E aqui regresso com a minha Fic que há muito parecia abandonada. A justificação, mais correcta que encontro para vos dar, é que fui atacada por uma falta de inspiração tremenda e nem deu para escrever uma linha sequer. O capítulo anterior ficou mesmo empenado e por mais que eu quisesse avançar, não saía nada de jeito. Ainda me lembro que, num dia na praia, levei o dia inteiro só para escrever uma linha. Tive de desistir durante um longo tempo.
Infelizmente, mesmo neste momento que escrevo este capítulo, ainda continuo sem saber o que fazer com a Fic. e o pior é que tenho os detalhes todos escritos numa folha de papel mesmo aqui ao meu lado. Mas não vos vou dar a desculpa que estou com falta de inspiração e por isso vou desistir, antes pelo contrário… Estou com falta de inspiração, mas agora vou fechar tudo, vou colocar-me aqui frente ao computador e vou espremer o meu cérebro até sair mais alguma coisa.
Também verifiquei que a história estava a perder imenso ritmo e a tornar-se monótona. Para dizer com as devidas palavras, estava a ficar uma grande seca e sem qualidade nenhuma. Estava a perder toda a acção, todo o suspense e até a sua dose de drama e de terror. Agora vou me esforçar e melhorar tudo daqui para a frente.
Neste capítulo os Bladebreackers vão para o Castelo do Drácula e a acção vai começar. É nesta parte que o terror vai mesmo suceder e vocês nem imaginam o que irá acontecer aos Bladebreackers naquele castelo. Conseguirão salvar a Maylene?
Preparem-se porque vou restaurar a qualidade original da história.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
11º Capítulo – Exorcismo
Uma enorme porta de aço abriu-se. Era uma porta que em nada tinha haver com as outras portas do castelo. Esta era cinzenta, difícil de abrir e sem o mínimo de revelo ou pintura. Não tinha fechadura, apenas um batedor, do mais simples que havia. Ela foi empurrada e abriu-se com um guincho que ecoou por todo o castelo, parecendo que alguém a fazia contorcer de dor enquanto entrava por recintos interditos a qualquer mortal. O Conde avançou por essa porta, que se fechou ruidosamente atrás de si, como se estivesse a obedecer a uma ordem pré-definida.
Ténues luzes de velas iluminavam as cinzentas paredes que conduziam a um altar construído em madeira, mesmo no interior do recinto e encostado à parede. Não era muito trabalho, mas tinha alguns relevos. Duas enormes velas brilhavam lateralmente, em cada ponta do altar e no seu centro estava uma enorme pintura de um dragão enrolado sobre si, com a boca abocanhando a sua cauda. Frente ao altar estava uma mesa pequena, mesma colada a ele, em cima da qual estava a carcaça de um morcego em decomposição e ao seu lado um coração humano acabado de ser arrancado do respectivo corpo e, ainda a jorrar sangue vermelho.
O Conde pegou nos restos mortais do morcego e, após comer a ponta de uma asa, elevou o resto na direcção do altar. Com a outra mão agarrou no coração e espremeu-o, ao mesmo tempo que o unia ao morcego. Murmurou palavras sem qualquer sentido a não ser para os da sua própria raça, numa linguagem incompreensível aos mortais. Apertou mais as mãos, fazendo o sangue manchar ainda mais o pavimento e, quando finalmente as libertou, tanto o coração como o morcego tinham desaparecido. Em seu lugar havia uma sombra branca prateada a esvoaçar no ar.
A capa negra do Conde esvoaçou ligeiramente e os seus olhos vermelhos brilharam de entusiasmo. A névoa ganhou forma de um vampiro e, mesmo sem deixar de ser transparente, ajoelhou-se diante o seu criador.
- Vim do além para vos servir, meu Conde, meu rei… meu criador.
- Tenho uma pequena missão para ti, Ekiminu.
- Diga mestre.
- Brevemente chegarão uns humanos, que de tudo farão para chegar até ao meu castelo. Quero que os impeças e que acabes com eles.
- Cumprir as suas ordens é uma honra para mim.
E após curvar-se ainda mais, Ekiminu desapareceu completamente. Não é que ele tivesse realmente desaparecido, mas por si já era naturalmente invisível.
Drácula inclinou a cabeça durante 2 segundos para o altar, fixando intensamente a imagem do dragão. Aquela figura trazia-lhe imensas recordações da sua antiga vida – da vida de mortal. Virou as costas ao altar e, após a porta abrir-se, ele saiu por ela, desaparecendo atrás da sombra que se fechava novamente. A cerimónia fúnebre estava concluída, agora era só esperar pela noite seguinte.
