25 - Decisões

Sirius acordou de ressaca no domingo, sem ao menos ter forças para se levantar e tomar o café da manhã, pois sempre que tentava sair da cama, a dores de cabeça e estômago o faziam desistir.

Fora somente no período da tarde, que o estudante conseguiu abrir os olhos por completo e se sentar em sua cama, e assim que o fez, percebeu que os três amigos já despertados, o encaravam com atenção.

-O que foi? – Perguntou irritado, ao sentir a cabeça latejar um pouco mais, por ter aberto a boca para fazer aquela pergunta.

-Nós é que perguntamos o que foi. – Respondeu Tiago – Depois que a Mcguire foi embora, você ficou falando coisas do tipo "ela sabe, ela sabe de tudo" e capotou, e nós queremos saber o que aconteceu.

-Ela descobriu que ele é louco por ela. – Zombou Pedro, fazendo Tiago e Remus rirem.

-Calem a porra da boca. – Reclamou Sirius, exaltado – A risada de vocês faz a minha cabeça doer mais.

-Daqui a pouco passa, toma um pouco de água para ajudar. – Mencionou Aluado, levando um copo com o líquido, para que o amigo tomasse.

-Agora fala para a gente, o que a Mcguire te disse. – Pediu Potter, se sentando ao lado de Black.

-Eu não tenho certeza do que ela disse, eu estava muito bêbado quando nós nos sentamos naquele sofá. – Explicou. – Eu nem sei se consegui beijar ela.

-A gente não ficou olhando, mas se vocês se pegaram, ela não gostou muito, porque logo foi embora. – Apontou Potter.

-Então nós não ficamos, é impossível uma garota não gostar dos meus beijos. – Retrucou Black.

-Tá, mas o que você acha que ela te falou? – Questionou Pettigrew.

-Que eu sou o Peludinho. – Afirmou, angariando a reação de espanto dos demais Marotos.

-Como assim? – Perguntou Pontas, alarmado. – Como ela descobriu isso?

-Sei lá como aquela cobra descobriu. – Reclamou Sirius, se deitando na cama. – Eu não quero mais pensar, isso faz a minha cabeça doer.

-E se ela denunciar o Sirius para algum professor? – Questionou Pedro – Ele é um animago ilegal.

-E eles poderiam chegar à conclusão de que nós também somos. – Concluiu Potter.

-Eu não acho que ela denunciaria a gente. – Defendeu Lupin.

-Aquela pilantra me enganou ontem, eu não duvido que ela possa fazer isso. – Rebateu Sirius, posicionando o travesseiro por cima de sua cabeça.

-E se nós lançássemos um feitiço de esquecimento nela? – Sugeriu Rabicho.

-Você está louco? – Repreendeu Lupin – Pode dar errado e ela se esquecer de tudo.

-O Remus tem razão. – Afirmou Potter – E mais, toda a escola sabe que a Mcguire e o Sirius têm uma rixa, se ela perder a memória do nada, todo mundo vai acusar ele.

-Então o que vocês sugerem? – Questionou Pedro, preocupado.

-Eu vou falar com ela. – Afirmou Black, ao retirar o travesseiro de sua face – Primeiro eu jogo um verde para ter certeza de que ela sabe do Peludinho e se souber, vou pedir para que ela não espalhe o que descobriu.

-Mesmo que a Lizzie aceite, como você vai ter certeza de que ela vai manter a promessa? – Questionou Aluado.

-Eu vou pedir para fazer um voto perpétuo com ela. – Respondeu Almofadinhas.

-E o que você vai dar em troca? – Perguntou Potter.

-O que ela quiser. – Respondeu, dando de ombros – O que ela pode pedir de tão ruim?

-Você está falando de uma aluna da Sonserina. – Apontou Pedro, com uma sobrancelha levantada.

-Seja lá o que for, eu vou ter que fazer. – Disse Sirius – Eu não posso arriscar que ela conte para outras pessoas a respeito do meu segredo, e elas cheguem à conclusão de que vocês também são animagos ilegais.

-Espero que ela aceite o acordo. – Mencionou Tiago.

-Eu também. – Disse Black, posicionando o travesseiro por cima de seu rosto, novamente.

(...)

Após o término do jantar e ao perceber que Elizabeth havia saído do Salão Principal, Sirius se apressou para que pudesse alcançá-la, como de costume.

-Mcguire, eu preciso falar com você. – Chamou Sirius, ao correr no sentido da jovem.

-Pois não. – Disse Lizzie, se virando para encarar o rival.

-Sabe aquilo que você me disse ontem à noite? – Questionou, no intuito de saber se a garota confirmaria as suas suspeitas.

-Eu te disse tantas coisas, Black, seja mais específico. – Retrucou Elizabeth.

-Você sabe do que eu estou falando. – Reclamou.

-Eu não tenho ideia, do que você está falando. – Disse cinicamente, com um sorriso em seu rosto.

-Não se faz de sonsa, garota. – Protestou o estudante, se aproximando totalmente de Mcguire.

