RECOMEÇANDO

Caça às bruxas

"A situação fugiu do controle".

Marim desvencilhou-se de Aioria e se levantou.

- Não. Achei que Julian ia nos ajudar. Afinal onde ele está?

- Precisamos confiar nele. – Ponderou Shaka. – Mu e Saga desmaiaram então provavelmente Milo também. Céus... Eles podem matar meu amigo.

- Matar? – Aldebaran se agachou perto do indiano. – De que amigo está falando?

- Milo.

- Precisamos ajudá-lo! – Shina se sobressaltou. – Shaka, pergunte ao Ikki onde Saga e meu primo estão!

- Ikki, está me ouvindo?

"Alto e claro."

- Pergunte a Saga onde está Camus e Milo. Segundo Aioria vocês foram com eles.

"..."

"Ele falou que na limusine. Não está no estacionamento, está um pouco mais afastado, perto dos fundos."

- Na limusine dos noivos. Está afastado do estacionamento, perto dos fundos.

- Então vamos! – Hyoga saiu pela porta e a prima correu atrás.

- Eu vou procurar esses encrenqueiros. – Aioria manifestou-se e antes que saísse Marim o pegou pelo braço. – Hum... – Abriu um sorriso maroto. - O que foi? Vai me dar boa sorte?

- Eu vou com você.

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Shun chegavam ao encontro de Ikki, Saga e Kanon.

- Aniki!

- Irmão? O que faz aqui?

- Queria me certificar que está bem. Ahn... Kanon?

- Eu mesmo. – Resmungou Kanon enquanto acolhia o corpo de Saga. - Se meu irmão não acordar eu juro que mato um.

- Calma, não podem fazer nada de mal a ele enquanto estivermos aqui.

- E se destruírem o anel, ô inteligente?

- Não vão destruir. Precisam dele. Só que... Pelo que o Shaka me contou a outra metade da armadura de gêmeos pertence a você.

- Eu sei. Nós dois somos os donos da tal armadura. E daí?

- Acho que fizeram seu irmão desmaiar para ter certeza de que você estaria livre. Além do mais é fácil nos confundirmos com vocês dois.

Kanon bufou e descansou o corpo do irmão no chão, levantando-se depois.

- Pois é a mim que eles querem? Então eu vou atrás dos desgraçados. – Saiu correndo para a direção oposta.

- Kanon! Peraí!

- Eu vou atrás dele. – Avisou Ikki. – Fique aqui e cuide dele. – Apontou para Saga.

---

Perto da limusine Camus também tinha problemas. Acolhia o corpo de Milo enquanto alguém estranho se aproximava.

"Será que sabe se virar sozinho, Camus Diderot?"

A pessoa que falava era alguém com sérios problemas de crescimento. Dócrates segurava um pêndulo numa mão e um anel dourado com um escorpião bem trabalhado em outra.

- Eu conheço você? – Perguntou Camus com ar de desprezo, embora o que sentisse não fosse bem isso.

- Dócrates, mas o nome não é da sua conta. Está vendo isso? – Mostrou a jóia na palma da mão. - É o anel que concentra a energia do seu amigo. Eu o ativei e ele perdeu os sentidos. Se eu destruí-lo ele morre.

Camus permaneceu calado. Tirou o smoking e dobrou, apoiando em seguida a cabeça de Milo em cima. Depois se levantou e encarou aquele homem que era no mínimo o dobro de seu tamanho.

- Acredita mesmo que vou cair nessa? Até onde eu sei vocês precisam desse anel inteiro.

- Ora... Você vai dar trabalho!

Dócrates segurou o pêndulo e Camus sentiu-se lançado contra a limusine.

- AAR!

Quando caiu no chão sentiu como se uma corda invisível prendesse seus braços.

- Merde!

- Sua energia é minha, francês!

Antes que Dócrates usasse mais uma vez a técnica, Camus saltou e chutou sua mão, fazendo o pêndulo cair no chão e se esconder pela grama.

- Não!

- Idiota, eu ainda podia mover os pés.

- Grrr... DESGRAÇADO!

