RECOMEÇANDO

A festa

Era um lugar amplo, refinado, totalmente ornamentado com lírios brancos e com enfeites puxados para o prata. Em uma das mesas estava sentado Camus, Milo, Hyoga e Shina. O segundo olhando a decoração com um certo carinho.

- Minha mãe trabalhava em uma agência de casamentos. – Falou Milo voltando a atenção para a mesa. – Era cada caso que ela tinha que resolver...

- Como será que a dona Sofia resolveria esse? – Hyoga perguntava degustando um tira-gosto qualquer.

- Fácil. Casamento sai por conta da noiva, normalmente é ela que contrata a agência.

- Devia ser rachado entre os dois.

- Mas a agência de casamento vai cuidar mais da noiva. – Explicou Shina abraçada ao braço do primo. – Inclusive o dia dela no salão e tudo mais.

- Mas que qualquer cerimonial ia rezar um rosário inteiro nessa confusão, rezaria.

- Se é que não rezou. – Rematou Camus fazendo todos rirem.

- Epa. Os noivos já chegaram. – Avisou Hyoga se afastando da prima. - Preciso chamar a Thetys.

O fotógrafo levantou-se no momento que todos aplaudiram com a chegada dos noivos e foi chamar Thetys, que se sentava na mesma mesa que Shun, June, Esmeralda, Ikki e Afrodite.

- Terminou tudo bem, mas será que a diferença de classes não vai afeta-los? – Indagou Afrodite deliciando seu champanhe. – Saori é uma dama já ele, pelo que o Ikki me contou, é um barman.

- Nada que não se possa dar um jeito. – Respondeu Shun serenamente olhando para o casal e depois para Afrodite. – Seiya é muito bom no que faz e faz mais que o seu trabalho. Se Saori lhe der o estabelecimento comercial ele com certeza saberá dirigir.

- Disse isso a ela?

- Sem esse argumento ela não trocaria de noivo tão fácil. Só estava esperando Seiya tomar a iniciativa.

- Pensou rápido, mano. – Concluiu Ikki bebendo uma taça de vinho. – Como amigos já fizemos a nossa parte, que foi unir os pombinhos, mas vocês dois... – E apontou para Shun e June. – Como padrinhos têm uma vida inteira pela frente.

- É a primeira vez que sou madrinha de um casamento. Ainda mais do noivo.

- Você o acordou para a realidade. Foi mais que merecido. – Shun elogiou.

Depois de aplaudirem o salão mergulhou num silêncio. Todos esperando as palavras de quem quer que fosse, a começar pelos noivos. Foi então que Shaka que se levantou, erguendo elegantemente uma taça de champanhe no ar:

- Bem, eu quero propor um brinde. O casamento é para ser, antes de tudo, uma história com final feliz. Na prática testemunhamos uma linda história de amor, que por pouco não terminou como os romances de antigamente: Cheio de tragédias. Não. Nossos protagonistas ficaram juntos e agora têm uma vida pela frente. O fim? Não. Um novo começo.

Todos bateram palmas e os noivos cruzaram seus braços para beber o champanhe.

- Ele nem gosta de aparecer, né? – Sussurrou Aldebaran para Mu fazendo-o rir.

Os noivos se beijaram, depois um dos convidados (que nenhum dos nossos protagonistas, exceto Saori, conhecia) anunciou a valsa e a orquestra começou a tocar uma melodia suave e romântica. Seiya ofereceu a mão para Saori e os noivos começaram a dançar, em seguida Shun guiou June até o salão e Julian guiou Marim (Causando ciúmes em Aioria) e por fim muitos casais preencheram o salão por completo.

- Era sempre essa a vontade que eu tinha. – Sussurrou Hyoga ao ouvido de Shina enquanto dançavam. – Sempre dançávamos nas festas, mas nunca tendo você só pra mim.

- Está galante hoje, não?

- Estou com você.

Ikki pegou na mão de Esmeralda e segurou sua cintura para acompanharem os dançarinos. Como já era de se esperar, era facilmente guiada, parecendo uma boneca nos braços do Amamiya.

O salão parecia uma corte. Os casais dispersavam suas preocupações ao som da música dos instrumentos.

- Se tudo acabar hoje, saiba que eu adorei ter conhecido você. – Murmurou June ao ouvido de Shun.

- Não vai acabar. Quero saber mais sobre você.

Sorriram e trocaram os olhares. A legista encostou a cabeça no ombro do repórter e fechou os olhos:

- Também quero conhecê-lo mais.

