8º capítulo

O avião pousou na pista dois do aeroporto de Cheyenne. O piloto avisou que estavam pousando apenas para abastecerem e que ninguém ia desembarcar (Mohamed fez questão de ouvir isto do piloto), depois disso um caminhão de gasolina se aproximou deles,

Não era só um caminhão de gasolina, tinham três agentes escondidos que iam tentar entrar pelo trem de pouso, imaginaram que ninguém devia estar vigiando a área de carga. Depois que estivessem lá dentro é que os frentistas começariam a abastecer o avião. Bem lentamente.

Dentro do avião, os passageiros estavam um pouco mais calmos por estarem em terra. Dois dos seqüestradores que estavam na parte de trás do avião foram chamados para frente, Mohamed os reuniu para dar instruções enquanto isto Hotchner conseguiu falar com o chefe dele para passar as exigências dos seqüestradores.

"Sim, eu sei. São oito prisioneiros de Guantanamo que eles querem", repetiu a ordem sabendo que o governo não negociava. "Mas poderia conseguir a libertação de um por hora, do menos perigoso, por exemplo. Assim ganharíamos tempo".

"Certo. Diga-lhe que libertaremos Jamus Melsha por primeiro. Mas queremos pelos menos 6 passageiros em troca.", até chegarem ao 7 já estariam quase todos libertados.

"Vou falar com ele e retorno a ligação".

Desligou, teria que ser rápido. Tentaria tirar Grissom e o amigo dele mais algumas mulheres e crianças. Estava apreensivo com a reação de Mohamed, mas a chance de libertação dos prisioneiros era real e não um blefe.

Quando Mohamed viu que ele tinha desligado o controle dispensou os outros e foi até ele.

"Como foi?", sua voz estava agressiva. Ele não parecia contente em estar ainda em terras americanas. Cada minuto contava contra, era preciso sair logo, pensou ele.

"Um prisioneiro de nome Jamus Melsha por 6 passageiros, agora", respirou devagar e esperou a reação dele.

Era melhor que simplesmente um não. Mohamed sabia quais eram os que ele realmente queria e Jamus era um deles. "Certo vou ligar a rádio para saber que ele foi liberado enquanto isso vá escolhendo os 6 passageiros. Claro que você não pode se incluir na lista", virou-se e voltou a cabine do piloto.

Ele respirou fundo e se acalmou. Primeiro avisaria o chefe, depois escolheria quem seriam libertado.

"Alô. Ele aceitou, mas primeiro quer que libertem Jamus. Ele vai estar ouvindo pelo rádio do avião".

"Você sabe em qual sintonia?"

"Não", ele entendeu que talvez eles não quisessem liberá-lo. Ele pensou se poderia descobrir. "Posso tentar ir até a cabine?".

"Deixe para lá, seria arriscado demais. Espere um pouco que eu já volto", acionou a captura da linha e falou com Guantanamo.

"Comandante Jay Hood, falando", não gostava destes telefones fora de hora. Ainda mais nesta manhã fria onde você só deseja ficar na cama.

"Robert Mueller, chefe do FBI".

"Em que posso ajudá-lo?", o que será que eles querem de novo, pensou.

"Comandante, preciso de sua cooperação em um caso de seqüestro. Preciso que liberte o prisioneiro Jamus Melsha e que toda a imprensa deve ser avisada".

"E vou realmente deixa-lo ir?", sabia de suas obrigações. Mas as últimas investigações da anistia internacional e do próprio senado americano tinham deixado suas marcas. Queria ter certeza que não estava fazendo nada ilícito.

"Sim e não. Sim enquanto a imprensa estiver aí e os seqüestradores não forem presos. E não, porque assim que os prendermos você deverá capturá-lo e leva-lo de volta a prisão".

"Entendido. Vou fazer isto agora". Desligou o telefone e chamou um de seus encarregados para que trouxessem o prisioneiro 3245-A7, pois ele seria libertado.

Depois de uns 2 minutos ele voltou. "Ele já está sendo liberado", e desligou.

Enquanto ele olhava para os passageiros tentando separar quatro deles, na área de carga os agentes estavam entrando e se posicionando para atacarem. Ele escolheu duas crianças com a mãe que estavam quase na frente, fez sinal para elas se dirigirem até a porta. Depois pediu a um dos seqüestradores que ajudasse Brass a levar a maca para baixo, os dois eram escolhidos também. Quando May percebeu que ia tirá-lo do avião, gritou: "deixe-me ir com ele, eu só conheço ele até agora".

Hotchner fez sinal que ela os acompanhasse. A porta foi aperta e a escada posicionada. A segurança do aeroporto foi avisada e duas viaturas chegaram para acompanhar os reféns que estavam sendo liberados. Primeiro foram às crianças logo em seguida a mãe, depois May e atrás dela vinham Brass, segurando a maca na frente, e um dos seqüestradores, segurando atrás. Uma ambulância se aproximou deles, Grissom foi colocado nela, Brass e May seguiram-na em uma das viaturas. A outra já tinha levado a mãe e as crianças.