Retirou-se para os seus aposentos. Ainda pensara em repousar no mesmo quarto onde estava a bela Maylene, mas acabou por apenas regressar ao seu quarto.
……….
A roupa acabara de se espalhar totalmente no chão. A mulher fitava-os com uma expressão de como tivessem acabado de lhe dizer que ela ia morrer.
- VOCÊS ESTÃO LOUCOS! Devem estar possuídos ou alguma cena parecida! Na verdade, desde que vocês chegaram que tem acontecido muita coisa estranha por aqui! MEU DEUS! – a mulher agitadíssima benzeu-se uma dúzia de vezes enquanto virava o seu olhar para o céu. – AQUI NINGUÉM VAI A CASTELO NENHUM, e se vocês insistirem em tal, terei de vos expulsar da minha pensão.
Os rapazes estavam já com os seus ouvidos tapados. Aqueles gritos, de certeza, iriam pô-los surdos. Apenas Kai olhava-a desafiadoramente, como se a louca no meio daquilo tudo fosse ela.
- Queremos saber como se vai para o castelo do Drácula. – Kai voltou a repetir a mesma afirmação. Ele não aceitava aquele grito e medo como resposta. O problema era deles e não era dela.
A mulher voltou a benzer-se mas, perante a expressão do Kai, nem ela conseguiu resistir. Foi como se estivesse a ver a própria lenda do Conde Drácula viva, através dos olhos do rapaz. Ele, com aquela expressão, devia assemelhar-se imenso ao vampiro lendário.
- Sigam até à saída da vila e contornem o monte. Depois só têm de seguir o estreito caminho batido pela encosta até chegarem ao castelo. Há criaturas horríveis na floresta e também há lobisomens e outras criaturas que só Deus é que ainda as viu. – a dona da pensão respirou fundo, apanhou o cesto e a roupa do chão e, após ter concluído a sua tarefa, voltou a olhar para eles. – Quero-vos fora da minha pensão. Peguem nas vossas coisas, desapareçam e não voltem. Têm apenas uma hora para saírem…
Virou-lhes as costas e saiu pela porta. Agora é que estava tudo bonito! Tinham acabado de serem expulsos, mas também já não importava. Iam atrás da sua companheira de equipa e apenas a queriam salvar. Mas ainda estavam hesitantes… Teria ela, realmente, ido parar às mãos de uma lenda.
……….
Não havia nada que eles quisessem levar naquele momento. Apenas os seus piões (até agora ainda não tinham servido para nada) e pouco mais. Alguma comida e mais nada. O Kenny deixou o seu portátil para trás e o Kai tinha os braços e as mãos vazias. O seu habitual lenço ao pescoço e o seu Beyblade no bolso das calças era tudo o que precisava para salvar a Maylene. Mal que os primeiros raios de luz brilharam no céu, eles abandonaram a pensão. Foram pelas ruas até encontrarem a saída da vila, da qual partia um pequeno carreiro em direcção ao monte. A caminhada durou até ao meio-dia. Iam todos calados sem terem nada a dizer e seguiam o Kai que, parecendo guiado pelo destino, sabia o caminho que o levaria até à jovem.
Comeram rapidamente e, surpreendentemente, o Tyson e o Daichi não repetiram e nem reclamaram.
- Acho que toda esta história também está a afectar o Tyson e o Daichi. - suspirou o Max.
- Vamos continuar!
- Espera Kai. Deixa-nos descansar um pouco. – pediu o Ray, mas o seu amigo não ouviu, ou pelo menos fingiu não ouvir e prosseguiu o caminho.
Se a preocupação dos outros era descansar, Kai tinha uma preocupação ainda maior. Tinham de encontrar um sítio para passarem a noite, senão estariam mortos. E apenas só tinham uma tarde para encontrar algo que lhes servisse de abrigo.
A tarde foi passando à medida que o sol ia caminhando em direcção ao horizonte. Estranharam não encontrar nem uma criatura, nem algo medonho, mas a noite é que iria ser assustadora. Seguiam agora pelo carreiro, aberto em tempos por lenhadores que exploraram as árvores da montanha, que agora mal se via. Estava coberto por ervas, pedras e já nem um animal passava ali há imenso tempo.
