriam problemas independente de quem fosse falar.
"Ele vai, se quem estiver falando conseguir passar a real situação daqui", olhou para os dois, pegou o revolver e colocou no lado esquerdo do Grissom e atirou na perna.
"Argh", ele se dobrou e caiu de lado. Tentou conter a hemorragia com as mãos. Os passageiros ficaram assustados com o barulho, mas os terroristas mandaram todos ficarem quietos.
"Por que você fez isto? Ele não te fez nada", Hotchner queria bater nele, levantou-se, mas outro terrorista apontou um arma para ele e o mandou sentar.
"Você agora tem menos de duas horas antes de ele entrar em choque e morrer. Eu tenho mais 38 pessoas que eu posso fazer a mesma coisa. Portanto, ligue para alguém que possa negociar a libertação destes 8 prisioneiros de guantanamo", ele lhe entregou uma lista.
Brass viu que ele atirou em quem estava do seu lado direito, soube que era o Grissom por que a voz que ouviu perguntando logo depois não era a dele. Levantou a mão e esperou que um dos seqüestradores chegasse perto dele.
"Por favor, deixe-me ficar do lado do meu amigo que foi levado para frente. O nome dele é Grissom", falou devagar e com cuidado para que não desconfiasse que ele também fosse policial. Estava de férias e tinha deixado sua identificação em casa.
"Espere aqui que eu vou falar com o chefe", o homem não gostou do pedido, mas como não soube o que fazer resolveu consultar o chefe. Ninguém gostava de ficar perto e este estava pedindo justamente o contrário. Falou em árabe sobre o pedido e o chefe concordou, seria o próximo se aquele morresse.
"Pode trazê-lo aqui e não esqueça de revistá-lo".
Brass levantou-se, foi revistado e antes de ir para frente. Feldon entregou-lhe uma toalha, e lhe falou baixinho. "Eu sinto muito".
"Eu também", ele foi andando devagar, sendo empurrado pelo seqüestrador. Ao chegar ao local, viu que ele estava caído com uma mancha de sangue na perna esquerda e o sangue escorrendo pelas mãos. Pegou a toalha, ainda bem que ela me deu, e colocou sobre o local fazendo pressão.
"Agüente firme, amigo. Você vai sair dessa".
"Haha, você é um tolo se acha que vocês vão sair dessa sem nenhum ferimento". Mohamed deu um aparelho de comunicação para Hotchner e mandou que ele entrasse em contato com a próxima torre. "Avise que estamos com 40 passageiros mais a tripulação. Diga-lhes para chamarem alguém responsável por guantanamo, eles têm meia hora".
"Pode deixar", Hotchner olhou para os dois na sua frente. Pareciam amigos de longa data, e um deles estava seriamente ferido. "Torre de Saint Paul, aqui é o vôo 4392. Agente do FBI Aaron Hotchner falando. Peço para falar com o encarregado".
"Aqui é Torre de Saint Paul. Você não pode alterar a sua rota sem permissão", falou novamente o controlador.
"Escute aqui, seu idiota. Estamos sendo seqüestrados, temos um ferido grave a bordo, eu preciso falar com o responsável", gritou Hotchner. Pareceu que o controlador de vôo não estava entendendo a gravidade do problema.
"Aqui é Torre de Saint Paul. Você não pode ficar neste curso, está em curso de colisão com outro avião. Corrija-o agora".