O homem pegou Camus pelo pescoço e o levantou sem fazer nenhum esforço. O francês tentava em vão se soltar enquanto era enforcado sem dó pelo agressor. Pensou se ainda restara um pouco de poder de gelo. Naquela hora viria a calhar.

- MORRA, CAZZO! – Uma outra figura entrou em cena pulando em cima de Dócrates e acertando uma cotovelada em suas costas.

Camus acabou caindo no chão junto e sentiu os braços soltarem. O homem que o salvara era robusto e tinha cabelos lisos e acinzentados. E pelo sotaque se tratava de um italiano.

- Sei bene?- Perguntou rapidamente o salvador para o francês enquanto Dócrates se levantava.

- Não falo italiano! Atrás de você!

Dócrates levantou-se e partiu para cima do italiano que reagiu correndo e dando uma cabeçada no ventre do sujeito, depois pegou um pedaço de pau passando a açoitá-lo com força. Um estilo de briga muito peculiar.

Nesse meio tempo Shina e Hyoga chegavam apressados até o local da briga, parando assim que viram a briga horrenda.

- Camus! – Hyoga corria em direção ao primo. – Quem a gente tem que acertar?

- O maior.

Dócrates tentava enforcar o italiano e depois o arremessou no chão. O homem voltou a se levantar e entrelaçou as pernas no pescoço do agressor, o derrubando no chão com outro golpe bastante característico.

- Eu já volto! – Shina deixou os primos e correu para o estacionamento.

- Shina! Essa não, o que ela pretende?

- Coisa boa não é. – Falou Camus, mais atento ao estado de Milo.

Dócrates e o outro homem estavam se atracando de pé e procurando o melhor modo pra acabar com a vida do outro, até que ouviram um barulho de moto.

Shina rangeu o motor e acelerou de encontro à dupla.

- AAAAAAAH! – Os dois se afastaram e a garota tratou de atropelar Dócrates.

- Maledeta! Quer me matar! – Esbravejou o italiano.

Dócrates levantou-se e conseguiu derrubar Shina da moto.

- DESGRAÇADAAAA!

- AAAH!

- SHINA!

Hyoga correu até a namorada, mas não foi necessário. O italiano se levantara e acertara um soco na mandíbula do agressor, deixando-o gogue. Em seguida pegou mais uma vez o pedaço de pau e acertou suas costas com toda força, derrubando-o de vez.

Todos encararam o corpo para ver se apresentava alguma reação.

Nada.

-...

Ainda nada.

- É. Acho que vencemos. – Concluiu o italiano deixando as mãos livres.

Hyoga massageou o cenho e agachou-se perto de Dócrates, colhendo dois anéis e meio, todos dourados.

- Acho que é isso que estamos procurando.

- Oui. – Camus murmurou passando a mão pelos cabelos. – Merci... Como se chama? – Perguntou ao homem que o salvara.

- Heim? Ah... Sou Enzo Pietri, mas pode me chamar de Máscara da Morte. Io prefiro assim.

- Que espécie de nome é Máscara da Morte? – Inquiriu Shina.

- Nome de lutador de vale-tudo.

- Ah...

- Bem, aqui tem dois anéis e meio. Escorpião, Áries e uma metade do de Gêmeos. – Hyoga os denominou pelo signo.

- Não estão com os nossos. – Bufou Enzo. – Meu e do Shura.

- Também foram vítimas?

- Sì. Um tal de Julian Sólon estava na cola de um deles e nos manteve vivo. Vou estripar um por um.

- Me veja o anel de Escorpião. – Pediu Camus repentinamente, assustando Hyoga.

- Por que quer esse?

- É o signo de Milo.

O fotógrafo passou o anel para o primo e este pôs no dedo anular de Milo. A jóia se converteu em energia, sendo absorvida depois.

O terapeuta mexeu-se vagamente, sentindo a cabeça rodar:

- Kala ime... (1) – Balbuciou o grego com o olhar perdido.

Camus sorriu aliviado e acolheu Milo no colo.

- É bom ouvir isso. – Murmurou afastando os cabelos da fronte do grego.

Hyoga coçou a cabeça ao ver a cena.

"Hyoga! Ta ouvindo?" Chamou o dispositivo.

- Heim? Ah... Fala, Shun.

