RECOMEÇANDO
Cap. 1- Filme achado e copo com gelo
Ele estava lá, querendo proteger aquela deusa de um homem com olhos frios munido de uma espada. Não podia deixá-la morrer e antes que o homem pudesse acertá-la ele se jogou entre os dois e acabou recebendo o golpe. Os olhos dos amigos pareciam maiores e a dor do metal frio atravessando seu corpo foi real. Antes de tudo escurecer aquela deusa gritava seu nome. "Seiyaaaaaaaaaaa"
- Seu idiota, acorde! Acorde, vamos! Vamos!
Uma voz feminina praticamente berrava e puxava o lençol de Seiya, um homem com seus vinte e seis anos de idade, cabelos castanhos e rebeldes, olhos da mesma cor e sobrancelhas grossas.
- Ah... Só mais cinco minutinhos - Seiya sonolento puxava o lençol.
- Seu desgraçado, levante-se e SAIA DA MINHA CASA JÁ!
- Quê!
Seiya caiu da cama assustado, completamente nu, e num quarto feminino e bem acabado. A sua frente estava a mulher mais bela que ele já conheceu. Tinha cabelos roxos soltos e pele muito branca.
- Nossa, Saori, que susto! Seiya.
Saori inchou de raiva e puxou Seiya como se fosse esganá-lo. Tinha uma força nada feminina apesar da aparência delicada.
- Ei, Saori, o que foi?
- Senhorita Kido pra você! Eu não sei como cai no seu papo, mas vá embora!
- Quê! Saori o que ta acontece...
- Suma daqui!
Ela o puxou pelo braço e o empurrou para fora do casarão de um jeito tão...Bruto que ele não conseguiu resistir.
- Hei, Saori, que doidice é essa? - Gritou irritado após ser expulso. -Minhas roupas! CADÊ AS MINHAS ROUPAS!
- SAIA do meu pátio! - Ela ordenou jogando uma bermuda pela janela, a única peça que conseguiu localizar em meio à bagunça.
Seiya vestiu-se na hora e na frente de um dos seguranças da jovem mulher, que nem tinha começado direito seu expediente. Era o mais forte de todos. Vestia preto e tinha cabelos longos e negros, amarrados num rabo de cavalo.
- Dragão, tire esse homem daqui! - Ordenou ela, e o segurança logo ajeitou a gravata e puxou Seiya pelo braço, que resistia.
- Hei! Me solta!
- Ordens da senhorita Kido. falou o segurança o empurrando para a rua e fechando o portão.
- Ordens dela! Foi ela que quis! Volta aqui! EEEEEEI!
O segurança foi embora enquanto Seiya gritava pedindo pelas roupas. Estava com tanta raiva que se segurou para não fazer mais escândalo ainda na frenteda mansãode Saori Kido, uma das sócias do museu Palas Athena, muito bem visto pela classe grã-fina do Japão. Só não fez aquele escândalo de acabar com qualquer imagem porque alguém estacionou na frente do casarão e buzinou insistentemente. Seiya de início não ligou, depois passou a ter um surto de raiva com a insistência do motorista e por fim se virou para xingá-lo com um palavrão escandaloso, mas parou ao ver que se tratava de Hyoga, um russo louro, com olhos azuis e penetrantes, pele morena e dentes tão brancos quanto os dos comerciais da colgate.
"BIBIIIIII BIIIIIIIIII"
- Seiya! Entra aqui!
Seiya olhou para o céu agradecido por ter colocado Hyoga em seu caminho. Seria difícil voltar pra casa só com uma bermuda amassada, cabelos embaraçados e dentes não escovados. Ao entrar no carro catou logo uma daquelas pastilhas de menta e colocou direto na boca.
- É casada? Perguntou Hyoga sorrindo de canto.
- Não. Solteiríssima!- Seiya respondeuquase explodindo -Mulher louca! E eu achava que ela era legal!
- Tenho que dizer, Seiya. Você dorme com cada peça...
- Nos conhecemos ontem na boate. Shun me apresentou.
- Foi à boate com Shun?
- Tive que insistir pra ele aceitar. Tava tendo uma vontade de sair, sabe... E não queria ir sozinho.
