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Então agora sem mais enrolação, boa leitura.
"Diálogos"
- Pensamentos -
"Conversa via Rádio"
"Auto conversa."
Nota de Responsabilidade:
Evangelion, seus personagens e cenário são propriedade de Hideaki Anno. Qualquer marca, filmes e séries mencionados nesta Fanfic é propriedade de seus criadores.
Capítulo 39
Sentada na grama estava Yui, seu rosto abatido e triste com as coisas que tinha visto pelas câmeras internas da Wunder, ela podia ver e escutar tudo que acontecia dentro daquele navio de guerra, principalmente quando o assunto era um certo garoto chamado Shinji.
Lentamente a sua mente pensou em Gendo, seu antigo amante e marido, ela pode ver as consequências de suas ações a cada momento em que invadia os sistemas da Wunder para se atualizar sobre o que acontecia no mundo e a cada dia que se passava, mas seu coração se fechava.
"Porque fez isso com Shinji?" Falou a mulher com forte abatimento ao pensar em tudo que o garoto passou, nada podia redimir esse ato, fechando a mãos com força, ela desejou poder sair do EVA pelo menos uma única vez, mas isso nãos seria mais possível.
Abaixando a cabeça para os pés, ela pensou em seu filho, em toda a sua vida, nos pontos onde ela falhou em protege-lo, mas o que ela poderia fazer? O que ela tinha que fazer para seu filho ficasse em segurança novamente? Isso era uma coisa que nem sua mente brilhante conseguia responder.
Sentindo a grama falsa em suas pernas, a mulher fechou os olhos ao sentir essa sensação percorrendo seu corpo, ela queria poder sair da unidade 01, ela queria poder nunca mais se importar com essas coisas e ser somente mais uma mulher normal, mas parecia que isso era uma coisa destinada a outras pessoas.
"Sempre gostei de suas projeções..." Thanato caminhou pela terra ao ver a alma de Yui sentada olhando para o horizonte, ele não se importava se isso era falso ou não, mas pelo menos seus olhos eram agraciados pela visão.
Yui nem se importou com a presença do ser logo atrás dela, sua mente estava em seu filho, ela podia sentir a dor dele, ela podia sentir a tristeza em seu coração, ela podia sentir tudo.
"Sempre é uma bela praia, ou um jardim..." Falou o homem ao se virar e olhar a mulher sentada abatida, com um sorriso ele falou ao observar o belo parque para crianças na sua frente, reconhecendo muito bem a memoria que Yui tentou encarnar, somente faltou Shinji e Asuka se divertindo para ficar perfeito.
"Pena que não temos crianças para movimentar essa visão."
Thanato caminhou até a mulher, mantendo as mãos no bolso ao pensar em como poderia quebrar o gelo dentro da unidade EVA, mas nada vinha em sua mente.
"Como ele está?" Yui finalmente perguntou ao mudar o foco de seus olhos, ela não queria olhar diretamente para Thanato, isso não era por medo ou qualquer outra superstição, mas por não se importar mais.
Ela mantinha os olhos fixo nos brinquedos na sua frente, ela queria poder materializar as crianças, ou melhor, ela queria poder materializar Shinji se divertindo como antes, mas isso era uma coisa que somente sua memoria poderia lhe dar.
"Está bem, seu corpo está melhorando graças aos remédios experimentais que Makinami gerou..." Thanato falou com um sorriso no rosto, mas alguma coisa estava errada, ele podia sentir que uma das almas das pessoas que ele observava estavam mais agitada que o normal.
Yui soltou um longo suspiro de alivio ao escutar isso, ela tinha perdido a conexão com Shinji na ultima batalha, com medo de ter perdido seu filho para sempre, ela temeu o pior, graças a Deus que Mari pode ajudar. Sorriu ao pensar na amiga de longa data, ela queria poder reencontrar sua velha amiga.
"Mari sempre foi experta, ela jurou que cuidaria de Shinji, fico feliz que ela esteja cumprindo essa promessa."
Yui passou a mão pelo seu cabelo ao pensar em seu filho se recuperando, ela realmente pensou que agora não teria mais o que fazer para salvar a vida dele, um pequeno calor nasceu em seu corpo ao saber que ele estava melhorando, pena que isso durou pouco ao se lembrar de como era o mundo ao seu redor.
Thanato assentiu ao escutar isso, ele podia sentir a pureza no coração de Mari, ela era uma boa pessoa, mas a sensação de incomodo em sua mente ainda estava lá.
"Como eles estão agora?" Yui perguntou ao se virar, finalmente focando seus olhos no Deus da morta.
"Pelo menos podem sorrir?"
Thanato pensou no que falaria, mas essa não era uma pergunta difícil de ser respondida, com um sorriso ele começou a falar o que sabia.
"Eles estão bem, Mari está agora num relacionamento com a garota Ayanami, Shinji e Asuka voltaram a conversar, parece que as coisas estão caminhando afinal de contas."
Yui sorriu ao escutar isso, ela rapidamente pensou em Mari, em sua velha amiga e a pessoa mais confiável que se poderia ter ao seu lado numa hora como essas, sabendo que ela estava caminhando para a felicidade lhe alegrou um pouco mas sua mente focou em seu filho agora.
"Fico feliz que ele esteja melhorando, mas ainda tem um longo caminho pelo frente."
"Sim, mas ele vai sorrir ainda..." Thanato respondeu ao sentir aquela sensação novamente, isso estava começando a deixa-lo aborrecido.
"Ele tem muita vida pela frente, somente tem que dar os passos certos."
"A filha de Kyoko finalmente está aceitando que ainda gosta de meu filho?" Yui perguntou sorrindo, podendo ver um pequeno vulto se aproximando dela.
"Essa menina é tão chata quanta a mãe."
"Ah! Cala a boca!" Kyoko surgiu ao andar na direção do grupo, ela ainda tinha sua personalidade forte, em suas mãos um cigarro materializado, Yui a olhou com um sorriso de colegial.
"Sorte do seu filho que minha Asuka lhe deu uma segunda chance." Kyoko falou com a arrogância, mas no fundo ela sempre soube que os dois se mereciam, ela podia sentir o coração da filha nestes anos que ambas passaram juntas dentro da unidade 02, ela queria que Asuka voltasse a sorrir.
"E sua manipulação não tem nada a ver com isso?" Yui perguntou ainda sorrindo, agradecendo ao céus por ter descoberto uma conexão entre as unidades EVA, assim ela podia falar com Kyoko.
"Humpy." Deu de ombros a mulher ao olhar para os céus, mas Yui estrava certa, parecia que somente Shinji poderia dar a felicidade para Asuka, e sua filha estava acima de tudo em seu mundo.
Depois de um breve silencio, todos olharam para Thanato, elas podiam ver que seus olhos estavam focados em alguma coisa.
"O que foi?" Kyoko perguntou com curiosidade.
"Somente uma sensação ruim, parece que tem alguma coisa errada, mas não consigo saber o que é."
"Bem vindo ao clube." Disse Kyoko ao pensar nisso, ela queria mais que tudo poder sair desse inferno que era viver dentro de um núcleo de um EVA, mas parecia que o destino tinha outros planos.
"Essa conexão não é nada fácil de ser mantida." Yui falou ao sentir a unidade 02 se afastando, Kyoko a olhou abatida.
"Eu a chamei aqui para falar sobre seu marido..." Thanato falou com a voz mais séria, ambas o olharam com sentimentos diferentes, Kyoko queria acabar com Gendo por tudo que ele fez sua filha passar, Yui pensou no marido, em como ela ainda o amava, mas depois de tudo que Shinji passou por causa de suas ações ela teria que escolher um lado, e isso era fácil.
"O que esse merda fez agora!?" Resmungou Kyoko ao escutar sobre o marido de Yui, ela nunca gostou do homem e isso somente se provou correto.
Yui a olhou com um meio sorriso no rosto, ela sempre gostou dessa personalidade forte de Kyoko, mas como todas as pessoas que tinha isso, elas sempre exageravam.
Thanato a olhou da mesma forma, o assunto era sério e eles não tinham muito tempo, não era todas as vezes que eles poderiam se reunir agora, com um longo suspiro ele continuou.
"Ele está avançando nos seus planos."
Shinji estava olhando para uma mulher que a muito tempo ele não via, no fundo sua mente se agitou ao rever todas essas pessoas novamente, mas seus olhos caíram no bebê nos braços de Hikari.
"Senhorita Horaki..." Shinji falou educadamente, mas sua voz ainda era deprimida.
Hikari lhe deu o seu melhor sorriso, ela queria poder rever Shinji, ela precisava ver que o homem ainda estava vivo e bem, era mais um amigo que tinha conseguido sobreviver neste mundo.
"Bu bla..." Tsubame falou nos braços de Hikari, seus olhos inocentes focando em Shinji.
Rindo timidamente ao ver o homem ainda lhe chamando como antes, Hikari olhou para seu bebê com orgulho e felicidade.
"Agora é Suzuhara, eu me casei com Toji..."
Shinji assentiu ao escutar isso, no fundo ele sabia que os dois sempre gostavam um do outro, mas ver isso na sua frente era de certa forma bom, logo sua mente pensou em Asuka e Kensuke, uma dor em seu peito nasceu ao pensar nos dois juntos, mas quem era ele para pensar assim?
