RECOMEÇANDO
Problemas e problemáticos
- Saori. - Shido, um homem de cabelos verde-água e pele branca, deu um beijo discreto na boca de Saori.
- Como foi a viagem?
- Sabe que odeio voar. Se não fosse minha obrigação... Oh, olá, Marim?
- Seja bem vindo de volta Marim falou com educação.
- Marim veio jantar conosco, querido. Mas conte-nos tudo... Fiquei com saudades.
- Não tem muito mistério, Saori. O planejou para hoje?
- Só você vendo. Venha. Você também Marim.
Marim e Shido acompanharam Saori sob o olhar de Aioria.
- Você sempre quer o impossível, não? - Shiryu sibilou com os braços cruzados.
- Como?
- Marim Tsukino. Você não quer mais nada.
- Devo admitir que ela me fascina. Mas é só isso. Não se preocupe, Dragão.
- E por que eu deveria me preocupar? Trabalho para Saori Kido.
Aioria riu pra si chamando mais a atenção de Shiryu:
- Você é uma figura mesmo. Sempre atento às obrigações. Nunca teve vida afetiva?
- Sim. Mas não é da sua conta.
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June chegara ao seu apartamento já exausta. Se soubesse que trabalhar com gente morta é tão estressante teria mudado de carreira. Destrancou a porta e abriu-a. Na sala estava uma moça originalmente chinesa de cabelos negros e olhos vivos.
- Alô? - June cumprimentou.
- Chegou cedo.
- Dei uma fugidinha. Hoje é sábado, eu mereço.
- Hum...
- O que está fazendo?
- Nada demais - ela respondeu normalmente - Elaborando uma dieta para um menino acostumado a comer sete refeições por dia.
- Que tragédia...
June foi até a cozinha enquanto sua amiga continuava digitando no computador. De repente um resmungo em bom som saiu do compartimento onde a loura estava:
- June! O que foi? - A chinesa se levantou e foi até a cozinha onde encontrou uma June lamentando na frente da geladeira.
- Esqueci de fazer compras. Estamos sem jantar.
- Oh... Isso sim é uma tragédia.
June fechou a porta da geladeira e pegou a bolsa.
- É, Shunrey. Melhor terminar a dieta amanhã.
- Por que?
- Vamos sair para jantar.
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Ikki estava lá. Sabia que não deveria, não poderia, não se atreveria, mas resolveu ir à bendita Ametista para ver aquela dançarina novamente.
- Eu estou sendo um idiota. Que ninguém saiba disso.
Passou as mãos pelos cabelos e entrou, sentando-se à mesa mais escondida que encontrara. Sem dúvida nenhuma garota já o fizera se sentir assim. Na mesa ao lado estava Milo na companhia de duas mulheres que lhe faziam carícias e eram igualmente provocadas por ele.
- Calma, garotas. Tem Milo pra todas. Nossa, você é mesmo de fechar o sinal!
- E eu achava que eu era um caso perdido Ikki deixou uma risada curta escapar.
- Hei, amigo! - Milo acenou para Ikki - Se ta pra baixo e quiser se afundar é melhor fazer isso acompanhado!
Ikki levantou uma das sobrancelhas. Não seria uma má idéia, pelo menos pareceria que ele estava lá para se divertir.
- Sou Milo Kleinpaul.
- Ikki Amamiya. Também está se afundando?
- Não. Só aproveitando o sábado. Você é que ta sozinho, fechado, bebendo sei lá o quê.
- Só quero me afastar dos problemas.
- E eu dos problemáticos. - Sibilou Milo olhando para cima e erguendo o copo como se brindasse.
As horas se passaram lentamente.
Longe dali June e Shunrey voltavam do jantar. Já era tarde, ficaram conversando coisas sérias e outras banais até se darem conta da hora.
No caminho de volta passaram pela frente da mansão Kido.
- Estava mesmo delicioso, Shunrey. Temos que voltar lá outro dia.
- Sim, mas e amanhã?
