Em Odivelas, na casa de Maria, com a televisão ligada, em tudo o que era canal falava-se do estranho incidente no Parque das Nações. Depois disso, todos foram dormir, bem precisavam. Maria começou a ter um sonho esquisito. No seu sonho via Erebus, o inferno, de onde havia vindo. "Fizeste tudo bem, agora eu devo preparar-te para o resto da tua jornada." disse uma voz que se aproximava, vinha vestida como uma freira, de azul, com um cabelo loiro, um pouco arruivado, também com ligaduras nos pontos chave, tal como Maria era uma estigma, e sabendo que não era Joan, só podia ser Rosette. " O animal que viste era um dos poucos dragões existentes, chamado de Nidhogg, era um dos guardiães do inferno, assim como Cerebrus ou a Chimera. Cole soube domar este ser para seu benefício próprio. Cole está a ser enganado por Lúcifer. Lúcifer dá-lhe a oportunidade de lhe oferecer a imortalidade em troca da sua liberdade do Tártarus, mas é tudo mentira. E para o poder libertar com calma, primeiro precisa libertar-se de vocês, aniquilar-vos. Ele tornou-se muito poderoso ao longo destes séculos, perito em armas e armas de fogo, para além de luta corporal." "E tu lutaste contra ele m 1928?" perguntou Maria. "Não, nem o vi" Apenas lutei contra Aion ao lado do meu amado Chrno." "Kronos?" perguntou Maria. "Sim, mas a pronuncia correcta é Chrno, Chrno e Lúcifer não são a mesma pessoa como muitos pensam." Enquanto estes falavam, Santini e alguns soldados da Opus Dei apareceram do meio de umas chamas. Rosette ficou quieta enquanto Maria começou a lutar. "Aquele parece-se com Santini, lutando velhas batalhas outra vez?" após estas palavaras, eles desapareceram. "Sim, velhos inimigos, ainda os vejo aqui." Mesmo quando acabara de pronunciar estas palavras, palavras que lhe tocaram, apareceram duas figuras do meio da bruma escura de Erebus. Eram Pedro e Diogo, pai e irmão que Maria havia perdido em apenas uma noite, sacrificando as suas vidas para a salvarem, assim como a Rosário. Maria desatou a chorar enquanto começou a correr para os abraçar. Abraçados os três, Maria começou a lamuriar-se a pedir desculpa por não os ter podido ajudar. "Tem de haver alguma maneira d vos trazer de volta, não quero ficar sozinha neste mundo, não posso, não quero, não dá!" disse enquanto libertou as asas e os dentes caninos. Pedro disse que não podiam, já não pertenciam àquele mundo. Diogo agachou-se e apertou-lhe os ténis. "Ainda continuas a meter os atacadores pa dentro pikena?" "Não me chames isso!" "OK monstrinho!" "Pára!" disse enquanto Diogo se ria. "Continuas com esse feitio, hehe, é bom sabe-lo. Ouve, é melhor esqueceres acerca do passado, e começares a viver o futuro, não te esqueças de nós, mas não te culpes, nada podias fazer." "Mas…" "Nem mas nem um quarto de mas, o mundo espera uma salvadora, e és tu." "Ele tem razão, não podes ficar presa ao passado." disse Rosette. Dito isto, o cenário modificou-se e apareceram, as duas, em Odivelas, mas esta não era a Odivelas que Maria conhecia, esta Odivelas estava deserta, uma cidade fantasma, apocalíptica, prédios desertos e destruídos, estradas cheias de areia, devido à constante, mas fraca tempestade de areia. O céu não se via, devido às nuvens castanhas, o ar era respirável, mas pesado. "Não cometas erro algum, se não parares Cole, isto será Odivelas, assim como o todo o mundo, e tudo o que amas ter-se-á perdido para sempre, e deixa Nunzio fazer o que lhe apetecer, ele tem assuntos pendentes." que continuou "Agora estás preparada para o resto da tua jornada, Maria acorda." Ao dizer isto, Rosette, Erebus e Maria desaparecera da sua mente para acordar. Maria apercebeu-se que estava no seu quarto, de pijama, meio enrolada nos lençóis, na cama. À porta bateram, era Rosário "Maria, tás bem?" "Sim, apenas um mau sonho. Depressa, ao cair da noite apanhamos o metro e vamos para o Parque das Nações, tenho de tirar umas dúvidas." Rosário fechou a porta para que Maria se pudesse vestir convenientemente, e olhou para Warella que tinha ouvido a conversa. Na sala, Nunzio estava colado à televisão, mas nada mais haviam adiantado acerca daquele acontecimento bizarro. "Warella, tu podes ir ao talho por favore, estou a ficare fraco." disse Nunzio. "Eu vou, não te prreocupes, chego aqui com aquilo de que prrecisas. Maria, me dá as chaves de casa por favor, vou ao talho buscar sangue de porrco para ele." Maria ficou a olhar para Nunzio enquanto dava as chaves a Warella. "Também tu?" pensou. Após satisfazer a sede de Nunzio, entraram no metro e seguiram pelos caminhos escuros até àquilo de que Portugal possuiu mais perto do Oriente. A Gare do Oriente. Ao saírem, pela porta que dá para o grande, mas não enorme, centro Vasco da Gama, Nunzio pressentiu uma presença, muito familiar. "Façam o que vocês têm a fazere, eu tenho assuntos pendentes com una velha conhecida." Dizendo isto, voltou costas e saltou para o infinito, até o perderem de vista. "NUNZIO ESPERRA!" disse Warella. Maria agarrou-lhe um dos ombros, enquanto Warella tinha a mão estendida na direcção de Nunzio, enquanto olhava para Maria. "Deixa-o ir, acredita, ele tem que resolver um assunto pessoal primeiro." Warella baixou a mão e resignou-se a deixar Nunzio partir. Joan sentia alguma coisa atrás dela, ela que agora parecia uma rapariga do século XXI, mas com uma espada medieval ás costas. Olhou para trás e surpreendeu-se. "BAIXEM-SE!"