6o capitulo

O piloto decidiu pousar em Cheyenne no estado de Wyoming. O FBI, a polícia estadual e o corpo de bombeiros, juntamente com 5 ambulâncias estavam a postos. Todos estavam instruídos de só agirem quando a autorização fosse dada. Ninguém queria precipitar a morte de nenhum dos passageiros.

No avião, Hotchner admirava-os de longe enquanto eles estavam conversando, de repente ele desmaiou. Achou que era hora de agir e tentar salvá-lo, chegou mais perto deles.

"Vamos colocá-lo sob aquela maca, que ele ficará mais bem acomodado e para ser retirado também é mais indicada", falou com Brass e apontou para a maca de transporte que ficava embaixo do banco onde ele estava sentado.

"Certo. Pegue a maca e coloque sob o banco aqui, que o colocaremos em cima".

Hotchner pegou a maca e a colocou sob o banco, depois com cuidado. Um de cada lado conseguiu colocá-lo na maca. Ele gemeu e abriu os olhos novamente. Tentou se mexer.

"Não, Griss. Fique quieto para evitar mais sangramento", falou Brass. Estava muito preocupado com o amigo, não saberia dizer se ele mesmo sairia dali vivo.

"Obrigado, para os dois", sussurrou Griss. Sua voz estava cada vez mais baixa e fraca. "Brass, eu não sei quanto tempo me resta. Gostaria que me fizesse um grande favor", sua respiração estava pesada.

Hotchner achou um cobertor para aquecê-lo e trouxe um copo com água e um canudinho para que ele bebesse. Não queria ficar atrapalhando a conversa deles, mas seu coração doía porque não podia fazer nada mais para ajudá-lo.

"Grissom, poupe suas forças", falou Brass com suavidade. "Você precisa ficar quieto para não perder mais sangue e tente manter sua mente ocupada com imagens boas".

"Eu gostaria que você falasse para a Sara", passou a língua pelo lábio, engoliu a saliva e pensou um pouco antes de completar a frase. "Que eu a amei desde o primeiro dia e que tudo o que eu tenho, eu deixei em testamento para ela".

"Griss", Brass ficou surpreso, imaginava que eles eram próximos, mas não que chegou a este ponto. "Há quanto tempo vocês estão juntos realmente?"

"No meu aniversário de 50 anos, nós íamos celebrar 2 anos. E também ..", lembrou Griss. Sua vida teve um sentido especial com ela, agora via tudo claramente, pena que não poderei curtir "também dois meses da gravidez dela. Você não esquece o que eu pedi?"

"Um bebê. Claro que não esqueço Griss. Mas ainda estou torcendo por você mesmo dizer isso", apertou a sua mão e virou o rosto para o lado. Não queria chorar na frente dele. De repente sentiram um baque. As luzes de emergência foram acionadas, um alarme de incêndio começou a tocar. Havia fogo em uma das turbinas.

"Coloquem os cintos por favor. Teremos que fazer um pouso de emergência", falou o piloto no alto-falante.

Os passageiros ficaram muito agitados, um dos seqüestradores gritou que todos ficassem em seus lugares. Sentou-se na poltrona das aeromoças e prendeu o cinto, assim teria uma visão geral do avião se algum idiota quisesse fazer algo.

O burburinho foi geral, mas todos obedeceram. Ninguém sabia onde estavam e só tinham duas coisas consigo: fé em algo maior e esperança que tudo desse certo. Hotchner lembrou-se da filha e desejou que ele também pudesse vê-la crescer.

"Vamos, eu prendo vocês aqui e depois vou para o meu local".

"Obrigado, meu rapaz. Você é muito jovem para ser um agente do FBI". Griss falou isto sorrindo e deixou-se amarrar juntamente com Brass.

"Não sou tão jovem quanto pareço, aliás, eu já sou pai de uma menina de dois meses. Que espero ver novamente".

Em Vegas

"Calma, Sara. Warrick foi verificar junto a Sofia se isto é verdade ou não", Nick tentava acalmá-la pois ela estava tremendo.

Catherine ficou preocupada com a condição dele, havia notado alguns dias que ele estava enjoada de manhã e a pegou vomitando o almoço. Ela deu um desculpa mas estava mais sensível do que nunca.

"Nick, faça-me um favor. Vá pegar um copo d´água e coloque um pouco de açúcar", Catherine pretendia afastar Nick para poder falar sozinha com ela. Quando Nick saiu, ela falou baixinho no ouvido da Sara: "Eu sei que vocês têm algo mais que uma simples amizade. Pode confiar em mim". E se afastou para olhar nos olhos dela, estavam cheios de lágrimas e ela não conseguia mais contê-las.

"Catherine, eu estou grávida do Griss", falou o mais baixo que podia e começou a chorar. Catherine a abraçou e tentou confortá-la: "Minha querida, pense comigo. Se algo acontecer a ele, pelo menos, ele lhe deixou um presente maravilhoso: uma criança".

Nick vinha se aproximando e ouviu um pedaço da conversa, mas não quis se intrometer. Quando fosse a hora, elas lhe contariam. Mas intimamente ficou muito feliz com a notícia, sabia o quanto ele estaria feliz se soubesse da notícia.

"Aqui está o copo com açúcar, Sara", entregou-o nas mãos dela, "tome devagar."

"Obrigado, Nick", ela tomou bem devagar, o líquido doce lhe fez bem e ela se acalmou.

Nesta hora entrou Warrick juntamente com Sofia. Os dois vinham conversando e pareciam muito sérios.

"Infelizmente, é verdade", falou Sofia, "para piorar. Brass também está naquele avião".

Warrick tentou acalmá-los, "O que soubemos é que o avião está fazendo um pouso de emergência", suspirou.