Depois de alguns minutos a valsa cessou. Thetys puxou Hyoga pelo paletó fazendo-o se afastar de Shina.

- Heeei!

- Você não ta aqui pra se divertir, entendeu? Trabalhando!

- Você acha que vão deixar a gente publicar uma matéria que tenha como título "Filho de editor renomado é trocado por barman"?

- Se não aceitarem vendemos para uma boa revista de fofocas.

- E não temos material suficiente?

- Não. Vamos publicar tudo. Tu-do. Vem, eles vão cortar o bolo.

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Enquanto isso um homem se aproximava da recepção. Os cabelos amarrados num rabo de cavalo alto e o sobretudo espesso quase colado ao seu corpo. Aproximou-se de um dos seguranças contratados pela agência de casamentos e o mirou:

- Com licença, não tenho convite...

- Pode passar. – Disse o segurança olhando para os lados.

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Agora estamos naquele momento em que depois da fila para o buffet ter alcançado seu tamanho máximo, deixou de existir. Os noivos tiravam algumas fotos, tanto para o álbum quanto para a revista, alguns (a maioria) dos convidados comiam, outros dançavam pelo salão e outros só conversavam.

- Acho que já tenho fotos suficientes, Thetys. – Avisou Hyoga tirando a câmera do pescoço. – Não faça essa cara. Não vou fotografar ela jogando o buquê. Agora sou o convidado.

E sem ao menos ouvi-la se dirigiu até sua mesa. Só estava Shina lá. O loiro chegou por trás da prima e beijou-a de surpresa. Quando se afastaram o fotógrafo deixou a câmera em cima da mesa.

- Todo mundo já deve ter se servido. É melhor fazer seu prato. – Afirmou ela.

- Depois a gente dança?

- Depois a gente tem que trabalhar. Você sabe.

Hyoga deu mais um beijo e foi direto para a mesa enquanto Marim e Saori subiam as escadas da recepção e Seiya aproveitava o momento para se juntar a Shun e Ikki.

- Hum... Capricharam no buffet. – Falou o loiro pegando um prato para se servir.

- Capricharam nada. - Milo falava na mesa das sobremesas. – O que eles têm contra chocolate?

- Não tem chocolate?

- Non. – Respondeu Camus.

- Não acredito.

Milo pegou um prato indignado:

- Coitada da criança. Filho da riquinha e afilhado do Shaka. Ainda bem que o Seiya é do povo.

- Quem disse que a criança vai ser afilhada do Shaka? – Inquiriu Camus.

- Ah, é só somar dois mais dois. Foi o Shaka que comprou as alianças, que foi o melhor presente.

- Isso não tem nada haver.

- Bora apostar?

- Non.

- Bem, fiquem ao discutindo. Eu vou pra mesa. – Avisou Hyoga.

Algumas horas depois a música parou e uma das convidadas anunciou que a noiva jogaria o buquê para depois fugir para a lua de mel. As mulheres se arrumavam num montinho para pegar enquanto Saori subia as escadas.

- Como vou saber quem é penetra se não conheço quase ninguém? – Falava Dohko passando pelas mulheres. Não falava só. Havia um sistema de comunicação de micro tecnologia em seu ouvido e em sua roupa. - É melhor eu ir pra cozinha. Eles podem ter entrado por lá.

"Melhor você ir acompanhado. Meu irmão e eu vamos ficar com os noivos. Shaka disse que o noivo também é um escolhido."

- Ele? E ele sab...

De repente parou de falar. Uma figura conhecida se encontrava em meio a multidão.

- Não pode ser.

"Que foi? Algum penetra?"

- Sim, mas é inofensivo... Eu acho.

Shion estava na recepção e deixara o sobretudo na entrada. Parecia procurar alguém.

- Shion!

- ...? Dohko! – O psiquiatra ficou mais branco que o normal.

- O que faz aqui?

- Vi um parente meu, mas... Acho que foi só impressão. – Olhava para os lados a procura de alguém.

- Como entrou?

Shion deu de ombros, mas quando voltou a olhar o chinês surpreendeu-se. Estava muito nervoso:

- Dohko, você está bem?

- Sinceramente?

- Ah... Deixaram-me entrar. Eu disse que não tinha convites e o segurança simplesmente cedeu.

-...!

- Dohko?

- Kanon, eles já estão aqui! – Falou rapidamente para o dispositivo preso em seu colarinho.

"Quê!"