Chegaram a uma pequena clareira, em que árvores não cresciam no seu interior, apenas alguns arbustos rasteiros. Teria sido um bom sítio para descansarem mas Kai não o permitiu e até tinha razão. Ao contornarem a curva que se seguia à clareira, avistaram a chaminé de uma casa construída à beira de um pântano.
- Passaremos ali a noite. – afirmou o Kai, suspirando de alivio.
O sol começava a ficar muito baixo e em pouco tempo seria noite. Avançaram até à casa e verificaram que era de madeira. Uma parte do telhado já tinha desabado, outra parte estava podre, mas havia pelo menos uma sala que ainda oferecia resistência ao decorrer dos anos. Há séculos que ninguém ali habitava e, quando aquela casa fora habitada, tinha sido também por lenhadores. Ferramentas como enxadas, martelos, serras, e muitos instrumentos de madeira ainda se viam espalhados pelo chão da casa. As janelas estavam bloqueadas por tábuas de madeira, mas a porta ainda existia. O Daichi puxou-a para abrir, mas acabou por levar com ela em cima.
- Ai! Ajudem-me! Tirem esta coisa podre de cima de mim.
A porta estava tão velha e as dobradiças também, que se tinha tudo partida mal o rapaz lhe tocara. Os seus amigos ajudaram-no e depois entraram dentro da casa para a explorar.
Dali não viam o castelo mas sabiam que estavam mais próximos dele.
……….
Os olhos da Maylene pestanejaram antes de abrirem. No início não viram nada, estava uma completa escuridão. Após ter ouvido algo a ranger, ela fitou o tecto pouco iluminado da divisão onde se encontrava. Por uma janela entrava os últimos raios de sol e ela ergueu-se. Onde estava? A sua alma gelou ao ver que estava deitada dentro de um caixão. Não conteve um grito e apressou-se a sair dele o mais depressa que conseguiu. Ao descer uma pequena escada, que a ajudava a aceder ao caixão, acabou por tropeçar no seu vestido e cair no chão. Vestido? Levantou-se e reparou que não trazia a sua camisa de dormir. Em vez dela, agora tinha um vestido vermelho de veludo, bordado a fio de ouro no colarinho que lhe abria em direcção ao peito. Duas mangas enormes, que lhe desciam até aos pés, bordadas igualmente a fios de ouro nas extremidades, dificultavam-lhe os movimentos, mas elas eram da medida dos braços na extremidade superior. O resto do vestido descaía até aos pés, arrastando a parte de trás pelo chão. A toda a volta da roda do fato havia uma grande fita dourada que tocava o chão. A sua cintura estava totalmente delineada com outra fita dourada, que lhe apertava num laço grande e bem trabalhado atrás. O seu cabelo estava solto, com as ondulações mais nítidas e com algumas pontas presas atrás com outro fio de oiro. Levou as suas mãos à sua cara e notou que ainda tinha pulseiras douradas nos pulsos e brincos nas orelhas. Porque estava assim vestida, como se fosse uma rainha? Também não lhe interessava.
Saiu a correr do quarto mas deparou-se com a longa escadaria da torre. Desta vez desceu as escadas até chegar a um grande vestíbulo. Contornou um corredor qualquer e, após mais uns corredores, foi dar a uma porta com um dragão enrolado sobre si, pintado a dourado. Estranhamente, aquela porta chamou-lhe à atenção. Encostou a sua delicada mão nela e logo aquela se abriu sem qualquer ruído.
Era um quarto. Uma cadeira, uma mesa, uma arca, uma janela, cortinas vermelhas e uma grande cómoda de dossel, tudo completamente trabalhado e com relevos a dourado. Um tapete vermelho estendia-se por todo o chão e as paredes eram brancas com relevos mais sumidos mas belos. Mas havia algo estranho… O dossel da cama estava demasiado junto à mesma, ao contrário da medida normal. E foi quando ela fixou com mais atenção a cama, que vislumbrou um caixão em cima desta, coberto e que o dossel tapava parcialmente.
Não soube como parou o grito que ia a sair da sua boca, e voltou a sair do quarto a correr. Sem parar virou outra esquina, mais outra, desceu mais escadas e foi dar ao grande hall de entrada. Como conseguiu chegar ali, não soube. O castelo era realmente um verdadeiro labirinto, mas apenas correu até à grande porta e tentou-a abrir. Porém, não tinha forças para abri-la. Agora que se lembrava, não tinha comido nada de jeito nos últimos tempos e estava fraca. Sentia-se tonta e até a sua cabeça parecia não querer funcionar. Acabou por voltar a cair desamparada, não nunca chegou a tocar no chão, porque uns braços a agarraram.