- E ainda roubou a mina dele?Cara de pau.
- Ele não estava nem um pouco interessado nela.
- Mas você estava.
- Estava e me arrependi. Ela me expulsou a peso de tapa. Que sorte a minha, heim? - Socou o ar e fechou a cara.
- Noite boa. Dia ruim. Eu te deixo em casa.
- Valeu.
Sede da revista Óptica, muito popular em Tókio. Hyoga entrava apressado na sala de redação.
- Bom dia?
- Atrasado.
O louro passara por todos e acabara ouvindo o aviso de Ikki, um dos membros da editora. Alto, forte, cabelos azul-escuros, espalhados de um jeito sutil e relaxado, e olhos da mesma cor. Embora falasse com Hyoga mantinha-se concentrado no que escrevia.
- Sabe se eu guardei meus filmes nessa gaveta aí? -Hyoga indicou a terceira gaveta da mesa de Ikki e este a abriu.
- Não ta aqui.
- Achei que tinha guardado. Talvez o Shun saiba.Ó, lá vem ele.
Shun, um homem de rosto belo, cabelos verde-esmeralda, elegantemente caídos pelos ombros, olhos da mesma cor, pele branca e físico bem contornado, entrou na sala rindo de uma conversa que acabara de ter com alguém no corredor. Trazia uma xícara de café numa mão e uma pasta na outra.
- Feliz, heim? - Hyoga puxou assunto.
- Você também ficaria se visse quantos zeros foram adicionados à minha conta... Tudo por causa da Saori Kido - informou Shun deixando a pasta em cima da mesa - Ikki, esqueceu dessas fotos.
- Deixa a í que depois eu cuido delas.
- Saori Kido não é aquela mulher podre de rica? -Inquiriu Hyoga admirado -Ela pagou pra ficar com você?
Ikki resmungou uma risada mostrando interesse na conversa.
- Saori Kido é uma das donas do museu Palas Athena e vive aparecendo nas colunas sociais dos jornais -censurou Shun olhando diretamente para Hyoga
- Mas essa é a área do Yukida Ikki salientou Ele que vende as fotos para os jornais.
- Sim, mas o museu é de interesse meu. Esqueceu que eu passei as semanas fazendo uma matéria sobre ele? Pois é, consegui uma entrevista particular pra concluir meu trabalho.
- Impressionante... -Hyoga pegou a pasta de Ikki para olhar as fotos visando encontrar as suas- Mas como você conseguiu isso? A Kido viu você e ficou afim?
Shun riu sem graça:
- Eu só disse que a reportagem seria capa da revista Óptica, que tal?
- Sim, mas como você conseguiu FALAR com ela?
- Hummm.. Acho que eu ajudei. -Ikki anunciou com um leve sorriso astuto, fingindo estar mais concentrado em seu artigo.
- É. Ajudou sim. -Confirmou Shun mesclando admiração e desaprovação. -Ou melhor, o Dragão ajudou.
- Quem? - Hyoga.
- O segurança da Kido. - Respondeu Ikki -Nos conhecemos num bar e acho que depois da quinta cerveja fizemos uma aposta e eu ganhei. Não me lembro direito. Só sei que o perdedor tinha que dançar em cima do balcão.
Hyoga deixou o riso escapar pelo nariz ao imaginar Ikki perdendo a aposta.
- E ele?
-Pediu pra desconsiderar, porque ele era alguém que não podia sujar a própria imagem. Eu disse que aposta é aposta e ponto final.
- E aí?
- Daí que ele deu uma grana pro Ikki esquecer que ele existe, e foi pra casa porque eu dei uma carona. -Shun rematou logo ao ver o sorriso sarcástico do irmão. -E... Bem, aproveitei que ele estava meio... "Alterado" e pedi o telefone da senhorita Kido.
- Então você abusou de uma pobre vítima do seu irmão visando o interesse próprio. -Hyoga salientou antes de dar um longo assobio - Interessante.
- os três, não foi? Eu consegui fazer minha matéria, Ikki ganhou dinheiro e o tal Dragão teve sua imagem mantida. - Encerrou jogando um rolo de filmes, que pegara da terceira gaveta para Hyoga. -Até.