"Acho que preciso de uma ajuda. Saga desmaiou e não pretendo ficar com ele aqui."

- Saga? Ahn... É o dono de meio anel, não?

"Heim?"

- Anel. Gêmeos.

"Sim! Você está com ele?"

- Sim.

"Jura! Então traga-o pra cá!"

- Ta. Eu vou levá-lo.

"Certo."

Hyoga deu um anel para Shina e ficou com a metade.

- Leve esse para o Shaka. Deve ser do Mu.

- Certo. Vão conosco? – Ela olhou para Camus e Enzo.

- Non. – Respondeu o francês. - Vou ficar aqui. Temos os noivos inconscientes, o segurança abatido e o motorista no porta-malas.

- Uau! Um cenário e tanto, non? – Brincou Máscara. – Vamos ficar aqui e acordar eles.

- Certo. Boa sorte.

O casal acenou e foi embora correndo.

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Aioria e Marim corriam até o estacionamento. Se meteram no labirinto dos carros tentando encontrar alguém suspeito. A primeira visão, porém os chocou. Afrodite também estava lá.

- Afrodite!

O sueco se virou assustado. Ao perceber Aioria ficou mais aliviado.

- Tentem não gritar! O que fazem aqui?

- Você não sabe? A invasão já começou. E o que você faz aqui?

- Seguindo um homem. Cabelo rosa-chiclete como todo mundo havia descrito, mas ele sumiu pelos carros e eu estou... Sabe, receoso em voltar e descobrir que era uma armadilha.

- Acho que ele o despistou para atacar outra pessoa. – Marim supôs olhando para os lados e depois para o sueco. - Não creio que seja armadilha. Vem.

"Parem aí agora"

- Epa...

O rapaz de cabelos rosa-chiclete apareceu vestido de motorista e estendeu um pêndulo. Nesse momento Marim sentiu as pernas travarem e caiu no chão com a falta de equilíbrio.

- Marim! – Aioria a mirou por cima do ombro.

- Prazer. Meu nome é Alberich. E preciso da energia dos dois homens. Uma delas tem que ser dourada.

- Ora, infeliz... Vai precisar de mais desses se quiser me pegar!

Aioria avançou no homem, mas sentiu seus passos diminuírem e logo ficou parado, congelado, na frente dele. Alberich riu e quando ia tirar a energia do segurança Marim lhe acertou um sapato de salto agulha na cabeça. No momento que atingiu o desconcentrou e o grego teve tempo de acerta-lhe um soco na cara.

- Morre, desgraçado! – Gritou Aioria acertando mais um no estômago.

Entretanto Alberich recuperou os sentidos rapidamente e com o poder do pêndulo paralisou o corpo do segurança.

Afrodite olhou estático quando o agressor se voltou pra ele.

- É melhor cuidar de você primeiro, sueco.

-...

"Pode parar por aí, Alberich!"

- Hã?

O mago olhou por cima do ombro uma dupla. Um deles era alto, magro e com cabelos bem escuros, o outro parecia muito Aioria mais velho.

O segurança ao ver um deles pareceu engolir ar:

- Irmão...!

- Posso saber quem são? – Indagou Alberich seco.

- Usted (2) non me conhece, pero(3) seu amigo Redá sì.... Soy Shura Cabotto.

-...!

- Eu sou Aioros Komninos. E nem se atreva a mexer com meu irmão.

De repente o pêndulo começou a girar.

- Ora... – Alberich sorriu sarcástico. – Tenho que agradecer ao Mu por me trazer mais um escolhido de graça.

Aioros se precipitou e correu para atacar, mas foi lançado para o sentido oposto, e só não colidiu com Shura porque o espanhol se abaixou. O Cabotto correu até Alberich e agarrou a mão que segurava o pêndulo, de um tal jeito que o mago não conseguiu golpeá-lo.

- Você já devia ter morrido! – Alberich deu uma joelhada no baixo ventre do espanhol afastando de si.

- AAAR! Hijo de una...

Aioros rapidamente se levantou, correu e se jogou no agressor antes que este atacasse Shura. Quando o falso motorista se levantou para desafiar o grego Afrodite acertou sua nuca com um pedaço de pau, fazendo-o cair no chão desacordado.