"Espero que esteja melhor, Toji não parou de pensar em como poderia lhe ajudar." Sakura falou sorrindo ao pegar sua sobrinha de Hikari, ela ficou feliz em ver que ele estava muito melhor, esse novo remédio era revolucionário.
"Certo..." Shinji falou timidamente com uma forte vontade de sair dessa casa, seu corpo gritando que eles estavam somente sendo educados, que no fundo ele continuava sendo odiado por todos pelo o que tinha feito ao mundo.
"Espero que esteja com fome." Hikari falou com seu melhor sorriso, ela sempre gostou de cozinhar, e essa poderia ser a melhor oportunidade para poder conhecer esse Shinji mais velho.
"VOCÊ NÃO MERECE ISSO!" Gritou sua alma com a culpa que gritou dentro de sua cabeça, ele podia sentir seu coração batendo forte, tão forte que isso que parecia que ia furar seu peito, olhando para suas mãos que agora tremiam com a ansiedade.
"NÃO MERECE ESSA CORDIALIDADE!"
"NÃO MERECE ESSA COMIDA!"
"NÃO MERECE SER AMADO!"
"Não precisa se preocupar comigo, guarde sua comida para sua família..." Shinji falou ao começar se virar para sair, olhar essas pessoas estava lhe fazendo mal, sua mente gritando para sair correndo dali.
"Você é nosso convidado aqui, ela se preparou para esse momento por horas." Toji falou ao apertar o ombro de Shinji, ele tinha visto as mãos de Shinji tremendo.
Shinji fechou os olhos ao pensar em seus medos, meu Deus como ele queria tomar uma bebida agora, pensou o homem ao sentir o desejo tomando conta de seu corpo, ele necessitava disso.
"Por favor, eu quero sua presença aqui, temos que colocar o papo em dia." Hikari falou sorrindo ao sentir a tensão em Shinji, seus olhos caíram nas mãos de Shinji, podendo ver os tremores.
"Eu quero que você conheça Tsubame..." Hikari falou ao olhar para os olhos de sua filha, podendo ver o brilho de vida nos olhos dela.
"Vamos cara, pare com essa frescura e come, quanto tempo faz que não prova uma bela comida caseira?" Toji falou ao passar por Shinji, dando um beijo suave na cabeça de sua filha.
Sakura estava calada, deixando para seu irmão falar com Shinji, ela queria poder falar mais com o homem mas isso iria ser para outra hora.
"Vamos Ika... Ayanami-san, vai deixar Tsubame triste."
Shinji olhou para a criança nas mãos de Sakura, sentindo um forte desejo por ficar neste local com essas pessoas, mas sua mente gritou em culpa, com um longo suspiro ele se sentou.
Ele não sabe quanto tempo se passou, mas pelo menos eles tiveram razão em uma coisa, ele sentia falta de uma bela comida caseira, as pessoas ao seu redor conversavam, mas ele não estava particularmente interessado pela conversa.
Girando seus talheres no que restou de seu prato, Shinji estava em seu mundo, em sua culpa, em como ele destruiu a vida de todos ao seu redor, mas uma pequena mão tocou a sua.
Virando os olhos para a fonte da interrupção de sua culpa, Shinji pode ver os olhos inocentes de Tsubame, ele sentiu uma paz naqueles olhos, sem perceber, um pequeno sorriso nasceu em seu rosto.
Sakura olhou para Shinji, podendo ver o sorriso em seu rosto, o pequeno movimento em sua mão brincando com o pequeno bebê, o movimento era simples, era calmo e quase nulo, mas ainda estava lá, ela sorriu com esse pequeno momento.
Shinji nem se percebeu brincando com Tsubame, ele sentiu um calor em seu peito ao ver essa pequena interação tomando contra de seu espirito, um pequeno momento de paz interior, essa paz conseguiu superar tudo, mesmo que somente por alguns meros segundos.
"Por favor..." Uma voz feminina falou em sua cabeça, Shinji parou seus movimentos ao escutar isso, era uma voz vivida, uma voz real, era uma voz que ele conhecia.
Fechando os olhos ao tentar limpar a mente, ele queria a paz que Tsubame tinha lhe dado, mas a voz continuava ali, uma pequena pontada de dor surgiu em sua cabeça.
"Por favor... eu não quero morrer..." Falou a voz em sua cabeça, ele podia sentir a urgência no pedido de clemência, ele sentia que conhecia essa pessoa, mas porque isso estava acontecendo? O que estava acontecendo com ele?
Hikari olhou para a filha, podendo ver a mudança de postura de Shinji, ela pode sentir que alguma coisa estava errada.
"Ikari?" Perguntou a jovem mãe com preocupação, mas Shinji não respondeu, ele somente continuou com seu olhar morto e sem vida, era como se ele não estivesse mais neste mundo.
Shinji fechou os olhos para tentar limpar a mente, mas nada fazia funcionar, era como se esse pensamento, essa voz entrasse em sua mente sem dificuldade, levando sua mão para o rosto, ele lentamente tentou se recompor.
"O que está havendo comigo?"
"Por favor, eu não quero voltar..." Falou a voz, ele podia sentir a urgência, seu coração batia forte em seu peito a cada segundo que se passava, cada movimento do relógio, cada batida de seu coração, cada coisa era uma agonia.
Sentindo outra pontada de dor forte na cabeça, Shinji se levantou ao perder a paz que tinha.
"Shinji?" Toji perguntou preocupado, ao seu lado Sakura o olhava com a mesma preocupação.
"Me desculpe, eu tenho que ir." Shinji falou ao começar a caminhar em direção da porta, ele pode ver Toji prontamente se levantando e indo em sua direção, com um movimento rápido ele levantou a mão.
"NÃO!"
Todos pararam ao escutar sua voz grossa, Shinji olhou com frieza e calma, mas sua cabeça doía, as vozes não paravam, ele tinha que sair.
"Me desculpe por isso." Falou o homem ao se virar e sair com passos acelerados, deixando para trás todas as pessoas, Hikari queria ir atrás dele, perguntar o que aconteceu de errado, mas Toji a impediu.
"Eu falo com ele assim que der, cuide de Tsubame..." Toji falou com calma ao olhar para sua filha chorando no chão, mas seus olhos nunca saíram de Shinji, ele sentiu a mudança de clima em sua casa, ele sentiu que alguma coisa estava errada, seus instintos o mandaram ficar sóbrio essa noite.
"O que aconteceu?" Toji falou ao olhar para sua irmã, mas nem ela tinha as respostas.
Shinji caminhou pela terra ao seu redor, ele podia sentir seu coração batendo forte em seu peito, aquela sensação de que algo estava errado.
"O que está acontecendo!?" Shinji colocou a mão no rosto para conseguir manter a sanidade em ordem, mas a dor não passava.
"Por favor..."
"Não me mate..."
Shinji sentiu que tinha que fazer alguma coisa, procurou pela fonte de seus problemas, o homem começou a andar em direção ao hospital da vila, mas uma conexão lhe dizia o caminho e ele não sabia os motivos de estar seguindo.
Algum tempo antes.
Rei passou a mão pelo rosto suado e cansado, ela olhou para as tábuas de madeira que tinha acabado de cortar, seu corpo sentindo os efeitos de conseguir fazer mais um proposito para ajudar as pessoas dessa vila.
"Pode parar garota, vai acabar machucando alguma coisa." Disse um homem na faixa de cinquenta anos de idade ao começar a pegar os pedaços, eles tinha mais que o suficiente para a semana, Rei sempre trabalhou duro para ajudar a todos.
"As pessoas precisam dessa madeira para aquecer seus lares, me alegra em ajudar." Falou a garota ao se aproximar da pilha cortada, mas o homem rapidamente a impediu.
Sorriu ao ver o esforço da menina, ele mesmo tinha suas filhas, com um sorriso ele apontou para longe, podendo ver que o dia já tinha terminado e poucas pessoas estavam do lado de fora agora.
"Você ainda é jovem, deve ter coisas melhores para fazer essa noite, pode ir para sua casa descansar, deixa comigo essa noite."
Rei o olhou com curiosidade, ela sentia que poderia fazer mais, seu corpo não estava cansado o suficiente para parar.
"Mas... eu ainda posso..."
"Nada de mas, vai descansar!" Disse o homem como um pai, seu olhar sério dizendo que isso não era negociável.
"Não perca sua vida trabalhando, tem que parar para curtir um pouco, não queira se arrepender depois."
Rei assentiu ao escutar isso, ela se lembrou do momento que passou com Mari nos arrozais, com um sorriso ela tocou os lábios ao pensar em como se sentiu viva com o pequeno gesto de amor que passou com ela, mas o que ela deveria fazer agora? Deveria ir até a casa de Aída para conversar com Mari? Isso ela não sabia.
Se virou e foi na direção da casa de banho, Rei estava em seu mundo pessoal, caminhando com passos lentos e pensativos, ela nem prestou atenção no homem que apareceu no seu caminho.
Reconhecendo seu alvo, rapidamente o simpatizante avançou em seu alvo, ele tinha suas ordens para devolver a alma de Lilith para que o cenário fosse concluído, assim como ordenou a SEELE.
Correndo na direção de Rei, o homem não perdeu tempo em deferir um soco na lateral do rosto de Rei, sorriu ao ver sua presa caindo no chão com um baque forte.
Sentindo o rosto doendo com o impacto, Rei tocou seu rosto dolorido e olhou para cima, sentindo uma confusão tomando conta de sua mente com o que tinha acontecido.
