2º Capítulo – O Novo Elemento

Pessoas entravam. Pessoas saíam. Mais no meio disto tudo, ainda havia pessoas que ficavam paradas. Um bom exemplo disto era seis rapazes e uma rapariga que se encontravam sentados num banco do aeroporto. Aviões não paravam de descolar e outros de aterrar. Constante movimento e imensa barulheira… Uns contentes por irem, outros tristes por ficarem.

Mas aqui o que interessa são os rapazes que estavam sentados no banco. Não irá ser necessária muita apresentação, porque vocês os conhecem. Tyson, Max, Ray, Kenny e Hillary encontravam-se sentados, enquanto Kai e Daichi estavam em pé. Kai apoiava-se na parede e permanecia de olhos fechados com a sua habitual expressão enigmática e Daichi espreguiçava-se à frente de toda a gente.

- Quando é que partimos?

- Tem calma Daichi. – pediu o Kenny. – O nosso voo é só daqui a 20 minutos e além disso estamos à espera de outra pessoa.

- Pois é! Aquele outro Blader que o vovô Dickson nos falou. Mas porquê temos de o esperar? Conseguimos muito bem vencer o torneio na boa sem a ajuda de ninguém.

Kenny suspirou e fechando a tampa do seu portátil, no qual trabalhava, olhou para o Daichi.

- São as regras. É apenas um pequeno torneio e eles pedem equipas de 6 elementos. Que eu saiba, a equipa só tem 5 Bladers…

- Mas que ideia foi essa deste torneio? – perguntou o Tyson, seguindo o exemplo do outro rapaz e espreguiçando-se.

- Realmente foi estranho. Marcaram o torneio assim tão de repente e porquê logo nesta altura? – também questionou o Ray.

Hillary olhou para os dois rapazes e pondo-se em pé declarou:

- O Sr. Dickson também ficou admirado, lembram-se? Ele nem chegou a saber quem é que marcou o torneio…

(FLASH BACK)

Os 7 rapazes encontravam-se frente a um homem já com alguma idade mas que aparentavam ter ainda meia-idade. O homem fitava boquiaberto uma folha de papel.

- Não tem assinatura, nem qualquer nome, no entanto é uma carta carimbada e está formalmente dirigida a vocês. Diz que terão de participar num torneio daqui a 2 semanas e que a equipa terá de ter 6 elementos.

- Como puderá ser isso? Onde arranjaremos o 6º Blader? – interrogou o Max.

(FIM DO FLASH BACK)

- Então agora estamos à espera desse rapaz que virá para a nossa equipa? – perguntou o Daichi.

- Correcto. – afirmou o Kenny. – O Sr. Dickson disse-me ontem que finalmente tinha encontrado um bom elemento e que ele se juntaria a nós hoje.

- Estou curioso para saber como será! Aposto que deve ser um bom Blader para o Sr. Dickson o admitir na equipa. – opinou o Ray.

- Vocês acham que é mais velho ou mais alto do que nós? Será parecido com o Tyson? – questionou o Max.

- Espero que não, senão teremos problemas a dobrar.

- Com sorte será um óptimo Blader como eu, com todo o meu charme… – auto-elogiou-se o Daichi.

O Max semi-cerrou os olhos discordando e declarou sarcasticamente:

- Então teremos problemas a quadruplicar!

A sorte de Max foi que Daichi não se apercebeu do que ele disse. Sem notarem, aproximou-se deles uma pessoa. Trazia umas calças de ganga à boca-de-sino e um top vermelho. Ao que parecia, tratava-se de uma rapariga, mas trazia um boné na cabeça que lhe cobria totalmente os cabelos e se não fosse o formato do seu corpo, facilmente seria confundida com um rapaz.

- Bom dia! – sorriu para os Bladebreakers.

Contudo, sem sequer receber a mínima atenção deles, apenas recebeu um seco "olá".

- Desculpa mas estamos ocupados. Esperamos o novo Blader da equipa que deve estar mesmo a chegar. – disse o Tyson, olhando em toda a volta.

- Já começa a estar na hora. – disse impaciente o Kenny consultando o relógio. – Teremos de embarcar daqui a 5 minutos.

- E se ele não aparecer chefe? – perguntou o Max, também já mostrando sinais de impaciência.

- Nesse caso, se calhar houve mudanças de planos. Ou ele já embarcou no avião ou então, juntar-se-á a nós mais tarde.

