Título – Sangue de Vampiro
Autor – Maylene (Maylene Angel)
Personagens – Kai, Maylene, Tyson, Max, Ray, Daichi, Kenny, Dizzi, Hillary, Sr. Dickson, Voltaire, Conde Drácula
Copyright – Personagens da série Beyblade
Descrição – Ficção constituída por 18 Capítulos
Atenção – Esta é uma Fic de terror (vou tentar dar o meu melhor!), com cenas agoniantes e acima de tudo muito sangue! É oficial! Terá sexo e asneiras, exactamente nos 8º e 16º capítulos, por isso não leiam estes capítulos se não gostarem do género!
O Beyblade não me pertence, nem a lenda do Conde Drácula! O Drácula usado nesta Fic é criação de Bram Stoker, que dá título ao livro escrito em 1897. Apenas a Maylene é uma personagem minha!
Tudo nesta Fic tem uma base em factos históricos e tive de fazer uma pesquisa exaustiva para a puder escrever. Aqui encontrarão outras histórias muito comuns na cultura popular, mas não posso garantir que estejam correctas, pois encontrei várias contradições ao longo da pesquisa bibliográfica. Mas daí, apenas posso concluir que o mito dos vampiros se encontra rodeado de mistério e que talvez até tenham existido!
Qualquer dúvida que tenham é só perguntarem, que eu tentarei responder.
Espero que gostem!
PS – Dedico esta Fic a todos os que leram Ironia do Destino e trata-se de uma Fic do mesmo género.
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1º Capítulo – Antecipando
Anoitecia no Japão. Um carro cruzava a rua deserta, avançava pelo caminho cercado de árvores, entre as quais muitas delas eram cerejeiras e terminavam numa altiva mansão que metia arrepios.
Um grande portão afastava qualquer intruso e isolava ainda mais a grande casa, ali erguida no meio do nada.
O carro parou frente ao grande portão e um homem de idade, já se encontrava à porta esperando. Uma figura esbelta e delicada saiu de dentro do carro e foi acolhida pelo homem que a convidou a entrar na mansão.
- Seja bem vinda! Faça o favor de entrar… O senhor Voltaire está ansioso por vê-la.
A rapariga foi conduzida até uma sala que ficava bastante afastada das outras, talvez o motivo seria para quem se encontrasse ali, não fosse incomodado a toda a hora. O velho homem bateu à porta e sem esperar qualquer resposta, abriu-a logo.
- Desculpe incomodar senhor Voltaire, mas acaba de chegar quem tanto o senhor esperava.
- Óptimo! – esta foi a voz que ela ouviu e pareceu-lhe fria e arrogante. A porta abriu-se ainda mais e finalmente pôde ver a quem pertencia tal voz.
Um homem igualmente de idade, apesar da sua aparência bastante nova fitou-a e esboçou um sorriso de agrado. Sem se aperceber, ela entrou e a porta fechou-se atrás de si, deixando os dois sozinhos.
- Aproxima-te criança e fica à vontade. Estás tão crescida… É um prazer voltar a receber-te em minha casa.
Ela aproximou-se um pouco mais, apesar de estar receosa. Voltar àquela casa? Mas não se lembrava de alguma ver ter ali estado. Porém, a resposta veio logo como se lhe tivessem lido os pensamentos.
- De certo não te recordas, ainda eras pequena. Penso que devias ter uns… 6/7 anos. Afinal és só um ano mais nova que o meu neto.
Mas ela não se lembrava. Aquilo não fazia sentido!
- Lembro-me que o teu pai, o Burovic veio cá assinar um pequeno papel e depois despertou uma enorme tempestade. Uma das maiores aqui pela zona. Vocês tiveram de ficar cá alguns dias, até que as árvores fossem removidas das estradas. E pode-se dizer que até vieram em má altura…
Ela começava a lembrar-se. Fragmentos de imagens despertaram nas suas lembranças. Estivera sentada no colo do seu pai, enquanto este falava com um homem mais novo do que o que estava agora à sua frente. Eram assuntos que nunca chegara a entender. Recordava gritos de um rapaz vindos de um dos andares superiores da casa. Gritos horríveis de dor e de morte, pareceria que alguém estava a ser torturado. A mansão estava num enorme alvoroço. O mordomo corria por todo o lado. Vários médicos tinham sido chamados para tentarem salvar a vida de um pequeno rapaz que estava à beira da morte. O senhor Voltaire havia-se levantado da cadeira antes de assinar o papel e correra até à porta, abrindo-a a um médico. O relatório era terrível! O rapaz tinha de ser operado imediatamente senão não sobreviveria…
- Já te lembras?