……….
O sol já tinha desaparecido completamente, mas felizmente os Bladebreackers tinham encontrado uma vela e com a ajuda do Dranzer do Kai, tinham-na acendido. As ruínas da casa eram frias e aterradoras, mas era sempre melhor que estarem na rua.
Uivos de lobos começaram a cortar o som da atmosfera, juntamente com mais ruídos de animais desconhecidos e só fizeram o Kenny e a Hillay quase desesperarem. Os dois encostaram-se muitos juntos, num dos cantos da sala e ali ficaram a tremer. O Daichi não parava de esfregar os braços e assoprar nas mãos, ao mesmo tempo que fitava o Tyson a terminar o último bocado da sua refeição. Pela primeira na sua vida, ele comera mais lentamente que os companheiros. O Ray e o Max conversavam sobre o que poderiam fazer a partir do momento que chegassem ao castelo e o Kai, que nem comera nada, estava sentado no canto mais escuro, de olhos fechados e muito quieto.
Não sabiam o que se estava a passar com a Maylene, mas ainda havia uma réstia de esperança que ela estivesse viva. No dia seguinte, eles iriam chegar ao castelo, custasse o que custasse.
- Podemos entrar no castelo, encontrar a Maylene e sairmos logo a correr. – sugeriu o Max.
- Não me parece. E o que faremos se encontrarmos esse tal de Drácula? – questionou o Ray.
- Que tal pedirmos-lhe um autógrafo? – um silêncio de desprezo abateu-se sobre os rapazes. O Tyson só podia estar a delirar. – Estava a brincar pessoal, mas é que tipo… não sabemos em que estado vamos encontrar a Maylene. – aqui estava um ponto interessante. Afinal a inteligência do rapaz parecia ter aumentado com todo aquele stress.
- E se ela já tiver virado vampira?
Olhos vermelhos de fúria fitaram o Daichi, até o Kai abrira os seus olhos brutamente só para o fitar. Aquilo é que ninguém poderia dizer e nem sequer pensar. A Maylene nunca seria uma vampira. Mas vendo de outro ponto de vista, e era o que Kai mais temida, ela já tinha sido mordida. Ainda não dissera nada a eles, mas este era um assunto que estava a incomodá-lo bastante. Quanto tempo passaria até aquela mordida trazer consequências à rapariga? Se calhar ela até já tinha virado vampira mas ele tinha de confirmar. Nem que houvesse uma pequena probabilidade de a salvar, ele arriscaria tudo para o fazer.
Sem se aperceberem, uma estranha sombra branca aproximou-se das ruínas e entrou por uma frecha de uma das janelas. Como o Kai voltara a fechar os olhos e o Tyson e Daichi tinham-se estendido no chão, ninguém viu a estranha claridade branca a aproximar-se do Ray e do Max, pelas costas. O Kenny e a Hillary, estranhamente, tinham começado a ranger os dentes e tremiam com mais barulho desde à bocado.
- Que barulheira que o Kenny e a Hillary fazem. Daqui a nada atraiem todas as criaturas das redondezas…
Max não soube o que aconteceu, mas perdeu todo o controlo sobre o seu corpo e até deixou de saber o que estava correcto e errado. Agarrou numa foice, pendurada na parede, ao seu alcance e com a outra mão agarrou no pescoço do Ray, apanhando-o distraído.
A surpresa de Ray foi tão grande como de todos. Foi o Daichi que deu o alarme quando se virou para eles e abriu os olhos. O Max estava com o Ray encostado à parede de madeira, com a sua mão presa no pescoço do companheiro e com a foice na outra mão aproximando-a cada vez mais a barriga do Ray.
- Max, que estás a fazer? – gritou o Tyson horrorizado.
- A fazer algo que já devia ter feito.
O Kai levantou-se num salto e aproximou-se.
- PÁRA! Pára ou eu corto-lhe a barriga…
A mão do Max apertou com mais força o pescoço do Ray, fazendo-o começar a sufocar. Com algumas forças que ainda tinha, o rapaz levantou as mãos e segurou na mão do companheiro que lhe apertava a garganta.
- Por…que… estás… a fazer isto… Max?
- Não digas nada porque vais morrer… – a foice rasgou as roupas do Ray e tocou na sua pele. Era fria e estava enferrujada.
- Que fazemos? – o Kenny levou as mãos à cabeça sem se mexer e a Hillary tinha a cara tapada com as mãos.