Shun bateu no ombro do irmão e saiu da sala enquanto Hyoga segurava o rolo de filmes sem que Ikki percebesse sua reação.
- Escuta, Ikki, quando eu falei que estava procurando o filme seu irmão não estava aqui.
- Oh, sim. Vou passar a noite em claro desvendando o enigma. Se me der licença tenho um artigo pra terminar.
- Nota-se. Vou revelar isso. Vai almoçar aqui?
- Humhum - Ikki respondeu sem olhar para Hyoga.
- Então a gente se encontra.
Hyoga foi embora sem deixar de arrancar olhares de uma de suas colegas de trabalho. Ikki parou de digitar e ao ver que o russo saiu balançou a cabeça, de repente ouviu uma voz conhecida e olhou por cima do ombro uma mulher de cabelos negros e longos, trajando um blazer preto e conversando com um colega de trabalho. Ao perceber o olhar de Ikki ela encerrou a conversa e se dirigiu até ele, que voltou a se concentrar no artigo como se nada mais interessante o rondasse.
- O que foi Ikki? - Ela apoiou-se na ponta da mesa - Jogando mais pedras?
- Não tenho culpa se ainda tem quem se interesse por artigos que falam mal do próprio leitor. Acho que tenho palavras bem interessantes afinal.
Ikki apertou o "Ctrl B" e levantou-se propositalmente próximo da mulher. Pegou a pasta que Shun havia deixado em sua mesa e a balançou levemente.
- O trabalho me chama, Pandora.
E foi embora com aquele andar despojado que arrancava olhares. Sério, seguro, sempre com roupas casuais básicas como bata semi abotoada e para fora da calça social.
- Espere, Ikki.
Ele parou e olhou por cima do ombro.
- Sim?
- Vai almoçar com alguém?
- O dançarinorusso já me fez um convite. Mas é claro, não dá para comparar a companhia.
Pandora sorriu e cruzou os braços:
- Segunda então?
- Certo. Segunda. Até mais.
Ikki continuou seu caminho e saiu da sala.
Saori saiu de sua limusine vermelho-sangue acompanhada de dois homens de preto. O segurança que expulsou Seiya, e um outro mais alto, cabelos castanhos e curtos e rosto másculo. A senhorita aparentava cansaço mesmo estando bem vestida. Traje social azul-celeste e cabelos presos num coque. Na entrada do museu, indicada por uma grande estátua de Athena capaz de confundir a vista, Julian Sólon, um de seus sócios, a recebeu com um cordial sorriso.
- Desculpe o atraso.
- Tudo bem, Saori. Também cheguei agora.
O casal atravessou o terreno até a porta de entrada, formada por um grande arco, e entraram no museu.
- E onde está Marim? - Indagou Saori.
- Ainda não chegou.
- Tudo bem, ela tem os problemas dela.
- E você os seus. O que houve? Parece que não dormiu bem.
- Problemas matinais. -Falou mexendo na aliança de noivado incessantemente. - Acabam com um dia inteiro.
- Seu noivo viajou novamente?
- Ah... Sim. Shido recebeu um telefonema. Reunião de negócios em Nova Iorque.
- Então é isso que a preocupa?
- Bem... Sim...
- Ele vai voltar amanhã, se mais tardar depois de amanhã, Não se preocupe.
- Não... Não estou preocupada...
Julian pegou seu celular e digitou o número de um telefone conhecido:
- Vou ver o que aconteceu com Marim.
Enquanto isso os dois seguranças de Saori, estacionados perto da limusine, a olhavam e trocavam palavras ao mesmo tempo:
- Por que a senhorita Marim não veio? -Perguntava um deles olhando para o celular de Saori inquieto.
- Problemas todo mundo tem, Aioria. Sólon nem desconfia do porquê da inquietude da senhorita Saori.
- E você sabe o motivo?
- Sei. Mas ninguém vai saber pela minha boca.
- Posso saber por que?
- Seria hilário se não fosse desastroso.
Conforme o combinado, Ikki se juntou a Hyoga e a Shun no almoço.
- Nossa, Ikki, se eu soubesse que você iria ser convidado pela Pandora teria ficado de bico calado. -Falou Hyoga sem mostrar um pingo de arrependimento.
- Se não tem hoje, tem segunda.