O Tyson continuava a perscrutar a multidão sem sequer piscar os olhos.

- Acham que será aquele ali? – perguntou, apontando para um rapaz alto com um estilo à dred.

- Não está vindo para aqui. – esclareceu a Hillary.

- E aquele? – desta vez apontou para um rapaz punk. – Tem um ar duro…

- Eu diria mais de javali, com aquele piercing no nariz. – o Ray torceu o nariz só ao pensar que poderia ser o seu futuro companheiro. Mas assim que o viram a afastar-se, suspiraram todos em conjunto.

- Vá lá malta. Nós não precisamos de mais ninguém! Conseguimos vencer o torneio na boa. Aliás… até eu sozinho consigo. – o Daichi voltou a espreguiçar-se e colocou as mãos atrás da cabeça. (para quem não leu Ironia do Destino, lá encontrará a descrição de todas as personagens, excepto a de Daichi, que passarei a fazer).

Daichi era um rapaz que mais se parecia com uma criança acabada de sair do infantário. Conseguia ser mais pequeno que o Kenny mas tinha o ar mais traquinas do mundo. Tinha o cabelo castanho-avermelhado, espetado para cima e um pouco para os lados, os olhos eram verdes e usava uma roupa que aparentava que ele tinha fugido de um cão raivoso. Uma perna das calças fora rasgada, parecendo que vestia numa perna umas calças e na outra calções. A camisola estava sem mangas, com o aspecto de terem sido arrancadas por uma dúzia de cães esfomeados. A nível de personalidade, Daichi era como o irmão gémeo do Tyson. Decidido, convencido, detestando admitir os erros e acima de tudo, achava-se o melhor do mundo. No entanto era mais chato e mais maçador que o Tyson.

- Já está na hora. Temos de ir. – avisou o Kenny pondo-se de pé com o seu portátil debaixo do braço.

Entretanto a rapariga ainda se encontrava de pé a fitá-los. Não se prenunciara mais e permanecia imóvel como se nem estivesse ali. Os rapazes também pareciam terem-se esquecido da presença dela.

- Mas ele ainda não chegou. – lembrou o Tyson.

- Mas se não formos, iremos perder o avião. Vá Tyson, de certeza que ele se juntará a nós quando chegarmos.

- E para onde vamos chefe? – perguntou o Max, também se levantando.

- Para a Transilvânia. – respondeu a Hillary. Ao ouvir este nome, o Kenny estremeceu.

- Hei! Esse não é o país do Conde Drácula? – perguntou o Max sorrindo com a ideia de irem para perto de um local de uma lenda.

- Não digam isso… – Kenny começou a tremer e até se ouvia o barulho dos dentes a baterem.

- Pois é, o chefe detesta histórias de terror e eu também confesso que não me agradam muito. – confessou o Ray, puxando o Kenny pela mão para o afastar dali e para obrigar os outros a seguirem-nos também.

- O voo para a Transilvânia partirá dentro de 1 minuto! – ouviu-se o altifalante.

- Os Dráculas que venham todos que eu acabo com eles num instante. – Daichi, ainda com as mãos atrás da cabeça seguiu-os. A Hillary, o Max e o Tyson também avançaram.

A figura alta e esbelta, que tinha permanecia encostado junto à parede e calada, desencostou-se e abriu os olhos finalmente. Kai avançou mas deteve-se junto da rapariga, olhando para os seus colegas enquanto se afastavam ao mesmo tempo que tentavam meter medo ao Kenny.

- Eles estavam à espera que o novo elemento fosse um rapaz. Nunca lhes passou pela cabeça que pudesse ser uma rapariga. – disse rouca e secamente e depois também avançou sem se incomodar em olhar para ela um único segundo.

……….

- Estes são os nossos lugares. Vamos sentarmo-nos. – disse a Hillary quando descobriu os respectivos lugares no avião. Eram quatro lugares à frente e mais quatro atrás.

No banco da frente sentou-se o Kai a seguir ao lugar mais perto da janela. Ao lado dele ficou o Tyson, seguido de Kenny. Atrás iriam os outros.

- Dão-me licença? – perguntou a mesma rapariga mostrando a clara intenção de ocupar o lugar vazio junto à janela e ao lado de Kai.

- Han? – foi só agora que o Tyson a olhou e mesmo assim pareceu que nem a viu. Virou-se de seguida para o Kenny. – Aquele não era o lugar do nosso novo companheiro?