"O que aconteceu?"
Sorrindo ao ver sua vitima, o simpatizante da SEELE rapidamente sacou sua faca serrada, Rei observou o objeto nas mãos do homem, ela sabia o que isso significava.
"Você que tem que voltar para o seu mestre... temos que concluir o cenário!" Disse o homem ao dar um chute na lateral do peito de Rei.
"Há!" Gemeu a garota ao sentir o golpe, ela queria poder gritar, mas seu corpo parecia não querer reagir, ela somente sentiu um forte desejo de sair correndo.
Sorrindo ao ver o sofrimento no rosto de Rei, o homem sabia que tinha que mata-la o mais rapidamente possível, mas o desejo de faze-la sofrer era mais forte, ele queria ver a vida saindo dos olhos dela, ele era um caçador.
Se levantando e correndo, Rei lutou para conseguir fugir desse momento, ela sabia que não podia deixar que a alma de Lilith voltasse para a NERV, ela sabia que isso era a chave vital para o cenário ser possível.
"Onde pensa que vai!?" Gritou o homem ao começar a ir atrás de sua vitima, correndo o mais rapidamente que conseguia, não demorou para ele alcançar Rei, usando os pés para derrubar a garota.
"Não!" Rei tentou falar, mas outro soco atingiu seu rosto, sentia o liquido quente saindo de seu nariz, ela rapidamente tentou barganhar, sua mente se lembrando de tudo que tinha conseguido conquistar nestes anos que passou longe de Gendo, os vários tipos de amor que descobriu, a família que ganhou com Shinji... o coração que conquistou com Mari, ela tinha muita coisa para proteger.
"Por favor, eu não quero voltar..."
"Temos que concluir o cenário..." Falou o homem ao segurar um dos braços de Rei, ele sentia que tinha que concluir o serviço, apertando sua faca com força, ele olhou para os olhos vermelhos de Rei, somente o cenário em sua mente.
"Por favor... eu não quero morrer..." Implorou Rei ao ver a lamina se levantando, era somente uma questão de tempo ao sentir que sua vida iria ser forçada a terminar, ela sentiu uma lagrima escorrendo pelo seu rosto com o sentimento de tristeza, ela queria poder falar com Shinji mais uma vez, ela queira poder cuidar de Tsubame e ela queria poder beijar Mari mais uma vez.
"Por favor..."
"O cenário é tudo que importa... vamos libertar e purificar a terra do pecado do homem..." Falou o homem com o rosto focado em seu alvo, ele somente pensava em como iria agradar o comitê, ele iria ser recompensado por tudo que tinha feito.
"O sangue de Lilith irá purificar a terra, nos levará para o paraíso ao seu lado para a gloria eterna!"
Rei fechou os olhos, ela não queria ver quando sua vida iria ser reiniciada, ela iria morrer, mas outra Rei iria ser colocada em seu lugar, ela pensou em Mari e Shinji, na sua família, as duas pessoas mais importantes em seu mundo.
Shinji caminhava para a fonte de sua agonia, ela queria acabar com essa sensação, mas como? Andando de forma aleatória pelas casas, Shinji olhava ao redor, sua cabeça doía com força a cada passo que dava na direção da fonte.
Virando uma esquina, ele sentiu seu corpo paralisando, seus olhos focando na situação em sua frente, ele não percebeu quando a dor parou, a sensação parou, ele somente sentiu raiva, raiva por ver Rei caída no chão com um homem desconhecido em cima dela, com uma faca levantada.
Sentindo que não poderia perder mais tempo, ele não iria deixar que o destino lhe removesse mais uma família, perder outra pessoa ferida não era uma opção, correu e ignorou a dor em seu corpo, a ardência em seu peito com seus pulmões sugando o máximo de oxigênio que poderia numa situação como essas, ele correu o máximo que podia.
Rei esperou pelo fim, ela esperou pela dor, ela esperou pelo momento que retornaria à NERV como uma nova pessoa, uma nova Rei, mas esse momento não chegou, ela somente sentiu quando um baque forte derrubou o seu assassino, abrindo seus olhos ao ver Shinji lutando contra o homem.
"Maldito!" Gritou Shinji ao rolar pela terra, ele podia sentir a adrenalina correndo livremente pelas suas veias, ele sentiu a mesma raiva que sentia quando estava lutando contra esses homens na terra vermelha.
"Traidor!" Gritou o homem ao reconhecer o rosto de Shinji, como o filho de seu libertador lutando contra o cenário, seria um prazer acabar com ele.
Se debatendo ao rolar ainda mais, Shinji não perdeu tempo em dar um soco no rosto do homem, vendo ele soltando uma gemido ao sentir seus dentes ficando moles.
"Nunca mais encoste nela!" Gritou Shinji ao começar a dar joelhadas nas laterais do simpatizante, sua mente recebendo toda a sua raiva por ter feito ela passar por isso.
"Temos que libertar Lilith! Temos que cuidar do cenário TRAIDOR!" Gritou o homem ao conseguir se soltar das garras de Shinji, assim como seu agressor, ele queria matar, ele queria se vingar por ter tido a sua entrada na instrumentalidade negada por esse homem.
Conseguindo um pouco de espaço, o simpatizante conseguir encaixar um soco no rosto de Shinji, sorriu ao ver um filete de sangue escorrendo pelo seu rosto, levantou suas mãos machucadas na direção de seu alvo, ainda com um sorriso sádico no rosto, o homem olhou para sua faca no chão de terra, ele falou entre respirações.
"Porque luta contra isso!? Porque não MORRE?!"
Rosnando ao correr na direção de Shinji, ele o pegou pela cintura ao derrubá-lo no chão, se virou e deu alguns socos no rosto de Shinji.
"Acha que pode me derrotar!?" Disse o homem ao socar a lateral do rosto de Shinji.
Shinji sentiu seu corpo lutando para ficar em alerta, mas ele não poderia deixar seu pai machucar as pessoas que ele mais amava, ele não iria deixar seu pai machucar Rei, ele não podia deixar ele machucar Asuka, ele não podia deixar ele machucar Misato.
Sentindo a força voltando para seus braços, Shinji agarrou as mãos do homem, mostrando seus dentes ensanguentados, rosnando ao sentir a raiva fluindo pelo seu corpo.
"NÃO!" Gritou Shinji ao sentir seu corpo doendo com toda adrenalina correndo pelo seu corpo, suas feridas ardendo com o esforço, mas ele não se importava, ele somente queria proteger as pessoas ao seu redor, olhando nos olhos de seu agressor, ele fechou o punho.
Dando um soco com força no rosto dele, Shinji falou ao ver que tinha machucado o inimigo, viu o simpatizante cambaleando para trás, ele correu para subir em cima do homem.
Sentindo a mente girando, o simpatizante sentiu a faca em suas mãos, achando que poderia ter alguma vantagem, rapidamente a apontou para Shinji, mas ele não conseguia se mover.
Segurando as mãos do inimigo, Shinji olhou nos olhos do seu inimigo, não ligando para a dor, não ligando para nada, ele girou a mão do inimigo agora apontando para seu peito.
Arregalando os olhos ao ver que estava em apuros, o homem que antes sorria para a morte, sorria para o sofrimento dos outros, agora estava com medo ao ver sua faca se aproximando cada vez mais de seu corpo.
"Por favor... por favor!"
Shinji o olhou, ele escutou o pedido de clemencia, mas sua mente se lembrou de como ele estava prestes a matar sua irmã, ele não sentiu pena dela, ele não pensou em sua família, ele sorria ao tentar mata-la.
Forçando mais para baixo, Shinji olhou quando a ponta da faca tocou a pele do homem, vendo os olhos dele se arregalando com o ferimento, sentindo as forças dele parando de lutar, a faca assim desceu ainda mais.
"Não... não por favor!" Disse o homem ao saber que tinha perdido a luta e agora iria morrer, ele tinha que viver, ele tinha que viver para ver o cenário vivo, ele tinha que viver para conseguir alcançar a evolução de sua alma por Lilith.
Lutando com o que tinha restado de sua força, o homem tentou empurrar de volta, mas Shinji estava determinado, ele estava determinado em matar esse simpatizante da SEELE.
"Morra."
"MATA ELE!"
"MATA ELE!"
"MATA ELE!"
Shinji afundava a faca devagar, antes de perder a oportunidade, ele falou para o simpatizante que morria logo abaixo de seu corpo, sua voz era fria, assim como seu pai tinha.
"Você tentou matar minha irmã!" Shinji olhou para os olhos do homem, isso lhe deu mais raiva e seus músculos afundaram ainda mais a faca, ele não sentiu remorso, ele não sentiu nada nesta hora.
"MATA ELE!" Gritou sua mente ao relembrar toda a dor que sentiu na prisão, ele se lembrou do olhar de seu pai, ele se lembrou da dor do abandono, ele se lembrou do sentimento.
"Você tentou ajudar ele!"
O simpatizante lentamente foi perdendo a vida em seus olhos, ele conheceu o toque da morte neste momento, Shinji olhou para seu corpo na espera de qualquer sinal de que tinha falhado, mas ele tinha matado aquele homem, assim como muitos na guerra.
Sentindo a adrenalina saindo de seu corpo, Shinji virou a cabeça para o lado ao ver os olhos intensos de Rei focando nele, ele podia ver o sangue saindo de seu nariz, ele podia ver as marcas em seu rosto, então a preocupação tomou conta de seu corpo, sua irmã estava ferida.