- Bem, ainda tem pro café, mas o almoço...
- A...!
Shunrey puxou June para trás de uma árvore quando viu Shiryu se aproximar do portão e se encostar lá.
- Ei, Shunrey! O que foi?
- Ele! - Ela fechava os olhos enquanto June olhava detrás da árvore - Não deixe ele ver você!
- O cara de cabelo comprido?
- É o Dragão.
- Dragão?
- Sim... O chamam assim por causa da força dele.
- E o que ele é? Sádico? Aproveitador?
- Meu ex-namorado. A voz de Shunrey saía embargada.
- ...Ah...
- Já faz um ano que ele me deixou... Por isso... Eu não quero vê-lo.
Quando June se deu conta, Shunrey já estava chorando em seu ombro, deixando-a sem a menor reação.
- Foi horrível... Aquele dia... Jamais esquecerei... Tentei esquecê-lo... E eu achava... - Shunrey soluçava e tentava expor sua história, mas June não viu motivo.
- Tudo bem, amiga. Eu já entendi. Solte os cabelos e caminhe a minha direita.
- C... Certo.
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- Que faz aí, Shiryu? Aioria chegou logo perguntando.
- Não posso pegar um ar fresco? A senhorita Saori já está muito bem acompanhada.
- Quem parece ter se arrependido é a senhorita Marim. Também... Quem é que gosta de segurar vela?
- É...
Shiryu encostou a cabeça no portão e ficou observando duas moças passearem do outro lado da rua.
A noite passou devagar na Ametista e Ikki teve certeza que Milo não era uma boa companhia, pois, sozinho, bebeu "n" doses de todas as amostras alcoólicas existentes no planeta. Já eram três da manhã e a casa estava quase vazia.
Quando Milo foi embora, as dançarinas se recolhiam, umas acompanhadas por homens completamente embriagados. A visão de Ikki já não estava tão boa , mas conseguiu identificar a dançarina que prendera sua atenção. Ela estava conversando com um homem de cabelo rosa-chiclete enquanto as colegas iam embora. Depois da conversa ela se dirigiu ao camarim.
Ikki a acompanhou com o olhar.
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A dançarina chegava tensa ao camarim. Já trabalhava lá há duas semanas mas ainda não se adaptara. Só colocava uma regra em sua cabeça: "Esperar para ir embora com as colegas". Entretanto naquela noite nenhuma delas parou no camarim. Foram direto para casa.
- Ah, não... -Lamentou olhando-se no espelho.
De repente um vidro de perfume caiu e quebrou. A dançarina virou-se rapidamente e assustou-se ao ver um homem corpulento e bêbado rindo de forma maliciosa.
- A...!
A moça recuou, encontrando a penteadeira em seu caminho, pensou em dar a volta e sair correndo, mas quando fez isso o homem avançou e a agarrou.
- AAAAAA... - Sua boca foi tapada pela mão dele - Hummmm! Hummmm!
- Isso é muito fácil. Parece até uma boneca.
Ele prendeu o braço dela na costa e a virou de frente, tentou beijá-la mas ela resistia.
- ME SOLTE! SOCORRO!
- Fique quietinha e tudo ficará bem. Mas que beleza...
Ela fechou os olhos e virou o rosto. Quando o homem ia tentar beijá-la mais uma vez sentiu um pesado cutucão no ombro, e quando virou-se para ver quem era, sentiu a força de um punho em sua cara.
- AAA...! - Foi atirado contra o espelho derrubando todos os itens.
A moça aproveitou o meio tempo e engatinhou, depois correu para trás do homem que a salvara. Ikki. Nisso o outro já havia se levantado para lutar.
- Moça - Ikki olhou-a por cima do ombro - Isso não vai demorar. Sugiro que se afaste para não se machucar.
- T... Tá.
Ela correu para trás do armário mais próximo enquanto Ikki fechava os punhos. O homem mal se agüentava em pé, mas Ikki não teve pena e encheu o sujeito de (infelizmente não tem outra palavra) porrada. A dançarina tapou os olhos com as mãos e sentou-se no chão, cobrindo o rosto, e o Amamiya só acabou quando teve certeza que o homem não estava mais em condições de apanhar, andar, falar ou beber.