- Pagaram um segurança e deram-lhe uma senha!

"Desgraçados. Xerete".

- Você trabalha vigiando penetras por acaso? – Inquiriu Shion com um meio sorriso.

- Não sabia que tinha senso de humor. Vem comigo.

Nesse exato momento a noiva, vestida com roupas mais leves, jogou o buquê e alguém acabou pegando. Todos aplaudiram.

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Na mesa do buffet só se encontravam duas pessoas e nenhuma delas estava se servindo. Precisavam aproveitar o momento sozinhas. Milo abraçava a cintura de Camus e o beijava suavemente enquanto o outro apoiava a mão em seus ombros.

"Milo! Onde você ta? Responde!" O dispositivo gritou em seu ouvido fazendo-o se afastar rapidamente do namorado.

- AAAI! Pô, Saga! Devagar! Esse troço ta na minha orelha!

- Saga? – Camus inquiriu preocupado.

"O negócio ta feio. Eles já entraram."

- Mas como! Garçons? Nenhum deles pareceu suspeito!

"Oxi! Não entraram pela cozinha e sim pela frente. Subornaram um segurança!"

- Peraí, quem disse isso?

"Não interessa! Vai atrás dos noivos!"

- Entaxei. – Puxou Camus pelo braço e saiu correndo pelo salão. – Os noivos. Temos que ir atrás dos noivos.

- Ah... Ta, eu vou acionar Aioria.

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"Aioria, vá atrás dos noivos! Eles estão em perigo!"

- Eles não são os únicos, Camus! Sinto muito, mas eu quero proteger outra pessoa!

"Aioria!"

- É uma escolhida. Senhorita Marim.

"... J'ai compris (1). Boa sorte."

Aioria entrou na recepção procurando por Marim, mas não a encontrou.

- Essa não... – Correu até uma moça que acabava de sair do toalete. – Com licença, por acaso viu uma moça ruiva, alta, bonita... Ah... Marim Tsukino?

A moça acenou negativamente fazendo Aioria se desesperar. De repente seus olhos bateram na escada. Era no andar de cima que a noiva se arrumava para a lua de mel. E se Marim a ajudou se arrumar para "fugir".

- Não! Marim!

Correu para a escada, mas antes encontrou Shun e June procurando alguém meio do salão. Pegou no ombro do repórter quase o puxando.

- Vem comigo, rápido!

- Certo! – Ia correr, mas a legista o deteve segurando seu braço. – June, o que...

Foi rápido demais para perceber. A moça o puxou pelo colarinho dando-lhe um beijo de queimar o corpo. Por um momento Shun ficou extasiado e esqueceu que estava numa missão. Abraçou a cintura da legista recebendo com suavidade a maciez dos lábios.

Até que a moça se afastou, mas ainda o segurando pelo colarinho:

- Eu precisava fazer isso. – Sorriu. - De repente você morre.

Shun riu confuso. O beijo o deixara num estado tão eufórico que mal conseguia formular uma frase. Então deu-lhe um selinho e seguiu Aioria correndo enquanto June ia para outra direção. Na verdade ambos estavam procurando Afrodite que sumira de repente.

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Os noivos entraram eufóricos na limusine. Mal repararam no motorista:

- Tatsumi, para o aeroporto. – Ria enquanto Seiya tentava abraça-la.

De repente todas as portas travaram e o motorista se virou para Saori. Era um homem branco de olhos azuis e cabelos rosa-chiclete.

- Ah! Tatsum...

Alberich estendeu a palma da mão e Saori acabou perdendo os sentidos, deixando o corpo cair inconsciente no colo de Seiya.

- SAORI!

O motorista destrancou as portas e saiu do carro rapidamente, para ir ao banco de trás pegar Seiya pelo pescoço.

- AAH!

- É sua energia que eu quero. – Deitava-o no banco e empurrava seus ombros para mantê-lo lá. - Fique quieto!

- Me larga! – Chutou o ventre do agressor afastando-o de si.

Seiya usou todas as suas forças para sair do carro, mas Alberich foi mais rápido e usou sua força para mantê-lo lá.

- AAAAAAH! ME SOLTA!

Nesse momento alguém puxou o agressor pela roupa tirando-o do carro e o jogando no chão.

Era Shiryu.

- Então você é o Alberich, não?

Deu-lhe um soco no momento que o motorista tentou se levantar.

Houve um silêncio. Seiya saía assustado do carro enquanto Alberich tirava um pêndulo do bolso interno do casaco:

- Sim. Sou eu.

