Lágrimas começaram a escorrer pela cara de Maria, não as conseguia evitar. As lágrimas pareciam um rio de vida. A primeira lágrima caiu com um som estrondoso, pois Maria a nada mais prestava atenção, o tempo passava devagar, parecia indiferente ao seu avanço. Maria começava a lembrar-se do seu passado, nas brincadeiras na piscina com o pai, nas leituras da mãe, nas filosofias orientais que o seu irmão estudava. De repente teve um vislumbre da solução para esta guerra. Uma vez o irmão disse para ela "Quando numa batalha nada parece funcionar, usa a força do teu inimigo contra ele." Então olhou em frente, abrindo os olhos que antes estavam cerrados e lavados em lágrimas. O grande dragão ainda não tinha saído do mesmo sítio, era demasiado grande para se movimentar, e muito pesado. No ar talvez tivesse vantagem, mas no chão era a velocidade e agilidade que derrotariam o grande dragão. "Miúda estigma, já percebeste a resposta, deixa soltar a escuridão dentro de ti." Disse uma voz na sua cabeça, e, embora não o soubesse, era Nosferatu Alucard. "Eu não quero! Mas se não o fizer, nunca o conseguirei, ninguém o conseguirá!" E dizendo isto, cerou as mãos, libertou os estigmas, as asas apareceram novamente, uma branca, outra negra. "Vai pela esquerda, eu entro pela direita!" gritou Joan para Maria, começando as duas a correr pelos flancos da grande besta. Rosário ficara com Warella, que parecia ter uma perna partida, sendo que os dois continuavam a mirar aquele espectáculo gótico. Nuno estava mais afastado, mas não muito longe a meditar em pé, levitando ligeiramente do chão. Enquanto Joan e Maria corriam, ambas pensavam, como se mataria um dragão? Eles têm a pele couraçada, impenetrável! Maria abrandou enquanto pensava. Foi fatal, quando recobrou a atenção e olhou para cima, vendo apenas uma grande pata sombria. A imponente besta dera uma patada tão grande que destruíra por completo o corpo de Maria, da cintura para cima. Todos ficaram paralisados ao ver aquela explosão de sangue. "All is lost. My army is allready comming here, and you will be just practice targets, for fun!" Disse sorridente Cole, enquanto o céu ficou vermelho escarlate mais uma vez, trovões e relâmpagos fantasmagóricos. O corpo de Maria começou a liquidificar-se, ficando apenas roupa e pele. Músculos, vísceras e sangue começaram a juntar-se para se transformarem numa HellHound, um cão com oito olhos, com um crucifixo na boca. Rosnava., começando a tornar-se numa mancha escura com milhares de olhos vermelhos, começou a tomar forma humana, tomando de seguida a forma da face de Maria, que agora parecia satânica, sem medo, libertara-se do medo para dar lugar a todo o seu poder. A escuridão começava a entrar no estigma da mão esquerda, para dar lugar a um luz resplandecente e que cegante. No entanto, a mesma figura satânica continuava. Maria libertou a escuridão para tomar metade do seu corpo, ficando metade com o poder da luz, e outra metade com o poder dos infernos. Obviamente tinha aprendido a libertar o medo e a controlar por completo as suas forças. A sua asa direita começou a tomar uma forma familiar, era o seu pai, Pedro, e a esquerda também, era Diogo. Pedro aparecia com uma espada, Diogo com um revólver. Nuno, que andava em transe, a reunir energia, disparou-a na direcção de Cole, no entanto, Maria estendeu a mão e travou-a. Começou a rir-se come se estivesse a preparar para matar alguém. Aumentou em muito o tamanho da bola de energia que Nuno criara. Cole começara a ficar apreensivo. Lançou a bola de energia contra o Dragão, que embora tentasse fugir, de nada serviu. O dragão, místico e intemporal explodiu nos céus, mas Cole escapara a tempo e agora olhava para Maria. "It has come the time to take a real offensive! This kiddy things are over, its time to face you, Cossack!" no mesmo momento em que Cole dissera estas palavras, soldados da Opus Dei entraram em cena. Os mesmos soldados que mencionara antes. Joan por uns tempos reflectiu e disse para Maria e para os demais "Nuno, leva aqueles dois daqui para fora. Eu trato destes soldadinhos, Maria, sabes o que tens a fazer." Nuno compreendeu aquelas palavras e levou os outros dois para longe dali, Joan correu para aqueles cuja infantaria estava a avançar, sorrindo apenas. No outro ponto, o mais importante. "AAHHHH!" Daniel Cole literalmente disparara toda a fita de balas da sua Gau-17 contra Maria, que ficara literalmente esburacada e irreconhecível, da sua cara apenas sobrevivera o olho esquerdo e o seu sorriso., mas o seu corpo ficou em pé, inabalável, continuando a sorrir. "Isso é o melhor que consegues fazer?" Regenerando o seu corpo, Maria agora parecia-se mais como uma figura do inferno do que como uma estigma escolhida de Deus. Cole largou a Gau-17, pois de nada já lhe servia, e pôs as mãos no chão, elevando a parte do terreno em que os dois estavam colocados, um quadrado perfeito a 20 metros do chão. Também apontou para cima de um dos poucos edifícios que se mantinha em pé por aquelas redondezas. Lá encontrava-se Joe, o papa, amordaçado e acorrentado, sem, escapatória, que