- Agradeça que hoje eu estou de bom humor - Resmungou Ikki chutando de leve o bêbado inconsciente.
A moça ainda estava sentada num canto quando Ikki se aproximou dela.
- Já acabei. Pode se levantar.
Silêncio
- O que foi?
Um murmúrio baixinho foi ouvido e ela olhou para ele com os olhos marejados. Ela ia chorar e Ikki não suportava choro. As únicas lágrimas que permitia que caíssem eram as de Shun.
- Ah... Tudo bem, não chore. Ele só vai acordar daqui a três dias.
Ela riu baixinho e tirou a peruca. Logo Ikki viu que seus cabelos eram loiros, estaqueados, e caíam pelos ombros suavemente.
- Obrigada, mas não estou chorando... Só estou em choque.
- Ah...
Ele se pôs de pé e estendeu a mão para ajudá-la a se levantar.
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Fazia um vento frio. Ikki caminhava junto à dançarina. Ela mais tranqüila e com o rosto lavado e ele mais à vontade.
- Obrigada por me acompanhar até em casa - ela agradecia enquanto esfregava as mãos uma na outra.
- Não é um favor. Não posso dirigir e uma... Pessoa mora a caminho.
- Pessoa?
- Meu irmão caçula.
- Hum... Um bêbado consciente.
- Não estou bêbado! Se tivesse não teria acertado aquele cara. Mas estou, como diz meu irmão, alterado.
Ela sorriu passando a esfregar os braços. Ikki puxou o zíper de seu casaco e colocou nos ombros da moça.
- Tome. Está frio.
- Obrigada. Tive sorte. Você chegou bem a tempo - Falou ela .
- Isso... Acontece muito com você?
- Na verdade não. Eu sempre vou com as outras garotas, mas dessa vez elas acabaram me deixando para trás. Nessa parte eu tive azar.
- Tome mais cuidado.
- É. Se não precisasse do emprego...
O vento brincava com os cabelos de ambos, fazia uma noite boa afinal.
- Seus pais... Aconteceu alguma coisa? - Ikki perguntou.
- Meu pai morreu faz dois meses e deixou um monte de dívidas, minha mãe não agüentou as pontas e morreu de depressão mês passado. Sobrou pra mim. Foi quando soube que ali precisavam de dançarinas e fiz o teste.
- Então esse não é seu emprego definitivo?
- Não. Sou professora de balé.
- Já imaginava. Sua proeza não mente.
Os dois riram. Ikki estava rindo com uma moça que mal conhecia, mas que de algum modo o fazia se sentir bem.
- A propósito, meu nome é Esmeralda.
- Nome lindo.
- Obrigada. É uma pedra preciosa. A favorita de minha mãe.
- Eu me chamo Ikki. Não é nenhuma pedra preciosa mas dá pro gasto.
Esmeralda abriu sua bolsa e tirou uma foto de dentro dela.
- Olhe. Esses são meus pais e essa sou eu.
- Hum...
- O que acha?
- Interessante... Quantos anos você tinha nessa foto?
- Treze. Por que?
- Parecia muito com o Shun.
Ele a olhou bem nos olhos:
- Pensando bem, você ainda chega a se parecer com ele.
- Realmente... Não sei como reagir depois de ouvir que pareço seu irmão.
- Reaja como alguém que acaba de ouvir... Que é uma pessoa muito bonita.
Os dois pararam de andar. Estavam em frente a uma pequena casa de dois andares.
- Bem... É aqui que eu fico - informou ela - Obrigada por me acompanhar.
- Até mais... Esmeralda.
Eles trocaram olhares por um tempo, até que ele sorriu e beijou as mãos dela.
- Tome cuidado.
- Ta bem.
Esmeralda foi até a porta e a destrancou. Antes de entrar acenou para Ikki, que retribuiu o aceno.