Lutando para se levantar, Shinji sentiu suas feridas, mas ele estava focado, se arrastando para ao lado de Rei, não demorou para passos serem escutados, mas ele queria ver Rei.
Se aproximando o melhor que conseguia, Shinji se ajoelhou e olhou para o rosto dela, ele claramente se lembrou de quando fez a promessa que a protegeria, Rei era sua única família neste mundo, uma pessoa que nunca se importou em falar que se importava com ele.
"Eu estou bem, seus ferimentos estão piores." Rei respondeu ao ignorar a dor em seu rosto, ela prontamente olhou para Shinji e o sangue em seu rosto.
Se afastando e dando um longo suspiro pesado, Shinji encostou na parede e escutou o som de passos vindo na sua direção, ele desejou que não fosse outra pessoa querendo briga.
Andando para investigar os sons que vinha atrás de sua casa, uma jovem mulher caminhou, seus olhos focaram na cena em sua frente, arregalando o olhar para o horror que nunca tinha presenciado, ela somente fez o que qualquer pessoa faria numa situação como essas.
"MEU DEUS!" Gritou uma mulher ao ver a cena, ela conhecia Rei para saber que Shinji não era o vilão, mas a julgar pelos dois, ela tinha que chamar o doutor.
Shinji olhou para a mulher, com a voz cansada ele falou ao se apoiar na parede, a pobre mulher paralisada ao ver o horror na sua frente, ele sentiu pena dela, ninguém fora do campo de batalha tinha que ver uma pessoa morta, olhando rapidamente para o homem agora morto, os seus olhos sem vida, Shinji falou com a voz cansada e fraca.
"Por favor... por favor, vá chamar Toji... Minha irmã precisa de ajuda."
Assentindo rapidamente, a jovem mulher lutou para mover seu rosto da cena sangrenta ela correu pela terra manchada de sangue, a mulher correu o mais rapidamente que conseguia.
Toji estava na sala de sua casa, sua mente pensando em que poderia ter feito essa reação em Shinji, sua esposa Hikari estava com Tsubame no colo.
"Onde está Rei? Ela já deveria estar aqui." Sakura perguntou ao levantar a cabeça de seu livro, mas sua mente gritava que tinha algo errado.
BATIDA REPENTINA NA PORTA.
Toji rapidamente se levantou e foi para a porta, ele pensou que Shinji tinha feito alguma besteira, abrindo a porta e olhando para o rosto assustado da mulher jovem, ele rapidamente a acalmou.
"Calma! O que aconteceu!?"
Respirando profundamente, a mulher falou entre respiradas.
"Alguém... alguém tentou... Alguém tentou matar Ayanami!"
"O que!?" Todos gritaram ao aparecer na porta, Toji e Sakura prontamente saíram correndo, sua mente pensando em qual grave a pobre garota estaria, mas não antes de gritar.
"Hikari! Chame Kensuke!"
Hikari não perdeu tempo em ir na direção do rádio de emergência, ela tinha que alertar os lideres da vila, eles tinham que colocar a segurança em alerta.
Toji correu o mais rapidamente possível, sorrindo ao ver que seu corpo atlético ainda funcionava como antes, ele podia ver uma pequena aglomeração num dos becos da vila, sabendo que deveria ser neste local que a confusão aconteceu, temendo o pior ele se preparou.
O mesmo acontecia com Sakura, ela corria mais devagar que seu irmão, mas pelo menos não ficou para trás, ela sentiu o peso de sua bolsa de emergência, finalmente chegando, seus olhos se arregalaram ao ver Shinji sentado ao lado de Rei.
"Cara! O que aconteceu aqui!?" Toji se aproximou de Shinji, ele pode ver Rei parada ao lado dele, não parecendo estar tão ferida quanto Shinji.
Shinji sentia seu corpo doendo, ele ainda estava se recuperando dos ferimentos da ultima batalha, seu rosto sangrava com os golpes que recebeu, sorriu levemente ao ver seu amigo, sua voz não era mais grave, somente cansada.
"Ele tentou matar Rei..." Shinji cuspiu um pouco de sangue, ele já tinha passado por coisas parecidas antes, e seu orgulho de soldado não queria mostrar fraqueza.
"Sem frescura... não está tão ruim, só preciso de um banho."
Toji começou a trabalhar em Shinji, soltando um alivio ao ver que as feridas não abriram, tudo estava fechado.
"Cara, que parte de pegar mais leve você não entendeu!?"
Shinji soltou uma risada sem vida, mas ele rapidamente olhou para Sakura olhando o homem morto no chão, ele conseguiu salvar sua irmã, ele fez que seu pai não conseguisse mais uma vitória, ele não iria permitir que ele vencesse.
"Você está bem?" Perguntou Sakura ao olhar para os ferimentos no rosto de Rei, ela sabia que o homem morto não iria precisar de seus serviços.
Rei piscou ao sentir o toque de Sakura, sentido seu corpo doendo com a queda de adrenalina, mas sua atenção estava em Shinji, em todos os seus ferimentos e sua saúde mais frágil, ela se sentiu mal por toda a dor que causou em seu novo irmão.
"Eu estou bem, isso não é necessário, meus ferimentos não são tão graves perante aos do meu irmão."
"Irmão?" Sakura a olhou confusa com essa declaração, seus olhos caíram em Shinji sendo atendido por Toji, olhando atentamente para os dois que estavam feridos, mas isso seria uma conversa para outra hora, ela agora tinha que cuidar de seus pacientes.
Shinji olhava para toda a atenção que recebia, sentindo a adrenalina batendo forte em seu peito, ele não percebeu quando suas mão começou a abrir e fechar.
"Assassino!" Gritou sua culpa, mesmo as pessoas ao seu redor não falando nada, totalmente chocadas com a situação ao seu redor, mas para Shinji, isso foi uma tortura.
"Monstro!"
"Olha o que você fez!"
Shinji lentamente olhou para o lado, podendo ver o corpo do homem agora sem vida, ele sentiu a culpa o acertando com força, logo seus olhos caíram em Rei, sua família e irmã, pelo menos ele impediu ela de sofrer.
Toji finalmente estava confiante o suficiente para continuar no hospital, mas não antes de olhar para as mãos de Shinji, podia ver os tremores, ele podia ver a ansiedade, ele podia ver sua dor, com um olhar ao seu redor, Toji viu as pessoas, ele pode entender um pouco o que se passava na cabeça de Shinji.
"Vamos leva-los ao hospital!" Toji ordenou as pessoas ao seu redor, ele pode ver o olhar de Shinji ao receber ajuda, não tendo dificuldade em pegar o homem pelo ombros, ambos caminharam para o hospital.
Rei não teve problemas em andar, seu olhar vagou pelo homem morto no chão e seu irmão, ela realmente sentiu medo de morrer, essa foi a primeira vez que isso aconteceu.
Sakura estava ao lado de Rei, ela pediu para uma mulher cobrir o corpo antes que alguma criança pudesse vê-lo, ela olhou para Shinji com pena, ele sempre estava lá para ajudar as pessoas que amava, mas quem estava ao seu lado?
"Então você beijou ele?" Mari perguntou novamente ao balançar as pernas como uma adolescente, na sua frente Asuka estava tentando limpar a mente da conversa que teve com Shinji, ela estava satisfeita com a pequena reconciliação que teve com seu antigo namorado, mas Mari estava como sempre a irritando.
"Pela milésima vez, nós não nos beijamos!" Asuka rosnou corada ao abaixar seu game, mas a julgar pela alegria extrema de Mari, isso não teria acabado, mas antes de dar a deixa para ela continuar, Asuka apontou o dedo ao já saber da situação entre ela e Rei.
"Eu não sou uma vagabunda fácil que sai beijando a primeira pessoa que vê por ai."
Mari nem se importou com isso, rolando no chão ao mostrar sua alegria por ter finalmente aberto seu coração para Rei, ela pode dizer seus sentimentos e isso foi reconhecido, tocando os lábios ao relembrar da sensação.
Com os olhos fechados, ela soltou um longo gemido ao relembrar da sensação, Asuka a olhou com nojo pela quantidade de açúcar que Mari estava soltando no ar, ela no fundo a invejou, ela pensou que poderia um dia voltar a sentir essa sensação passando pelo corpo, será que um dia ela voltaria a amar alguém? Será que Shinji ainda a amava da forma que ela amava ele? Isso rendeu um rubor forte no seu rosto.
Asuka pensou na conversa que teve com Shinji, em como ele confundiu a situação com Kensuke, isso rendeu um pequeno rosnado de Asuka, algo que Mari percebeu e com um sorriso felino ela provocou.
"O nosso filhote realmente pensou que você e KenKen eram um casal?" Mari perguntou sorrindo o tempo todo.
"Como é a cara de ciúmes dele?"
Asuka cerrou os olhos no rosto, ela não queria falar disso com Mari, mas realmente Shinji ficou fofo com o rosto ciumento, com um pequeno rubor ela olhou novamente para seu jogo, na esperança de calar a boca de Mari.
Não se deixando levar pelo silencio, Mari rolou novamente no chão ao falar com um sorriso no rosto.
"Ele ainda é a apaixonado por você!
Asuka corou com a provocação, mas não pode deixar de sorrir ao escutar isso, será que Shinji ainda gostava dela?