-...

- É uma pena que não vou poder conhecê-lo melhor, Dragão.

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Dentro da recepção, Aioria quase derrubou uma das portas na tentativa de achar Marim. Era a sala da noiva e para seu desespero encontrou a senhorita correndo para seus braços, parecendo ter uma súbita falta de ar.

- Marim!

- Ah... Aio... Aioria... – Apertava com força a roupa dele enquanto tentava respirar.

- Essa não! Shun, achei ela!

- Marim-sam! (2)

- Temos que chamar alguém! Shaka, Saori... – E olhou para Marim em seus braços. Sentiu um desespero como nunca sentira antes. – Temos que ser rápidos!

- Tudo bem. Calma! Ah...

O pior que Aioria já estava deixando Shun nervoso. O repórter segurou a beira da gola da própria camisa e falou para o dispositivo implantado nela:

- Hyoga, vê se acha o Shaka e traz pra sala da noiva. É urgente!

"Quê? Ta. Ta bem."

Nesse mesmo momento Marim puxou a mão do repórter quase o derrubando no chão e fez a mesmíssima coisa que Milo à Saori. Aproximou sua mão do coração.

- O QUE você ta fazendo? – Aioria fuzilou Shun com o olhar.

-...

Foi nessa hora que mais uma vez a luz surgiu assustando Aioria e fazendo a moça se acalmar até se sentir melhor. A cena pareceu congelar. Marim perdeu os sentidos e foi aparado por Aioria. O segurança tirou o paletó, dobrou-o e deitou a cabeça da senhorita em cima.

- Você é um deles! – Inquiriu Aioria perplexo e até um tanto enciumado.

- Acho que sim.

-...

-...

- Deixa pra lá. – Falou suspirando mais aliviado. – Nem é difícil entender o que aconteceu. Assim que a senhorita Saori saiu alguém veio e atacou Marim.

-...

- Que foi?

- Estranho. Ela não tem marcas de agressão.

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Shion e Dohko chegaram à limusine ao mesmo tempo em que as duplas Saga e Kanon e Camus e Milo. Os seis se entreolharam nervosos e olharam para o carro.

Não havia ninguém ao redor.

- Ta tudo escuro! – Milo aproximava o rosto do vidro e colocava as mãos do lado para tentar ver alguma coisa. – Arre! Eu odeio esses carros com películas!

- Está trancado! – Avisou Saga.

- Sem problemas. – Dohko tirou o smoking e colocou na frente do vidro. Fechou o punho, encostou uma vez e depois deu um soco quebrando de vez a janela.

Colocou o braço por dentro e destrancou as portas.

Os outros correram para as outras portas e acharam os corpos de Saori, Seiya e Shiryu cobertos. Ao descobrirem viram os dois últimos em choque, amarrados, amordaçados e tentando respirar.

- Essa não! Precisam de ajuda aqui! – Gritou Shion arrastando o corpo de Shiryu para fora. – Médico! Chamem um médico!

- Eu sou um médico, mas não sei o que posso fazer. – Camus olhou desesperado para o corpo em convulsão de Shiryu enquanto se ajoelhava perto dele. – Chamem o Shaka. Ou o Julian. Eles têm o poder de curá-los.

- Vamos. – Saga cutucou Kanon indicando para eles procurarem.

Os dois correram até sumirem de vista enquanto a dúvida do "ser ou não ser" consumia Dohko. Deveria ir ou ficar?

- Eu também vou. – Afirmou finalmente o advogado, dando uma rápida olhada para Shion antes de ir embora.

Milo olhava a cena nervoso, mas tentando se lembrar do que teria que fazer. Sim... Chamar Shaka, Julian... Mas...

- Camus! Camus e os anéis deles! – Ajoelhou-se perto do namorado. – Se não forem dourados não levaram embora! Devem ter jogado fora!

- Temos que procurar esses anéis então.

- Qualquer anel? – Indagou Shion que ainda estava alheio ao que acontecia.

- Oui! Qualquer anel no chão coloque no dedo de um desses dois e veja o que acontece.

Os três começaram a engatinhar pela grama em busca dos anéis. Não podiam deixar de tentar. Mas era bom que Shaka chegasse logo.

Shion achou um debaixo do carro. Um de bronze com o desenho da constelação de pégasus talhado. Juntou-o e foi até o corpo de Shiryu, enquanto Camus achava outro no meio da grama, um pouco mais afastado do carro.