-Então me fala o que eu te disse ontem, porque eu não sou a Jean Grey para saber o que você está pensando. – Retrucou, percebendo a feição de frustração de Sirius.

-Você me disse, que sabe que eu sou o Peludinho. – Jogou a informação, sem paciência de tentar jogar mais verde para a garota, afinal ele sabia o quanto ela era astuta.

-Você é o Peludinho? – Perguntou, fingindo estar indignada, porém e sem conseguir sustentar a farsa, começou a rir da cara do inimigo – Brincadeira, eu realmente sabia disso.

-Eu vim tentar fazer um acordo, para que você não conte isso a ninguém. – Informou Sirius.

-E qual seria o acordo? – Questionou, desconfiada.

-Nós fazemos um voto perpétuo, em que você promete não revelar a ninguém, que sabe que eu sou um animago e em troca, eu faço o que você quiser. – Ditou Black, encarando a garota com atenção.

-O que eu quiser? – Perguntou, interessada.

-Você não ouviu o que eu disse? – Questionou, sem paciência.

-Bom, essa proposta é bem interessante, mas eu preciso de pelo menos um dia para decidir o que eu quero de você. – Apontou Mcguire.

-Mas você vai aceitar, né? – Questionou.

-Vou. – Respondeu, de prontidão

-Ótimo. – Disse aliviado.

-Algo mais? – Perguntou, com as mãos na cintura.

-Foi muita sacanagem o que você fez comigo ontem, ficou me prometendo que a gente ia ficar na festa e tudo não passou de um plano sujo. – Apontou, aparentando estar chateado com a toda aquela situação.

-Sacanagem foi o que você fez, se passando por Peludinho para se aproveitar de mim. – Retrucou, Lizzie.

-Você deveria me agradecer por eu ter te livrado daquele filho da puta, que falou mal de você para os amiguinhos. – Revidou.

-A questão toda é: e se o Nicholas não fosse um babaca? Eu teria perdido a oportunidade de conhecer melhor um cara legal. – Apontou – E você não teve a ideia de arruinar os meus encontros, porque sabia que ele era um imbecil, você só fez isso para se vingar de mim. – Disse, irritada – E pensar que eu fiz carinho na sua barriga e beijei o seu focinho.

-Não sei qual é o problema de você fazer tudo isso, sem que eu esteja na minha forma de animago. – Se defendeu, dando de ombros – Mas pera aí, eu acabei de me lembrar que ontem, você me disse que presenciou a minha transformação, não foi?

-Foi sim, e daí? – Respondeu.

-Então quer dizer que você me viu sem roupa. – Apontou, agora com um sorriso malicioso em seu cenho.

-Infelizmente eu vi. – Confirmou, ainda mais irritada.

-Aposto que você gostou do que viu. – Se gabou.

-Nem um pouco. – Afirmou Mcguire.

-Você está mentindo, eu sou lindo nu. – Retrucou.

-Não é não. – Afirmou – Mas não precisa ficar chateado com a minha opinião, se a qualidade da nudez é assim tão importante para você, meu conselho é que continue na forma de cachorro.

-Você não deve ter visto direito. – Apontou, indignado – Dá uma olhada nessa belezinha. – Se virou, para que a garota pudesse comtemplar a sua traseira – Minha bunda é linda.

-Eu já disse que não é. – Afirmou, virando o rosto para o lado. – Como você consegue ser tão chato.

-Pera aí, é que eu estou vestido. – Apontou, começando a desfivelar o cinto.

-Você é louco, eu não quero ver isso. – Reclamou, tapando os olhos com as mãos.

-É rapidinho e... – Explicava Sirius, antes de ser interrompido por uma voz feminina que se aproximava polvorosamente do local.

, o que está acontecendo aqui? – Questionou McGonagall, que estava espantada com aquela cena incomum.

-Mine, eu... – Sirius tentou explicar o ocorrido ao afivelar o cinto, mas logo foi interrompido por Elizabeth.

-Só porque eu disse que quero trabalhar no hospital St. Mungus quando me formar, ele quis me fazer analisar um furúnculo que nasceu nele. – Explicou Lizzie, encarando a diretora que ainda estava sobressaltada com o ocorrido. – Mas eu não tenho qualquer conhecimento disso, ainda.

, nós vamos agora visitar a Madam Pomfrey, e se ela não encontrar qualquer furúnculo em seu corpo, eu vou ter que reportar o caso ao diretor Dumbledore. – Afirmou, zangada – Onde já se viu, manchar a decência dessa escola com uma estripulia de nível tão baixo – Repreendeu – Aliás, menos 20 pontos para a Grifinória por esse comportamento extremamente inconveniente, e srta. Mcguire, eu peço desculpas por você ter sido submetida a esse absurdo – Minerva pegou uma das orelhas de Sirius Black e o puxou, para que ele a acompanhasse até a enfermaria do castelo – Vamos logo.

-Está machucando, Mine. – Se queixou, Sirius.

-Eu espero que esteja mesmo. – Retrucou a diretora.