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A porta do apartamento de Shun estava aberta tamanha três horas da manhã. Ikki a abriu com cuidado, estava tudo escuro, quer dizer nem tudo. A luz do computador iluminava seu usuário, Shun Amamiya. Ikki lhe daria uma bronca se não estivesse tão cansado.
- Tranque a porta, aniki - Falou Shun de costas para Ikki.
- ...! Sabia que era eu?
- Mais ou menos. Mas agora que chegou pode trancar a porta por favor?
Ikki virou os olhos e trancou-a.
- Por que está tão escuro aqui?
- Eu prefiro assim.
- Não é a toa que precisa de óculos.
- Não consigo evitar. Há certas horas que muita luz me incomoda.
Ikki sentou-se no sofá e Shun deu meia volta com a cadeira de rodinhas para fitá-lo.
- Agora me diga, o que faz aqui essa hora e... Você bebeu?
- O suficiente para não dirigir. Está frio e como vê alguém levou meu casaco.
- Você foi roubado?
- Não. Esqueci com uma... Adorável criatura que fará bom uso, mas eu pretendo pegá-lo de volta. E eu pensei: "Meu irmão não mora longe e ele não vai se incomodar se eu bater na porta dele já que ele me deve isso por anos de torração de paciência."
- É? E como você conseguiu passar pelo porteiro?
- Dei outro salto. Aprendi como se faz.
Shun voltou sua atenção para a tela do computador.
- E você? O que faz aí? Lendo fanfics?
- Estou pesquisando para ver se há mais caso de mortes como a que vimos ontem. Estranho que isso não tenha saído em nenhum jornal.
- Os jornais não publicam coisas cuja única base sejam testemunhos totalmente distorcidos. Só nós sabemos o que realmente aconteceu e, acredite, ninguém acreditará que o que sabemos é tudo.
- Tem razão.
- Eu sei.
- Outra coisa, que negócio é esse de torração de paciência?
- Você entendeu. Sempre foi muito apegado a mim, não gostava de ver ninguém caçando borboletas e só me deixava em paz quando eu ia lá impedi-los... E chorava por tudo.
Shun começou a rir:
- Sinto muito, irmão, mas tem coisas que nunca mudam. Ainda continuo tendo você como meu ídolo, odeio aqueles que caçam borboletas e, nossa! Você nunca me viu assistindo ao Homem bicentenário, Titanic, A espera de um milagre... Este então eu precisei de uma caixa de lenços inteirinha.
- Sorte a minha morarmos em casas separadas agora.
Shun desligou o computador e se levantou. Ikki o olhou mais atentamente. Nossa, Esmeralda parecia mesmo com ele.
- Tem lençóis no quarto de hóspede e caso ainda esteja com fome a geladeira está ao seu dispor. Hum... Não vai acordar cedo amanhã, vai?
- Nem morto.
- Ótimo. Boa noite, irmão.
- Boa noite.
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Os primeiros raios de sol batiam nas portas e janelas, entretanto muitos preferiam passar o domingo dormindo até mais tarde.
Milo chegou em casa com AQUELA cara de ressaca, e quase levou um susto ao ver Camus sentado à mesa.
- Uooou... Você vestido de preto aparecendo assim do nada parece assombração - Falou Milo se sentado à mesa e pegando umas torradas.
- Acordo a hora que eu quiser e visto o que eu quiser respondeu - Camus sisudo.
- Uuurrr... Sou eu ou o ambiente esfriou de repente?
- Onde você estava?
- Eu levei a chave, não levei?
Milo passou a geléia na torrada e jogou de uma vez na boca:
- Hum... A que horas vai ser o enterro?
- Daqui a pouco.
- Certo. Eu vou trocar de roupa. Só não vamos poder usar o carro. Ele está meio...
- Você o destruiu.
- Ele está meio bagunçado e não quero você me dando sermão o resto do dia por isso.
- Sem carro. C'est la vie.