Só ouviu-se o barulho do corpo caindo.

E um longo silêncio.

Afrodite largou o pedaço de pau e passou a mão pelos cabelos enquanto suava frio. Shura sorriu aliviado enquanto Aioria e Marim recuperavam os movimentos.

- Irmão! – O segurança correu e abraçou o primogênito, quase o sufocando. – Que saudades! Como você está?

- Geia sa (4), Oria. Você não mudou nada. Quer dizer... Cresceu.

- Não sabia que você tinha um irmão. – Marim se aproximou e Aioros a cumprimentou.

- Pois é. Faz tempo que não nos vemos. E você é...?

- Marim Tsukino. Prazer.

- Sua futura cunhada. – Aioria brincou e Marim lançou-lhe um olhar (e um sorriso) sedutor.

Afrodite pigarreou:

- Eu odeio interromper este momento de fraternidade, mas... O que vamos fazer com ele?

- Se usted não o matou... – Shura murmurava ainda olhando o corpo.

- Eu? Se matei foi em legítima defesa!

- Deixe-me ver... – O espanhol agachou-se perto de Alberich. Virou-o de frente e analisou. Tirou dois anéis de um dos bolsos e largou o corpo. Foi quando analisou o sangue em suas mãos. – É melhor correr. Ele já era.

-...!

Os cinco se entreolharam e foram embora correndo.

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"Socorro, cara! O pior aconteceu!"

- Do que está falando, Aioria? Acalme-se! – Camus falava com o dispositivo.

"Afrodite matou um cara! Matou! Estamos fritos!"

- Mon dieu! Matou quem?

Milo, Máscara (e agora) Seiya e Shiryu olhavam atentos para Camus.

"Alberich! Precisamos de um álibi!"

- Calma, Aioria! Não somos nada pra vítima e ele ainda é penetra. Qualquer coisa é só dizermos que estávamos na festa.

"Ele é o motorista!"

- O que está acontecendo? – Seiya perguntou, mas Camus fez sinal pra que todos ficassem em silêncio.

- Aioria, ele não é o motorista. O motorista está conosco. Ninguém o conhece. Fique calmo.

"Estou calmo!"

- É. Estou vendo. – O francês tirou o aparelho do ouvido e jogou longe na grama.

"Camus! Camus!"

- O que aconteceu? – Milo perguntou massageando a própria cabeça.

- Alberich está morto. Jonas... Ah... Afrodite o matou. Temos que sair daqui.

- Hum... Já amarrei Dócrates. – Avisou Máscara apontando para o corpo inconsciente e amarrado. – Maledeto.

- Isso foi tentativa de homicídio. – Falou Shiryu apertando os olhos. – Ar... Espero que não deixe marcas.

- Acho que o Jonas não matou ninguém não. O Aioria e ele que são muito nervosos mesmo. – Sibilou Milo.

- É melhor analisarmos isso.

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Um pouco perto dali, June, Dohko e Shion cuidavam de um Reda inconsciente.

- Clorofórmio... Isso é coisa que se carregue numa bolsa feminina? – Shion murmurava incrédulo.

- Eu esqueci de tirar, certo? Nem sei quando foi que eu usei. Acho que foi numa cobaia...

- Eu podia usar um desses na minha irmã. – Gracejou Dohko. – E o que vamos fazer com a bela adormecida?

- Mu fez com eles os mesmos trabalhos e Shaka os ensinou a usar o pêndulo. Deve conhecer alguma magia para resolver esse problema. – A loira fechou a bolsa e suspirou.

Shion sorriu ainda olhando para Reda:

- Mu... É meu irmão caçula.

- Quê! – O chinês exclamou. – Mu? O historiador? Cabelos cor de lavanda?

- Olhando bem são parecidos. Os dois tem dois sinais na testa e tem os mesmos traços delicados.

- Pois é. – O psiquiatra sorriu. – Temos sobrenomes diferentes porque nossos pais são separados e ele foi criado com a minha mãe. De vez enquanto nos vemos... Eu o vi entrar e foi por isso que acabei vindo de penetra pra essa festa.

Dohko cruzou os braços e mirou o psiquiatra com um sorriso. De repente ouviu-se passadas pelo campo e os três se colocaram de pé, prontos para atacar. Quando Hyoga apareceu suspiraram aliviados.