- Supostamente seria. Se calhar houve algum engano, mas assim que chegarmos vou comunicar ao Sr. Dickson.

Deixaram a rapariga passar e sentar-se. Passados poucos minutos, o avião elevava-se no ar. Foi só aí que Daichi se lembrou de algo muito importante! – Ele não suportava andar de avião. Começou a bater com os pés, a gritar, a pedir para o avião parar e sair dali (eu não aconselhava muito o avião a parar, senão aconteceria uma tragédia – XD). O Tyson não parava de rir com a situação e estava ajoelhado em cima do seu banco e voltado para trás. Kenny teclava no seu portátil e o Max, o Ray e a Hillary tentavam acalmar o Daichi. A rapariga olhava através da janela vendo o avião a avançar entre as nuvens, atravessando-as e cortando-as em pedaços.

- Deves ser uma boa Blader para que o Sr. Dickson te tenha colocado na equipa. – falou o Kai sem sequer abrir os olhos. Porém ela sorriu e fitou-o.

- É o meu primeiro torneio e a primeira vez que faço parte de uma equipa. Não te lembras de mim, pois não Kai? – ao ouvir esta pergunta, o rapaz abriu os olhos admiradíssimo. Conhecê-la como? Através daquela expressão, ela pôde ver claramente que a resposta era negativa.

- É claro que não. – e tentando desviar o assunto, olhou para os outros rapazes que iam divertidos com as figuras que o rapaz mais pequeno fazia. – Espero não os desiludir quando souberem. Já agora, o meu nome é Maylene Burovic.

……….

O avião aterrou no aeroporto, mas algo de estranho se passava. Não havia fans, nem repórteres à espera deles. Parecia que ninguém sabia que eles vinham. Nem um pequeno cartaz do torneio se via.

- Que figuras que fizeste Daichi! – exclamou o Tyson, mas parou de repente. – Hei! Não devíamos estar rodeados de fans neste momento?

- O Tyson não consegue passar sem o seu minuto de fama. – suspirou a Hillary.

- Eu diria mais horas! Ele nunca consegue deixar de se gabar frente a uma câmera até que se passem horas. – corrigiu o Ray.

O Tyson voltou-se para trás para fitar o Kai que caminhava juntamente com a rapariga uma pouco mais atrás.

- Kai, tu também não… – mas calou-se ao ver a rapariga de novo. – O que faz ela aqui? Porque nos anda a seguir?

Todos pararam e olharam para ela. Apenas Kai continuou a andar e ao passar por eles, disse claramente:

- Deixem de ser estúpidos! (ele salientou muito bem esta palavra). É a Maylene, a nossa nova companheira de equipa.

- COMPANHEIRA! – todos arregalaram os olhos simultaneamente. – O novo Blader é uma… RAPARIGA?

Fim do 2º Capítulo

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

E aqui está o segundo capítulo da minha Fic. Confesso que para chegar à parte de terror, (e se eu conseguir fazê-la!) ainda vai demorar um pouco. Este capítulo não era para ser cómico, mas assim ficou. Numa Fic de terror, a comédia não fica lá muito bem, mas até achei piada ao capítulo e foi para descontrair um pouco!

Apenas um aviso: Esta Maylene é a mesma de Ironia do Destino, mas num contexto diferente. A descrição dela irá mudar apesar de ser pouco significativo e a sua personalidade irá ser mais fraca.

Ketz Malfoy Hiwatari – Parece que acertei na lotaria! Então gostas de histórias de terror! Ainda bem. Vou tentar dar o meu melhor…

Dead Lady – Deixar-te com curiosidade! Isso já começa a ser rotina… Deixo-te com curiosidade, deixo-te a rir! O que será da próxima vez? Ainda bem que gostastes. E obrigado por me aturares…

littledark – A intenção foi recebida! Eu bem estranhei não aparecer nenhuma Review tua… Já não passo sem elas! Será que os Bladebreakers vão pensar o mesmo quando se encontrarem com o Drácula?

xia-thebladergirl – Gostaste do meu capítulo? Como se não gostasses! XD - Até já estava a pensar matar o Kai (XD – Quem ler isto até vai pensar que é verdade, mas tu sabes o contexto!). Já acabei com o negócio, não vou matar o Tyson (acho eu por enquanto)! Mas olha que vou incluir cenas fortes, nojentas e agoniantes! Estou com ideias de descrever o que o Conde fazia com as suas vítimas…