- Isso é bem sua cara mesmo - dizia agitando seu copo com suco. -Acabou. Shun, dá um gole pra desentalar?
- Sirva-se.
Hyoga pegou o copo de Shun e bebeu um pouco do suco, devolvendo-o depois.
- Amanhã minha matéria será publicada - Shun pegou o copo da mesa e o balançou para misturar mais a solução. -No início achei que tinha ficado muito longa e... Hyoga, o que você fez!
- Eu?
Shun virou o copo de cabeça pra baixo e bateu na mesa fazendo sair de lá uma pedra de gelo feita de suco de maçã. Hyoga olhou atônito da pedra para Shun, enquanto Ikki apenas levantava uma das sobrancelhas.
- Taí. Eu não sabia que você era de pregar peças -comentou Ikki indiferente.
- Não seja tolo, eu não fiz isso.
- Cadê o outro copo? - Exigiu Shun.
- Não tem outro copo, ó! -Hyoga levantou os braços mostrando as mãos vazias.
Shun balançou a cabeça e se debruçou na mesa enquanto Hyoga olhava para Ikki como quem pede respostas.
- Quê. Não foi mesmo você? Ikki perguntou ao notar a expressão do colega.
- Não. Eu bebi, mas não troquei nada.
- Huuummmm...Ainda devem ter vagas na escola de Charles Xavier.
- Não sei se você notou, mas isso foi algo inexplicável. -Afirmou Hyoga sério - Sim, porque eu bebi o suco.
- Algo que a física explique, talvez.
- Você deve ta brincando - Shun olhava para um Ikki descrente.
- Não. Não estou. Estou muito mais preocupado com o que vou fazer hoje a noite.
- Eu não acredito...
- Isaac me indicou um lugar bacana, pensando nisso. É novo- Falou Hyoga de repente surpreendendo inclusive Shun.O fato da solidificação instantânea pareceu mais um simples acidente pelo tom de voz que eles usavam.
- É mesmo? Qual? -Ikki.
- Uma casa noturna no centro da cidade. Ametista, se não me engano. Disse que tem ótimas dançarinas e a entrada nem é tão cara assim.
- Já é um começo. Qualquer coisa para não ficar em casa.
- Eu também acho. Shun?
Shun olhava tudo descrente:
- Vocês não estão falando sério, estão?
- Qual o problema das casas noturnas?
- Estou falando da solidificação instantânea.
De repente a conversa foi cortada quando um certo conhecido entrou no local aos berros e ao ver Shun avançou com os dentes trincados pronto para matá-lo ali mesmo. Hyoga e Ikki só tiveram tempo de se levantar para evitar um desastre.
- Shun, eu ACABO com você!
- Seiya!
- É bom ver você aqui, seu traidor, porque é justamente com VOCÊ que eu quero falar! - Se aproximou para esganar Shun.
- C... Calma, Seiya. O que acontece...
- VOCÊ É UM AMIGO DA ONÇA!
- Como!
- Você me empurrou praquela louca da Kido!
- Epaaa! - Hyoga interveio entre Shun e Seiya -Shun, você fez o quê!
- Eu não empurrei coisa nenhuma! -Revidou Shun -E do que você ta falando?
- Aaaaah, agora você se faz de inocente, né? Passou ela pra mim pra não dar o fora e manter sua imagem de bom rapaz!
- Está ficando interessante - Ikki sibilou fazendo sinal para Seiya continuar desabafando.
- Fora? - Shun oscilava entre a confusão e a raiva impulsiva - Como eu posso dar um fora em alguém que não me falou nada demais?
- ELA O SEGUIU ATÉ A BOATE! O QUE VOCÊ ACHAVA QUE ELA QUERIA? DAR UMA ENTREVISTA? - Gritou Seiya.
Shun se calou como se acabasse de ouvir uma revelação inédita, digna de uma página de revistas de fofocas. Não pelo que Seiya revelou, mas pela lógica a que o fato chegou. Hyoga, que maquinava tudo, saiu da frente dos dois impressionado:
- A Kido o seguiu, Shun?
- Você sabia, não é? - Seiya disse entre dentes - Por isso a dispensou Me empurrou para cima daquela LOUCA! Ela estava afim de VOCÊ!