- Este não é o Max. – concluiu o Kai, aproximando-se sem que o parceiro o notasse. – Ele está a ser possuído.
- Eu disse para não se aproximarem mais… um movimento brusco da mão que agarrava a foice pôs todos em pânico. O Kai atirou-se para o Max e o Tyson também o fez. Conseguiram-no agarrar e atirar para o chão mas, sem antes a foice raspar na barriga do Ray. Sangue pingou para o chão e o Ray caiu de joelhos respirando com grande dificuldade e com as mãos a amparar-lhe o ventre. As suas vestes estavam a ficar vermelhas e sangue já escorria pelos seus braços.
O Max debateu-se ainda com a foice na mão. O Kai e o Tyson pareciam não chegar para aguentar o miúdo. Onde tinha ido ele buscar tanta força?
- Larguem-me! Senão mato-vos a todos…
O Daichi teve de os ir ajudar, senão o Max iria conseguir libertar-se. No meio de todo o combate no chão, a foice ainda chegou a passar no braço direito do Kai. Foi como se uma dor adormecida tivesse despertado. Uma dor tão grande e tão interna começou a queimar-lhe o braço, porém ele nem afrouxou a força um único bocadinho.
- Quem és tu que estás no corpo do Max? – perguntou o rapaz com a cara a começar a contorcer de dores.
- Meu querido Kai, não vês que sou o Max?
- Quem és tu, mais uma vez? Foi o Drácula que te enviou?
- E se tiver sido? – a voz do rapaz mudou ligeiramente e ficou muito mais grave. Aquela não era a mesma voz do rapaz loiro.
- Onde está a Maylene?
- Não sei do que estam a falar, apenas vou matar-vos a todos!
- Ajuda aqui Kenny… Hillary… Deixem de mariquices! – gritou desesperado o Tyson que ainda debatia-se para que o Max não se libertasse. O Kenny, não soube como arranjou forças mas levantou-se e a Hillary imitou-o.
- Parem! – pediu o Kai. – Hillary vai ver do Ray, Kenny arranja aí algo de madeira parecido com estacas.
Assim os dois fizeram. Hillary correu até ao rapaz exangue e o Kenny, em breve, trouxe martelos, enxadas, tábuas de madeira e tudo o que encontrou mais parecido com estacas. Um cabo de um martelo foi enterrado junto da cabeça do Max, mais dois junto do seu pescoço, dois cabos de enxadas junto das mãos, tábuas de madeira junto dos pés.
- Não sei quem és, mas vais desaparecer AGORA!
- NÃO! Vocês nunca me irão matar deste modo.
- Deste modo talvez não, mas com mais uma coisa talvez sim. – declarou o Kai e, pegando na lâmina de um machado, fez um corte na mão do seu amigo, passando de seguida lá com o cabo de madeira, o qual deixou várias lascas enterradas na carne do mesmo.
- NÃO!
O grito foi tão profundo que até o uivo dos lobos parou durante momentos. O Max deixou de se debater no chão e os seus olhos fecharam-se. Ao que parecia, o espírito tinha saído do seu corpo, mas o perigo não passara.
Olhos vermelhos brilhantes espreitavam pela abertura da porta. Lobos tinham seguido o som do grito. No chão estava a formar-se uma enorme poça de sangue, o Max não dava sinais de vida e sua ferida na mão estava com um aspecto preocupante, mas o pior disto tudo… até o Kai começara a gritar cheio de dores no seu braço direito.
Fim do 11º Capítulo
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Nota Final: Ekiminu é um espírito maligno assírio, metade vampiro, metade fantasma, criado a partir de uma cerimónia fúnebre. É naturalmente invisível e tem a capacidade de possuir humanos. Pode ser destruído através do uso de armas de madeira ou através de exorcismo. Neste capítulo, imaginei uma curta cerimónia fúnebre para puder dar vida a este espírito. Não faço ideia de como serão estas cerimónias mas mesmo assim imaginei uma delas. Para derrotar o espírito, também quis misturar um pouco de exorcismo com objectos de madeira. Não sei se está correcto o que escrevi, pois pouco pesquisei sobre o exorcismo.
Quanto ao cenário do castelo, baseei-me em algumas descrições (apesar de modificadas) do livro de Bram Stoker, misturadas com o cenário do jogo para PC de Drácula. A tal cama de dossel fazia parte do respectivo quarto do Drácula, no qual tive de entrar durante o jogo. Também era visível uma arca e muitos mais objectos estranhos.