Camus se levantou e saiu sem dizer mais uma palavra. Milo girou os olhos, acostumado com aquele tipo de reação.
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O enterro se seguiu novamente. Pouquíssimas pessoas e todas de cabeça baixa aguardando o fim da cerimônia. Shina usava óculos escuros para disfarçar o semblante choroso enquanto Milo se encontrava um tanto distante dos parentes de Jisty. Cabeça baixa e mãos unidas na direção do baixo ventre, sem sequer mover os olhos.
Quando a cerimônia acabou alguns se dispersaram, trocaram palavras de consolo, faziam as últimas preces.
O corpo de Jisty já descansava.
- Shina - Chamou Camus no seu mono-tom de sempre.
- O que foi, primo?
- Viu Milo? Não estou achando ele.
- Humpf. Até parece que você não o conhece. Deve estar flertando com alguma mulher por aí.
- Eu o conheço bem. Ele tem os neurônios fora de sintonia, mas sabe respeitar os limites. Acabamos de sair de um enterro.
Shina subiu em sua moto e colocou o capacete:
- Está preocupado com ele?
- Ele sabe se virar. Mas vou só confirmar.
Ela balançou a cabeça:
- Até mais então.
- Vai para o hotel?
- Não. Só dar uma volta. Cuide-se.
A moto seguiu até sumir da vista do primo. Camus então passou a caçar Milo. Na verdade estava preocupado sim, e isso não era novidade pra ele. Mas uma sensação de que aquele bendito grego se metera em encrenca o invadira e não parava de martelar em sua cabeça.
Continuou procurando, cada vez mais receoso. Sentiu que se achasse o amigo arrastando asa para uma mulher teria um surto, mas não foi o que aconteceu. Milo estava próximo a uma árvore apoiando-se nela enquanto prensava a mão contra o peito, tentando conter uma dor aguda. De repente seus olhos viraram e o homem caiu no chão inerte.
- Milo!
Camus correu até o amigo, ajoelhou-se e colocou a cabeça dele em seu colo. Não tinha a mínima idéia do que estava acontecendo, mas tentou despertá-lo afastando os cabelos do rosto.
- Milo, o que aconteceu? Vamos, acorde!
Nenhuma reação. As pupilas de Camus contraíram:
- Não... Você não. Todos menos você! Acorde!
Milo abriu os olhos lentamente e lançou um sorriso cínico embora sua cabeça rodopiasse:
- Aê... Sou tão importante assim?
- Desgraçado.
- Também te amo. Ai...
- Vamos. Levante-se - Falou Camus enquanto passava o braço de Milo por cima de seu pescoço e o ajudava a se levantar. – Você está bem?
Milo deu dois passos e vacilou no meio do caminho.
- Milo! - Camus o aparou segurando-o pelo tronco.
- Okay... Eu realmente não posso seguir - Falou Milo perdendo todos os movimentos, e embora sentisse uma dor violenta tentava simular um sorriso, como se aquilo tudo fosse uma piada - Filho da mãe. Deve ser um dos meus pacientes.
- Do que está falando?
- Do cara que me... Acer...Tou...- A voz de Milo sumia.
- Por tudo que é mais sagrado, não feche os olhos.
- ...Certo...
Camus mordeu o lábio inferior como se estivesse preste a fazer algo do qual se arrependeria muito. Deixou Milo sentado no chão, se agachou e colocou as mãos para trás.
- Vamos. Suba antes que eu mude de idéia.
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Camus passou a correr com Milo nas costas. Precisava procurar ajuda antes que o amigo resolvesse desmaiar novamente.
- Camus...- Milo murmurou.
- Que foi? - Perguntou sem paciência.
- Acho que vou morrer.
- Cale a boca. – O francês quase gritou ao pensar na idéia.
- Camus...
- Milo, cale-se.
- Te devo essa.
Camus parou e olhou em volta:
- Não dar tempo de ir a um hospital. É melhor ir aquele casarão. Só se esforce pra continuar acordado. Por favor, não feche os olhos.
Continua...