A expressão da face dela era a própria resposta.
- O Burovic perguntou-me o que eu achava da ideia de tu te tornares uma Beyblader e eu disse-lhe que era uma estupidez. As raparigas nunca conseguiriam lançar um pião… – fez uma pausa, enquanto tirava uns papéis da gaveta da secretária e estendia-os em cima da mesa. – Mas ele insistiu tanto com a ideia e agora para me provar que eu estava errado, pediu-me para te receber e ver com os meus próprios olhos que fui um ignorante. Sabes, talvez tenha perdido a aposta, mas agora quero saber o que vales realmente.
- Sim senhor!
Voltaire dirigiu-lhe os papéis que tirara da gaveta, arrastando-os pela mesa. Ela pegou-lhes e leu. Eram simples regras do campeonato que se aproximava e diziam:
Regras a respeitar durante o campeonato:
Não ferir o adversário mortalmente;
Usar material previamente aprovado;
Não agredir física e verbalmente o adversário;
(…)
E mais umas quantas regras que não lhe pareciam fazer sentido. Voltou a entregar os papéis a Voltaire.
- Eu sei que são inúteis mas é o teu primeiro campeonato e achei que seria melhor leres. Agora se estiveres cansada, podes retira-te.
A rapariga levantou-se e sorriu ao homem, assentindo com a cabeça. A viagem fora longa. Tinha vindo directamente de avião de Moscovo, a capital russa, para o Japão. Dirigiu-se até à porta mas ao passar por uma estante de livros, deteve-se a olhar para ela fascinada.
- Gostas de ler? – perguntou-lhe Voltaire.
- Ó sim… adoro.
- A minha mulher também adorava ler. Aliás, esses são alguns livros que ela trazia para aqui sempre que eu tinha trabalho para fazer. Ela sentava-se no sofá e lia até eu terminar.
Com o seu olhar, ela perscrutou a estante quase toda, até que a sua atenção ficou presa num pequeno livro, bem arrumado no canto da prateleira ao nível dos seus olhos. Estendeu-lhe a mão e retirou-o ao mesmo tempo que ouvia a voz do homem: – Fica à vontade.
Tinha a capa vermelha e a contracapa dourada. Era fino, com as suas folhas já amareladas do tempo e algumas até soltas. Mas aquilo que lhe despertara mais a atenção fora o título: Drácula.
- Conheces a história do Conde Drácula?
A rapariga abanou a cabeça negativamente, sem desviar os olhos da capa do livro.
- Drácula nasceu na cidade de Sighisoara na Transilvânia, no ano de 1431 e viveu até 1476. Na realidade, ele não foi governante da Transilvânia, mas de uma região vizinha conhecida como Valáquia. Era filho de Vlad Dracul e da Princesa Cneajna, e a sua família detinha a autoridade de todas as terras da região, protegendo-as das invasões turcas da época.
"Na altura em que Vlad III nasceu o seu pai, Vlad II estava vivendo exilado, tentando conseguir apoio para ter de volta o trono de Valáquia. Ele teve ainda mais dois irmãos: Mircea e Radu. A sua educação foi dada pela mãe, para que se tornasse num perfeito cavaleiro cristão da época. Mesmo depois do seu pai ter retornado ao trono, a situação da Valáquia continuava instável.
"A influência de Vlad II ainda aumentou mais quando entrou para a Ordem do Dragão, uma irmandade militar e religiosa secreta, cujo fim era proteger as igrejas católicas e combater os turcos. Certa altura, Vlad apercebeu-se que o sultão Murad II começava a ganhar vários adeptos políticos e decidiu juntar-se ao sultão, traindo os seus companheiros e lutando contra o seu próprio povo. Mas o sultão não confiava nele e fez-lhe uma emboscada, capturando os seus dois filhos. Vlad III e Radu, em 1442. Foi preso e acusado de traição e para salvar a sua vida, teve de abandonar os filhos no palácio do sultão.