Mari ainda rolava ao abraçar as suas roupas, ela ficava relembrando o beijo que teve com Rei, isso foi o ponto mais alto do seu dia, todo aquele peso saindo de seus ombros, toda aquela dor e sofrimento que passou em sua vida sendo destruída.
Abrindo seus olhos, ela olhou para Asuka, podia ver ela tentando esconder o rubor em seu rosto, mas antes de poder provocar, Kensuke entrou agitado na pequena casa.
Asuka rapidamente olhou para o amigo e pode sentir que alguma coisa estava errada.
"Kenken? O que aconteceu?"
Kensuke estava aborrecido, principalmente por uma coisa dessas ter acontecido com um de seus amigos, em suas mãos o aparelho de comunicação.
"Como essa raça conseguiu entrar aqui!?" Resmungou o homem ao passar pelas meninas, podendo sentir os olhares em suas costas, Kensuke rapidamente foi para o armário de armas.
Asuka podia sentir a seriedade do assunto, a ruiva rapidamente se levantou e foi na direção do amigo.
"Kensuke! O que aconteceu?"
Kensuke finalmente terminou de pegar o revolver, olhando para o rosto apreensivo de Mari e Asuka, elas mereciam a verdade, com um longo suspiro começou a falar.
"A vila sofreu uma tentativa de assassinato, um dos simpatizantes da SEELE tentou matar a ..." Parou o homem ao focar em Mari, ele sabia dos sentimentos que ela sentia por Rei.
"Quem tentaram matar!?" Asuka perguntou sem paciência, o mesmo acontecia com Mari.
Soltando um longo suspiro, Kensuke falou com voz abatida.
"Tentaram matar a Ayanami."
Mari arregalou os olhos ao escutar isso, se virou e saiu correndo da casa, Mari não perdeu tempo em correr o mais rapidamente que conseguia, nas suas costas Kensuke tentava para-la, mas ela somente queria ver Rei, porque isso estava acontecendo agora? Porque agora? Pensava a mulher freneticamente.
Asuka estava abalada, ela não gostava de Rei, mas a raiva que sentia pela albina não era forte o suficiente para que desejasse sua morte, ela pode ver Kensuke indo na direção de sua caminhonete, ele iria pega-la no caminho para vila, sabendo que provavelmente Toji já estaria com ela no hospital.
Pegando uma das armas de Kensuke, Asuka prontamente correu para o carro com seu amigo, ela era a protetora dessa vila, quem iria ousar tentar machucar essas pessoas?
Kensuke não perdeu tempo em contatar Kaji, ele sabia que o líder da vila não queria ser contatado, mas isso era uma emergência séria, sabendo que teria que se desculpar depois, ligando o carro, ele se preparou para o pior.
Kaji estava deitado em sua cama, sua respiração satisfeita era a única coisa que mostrava que ele estava vivo, seu sorriso original em seu rosto direcionado para a única coisa que ele realmente amava.
Misato estava deitada com a cabeça no peito do homem, ela estava escutando o som das batidas do coração dele, ela pode sentir a paz neste pequeno ato, lentamente ela abriu os olhos ao ver que essa poderia ser sua vida se a guerra não tivesse explodido de vez.
"O que acha que Ritz está fazendo agora?" Kaji perguntou sorrindo ao brincar com os cabelos roxos de Misato.
Olhando para longe, Misato soltou uma risada divertida ao pensar na amiga.
"Provavelmente ela está com Maya... e pensando que eu sou uma vagabunda."
Kaji não pode segurar a risada que escapou de seus lábios, falando ainda com a voz divertida.
"Vagabunda? E dai se for, pelo menos é a minha vagabunda."
Misato levantou a cabeça e olhou para os olhos do homem que amava, ela o encarou com diversão as palavras que ele usou, mas não pode negar que isso foi divertido.
Finalmente ficando sério novamente, Misato se deitou no peito de Kaji e soltou um longo suspiro satisfeito, ela fechou os olhos ao deixar a calma inundar seu corpo.
"Eu posso me imaginar vivendo assim, na calma das vilas, sem me preocupar com mais nada a não ser se a colheita está como deveria estar..."
"Sempre será bem-vinda, essa é sua casa também." Kaji falou ao voltar a cariciar a cabeça de Misato, ambos soltaram um longo suspiro calmo e alegre, o silêncio do quarto era o que mostrava que alguma coisa acontecia lá.
TOQUE DE RÁDIO.
Kaji soltou um longo suspiro ao se virar, indo na direção do rádio pessoal que ele tinha, ele sabia que Kensuke somente ligaria se fosse uma emergência, um pequeno calafrio percorreu suas costas com isso.
"O que foi?" Kaji falou cansado, ele não queria ser interrompido nesta pequena estadia de Misato em sua casa, mas ele pode sentir a tensão na voz de Kensuke.
Misato olhou com calma, mas a julgar pela tensão que Kaji ficou, a coisa não era boa, ela prontamente se preparou para levantar.
"O QUE?" Kaji falou apressado, rapidamente ele se sentou e olhou para Misato, que já começou a vestir suas roupas.
"O que aconteceu!?" Perguntou Misato ao começar a voltar para sua posição militar, mas Kaji estava escutando tudo atentamente, não perdendo nenhuma palavra.
"Certo, vamos para o centro médico agora, convoque a segurança da vila e façam uma busca completa!" Disse o líder com autoridade ao desligar o rádio, Misato já estava pronta ao preparar sua arma pessoal, agora ela estava no modo coronel.
Kaji percebendo isso, sentiu seu corpo ficando abatido com a mudança de Misato, mas agora não era hora para pensar em mais nada, com agilidade ele colocou suas calças de volta.
"Tivemos um atentado a poucos minutos, um simpatizante conseguiu se infiltrar e tentou contra a vida de Ayanami."
Misato estava sem seus óculos, ela prontamente olhou para Kaji ao pensar nisso, ela sabia que Shinji sempre gostou de Rei, isso destruiria qualquer humanidade que restaria no homem que um dia a olhou como parte de sua família.
"Como ela está?" Perguntou Misato na esperança de conseguir informações, checando mais uma vez sua arma, ela sentiu o medo tomando conta de seu corpo, Rei se mostrou ter uma bela utilidade na Wunder, perder a mulher seria um grande choque no grande navio, ela sabia que Gendo tentaria uma coisa dessas no futuro, mas nunca imaginou na vila.
"Ela está bem, a doutora Suzuhara está fazendo um exame completo no hospital." Kaji falou ao se preparar, andou com passos pesados até a mesa onde estava sua arma, ele estava pensando em como um simpatizante conseguiu entrar na vila, mas agora ele tinha que cuidar de todas as pessoas.
Misato soltou um longo suspiro ao saber que Rei estava bem, todos esses anos que conviveu com ela, tanto nos tempo da NERV quanto nos da WILLE, ela desenvolveu certos sentimentos por ela, assim como tinha por Asuka e ... Shinji.
Parando ao pensar no menino, ela queria poder falar desesperadamente com ele, mas parecia que o destino tinha outros planos, ela apertou as mãos ao pensar que isso poderia machucar ainda mais o garoto.
Kaji sabia que isso era uma informação que Misato deveria saber, mas ela ainda se importava a esse ponto? Isso ele não sabia, mas pelo isso seria pelos velhos tempos.
"Tem mais uma coisa que precisa saber..." Kaji começou a falar, Misato o olhou com curiosidade e um pouco de ansiedade, o homem poderia ver que ela não conseguia controlar seus olhos, as emoções sempre vazavam por eles.
"Shinji também foi ferido..."
Misato arregalou os olhos ao escutar isso, Kaji sabia que ainda tinha sentimentos na mulher, isso era uma coisa boa, com um longo suspiro ele colocou a arma em sua cintura e falou com calma.
"Mas ele está bem, pelo que eu soube ele lutou contra o assassino, vamos ver como ele está quando chegarmos lá."
Misato respirou profundamente, ela não queria que Shinji sofresse mais do que já sofreu, ela apertou as mãos para se juntar novamente, com uma assentida ela colocou os óculos e caminhou em direção da porta, sentindo uma raiva forte em seu corpo pelas pessoas que machucaram Shinji e Rei, ela queria vingança.
Kaji a observou e pensou em como ela mudou em questão de segundos, antes a mulher amorosa que estava deitada em seu peito, agora era uma soldado pronta para a batalha, pegando as chaves de sua velha caminhonete, Kaji foi logo atrás.
"Ai!" Shinji resmungou ao levantar seus braços, ele sentia suas costelas doendo como o inferno depois que adrenalina passou.
"Pare de ser um viadinho, tem sorte que elas não quebraram com os golpes que recebeu." Toji falou ao apalpar a região, ele sentiu que tudo estava dentro do esperado.
"Ele tentou matar a minha irmã..." Shinji falou ao fazer uma careta ao abaixar os braços novamente, ele podia ver Sakura cuidando de Rei na outra cama.
Toji o olhou com curiosidade, podendo ver as mãos do amigo tremendo, e isso não era sinal de ansiedade, ele notou quando Shinji olhava para a garrafa de saquê em sua casa, o olhar de desejo.
"Ainda não posso acreditar que Ayanami é sua irmã, porque nunca falou isso antes?"
Shinji abaixou o olhar, ele não sabia disso no passado, se soubesse as coisas poderiam ser bem diferentes, ter uma família poderia ter lhe dado uma vida bem diferente.