- Não! Ela estava me seguindo -Falou Shun tentando se manter calmo.- Mas agora que você tocou no assunto, me diga... O que você fez com ela?
Seiya corou violentamente enquanto Hyoga, e até mesmo Ikki, não deixavam de se mostrar mais interessados que mulheres no último capítulo da novela:
- Aaaaah, você não sabe? Não estava lá para ver? -Debochou Seiya.
- Sinceramente não. Vocês sumiram.
- A gente... - Olhou pro lado e pro outro. Por sorte Ikki, Hyoga e Shun resolveram ser os últimos a saírem - ... Fez o óbvio.
Shun bateu na própria cara como quem sentia uma culpa mortal e nem Hyoga, nem Ikki piscavam:
- Eu não acredito, Seiya! - Shun exclamou com as mãos em posição de esganamento.
- Não tente desviar o assunto! Você sabia que ela era esquisita e passava a noite...
"Será que ela bebeu?" Shun pensava enquanto Seiya falava "Não. Não pode ser"
- ... Para depois fazerem eles pagarem mico no meio da rua. Sabia, não sabia? Por isso a dispensou!
- Seiya, você não notou que ela teve um dia difícil, estava cansada, carente e queria descontrair... Ah, é claro. Que ela tinha uma ALIANÇA no dedo! -Falou Shun fuzilando Seiya com o olhar.
Seiya abriu a boca mas não emitiu som algum de início enquanto isso Hyoga só faltava pedir para Seiya repetir o que disse:
- Ela... Ela o quê? - Seiya perguntou amargurado.
- Ela é noiva, Seiya. Por isso que a "dispensei" - Shun fez sinal de aspas com os dedos na última palavra - Deve ter acontecido alguma coisa que a deixou extremamente triste. E eu achei que você notaria uma aliança nem um pouco discreta do dedo anular dela.
- Ela me usou!
- Bom, se rolou uma química entre vocês dois eu não sei, mas meu irmão não tem culpa - Rematou Ikki após ter certeza de que já entendera boa parte da história - Mulheres são mesmo imprevisíveis, Seiya.
Seiya olhou para o teto como se tivesse recebido uma flechada. Não sentia mais vontade de acabar com Shun, bem, talvez um pouquinho, mas sentiu que se Saori aparecesse naquela hora...
Hyoga olhou para o relógio de pulso e se voltou para os três.
- É melhor a discussão acabar por aqui. Sentimos muito, Seiya.
- Foi só uma noite - Ikki virou os olhos - Depois você esquece.
- É. Eu sei. - Seiya abaixava a cabeça e cobria o próprio rosto.
- Se isso te animar, pode ir com a gente hoje.
- Com vocês?
Hyoga olhou para o relógio mais uma vez:
- Gente, é sério. Temos que ir. Até mais, Seiya.
Os três saíram do refeitório deixando o amigo. Shun ainda olhou para trás mas não deu o braço a torcer.
- O amor é mesmo lindo - ironizou Ikki com um tom de quem encerra uma briga - Que idiotice.
- Como sempre o Ikki tem o mais sóbrio dos conselhos - Outra ironia. Dessa vez partindo de Hyoga.
Shun mordeu o lábio inferior arrependido:
- Parte da culpa é minha. A senhorita Kido me seguiu até a boate porque queria desabafar. Eu deveria ter saído de lá com ela quando tive chance.
- Aí você ia furar com o Seiya, Shun. Não... Foi o destino que quis assim.
-Acho que o destino é muito mais do que fazer idiotas se apaixonarem logo no primeiro encontro Ikki.
-Você acha isso? Por que não me surpreendo?
Shun virou os olhos e desviou o caminho ao presenciar a "discussão" dos dois. Sentiu que estava sobrando e aquele sentimento de culpa pelo que aconteceu entre Seiya e Saori ainda não tinha passado.
Longe dali um homem abria a palma da mão e mostrava um anel de bronze e quatro de prata, que escorregavam de um lado para o outro. O sol já estava se pondo e a vista do prédio mais alto de Tókyo era única.
Continua...
Meu primeiro UA XD
Comentem, perguntem, dêem teco ou simplesmente leiam!