- Hyoga, o que faz aqui? – Dohko perguntou.

- Tenho que entregar o an... Quem é esse? – Apontou para o desacordado.

- O outro rapaz o chamou de Reda. Temos que leva-lo até Shaka e ver se ele consegue se livrar desse cara.

- Então vamos.

Mais passadas. Mais uma vez todos se colocaram em posição de ataque e ao perceberem Ikki e Kanon relaxaram.

- O que estão fazendo aqui? – Perguntou Kanon.

- Temos que entregar essa metade de anel para o Saga. – Justificou Hyoga.

- E o que está esperando? Vamos!

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Na sala da noiva Shaka e Aldebaran cuidavam pacientemente de Mu. A porta então se abriu e Shina entrou às pressas.

- Shaka, Aldebaran... Eu trouxe o anel de Áries.

- Áries! – O brasileiro sorriu. – É o signo de Mu!

Aldebaran estendeu a mão e Shina lhe entregou o anel. Assim que foi posto no dedo do historiador, se converteu em energia e foi absorvido.

O ariano apertou os olhos e grunhiu algo indefinido.

- Graças a Buda... – Shaka sorriu radiante. – Ele vai ficar bem.

- Hum... – Mu abriu os olhos e olhou o espaço alheio. – Ah... Onde estou...

- Numa festa de casamento e agora... Está a salvo.

Mu apertou mais uma vez os olhos e se sentou, ainda sentindo sua cabeça girar. De repente a porta foi praticamente arrombada e a cena que prosseguiu foi impactante. Aioria, Marim, Afrodite, Shura e Aioros ofegantes e com os olhos ressaltados.

- Matamos! Matamos alguém! – Afrodite se agachava e segurava com força os dois braços de Shaka. – Eu sou um assassino!

- Calma... Matou quem?

- Alberich.

- Ah...

- E agora?

- Alberich está morto! – Mu pareceu despertar.

- Parece que sim. – Aldebaran sibilou coçando a cabeça. – E os outros?

- É melhor ver. – Shaka puxou o dispositivo que carregava. – Ikki, ta na escuta?

"Estou, mas vou já me livrar disso. Você enche muito o saco."

- Alberich está morto.

"..."

"Ta brincando, não?"

- Estou falando sério.

"Péraí. (Voz mais distante) Gente, o Shaka disse que o Alberich ta morto."

Uma maré de "nossa", "Já era hora", "Booom, e agora?" foi ouvida e Shaka girou os olhos.

"Também temos um aqui, mas ele ta dormindo. O que vamos fazer com ele?"

- Não o traga pra cá. Eu vou até aí.

"O nome dele é Reda."

- Reda foi capturado. – O loiro avisou a todos. – Eu vou até aí, Ikki. Sei o que fazer.

"Certo".

Os presentes olhavam Shaka apreensivos. O loiro mirou cada um e passou a mão sobre os cabelos.

- A... Operação caça as bruxas está sendo um sucesso. Eu vou até lá. Fiquem aqui e depois vão embora normalmente.

- Eu vou com você. – Mu se prontificou enquanto Shaka se levantava e antes que o loiro abrisse a boca o cortou. – Não. Não vou mudar de idéia.

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O meio anel foi colocado na palma da mão de Saga e demorou em ser absorvido, mas quando isso ocorreu o médico pareceu reagir com leves movimentos. Abriu os olhos desnorteados.

- Fala, maninho. – Kanon apoiou os braços nos joelhos enquanto se mantinha agachado perto do gêmeo.

- Minha... Cabeça...

- Você está bem? – Perguntou Shina.

- Vou melhorar... Arg... O que está acontecendo?

- Já pegamos a maioria.

"Saga?" O dispositivo na orelha do médico soava.

- Heim? Milo?

"Ta vivo! Escuta, quem ta aí com você?"

- Meu irmão e... Ar... Uns amigos.

"To vendo que você não está bem. Só diz pra eles que Alberich ainda ta vivo. Mai pra lá do que pra cá, mas ta vivo."

- Certo...

O geminiano respirou fundo e massageou a cabeça, sentia-se como se tivesse num estado de ressaca.