tinha sido dado por desaparecido. Lançou uma bola de energia negra contra a base do edifício, destruindo mais de metade dele. "Now were gonna have a fight 'till death, if wanna save that poor fool, you have no more than 5 minutes 'till the building colapse. A fight 'till death, or you will kill me, or I will kill you, hand to hand, it's the basics of all fighting, the one who use a weapon, is a coward. If you fall, even if you invoke you're wings, you don't know how to use them, and at this high, it will kill even you." Passaram-se dez, vinte, trinta segundos em silêncio. "How about you Cossack?" Maria correu directamente a ele, desferindo alguns golpes, mas que num corpo poderoso como o de Cole, bem lhe poderia apenas tar a atacar com uma chuva de mosquitos. Na resposta, Cole deu um pontapé que a deixou na berma, segurando-se com as duas mãos e levantando-se. "Tem de existir alguma forma de o atacar, mas como?" Cole tinha um cinto que tinha um pentagrama virado para baixo, pentagrama esse que brilhava e largou uma substância negra que o envolveu por completo, excepto a cabeça, mãos e pés. Era uma armadura de almas, as sombras destas, mortos cuja identidade havia sido aprisionada nos infernos, sem esperança de a recuperar. O céu continuava escarlate. Já não havia hipótese de escapatória, mas como matar um escolhido de Lúcifer. "PRATA!" gritou Maria, havia descoberto a solução, mas onde iria encontrar prata agora? Então lembrou-se da medalha que lhe havia sido oferecido pela mãe antes de morrer, tinha de haver uma maneira de a manipular e a fazer atravessar o coração de Cole. Largou a lealdade da promessa que fizera antes para si própria em não usar armas, sabia que Cole à primeira hipótese que tivesse para a matar o faria também. Invocou as suas asas, uma negra, outra branca, mas agora reunia toda a escuridão num dos seus estigmas, formando uma pulseira negra à volta deste, deixando as duas asas perfeitamente brancas. Cole libertara as suas também, eram iguais Às do dragão desaparecido minutos antes, negras e demoníacas. Enquanto Maria pensava, Cole lançara correntes a partir do seu coração, Maria vira aí a sua chance, mas eram muitas correntes, tirou o fio com a medalha do seu pescoço e deixou-se apanhar pelas correntes de Cole, mas este não as recolhera, como esperava Maria, para que pudesse atravessar o seu coração com a medalha de prata, Cole estrangulava-a. Não havia sequer a menor hipótese de fuga "Ahhhheeahhaaaeeeaooohhaaahh…" Era tudo o que Maria conseguia dizer. BANG! "Deixa a Maria em paz!" gritou uma voz desconhecida por trás dele, as correntes caíram, e Cole meteu a mão no peito e olhou para ela, estava ensanguentada. "Oh, shit…." Caiu morto, a bala era de prata. Por trás viu-se uma figura de uma freira, de traje azul e branco, loira, de olhos verdes, com uma .45 com o cano a fumegar, trazia uma insígnia, dizia Rosette Christopher. "Devias estar morta!" disse Maria para esta ao recobrar a consciência segundos depois. "E estou, mas não te esqueças que Cole tirou o Nidhogg dos infernos por um portal, eu segui-o, o santo padre já está a salvo, podes encontrá-lo a 200 metros a norte daqui." E dizendo isto virou costas e saltou para fora da plantaforma que cole erigira. O prédio, como previra, começara a desmoronar-se. Mas quando chegou à berma apenas vira Joan e um enorme mar de soldados mortos. "Joan, não viste ninguém de azul por aqui?" "Eu não.", disse Joan lá de baixo. Desaparecera. Um bilhete caiu do céu para junto de Maria, ela abriu-o e descobriu ser uma carta de Nuno. Começou a ler. "Ainda não tive opurtunidade para te dizer nada, mas posso assegurar-te que te amo, mas como sabes, sou um daywalker como tu. Tu já sabes a minha história, e estou determinado a descobrir que seria eu se não fosse a Maggie…Há uma forma de me voltar a tornar humano, tornar-me aquilo que nunca fui, ter aquilo que por direito é meu, mas isso implicaria a tua morte, um sacrifício o qual nunca faria, vou parta bem longe daqui, não me procures portanto, gordinha , até à vista." Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, murmurando "Eu amo-te…" enquanto Joan e os outros chegavam para perto dela e viam-na a chorar, perceberam que algo estava errado. O vento soprava com uma leve brisa, o sol já radiava, com algumas nuvens ainda parcialmente a tapá-lo. Maria deu o bilhete a Rosário, que leu em voz alta, deixando todos totalmente perplexos. Maria parou de chorar e disse "Eu vou procurá-lo. Tem de haver outra forma." Rosário disse para ela "Por mim, tudo bem, desde que não deixes esta tua amiga de fora de uma viagem ao mundo." Maria sorriu e abraçou Rosário. "Joan, tu vens também, não deixo amigos para trás, vocês dois, vêm também?" "Eu bem querria, mas temos outrros assuntos a trratar em Vaticano, mas se prrecisarrem de ajuda, basta passarrem por lá." Maria abraçou todos e pôs-se à estrada, numa viagem que esperava ser curta. "EHEH, lol, não há maneira de dizeres Sayonara Solitia, pois não?" disse Rosário para Maria, que meteu a língua de fora e cerrou os olhos num sorriso. "HEHE, nope!"

Fim (?)