"Nem eu sabia, eu descobri quando fui para o IPEA... Ai!"
Toji riu ao escutar isso, era realmente uma surpresa escutar isso, rindo ao se lembrar de uma coisa que sabia antes, mas nunca tinha contado para Shinji.
"Sabia que Kensuke tentou levar ela para sair? Mas Rei lhe deu um fora milenar..."
Shinji o olhou seriamente, mas não pode negar que isso tinha alguma graça, não demorou para ele começar a rir, mesmo que bem fraco e timidamente, isso foi percebido por Toji.
Logo um silencio tomou conta dos dois, Toji ficando sério ao saber que tinha que falar sobre a bebida.
"A quanto tempo está tremendo?"
Shinji olhou para baixo ao saber o motivo, ele não tinha bebido desde que tinha sido derrotado, ele sabia que seu corpo queria álcool, soltando um longo e doloroso suspiro, apertando as mãos para tentar controlar os tremores, ele não queria falar que era um alcoólatra.
Toji escutou esse suspiro, ele queria que Shinji confiasse nele, ele é seu amigo e sempre seria, resolvendo ir mais fundo com sua investida, ele perguntou diretamente, mostrando que sabia o que era esse tremor.
"Faz quanto tempo que está sóbrio? Porque a bebida amigo?"
Shinji o olhou, sentindo que seu segredo tinha sido descoberto, sua respiração ficou presa em sua garganta, mas logo Toji colocou a mão em seu ombro ao se sentar na cama ao seu lado, fechou os olhos ao confiar em Toji.
"Ajuda a lidar com toda essa merda..."
Toji assentiu ao escutar, pelo menos ele falou alguma coisa, ela falou com calma, mostrando que estava lá para ajudar.
"Cara... tem que deixar o passado para trás."
Shinji balançou a cabeça ao olhar para a sombra que representava Rei, ele pensou em Asuka, em Misato, no terceiro impacto, em tudo que tinha causado no mundo, isso era muita coisa para lidar sozinho, a bebida ajudava a desligar a culpa, mesmo que por pouco tempo.
"Não posso, não posso quando eu olho para as pessoas e vejo que destruí a vida deles... não posso porque eu olho para todos e vejo como eles estariam agora e não na merda que estão, morando em favelas e racionando comida para sobreviver, filtrando mijo para ter água... nunca vou me perdoar por ter destruído a vida das pessoas."
Toji escutou esse pequeno desabafo, sentia que Shinji estava finalmente se abrindo um pouco, isso era bom, ainda mantendo a mão em seu ombro, ele falou com calma e mostrou que as pessoas não o odiavam como ele pensava.
"Cara... a vida é uma merda, o terceiro impacto ia acontecer com ou sem você..." Parou de falar o homem quando ele percebeu Shinji ficando rígido, sorrindo ele continuou falando.
"Iria acontecer com Rei ou Asuka, ou quem fosse o piloto que estaria dentro de um EVA... porra poderia acontecer até com Kensuke." Toji falou rindo, ele sabia do desejo de seu amigo de ser piloto, e sem Shinji, tudo poderia ser possível.
Shinji não pode negar essa logica, com um longo suspiro ele falou novamente.
"Mas ainda fui eu, eu matei o mundo, eu destruí a vida de todos, eu fiz Asuka chorar e ficar da forma que ela ficou, eu fiz Tsubame ficar sem um mundo decente para brincar... eu fiz Misato me odiar."
Toji apertou seu ombro com força, ele olhou para frente ao pensar em uma estratégia melhor de ataque, sorrindo ao saber dos sentimentos de Shinji por Asuka, ele falou com um sorriso.
"Cara... se fosse o diabo vermelho, er... quero dizer Asuka em seu lugar..." Falou o homem ao ver Shinji virando a cabeça e olhando para ele, com dúvidas.
- Agora é a hora... –
"Iria odiar ela?"
Shinji não sabia como responder, ele sabia que se fosse Asuka em seu lugar, ele nunca iria culpa-la, ele iria dar apoio, dar a atenção que todos iriam lhe retirar, pelo menos uma pessoa iriar lhe ajudar.
Toji não teve a resposta de Shinji, julgando que tinha vencido a discussão, ele falou ao dar um tapa no ombro do homem ferido ao seu lado.
"Ai porra!" Shinji gemeu ao deitar na cama, Toji se levantou ao pegar suas coisas e sorriu, o mesmo sorriso que tinha na escola.
"Ai ai, quanta frescura para somente uns socos no rosto..."
Shinji queria retrucar, ele queria mandar seu amigo para aquele lugar, mas ambos foram interrompidos pela porta se abrindo fortemente, revelando Mari os olhos arregalados, mas com raiva.
Olhando em volta para procurar a pessoa que mais gostava neste mundo, Mari não demorou para encontrar Rei, soltou um longo suspiro ao vê-la viva e aparentemente bem, correndo na direção da mulher que se declarou a poucas horas, Mari não perdeu tempo em pegar Rei em um abraço apertado chorando ao vê-la viva.
Asuka entrou acompanhada de Kensuke, Shinji os olhou com tristeza, doía em seu coração vê-la ao lado de Kensuke, ela desviou o olhar ao sentir os olhos de Shinji nela, eles ainda tinham que conversar sobre isso.
Kensuke caminhou até o lado de Toji, ambos conversaram em tom baixo, Shinji observou Mari abraçando Rei com força, ele sorriu fracamente ao ver isso, elas mereciam ser felizes, mas as palavra de Toji ficaram em sua mente, novamente ele olhou para Asuka e pensou se fosse com ela a situação do terceiro impacto, ele deixaria as pessoas machuca-la? Claro que não.
Rei se sentiu rígida com esse movimento, mas se permitiu retribuir o abraço, ela sentiu medo de perder a oportunidade de ser feliz com Mari, Sakura estava paralisada com os olhos arregalados, ela não estava entendo nada que acontecia.
"Er... oi Mari..."
Mas a mulher em questão nem se moveu, ela chorou no ombro de Rei, ela rapidamente a soltou e olhou para seu rosto com alguns hematomas.
"Quem... quem fez isso com você?"
Rei olhou para baixo ao se sentir envergonhada, mas resolveu contar o que tinha acontecido.
"Um dos homens da SEELE me encontrou no beco, eu estava indo tomar banho para descansar, ele queria me matar para que..." Rei olhou para Mari com medo da rejeição.
Mari a olhou com dúvidas, mas a julgar pelo olhar de Rei, isso era algo que a incomodava profundamente, sentindo que deveria fazer alguma coisa.
"Deixa para lá..." Virando seu rosto para Sakura, ela falou com raiva.
"ONDE ESTÁ O MALDITO!?"
Sakura se assustou com essa explosão, ela nunca tinha visto Mari irritada desta forma, sabendo que deveria falar alguma coisa ou iria sobrar para ela.
"O ... Ayanami-san interviu bem na hora, ele matou o assassino!"
Mari a olhou com duvidas, mas rapidamente olhou para a cama ao lado onde o homem estava morto, sentindo o sangue esfriando com isso, ela falou ao olhar para onde Shinji estava com Toji.
Caminhando na direção do cadáver, Mari o olhou atentamente, procurando qualquer sinal de vida, mas ele realmente estava morto, Sakura e Toji arregalaram os olhos ao vê-la cuspindo no corpo e falando friamente.
"Bom... espero que tinha sido uma morte bem lenta!"
Sakura a olhou com medo, Mari podia ser assustadora quando queria, mas sabia que deveria acalmar a morena.
"Mas você vai querer saber que Rei está bem, somente com alguns hematomas leves."
"Bom... isso é bom." Mari falou aliviada ao segurar a mão de Rei, ela se sentia estranha por fazer isso em publico, mas dane-se as pessoas.
Shinji se sentou na cama, franzindo o cenho ao sentir a dor percorrendo seu corpo, mas não antes de escutar os passos de Asuka indo na sua direção.
Cruzando os braços sobre o peito, Asuka falou com indiferença, mas ficou aliviada por vê-lo bem.
"A confusão te segue... mas... ainda bem que matou aquele verme." Apontou ela com o dedo para o homem morto na cama ao lado.
Shinji olhou para seu antigo alvo, ainda escutando o som dele agonizando em sua mente, mas isso de alguma forma não lhe incomodou, ele tinha que proteger sua família.
"Meu pai mandou ele matar Rei... parece que ele está ficando sem tempo para sei lá o que ele está planejando."
Asuka assentiu com isso, ela mesma sentia que o mundo estava ficando sem tempo, algo grande estava para acontecer, com um longo suspiro ela falou.
"Que bom que você estava lá, fico feliz que venceu..."
Shinji a olhou com calma, focando em cada parte de seu rosto angelical, ele queria dizer o quanto a achava bonito, o quanto ele a amava, mas uma olhada rápida para Kensuke lhe bloqueou isso.
Asuka percebeu isso, ela solto um pequeno rosnado e falou com rapidez, querendo cortar o mal pela raiz, sentindo o rosto corando ao vê-lo demonstrando algum ciúmes, mas porque ela se importava?
"Pare de olhar para ele assim... Kenken é somente um amigo, nada mais que isso!"
Shinji a olhou confuso, ele não entendeu o motivo disso, mas de alguma forma ele se sentiu aliviado? Piscando para voltar ao mundo real, ele logo perguntou confuso.