Disfarçadamente, Elizabeth sacou a sua varinha e apontou para a parte de baixo do corpo de Black, para que pudesse emitir o feitiço Furnunculus, o livrando de um problema maior, pois assim que chegassem à enfermaria, constatariam de que ele possuía um furúnculo em seu corpo.

No percurso até a ala hospitalar, Minerva continuava a repreender o comportamento de seu aluno, explicando o quanto danoso seria para ele, caso estivesse mentindo e que aquela atitude deplorável poderia resultar em uma expulsão.

, eu espero muito que você não esteja mentindo. – Afirmou, antes de entrar na enfermaria e chamar a atenção de Madam Pomfrey, que se aproximou dos dois.

-O meu aluno me reportou, que está com um problema dermatológico e eu preciso saber se essa informação é verídica. – Explicou a diretora. – Ele disse que está com um furúnculo na parte traseira de seu corpo.

-Claro diretora, eu verifico a informação. – Disse a mulher, antes de se virar para encarar Sirius –Retire as calças e se deite de barriga para baixo naquela maca. – Ordenou a funcionária, que iniciou uma vistoria no corpo do jovem, assim que ele a obedeceu. – Quando que isso apareceu?

-Hoje. – Respondeu Black, de prontidão.

-Bom, você vai precisar ficar de repouso por uma hora e meia, após eu aplicar uma mistura para que essa ferida diminua de tamanho e se cicatrize. – Explicou, antes de se aproximar de McGonagall, que aguardava um posicionamento – O garoto estava certo, diretora, ele realmente possui uma infecção cutânea.

-Muito obrigada pela informação. – Agradeceu, aliviada, antes de se aproximar de Sirius que já estava coberto. – Você não deveria ter importunado uma aluna com esse seu problema, Sr. Black, deveria ter vindo direto para cá.

-É que eu fiquei com vergonha. – Afirmou o aluno.

-Você pode ser tudo nessa vida, menos tímido. – Retrucou Minerva – E sr. Black, não é dessa forma que se conquista uma donzela.

-Eu não estou tentado conquistar aquela donzela, Mine. – Rebateu.

-Bom, já que o Sr. está em boas mãos, eu vou me retirar para que elas façam o trabalho necessário para auxiliá-lo. – Disse a diretora.

-Mine, você pode avisar aos meus amigos que eu estou aqui. – Pediu.

-Aviso sim.

(...)

Ao ficarem sabendo do ocorrido, Tiago, Pedro e Remus correram para a enfermaria do castelo para que pudessem ver como i estava.

-Por que você está deitado de barriga para baixo? – Questionou Potter, assim que chegou ao leito.

-A Mcguire fez um feitiço e colocou um furúnculo na minha bunda. – Respondeu irritado, ao contrário dos amigos que riam da situação.

-E o que você fez para ela? – Perguntou Remus.

-Isso não importa. – Respondeu impaciente – O que importa é que o nosso problema está resolvido, ela aceitou fazer o voto perpétuo comigo.

-E ela te disse o que quer em troca? – Questionou Rabicho.

-Não, ela pediu um dia para pensar. – Respondeu, Sirius.

-Isso não é um bom sinal. – Apontou Potter, alarmado.

-Ela vai ter tempo, para pensar em algo bem humilhante. – Afirmou Pedro.

-Eu não me importo. – Retrucou, Black – Eu só não quero que ela diga aos professores que eu sou um animago, e eles acabarem chegando até vocês. – Explicou – Além do mais, ela poderia espalhar essa informação para a Sonserina e eles chegarem à conclusão, do porquê de termos nos transformado em animagos ilegais.

-É verdade, eles poderiam de alguma forma ligar os pontos e chegar ao Remus. – Completou Tiago.

-Sim, eles são bem astutos. – Afirmou Rabicho.

-Venenosos, você quis dizer. – Rebateu, Sirius.

-O importante é que a Lizzie aceitou a proposta, não vamos nos preocupar à toa. – Apontou Remus.

-Não é à toa Aluado. – Afirmou Black. – Nós não podemos deixar qualquer ponta solta, que faça alguém desconfiar do seu segredo.

-Eu sei. – Disse Lupin, cabisbaixo.

-Mas quando você vai poder sair daqui? – Perguntou Potter.

-Em uma hora. – Respondeu Sirius.

-Então nós te esperamos. – Afirmou Tiago.

-Quem diria que os Marotos estariam cercando outro enfermo, que não fosse eu. – Apontou Lupin.

-E por causa de um furúnculo. – Completou Potter, fazendo os amigos rirem daquela situação absurda.

(...)

Aviso:

Durante o decorrer dessa fanfic, eu vou criar algumas oneshots (fanfics de apenas um capítulo) dedicadas a alguns acontecimentos específicos da narrativa, e o primeiro spin-off está pronto /

Eu escrevi essa dedicada à transformação do Remus e espero muito que gostem do resultado, como eu não consigo colocar o link aqui, é só ir no meu perfil e buscar a fanfic: One-Shot-I-ll-be-there-for-you