- Vamos ver. – Colocou o anel no dedo do segurança, mas nada aconteceu. Tirou-o e colocou no de Seiya.

Imediatamente a jóia se converteu em energia pura e foi absorvida pelo barman. Aos poucos Seiya foi se recuperando até perder os sentidos de tão exausto que estava. Shion olhava tudo maravilhado enquanto a mesma coisa acontecia quando Camus colocara outro anel no dedo de Shiryu.

- Ar... Ar... – Milo ofegava sentado na grama e olhava pro céu. - Efcharistó, Thée mú. (3)

Camus tomava ar e apoiava as mãos sobre os próprios joelhos. Folgou a gravata e desabotoou o colarinho.

Shion apoiou-se no carro e olhava para o céu. Talvez tivesse envelhecido dez anos naquele momento.

- Eu vou avisar que está tudo bem agora. – Avisou o psiquiatra se despedindo.

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Na sala da noiva entraram como um foguete Hyoga, Shina, Shaka, Mu e Aldebaran.

- Tudo bem, não precisamos mais de ajuda. – Avisou Aioria acariciando Marim em seus braços. - Shun também tem esse poder de cura. Ainda bem que ser deus ta na moda.

Shaka girou os olhos e puxou a beira da gola de seu terno.

- Ikki, ta me ouvindo?

"Alto e claro."

- Acharam Afrodite?.

"Não."

- Diga para ele que os caras já entraram. – Avisou Aioria. - Subornaram um segurança e entregaram-lhe uma senha.

- Ikki, Aioria está dizendo que eles já entraram. Subornaram um segurança e usam uma senha para serem reconhecidos pelo mesmo.

"Que imbecis. Vou atrás desse segurança."

- Ótimo. Faça isso. Good Luck. (4)

Shaka não escondia mais o nervosismo. Já deixara o inglês escapar.

- Eu vou com ele. – Shun levantou-se e foi embora.

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O chinês corria para a recepção, mas de repente parou. Passou a andar e quando sentiu uma presença estranha atrás de si a pegou pelo braço, torcendo-o e colocando-o por trás das costas do sujeito.

- AAAAAH!

- Você não queria me pegar de surpresa, não é?

- Arre...

- Segundo Kanon vocês misturam magia oriental com ocidental... Eu devia ter escutado o meu avô quando disse que eu deveria aprender.

- ME SOLTA!

- Mas eu sei que vocês precisam estar concentrados pra usar as técnicas. Consegue se concentrar desse jeito?

- Grrr...

- Cabelos azuis, curtos, baixo... É. Você deve ser o Spica.

Dohko de repente parou de falar. Ficou sério e pensou em olhar por cima do ombro. Quando finalmente o fez sentiu um fio de dor percorrer a espinha.

- AAAAAH! – Algo o jogou no chão paralisando suas pernas. Era a magia oriunda de um rapaz de cabelos róseos, longos e semblante desafiador.

Spica Pareceu ter congelado:

- Reda...

- Some daqui! Foge! – Gritou o outro e o rapaz obedeceu.

- O desgraçado paralisou minhas pernas! – Dohko murmurava pra si enquanto Spica fugia.

Reda se aproximou do advogado e tirou um pêndulo do bolso. De repente Dohko sentiu uma súbita dor. Seu corpo elevou-se enquanto algo parecia ser arrancado de seu peito. Seu coração começou a bater mais rápido, parecia que ia explodir com a descarga elétrica que se formava em suas veias.

A partir daí perdeu o senso e até a capacidade de raciocínio. Parecia que seu cérebro tinha sido queimado. Estava em choque e com uma dor terrível no peito.

Reda segurava um anel dourado vitorioso.

- Finalmente. O anel de libra.

Virou-se para ir embora e se assustou com a presença repentina de Shion ás suas costas. Numa fração de segundos o psiquiatra fechou o punho e deu-lhe um soco no rapaz, derrubando-o no chão.

- ARH!

Ao ser derrubado o anel acabou rolando de sua mão. Dohko reuniu todas as suas forças pra pega-lo e coloca-lo no dedo. Quando a jóia foi absorvida pelo seu corpo ofegou e tentou recuperar o fôlego enquanto Shion trancava Reda do mesmo modo que Dohko trancara Spica.

- Você está bem? – Perguntou o psiquiatra quase enforcando Reda com um dos braços.

O advogado respirou fundo e se pôs de pé:

- Agora... Agora sim. O que vamos fazer com ele?