- O que Milo queria, Saga? – Indagou Shun.

- Dizer que... Alberich... Está... Vivo... – Respondeu exausto.

-...

Todos se sentaram na grama e olharam para um ponto qualquer.

- Deixe-me ver... – Ikki olhou para o céu. - Reda está aqui, Dócrates amarrado e Alberich quase morto.

-...

- É. Falta só o Spica.

---

---

---

Shaka e Mu corriam pelo campo aberto em busca de algo, até que o segundo parou repentinamente.

-...

- Mu?

-...

- Mu, ta me ouvindo?

- Ahn... Vai na frente, Shaka.

-...

- Eu vou depois.

- O que foi? Não posso deixá-lo aqui.

- Eu já peguei meu anel de volta. Vou ficar bem.

- Mas... AI! – Sentiu o tibetano beliscar seu braço. –M...

- Eu vou ficar bem. É que eu não gosto de tumultos. Minha cabeça ainda ta rodando.

-...

-...

- Certo. Mas tome cuidado. – Shaka saiu correndo no sentido em que seguia.

Um silêncio seguiu sobre o lugar. Mu se encostou a uma árvore e respirou fundo. Desabotoou os primeiros botões da camisa creme, ainda estava se sentindo exausto depois do desmaio.

Foi quando sentiu uma energia vinda em sua direção. Dobrou os joelhos e caiu no chão.

- Ar... Ar... Meu corpo...

De trás da árvore saiu Spica.

- Eu vou pegar sua energia de volta, Mu Seng.

- A...

- Não adianta resistir.

Um abaixou a cabeça e deixou os cabelos cobrir-lhe a fronte. Spica segurou o pêndulo e estendeu uma das mãos, fazendo menção de tirar a energia do tibetano, mas, ao contrário de tudo o que esperava, o rapaz sentiu o corpo paralisado. Congelado.

- Me desculpe, Spica.

- A...!

Um levantou a cabeça e ficou de pé. Mostrou o pêndulo que carregava nas mãos revelando seu fingimento.

- Eu aprendi a manejar isso também. E, segundo Shaka, eu até que tenho uma telepatia boa pra essas coisas.

-...!

- Durma.

Spica sentiu seu corpo ceder e caiu no chão desacordado.

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A noite estava em seu ápice. Numa área bem afastada, especificamente numa estação de metrô abandonada, um pequeno grupo se recuperava daquele infortúnio.

Shaka e Mu estavam agachados e trabalhando com um pêndulo em frente à quatro desacordados. Encostado na parede estava Julian, com uma cara de poucos amigos por não ter aproveitado a festa. Acabara tendo que socorrer Alberich.

- Agora já entendi. – Afirmou June enquanto sentava-se no chão ao lado de Shun. – Alberich fez Sashira dormir e entrou para me atacar. Ela não tinha pegado no sono coisa nenhuma.

- Ele também tinha uma telepatia muito boa. - Abraçou os joelhos e mirou a moça. - Agora, francamente... Andar com clorofórmio na bolsa?

- Sabe aquelas coisas sem sentindo que você carrega e sabe que um dia pode precisar. Além do mais faz um bom tempo que eu não dou uma organizada na minha bolsa.

Shun balançou a cabeça.

- Que curioso, não?

- O que?

- Eu não deixo de olhar minha agenda um segundo e é tudo bem organizado, fica até chato. Também tenho horror à morte, mortos ou qualquer coisa que lembre um corpo sem vida, e você trabalha num necrotério.

-...

- Mesmo assim... Você é a pessoa mais interessante e... Mais incrível que eu já conheci.

June corou e afastou uma mecha de cabelos para trás da orelha. Em seguida sorriu e fitou o rapaz. Sentiu ele tocar em seu rosto e puxa-la calmamente para um beijo. Os lábios macios denunciaram um beijo cheio de calma e vontade, tão saboroso quanto um doce.

--

De vez enquanto Mu olhava para trás, mirando um certo homem de cabelos verdes e compridos. Shion sorriu e sentou-se, abraçando os próprios joelhos por causa do frio. Ao seu lado estava Dohko.

- É, Dohko... Foi uma noite e tanto.