"Mas... o que isso tem a ver? Mesmo que isso fosse importante para alguma coisa, não é problema meu com quem você está ficando." Shinji falou claramente com ciúmes.
Asuka soltou o ar ao escutar isso, essa a pior desculpa para alguém falar neste momento, claramente Shinji estava com ciúmes da situação.
"O que você achou... quer saber foda-se eu não quero nem entender seu lado terceiro!" Asuka resmungou ao se sentar numa cadeira, tentando desesperadamente acabar com o seu rubor, mas acabou falhando completamente.
Shinji a olhou ainda com dúvidas, não entendendo o que estava acontecendo, mas escutar isso foi bom para seu ego, um pequeno sorriso nasceu em seu rosto com isso, mas antes de poder perguntar qualquer coisa para Asuka, a porta se abriu novamente revelando Misato e Kaji, Shinji a olhou com completa tristeza no rosto, ela era sua antiga guardiã, a pessoa que ele decepcionou, a pessoa que lhe deu uma casa e carinho, agora era somente raiva e rancor.
Misato olhou para Shinji por trás dos óculos, sentiu um peso saindo de seus ombros ao ver que ele estava bem, ela respirou profundamente para se controlar, ela queria poder conversar com ele, mas será que agora era o momento? Isso ela não sabia.
Shinji abaixou os olhos ao escutar o que Kaji e Kensuke falavam, ele pode identificar as palavras segurança e brecha, mas seu foco estava em sua culpa, ele não estava se sentindo bem ao rever Misato.
Caminhando na direção de seu antigo protegido, ela caminhou na direção de Shinji, seus passos estavam pesados e cheio de dúvidas, mas sua postura era fria como a dê coronel, mesmo que ela não queira.
Parando a alguns passos da cama de Shinji, Misato lentamente removeu os seus óculos, ela se lembrou de quando errou em seu despertar, ela errou ao não demostrar que se sentiu aliviada com ele finalmente voltando.
"Que bom que conseguiu superar isso..."
Shinji olhou nos olhos da mulher que um dia o admirou, ele percebeu a preocupação nos olhos dela, mas sua mente gritou que isso era somente momentâneo. Com certeza ela estaria mais preocupada com Rei do que com ele.
"Essa preocupação não é para você!"
Shinji piscou ao escutar sua mente, ele queria que essa dor fosse embora, mas parecia que não, apertando sua mão em sinal de forte ansiedade, seu rosto ficou frio com isso.
"Sim." Foi sua resposta fria, quase igualando com seu pai.
Misato sentiu esse pequeno golpe, mas quem ela era para julgar, ela não fez nada para impedir que ele fosse enviado para o matadouro.
"Eu... eu quero falar com você, pode ser amanhã?"
Shinji a olhou com dúvidas, o que ela iria querer falar com ele? O quanto o odiava? O quanto ele a decepcionou? Isso ele não iria saber, mas seu coração bateu mais forte em uma possibilidade real de conversa com ela.
"Para o que?"
Misato colocou as mãos dentro de seu casaco da WILLE, ela olhou para o homem que para sempre iria ver como uma criança, uma olhada para o lado ela pode perceber Kaji a olhando com um sorriso tímido no rosto, ele queria que isso acontecesse, pensou a mulher com um pouco de raiva, mas um dia ou outro ela teria que enfrentar Shinji.
Asuka olhou para a interação entre os dois, mas resolveu ficar calada para não irritar nenhum dos dois, isso era algo a ser resolvido, a WILLE iria precisar de Shinji no futuro, ela iria precisar de Shinji ao seu lado nesta guerra e ela desejava que alguma normalidade voltasse ao mundo deles.
Mari finalmente se acalmou ao ver que Rei não estava muito ferida, ela olhou para Sakura que estava olhando para os exames recentes de Rei, mas sorriu ao ver que Misato tonou a iniciativa para conversar com Shinji.
"Eu quero poder esclarecer alguma coisa, somente isso... amanhã me dê alguns segundos do seu tempo, somente isso." Disse a mulher com ansiedade em sua voz, Shinji a olhou ainda confuso, o que ela quer? Pensou o homem.
"Claro." Shinji respondeu friamente, ele não entendeu os motivos dessa frieza toda.
Misato assentiu ao se afastar, trocando um olhar rápido com Asuka antes de se aproximar de Rei, ela olhou para a garota albina com calma e tranquilidade, com um sorriso tímido no rosto, franziu o cenho ao ver Mari segurando a mão de Rei, mas isso iria ficar para outra hora.
"Fico triste que tenha que passar por isso, ainda bem que Shinji estava lá."
Rei assentiu ao olhar para o irmão, ela apertou a mão de Mari ao relembrar do atentado de antes.
"Sim.. sorte que meu irmão estava lá."
Misato olhou para trás ao ver Shinji olhando para o nada em sua cama, não entendendo nada do que Rei tinha falado, mas o mundo era estranho e poderia resolver isso na conversa que iria ter no dia seguinte.
"Espero que se recupere logo, você é um membro vital da Wunder."
Rei olhou para Misato ao sentir um pouco da mulher que um dia se preocupou com ela no passado, sorrindo timidamente com o elogio, Mari apertou sua mão com um pouco mais de força.
Sabendo que não tinha muito tato para conversar, Misato voltou ao grupo que organizava buscas pela vila, Kaji lhe deu um sorriso orgulhoso com essa pequena interação com Shinji e os outros.
Asuka finalmente sentiu sua paciência acabando, ela queria poder falar sobre a forma que Shinji respondeu.
"Precisava disso?"
Shinji a olhou com tristeza, com um longo suspiro ele pensou no que iria falar com Misato no dia seguinte.
"Sei lá."
Asuka bufou ao se sentar mais confortável na cadeira, cruzando os braços ao pegar novamente seu jogo, mas não antes de falar com veneno em sua voz.
"Está agindo como um pirralho mimado."
Shinji a olhou de canto de olho, ainda sentindo um pouco de raiva ao ser chamado de pirralho, falando com uma leve birra em sua voz.
"Pirralho mimado é melhor do que estar transando com Kensuke."
Asuka abaixou seu jogo com raiva ao escutar isso, ela se levantou e falou com a voz ameaçadora, assim como fazia antes, apontando o dedo para o rosto de Shinji.
"Pela ultima vez pirralho! Eu não estou transando com Kensuke!"
Shinji não se intimidou com isso, mas ele achou fofo o rosto aborrecido de Asuka, assim como nos tempos de escola, aquele rosto que ele sempre amou.
"Faz o que quiser com seu corpo, tô nem ai."
Asuka lutou para se controlar, ela queria fechar a mão e terminar de quebrar o nariz de Shinji, mas sabia que teria que se controlar, olhando para o lado, escutou as risadas contidas de Mari, com certeza tinha escutado a conversa, com um bufo ela se sentou na cadeira novamente, apertando as teclas de seu jogo com força.
Shinji a olhou com canto de olho, sua mente pensando no que falaria com Misato no dia seguinte, fechou os olhos para tentar dormir, mas ele sabia que isso iria ser difícil.
Assim como ele pensou, a noite foi difícil, tendo que conviver com os longos pesadelos que não o deixavam em paz, Shinji abriu os olhos ao se sentir tenso, novamente o terceiro impacto e o dia em que falhou com Asuka.
Levando a mão para o rosto, o homem sabia que era somente uma questão de minutos para a tão esperada conversa entre ele e Misato, mas um peso em sua perna chamou sua atenção, olhando para baixo, ele teria arregalado os olhos, mas se sentiu congelado, ao ver uma grande juba vermelha dormindo.
Não sabendo o que fazer, Shinji ficou parado, porque Asuka estava ai? Porque ela não foi para casa? Isso lhe assustou, principalmente quando Asuka começou a resmungar para acordar, fechando os olhos rapidamente, ele fingiu dormir.
Asuka abriu os olhos ao ver onde estava, ela apalpou seu tapa-olho com medo de tê-lo removido enquanto dormia, mas isso não aconteceu.
"Ótimo..." Falou a ruiva ao finalmente olhar onde estava, arregalando seus olhos ao ver que tinha dormido na perna de Shinji, corou com o desespero de ser pega, Asuka rapidamente se levantou nervosa o suficiente para não perceber que Shinji estava fingindo dormir.
Olhando para os lados, ela pegou suas coisas ao sair com passos apressados do hospital, seu rosto ficando uma carranca por Mari não tê-la acordado, fechou os punhos ao falar com raiva.
"Maldita quatro-olhos!"
Shinji estava olhando para a vila, o terraço do hospital dava uma boa vista, nas suas costas as placas solares davam a energia necessária para funcionamento, ele ainda pensava em como tinha acordado, Asuka passou a noite com ele? Porque ela fez isso? Pensou o homem novamente ao não aceitar a resposta, escutando passos logo atrás dele, ele sentiu um calafrio ao saber quem era.
Misato assim como tinha prometido, esperou pelo momento de falar com Shinji, Kaji tinha lhe dado a coragem para fazer, vestindo roupas mais confortáveis, Misato não queria que ele a visse como coronel da Wunder, mas sim como Misato.
Respirando profundamente, ela falou com a voz calma.
"Bom dia... como se sente?"
Shinji olhou para longe novamente, ele não iria poder fugir disso, ele teria que falar com ela, ele queria poder perguntar os motivos de ter sido abandonado, ele queria saber porque foi morto.