"Durante esse tempo todo, o seu filho Vlad III – há quem diga que Vlad era uma abreviatura e que o seu nome verdadeiro era Vladimir Dracul, – deixou de se preocupar com a natureza humana, já que morreria se o pai falhasse e apercebeu-se que a politica era insensata. Aprendeu a não acreditar em ninguém e a ambicionar a vingança. O seu pai morreu em 1447, numa emboscada e o seu irmão foi cego com um pau em chamas e queimado vivo. Isto enfureceu ainda mais Vlad, que conseguiu fugir, com o pensamento de vingança pela morte do seu pai.
"Decorria o ano de 1456, quando Vlad conseguiu subir ao trono no sul da Transilvânia, em Wallachia, construindo um castelo nas montanhas próximas do Rio Arges e como governante, adquiriu hábitos diabólicos. Naquele tempo era habitual que os que saíssem vitoriosos de uma batalhar, bebessem o sangue dos seus inimigos.
"Os crimes eram todos punidos, mesmos os mais insignificantes. Muitas pessoas eram enforcadas sem misericórdia ou eram torturadas até à morte, sendo empalhadas em grandes paus, atravessando o corpo entre as pernas até ao peito, deixando-as a apodrecer ao sol.
A rapariga engoliu em seco e um pouco agoniada. Não gostava nem um pouco da história.
- Dracul era implacável, diziam que ela era o diabo em pessoa, e apesar do nome originalmente significar "filho do Dragão", ele ficou conhecido como "filho do Diabo". Era tão maléfico que as pessoas acreditavam que era um vampiro ou que, pelo menos, tinha um acordo com o Diabo. Para alguns é visto como um monstro, enquanto para outros é honrado…
O livro foi colocado no seu lugar. Era uma história repugnante e terrível. Só de imaginar que uma pessoa pudesse cometer tamanhas barbaridades… estava a voltar-se para se ir embora, quando o recorte de um jornal em cima da estante lhe chamou a atenção. Pegou nele e vislumbrou a foto de um rapaz que aparentava ser mais velho e bastante carrancudo.
- É o meu neto, o Kai.
- Kai… – repetiu ela. –"O rapaz que gritava!" – pensou para si.
Por aquilo que viu, agradou-lhe conhecer o jovem pela foto. Era alto e bastante bonito. Mas a expressão da sua face assustava-a. Voltou a guardar o recorte e levou a mão à maçaneta da porta.
- Já te disse que és muito bonita? Tornaste-te numa mulher… Maylene Burovic.
Ela abriu a porta e saiu.
Fim do 1º Capítulo
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Nota final: Este capítulo foi baseado em factos históricos. A história de Vald Dracul pertence à cultura romena e parece mesmo que ele existiu, não como vampiro, mas como um homem repugnante, assassino e sem piedade. Um homem que pelas suas atrocidades foi vítima de uma lenda, na qual tinha um acordo com o Diabo e o transformava num vampiro imortal.
Esta história de Drácula trata-se de uma compilação de fontes diferentes de informação que pesquisei e apenas quero salientar uma coisa. É possível que a história não esteja correctamente explicada, pois até mesmo nas diferentes fontes de informação haviam dados incoerentes. Por isso não posso garantir que esta seja a verdadeira história, mas creio que não deixa de ser a essência do espírito de um homem terrível.
Só para terem uma noção das possíveis versões, existem histórias que falam que o seu pai foi morto após recuperar o trono ou o seu irmão Radu chegou a assumir o trono de Valáquia com a ajuda dos turcos, tendo sido posteriormente morto.
Quanto à verdadeira história, talvez haja sempre factos contraditórios e outros reais, mas podemos afirmar com convicção que Drácula não se trata de uma personagem fictícia de lendas e mitos, mas que foi um homem carnal, tal como todos nós e que existiu há muitos anos atrás.