- Normalmente eu digo isso em outras ocasiões, mas também valeu.

- Você não pára, não?

O chinês apenas sorriu e manteve-se em silêncio. Shion evitou ao máximo mira-lo.

- Quando bati o olho em você, Li... Achei que era um caso perdido. – Sibilou o tibetano.

- Certamente não me conhece. Sou perfeitamente equilibrado. As meninas dos olhos dos meus pais.

- Acho que não só deles.

-...

O psiquiatra sorriu para os próprios joelhos certo de que falara demais.

- Dohko... Por que não se abalou com o que eu falei sobre mim?

- Hum... Porque acho uma coisa normal. Mais abalado eu fiquei quando descobri que você era viciado.

- Não sou viciado.

- Ta. Que seja.

-...

Dohko abaixou a cabeça levemente corado:

- Você me interessou. Essa é a verdade. Quando falou que queria me ver de novo passou milhares de idéias pela minha cabeça.

- Poupe-me dos detalhes. – Shion sorriu e olhou para cima.

- Tsc. Certo. Respondido?

- Com certeza.

-...

Mu se levantou e correu até o irmão, Shion se levantou e recebeu um caloroso abraço.

- Já acabou o que tinha que fazer? – Indagou Shion enquanto Dohko também se colocava de pé ao lado da dupla.

- Já. Quem diria que nos reencontraríamos nessas circunstâncias.

- Vou deixar os irmãos a sós. – O chinês tirou a poeira da calça e foi para perto de Shaka.

Shion e Mu olharam o advogado de canto.

- Shion... Ele é...

- Alguém que está me vendo como uma diversãozinha. Não vou ceder pra ele.

O caçula sorriu constrangido.

- Nunca mais tive notícias suas quando nosso pai morreu. Como você anda?

- Passei por uns... Problemas, mas agora estou bem.

- Que tipo de problemas?

- Ah... É que quando se é psiquiatra está sujeito a momentos de extrema tensão. Vontade de se jogar pela janela porque a vida não tem sentido. Mas já me sinto melhor.

- Eu não devia ter deixado de manter contato...

- Esqueça. Conte-me as novidades.

---

Dohko se ajoelhou ao lado de Shaka, que guardava o pêndulo no bolso e passava a mirar o quarteto.

- Diga-me que tem uma solução, hum... Shaka, não?

- Sim. Só espero que dê certo. Quando acordarem não terão idéia de que se conheceram ou conheceram Mu.

- E isso funciona?

- O Mu tem um poder mental muito forte. Acho que vai funcionar. Deixe-os aqui e eles pensarão que se conheceram numa noitada.

-...

O loiro se levantou, seguido do asiático.

- E é melhor nós irmos embora.

Continua...

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Peixe babel

1- Kala ime. Eu estou bem

2- Usted. Você

3- Pero. Mas. porém, contudo, todavia... XD

4- Geia as. Olá

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Desculpem a demora, mas aqui está o penúltimo capítulo. n.n

Chuf! Depois de tantas coisas estamos chegando ao fim. Não percam o último capítuco. Despedidas e acertos de contas.

Yume Sangai: Mil anos? Tá, confesso que dessa vez atrasei uma semana. n.n' Mas que festa! Quero ver o Seiya mais velho contando sobre o próprio casamento pros filhotes.

Dana: É... Os santos do seu signo são bem fortes. O Mu só tem cara de anjo barroco. XD Oros, Shura, Dite e a dupla Aioria e Marim arrasando nessa :) Espero que tenha gostado!

Pure pepit cat: Só faltava essa. A Saori morrer nessa reencarnação também (Tá, ela não morre no anime, mas vive sendo caoturada). :) Quase mato o Alberich, mas meu coração puro voltou a tempo :D É que o cara é inteligente demais pra morrer XD. O meio anel? Bem, do Kanon. A energia da armadura de gêmeos foi dividida (Não foi láalgo muito criativo da minha parte, mas...¬¬)

ThamiresTDK: Aew! Shun e June na veia! Obrigada por tudo, Thami!

Royal One: Cara, você nem malhou com o Hyoga. X) Espero que tenha gostado dese capítulo.

Pardon pelo atraso, gente! E um abraço a todos!