"Bom dia, estou melhor."
Se virando e olhando para Misato, Shinji esperou pelas perguntas, ele estranhou as roupas mais normais dela, mas deixou isso para outra hora.
Assentindo ao se aproximar ainda mais, ela olhou para a cidade, podendo ver um pouco da Wunder no porto improvisado, ela sabia que teria que voltar, já tinha gasto sua pequena folga, a guerra não iria esperar mais.
"Acho que você quer algumas respostas."
Shinji a olhou, mas seus olhos caíram na cidade começando a ganhar vida.
"Sim..."
"Faça." Misato perguntou com medo, mas agora era a hora.
Shinji respirou profundamente ao pensar no que iria perguntar, mas somente poucas coisas eram claras.
"Porque me matou?"
Misato franziu o cenho ao pensar nisso, ele estava bem vivo ao seu lado, mas sentiu que sabia do que ele falava e ela não tinha a resposta, abaixando o olhar ao relembrar do momento.
"Não sei."
Shinji apertou a proteção do prédio, ele se controlou para não se virar e sair, ele tinha que conseguir algumas respostas, com um suspiro ansioso ele perguntou novamente.
"Porque me abandonou para morrer!? Porque me odeia tanto!?"
Misato fechou os olhos ao sentir os golpes, suas palavras eram como socos em seu rosto, mas ele merecia algumas respostas.
"Eu..."
Shinji finalmente perdeu a paciência, se virou e falou com raiva, seu coração parecia que estava querendo sair do peito.
"PORQUE!? PENSEI QUE DE TODAS AS PESSOAS VOCÊ IRIA ME PROTEGER! SABERIA QUE EU NUNCA CAUSARIA UM IMPACTO POR VONTADE PRÓPRIA!..." Shinji gritou com força na direção de Misato, finalmente se acalmando um pouco, perguntando ainda com raiva.
"Você me deixou para morrer... porque me odeia tanto?"
Misato respirou profundamente ao escutar isso, ela se virou e olhou para Shinji nos olhos, ela falou com calma ao saber um pouco das respostas.
"Eu... eu sei que não mereço o seu perdão, eu sei disso, mas eu te odiei não por causa do terceiro impacto..." Shinji a olhou com fogo nos olhos, mas escutou atentamente.
"Eu te odiei por não ter me levado junto com você." Misato olhou para Shinji, podendo ver a confusão em seus olhos, ela explicou com calma.
"Eu sempre soube o que iria acontecer quando o projeto da instrumentalidade humana fosse feito pela SEELE, eu nunca me importei com o mundo Shinji, eu somente queria vingança pelo o que aconteceu no segundo impacto, queria matar os anjos a qualquer custo."
Shinji a escutou atentamente, ele se acalmou um pouco quando ela começou a dar algumas respostas. Misato olhou para o horizonte e continuou.
"Quando você acidentalmente causou o terceiro impacto, eu não entendi o motivo de você não ter me levado para o paraíso falso da instrumentalidade, porque não levou Asuka e os outros, então eu fiquei com raiva..." Disse Misato ao olhar para Shinji, ela podia ver que essa não eram as palavras que Shinji queria escutar, mas era a verdade.
"Eu não queria mais saber de guerra, e você tinha me deixado no meio de uma... com o passar dos anos eu tinha concluído que você tinha me abandoado junto com os outros, e quando você voltou eu... eu estava com raiva."
Shinji olhou para o nada ao entender essas palavras, ele falou com tristeza em sua voz.
"Mas eu não queria isso, não queria nada disso."
Misato o olhou com um sorriso.
"Eu sei, depois que você foi levado da Wunder, eu levei um choque de realidade... você não tinha feito isso porque queria, foi somente um acidente ..." Disse Misato com um olhar perdido no rosto.
"E era tarde demais para fazer qualquer coisa, então veio a noticia que você estava morto, tinha recebido a pena de morte."
Shinji estremeceu ao se lembrar daqueles tempos, mas deixou Misato terminar de falar. Viu ela ficando emotiva com as lembranças.
"Eu tinha recebido a pior das punições, eu tinha ficado com a culpa, teria que viver com essa culpa pelos restos do meus dias e somente assim teríamos a paz que merecemos, mas eu não seria permitida no paraíso."
Com um longo suspiro ela olhou para Shinji novamente, com uma lagrima solitária escorrendo pelo seu rosto.
"Mari falou que iria me matar assim que a guerra acabasse e... e ... eu iria deixar, não merecia viver depois de fazer isso com você."
Shinji se sentou, seu coração doendo com essas palavras, mas ele podia entender Misato, levando a mão para o rosto. Misato olhou com tristeza, sabendo que não merecia seu perdão.
"Então foi isso, o que aconteceu com você foi a resposta ao meu egoísmo, deixei você morrer porque achei que você não me levou para o paraíso falso."
Um longo silencio reinou entre os dois, Shinji estava em seu mundo, sua cabeça doendo com tudo que tinha aprendido esses dias e nessa conversa, balançou a cabeça para os lados.
Misato ainda olhava para o horizonte, ela sabia que Shinji não era mais aquele menino tímido de alma pura, ela não merecia o seu perdão, mas nem ela estava preparada para o que vinha a seguir, se virando para olhar Shinji nos olhos, ela se sentiu surpresa ao vê-lo indo na sua direção.
Passando as mãos pela cintura dela, Shinji a abraçou com força, nem ele sabia ao certo porque estava fazendo isso, mas ele estava fazendo, sentindo o corpo de Misato ele se lembrou dos velhos tempos.
Misato estava com os olhos arregalados, ela lentamente levantou seus braços para devolver o abraço, sentindo um pouco da culpa saindo de seu corpo com esse pequeno gesto de carinho, abaixou a cabeça e deixou a emoção tomar conta de seu corpo.
"Eu sinto muito..."
Shinji fechou os olhos ao saber que ela não o odiava, ele não se importou com sua culpa, ele não se importou com mais nada, ele somente iria curtir o momento.
"Não se preocupe com isso..." Shinji falou ao pensar no pedido de desculpas, ela ainda estava chateado, mas não podia culpar Misato, com um longo suspiro ele pensou no que falaria.
"Eu sinto muito."
"Eu também."
Misato respondeu ao se sentir calma, ela sabia que teria muita coisa para fazer com Shinji, muitas magoas estavam rodeando os dois, mas agora pelo menos eles deram o primeiro passo, mas uma guerra tinha que ser vencida.
Rapidamente Misato pensou no que tinha escutado no dia anterior, ela se preocupou se deveria perguntar sobre Rei, assentido levemente, ela sabia que poderia quebrar o gelo um pouco.
Se afastando um pouco, Misato olhou para o rosto de Shinji, ela pode ver um pouco daquele antigo menino que um dia morou em sua casa.
"Eu sei que não é a melhor hora, mas... eu escutei de Rei que ela te chamou de 'meu irmão'?"
Shinji assentiu com um sorriso, ele não se sentia aliviado assim a um bom tempo, pensando em Rei e tudo que tinha aprendido com ela, ele resolveu falar um pouco, mas deixando de fora o fato que ela é um hibrido entre anjos e humanos.
"Sim... quando eu estava no IPEA, eles me contaram um pouco da origem de Rei, me falaram que meu pai e Fuyutsuki tentaram trazer de volta minha mãe, então criaram Rei."
Misato arregalou levemente os olhos, ela sabia que os tipos Ayanami eram sintéticos, mas não sabiam a que ponto eram, sentiu um choque percorrendo seu corpo.
"Nossa, então ela é um clone de sua mãe?"
"Sim e não." Shinji falou ao olhar para o horizonte, pensando em como poderia explicar essa confusão para Misato, nem ele entendia ao certo.
"Ela foi feita com parte de minha mãe, o resto ninguém sabe de quem foi, mas pelo menos ela é cinquenta por cento da minha família." Shinji mentiu a ultima parte, ele sabia muito bem de onde vinha a outra metade.
Misato tinha percebido essa mentira, mas resolveu deixar isso para outra hora, realmente isso não era importante neste momento, ela somente queria paz e não era a hora de quebrar esse sonho.
"Então naquela época você tinha uma irmã e ninguém sabia?" Falou a mulher para si mesma, rapidamente ela lembrou de Ritsuko, a mulher que cuidava da forma física de Rei com as manutenções, será que ela sabia ao certo?
"Por isso que seu pai gostava mais dela do que você, tá explicado a superproteção em cima dela..." Misato olhou para Shinji ao vê-lo olhando para longe com um olhar deprimido no rosto.
"Desculpa."
Shinji sorriu ao escutar isso, ele não gostava de falar sobre seu pai, mas pelo menos era bom conversar com Misato como antes, assentindo levemente ao olhar para ela.
"Não tem problema, meu pai é um babaca..."
Misato riu ao escutar isso, logo ela se juntou ao lado de Shinji, ambos olharam para o horizonte, se deixaram curtir a presença um do outro, um silencio confortável estava entre eles.
"Isso seria perfeito com uma cerveja..." Misato falou sorrindo ao relembrar de suas amadas Yebisu, Shinji riu ao escutar isso.
"Bons tempos."
Notas do Autor: Olá pessoal Calborghete aqui, temos enfim o capítulo 39, espero que tenha sido de agrado de todos, como sempre não deixem de segui-la e salva-la em seus favoritos para não perderem mais nenhuma atualização futura.
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