- Hum... Mata-lo?

- Agora eu sei quem deixou aqueles presuntos perto do meu prédio.

Reda pareceu visivelmente assustado. Dohko massageava a nuca enquanto tentava raciocinar.

- Hum... Vamos fazer o seguinte. Tire o pêndulo dele.

- Ótima idéia.

Shion colocou a mão no bolso da calça do rapaz e tirou um pêndulo com cristal na ponta de dentro. Em seguida guardou-o.

- Pronto. É inofensivo.

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Alguém se escondia entre os carros no estacionamento, porém bem afastado da limusine:

- Chega. – Abriu a palma da mão expondo dois anéis dourados e a metade de um. Depois fechou-a. – Esse jogo tem que ser equilibrado.

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- Milo. Achei algo no porta-malas. – Avisou Camus levemente entretido.

- Ti?(5)

O grego levantou-se e foi ao porta-malas. Dentro estava um Tatsumi amarrado e amordaçado e pelo visto desmaiado. Não pôde deixar de rir da cena.

- Bem, achamos o verdadeiro motorist...

De repente o terapeuta perdeu os sentidos e só não caiu no chão porque Camus o segurou:

- Milo!

O grego estava inconsciente. Camus sentiu o sangue latejar com aquela sensação ruim. Acolheu mais o corpo do namorado e sentou-se no chão, tentando raciocinar. Ele não estava em choque, não estava ofegante e não estava morto. Só havia desmaiado.

Além do mais já pegaram a energia de Milo.

Mas queriam a de Camus.

- Merde.

"Será que sabe se virar sozinho, Camus Diderot?" Uma voz perguntava enquanto se aproximava.

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- Saga!

Kanon acolheu o corpo do irmão enquanto Ikki se aproximava.

- O que aconteceu?

- Dén kséro.(6) Estávamos voltando a recepção e ele desmaiou. E o que você faz aqui?

- Procurando um segurança. Tentativa infeliz. – Resmungou enquanto agachava-se perto de Kanon.

- Saga... De vez enquanto ele ficava fraco depois do ataque, mas nunca desmaiou.

- Melhor falar com Shaka.

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"Shaka."

- Diga, Ikki.

"Saga desmaiou de repente, mas não tem ninguém aqui."

- Eu sei.

O indiano estava sentado no chão, carregando o corpo inconsciente de Mu, enquanto Marim massageava a cabeça sem reparar que estava praticamente abraçada ao segurança.

- Os anéis foram ativados, Ikki.

"Traduzindo..."

- Uma vez seu poder ativado seus donos perdem a condição de animados.

"Droga. Então temos que pegar os desgraçados agora"

Aioria suspirou e mordeu o lábio inferior. Olhou para Marim e disse com pesar:

- A situação fugiu do controle.

Continua...

Peixe Babel:

1 - J'ai compris: Entendo

2- Sam. Algo como senhorita em japonês.

3 - Efkaristó, Thée mu: Obrigado, meu Deus.

4 - Good luck: Boa sorte.

5 – Ti: Quê!

6- Dén kséro: Não sei

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Minha nossa, espero que esse capítulo tenha ficado bom Oo Já li tantas vezes que não sei.

Respondendo as rewies :)

Dana: Hehehehe! Certamente do jeito que o Seiya é não esperaria o "Que fale agora ou cale-se para sempre". O Aioria ficou bem brabo, mas na hora do aperto põe todo mundo louco.

Dohko e Shion forever. : D Quanto ao centaurinho... Agora que a situação apertou, a ajuda está a caminho.

Nebula: Posso mandar meu curriculo pra Globo! Certo, mas tem que ser novela das oito (Haja casamento... XD). Quem contou essa piada foi meu pai e quem contou pra ele foi meu avô. Daí deduzi que é velha. ¬¬ Hum... Shaka modesto, não?

Yume Sangai: Siiiiim! Camus e Milo forever! Adoro eles!Gostou de Shina e Hyoga? Só não posso dizer que fui eu que inventei esse par porque a Juliane- já escreveu sobre eles na série "Casais improváveis". :) Quando aos gêmeos, eu acho fofo esse incesto, mas não dá para desenvolver direito nessa fic. Pra não ficar muito forçado. Posso deixar subentendido. ;)

Pure-Petit Cat: Seiya e Saori estão bem... Dinâmicos. n.n Que bom que gostou. Um abraço pra você!

Royal one: Obrigada pelo apoio moral na outra fic. XD

Um beijo a todos!