Nunzio, ou melhor, Nuno, como agora queria ser chamado, pois era a sua verdadeira identidade. "Diz-me que estão bem, diz-me que estão bem!" pensou para si próprio. Quando abrandou a corrida e chegou ao seu destino ficou apavorado, tendo estado tão concentrado na sua luta, não reparara na destruição que se ouvia ao longe. "Oh, merda!" desabafou com ele, tudo estava destruído, mal se aguentava em pé, as duas torres do Vasco da Gama, assim como a Torre Vasco da Gama estavam agora deitadas sobre o solo de Lisboa. Chamas aqui e ali estavam presentes. Era um cenário apocalíptico, quase como o fim do mundo. Nuno estava na frente de um beco escuro, de onde duas mãos que apareceram da escuridão o puxaram para lá. "Sou eu, cala-te." Disse Joan. "Que se passou aqui?" "Após teres saído a correr atrás dela, da Bathory, que agora suponho estar morta, o Cole apareceu, pressenti uma presença, e estava meio certa, pois não era uma, mas sim duas, ele e o dragão do inferno, um dos guardiães do submundo, como Cérberos." "O Nidhogg?" "Sim, ele lançou as suas chamas sobre nós, destruiu tudo o que pode, a gente separou-se, pois se nos mantivéssemos juntos seríamos um alvo fácil, mas desde esses momentos nada mais sei deles. Agora o Cole anda no Nidhogg pelos céus à nossa procura, não tarda nada e descerá e procurar-nos-á a pé." "Mas não ripostaram?" perguntou Nuno. "Fomos apanhados de surpresa, não deu tempo para reagir. Há algum sítio onde se poderiam esconder em segurança por estas bandas?" "Deixa-me pensar, hum…o metro!" Nesse preciso momento, Cole descera do pescoço do gigante alado, com a metralhadora anti tanque preparada, uma Gau-17. Deu alguns passos na direcção de Joan e Nuno, o que os deixou aterrorizados, mas ambos sabiam que se acontecesse combate, venderiam caro a sua vida, apenas Joan tinha poderes suficientes para o enfrentar e dar luta. Para sorte de ambos, virou para outra direcção. Nuno viu umas escadas de emergência de saída do metro, era a saída deles daquela situação, era o bilhete de entrada deles no metro. Começaram os dois a correr e conseguiram entrar, mas Joan fizera barulho ao pisar uma poça. Daniel Cole parou e deu meia volta. Os dois já começavam a tremer quando Cole avistou a sua "salvação". "Just a cat, nothing special." Custava a crer que um gato que passara ali inocentemente salvara as suas peles. Suspiravam de alívio, mas a saga não tinha acabado, agora tinham de encontar os outros, que esperavam estar vivos, e esperavam também estar no metro. Quando entraram, perceberam que naquela estação, nenhum outro comboio passaria, os túneis haviam abatido para cerca de um andar abaixo. Lá em baixo, Warella e Rosário esperavam-nos. "Vocês estão bem, menos mal, não virram Marria pore aqui, de aqui não há sinais de ela." Disse Warella. "Merda, espero que ela esteja bem, senão, haaammm, se lhe acontece qualquer coisa. Oh, e excusam de estar a olhar assim para mim, cara feia de espanto, sim, não sou italiano, sou tuga e chamo-me Nuno, tudo aquilo era um disfarce." "Não era bem isso, porque raio estás tão preocupado com a Wicca?" perguntou Rosário. "Bom, haahaaa, ela é a escolhida não é, depois se ela morre estamos tramados." disse Nuno num tom pouco descontraído. Ao mesmo tempo com que acabara de dizer estas palavras começaram a ouvir uns ruídos surdos, quase imperceptíveis, vinham das ruas. Pensaram se seria Maria a lutar contra Cole. Joan não pensou duas vezes, desembainhou a espada das costas e saiu a correr, e ao chegar à superfície, percebeu o inaceitável, Maria estava a combater sozinha. Não o podia permitir, soltou as suas asas e também os seus estigmas começaram a sangrar. "COLE! DESCE!" Joan disse isto ao mesmo tempo que apontava a espada, estilo Anglo-Saxão, ao Nidhogg. "Joan, I'm glad you're still alive, that way, it will be my pleasure to kill you." disse Cole. "Joan, apanha o revolver!" Disse Warrela para Joan, também aqueles dois haviam subido à superfície. Joan apanhou-a e apantou-a para Cole, usando a lâmina da sua espada como apoio para o antebraço. "You dare point a gun to you're own brother?" estas palavras ecoaram nas mentes de todos, excepto de Joan, era a única que estava a par de tudo. Joan começou a correr e a saltar, em torno do Nidhogg, um monstro enorme, apenas referenciado na mitologia Viking, mas que agora, sabiam eles ser real. Maria começava a levantar-se do chão, antes de eles chegarem, havia sofrido uma pancada da pata esquerda do Nidhogg, e percebendo que Maria estava meio cambaleada, desligou-se de Joan e mirou Maria, comandou o monstro para a pisar. Maria olhou para cima e viu a pata do dragão, apercebeu-se que era o fim. Cerrou os olhos com força. Mas apercebeu-se que ainda estava viva. Olhou para cima e viu uma figura negra, familiar, a evitar que a pata do monstro a esmagasse. "Agora, afasta-te!" Warella reconheceu-o imediatamente gritando "Anjo Gabriel!" "Um nome que há muito não ouvia, soa muito melhor que Silvinus, pareces terrível Warella, não envelheceste bem." Maria, levantou-se e afastou-se. Gabriel saltou e tentou acertar em Cole com a sua sniper, mas com a pata contrária, o grande dragão empurrou-o para o chão, caindo desamparado. Maria pensava se o crucifixo que Diogo estilhaçara seria o que lhe provocava uma amnésia forçada, e de, alguma forma, havia escapado à explosão no Cais do Sodré, o que se denotava perfeitamente, pois grande parte da sua cara estava queimada. No chão, bastante ferido, disse para Maria "Maria, não somos instrumentos de Deus, Lúcifer, nem de ninguém! Lutar…lutar era a única coisa em que era bom, mas pelo menos lutei por aquilo que acreditava. Maria, até à vista." Maria ficou esbranquiçada fantasmagoricamente ao ver Gabriel ser esmagado pelo Nidhogg, que agora rosnava. Uma lágrima caiu do seu olho. "Foolish man. You see! You can't protect anyone, not even youreselves! DIE!
