Foi uma noite longa e aterrorizante. Os ruídos lá em baixo eram assustadores demais , o que frustrou o plano de dormirem em turnos alternados.

Permaneceram sentados, de olhos bem abertos , fixos na pedra que os separava da matilha.

Então, aliviado, Harry observou que já não faltava muito para o dia amanhecer, embora soubesse que teriam que enfrentar a parte mais difícil do plano de fuga elaborado por Lupin.

Depois de conferir a hora exata no relógio que Lupin lhe dera, Harry olhou para Draco e fez um sinal para que o loiro o ajudasse. Afastaram a pesada pedra, sentindo o coração acelerar dentro do peito.

O ruído atraiu os animais para a direção do orifício, e os dois garotos tremeram ao encontrar os olhares ferozes dos lobos.

Tudo isso durou apenas um segundo, e antes que os lobos começassem a tentar pular para alcança-los lá em cima, Harry começou a lançar as azarações ferreteantes que, segundo Lupin, seriam suficientes para debandar a matilha. A idéia era evitar que os lobos voltassem à forma humana dentro da gruta. Embora esse momento fosse de fraqueza e confusão para os lobisomens, seria muito arriscado para os garotos se lançarem no meio de um bando de comensais da morte .

A princípio pareceu que não iria funcionar, pois os animais atingidos apenas se afastavam ganindo e voltavam logo ao cerco. Harry continuava, a varinha firme na mão, lançando uma azaração atrás da outra, sob orientação de Draco, que o alertava quando um dos lobos se aproximava mais.

E então, para alívio dos garotos, a gruta começou a se esvaziar. Conforme haviam combinado antes, Draco foi recolher a comida que sobrara e os cobertores, enquanto Harry espantava os últimos lobos.

Quando o loiro retornou, Harry já tinha empilhado as pedras novamente e descia por elas. Draco o seguiu. Cuidadosamente, deixaram a gruta, olhando em volta todo o tempo. Assim que constataram que não havia lobos nas proximidades, começaram a correr desabalados, tratando de colocar a maior distância possível entre a gruta e eles.

Correram até que o ar começou a penetrar seus pulmões como brasa, tornando o ato de respirar doloroso demais. Então, pararam, desabando no chão, ofegantes, alheios ao espetáculo do despontar do sol numa explosão rósea e dourada.

Ficaram ali até conseguirem voltar a respirar. Então Draco se ergueu, apanhando os cantis.

—Vou atravessar o rio com nossas coisas, enquanto você pega água.

Seu tom era de comando. Atirou os cantis ao lado de Harry e virou-se, seguindo em direção ao rio. O moreno o olhou. Nada nesse mundo parecia capaz de quebrar a arrogância dos Malfoy. Harry apanhou os cantis e olhou para a margem do rio, onde Draco, completamente despido, entrava na água gelada .

Harry sorriu imaginando o desconforto que o loiro estava sentindo, mas seu sorriso murchou nos lábios ao lembrar que em instantes ele estaria passando pela mesma situação. Chegou à margem e encheu os cantis, enquanto observava Draco no meio do rio, mantendo os braços levantados para não deixar molhar as provisões, com água até a altura das axilas.

Harry terminou de encher os cantis e se despiu , entrando no rio no mesmo instante em que Draco chegava na margem oposta.

Estava quase no meio do rio, a água já chegava à altura do seu ombro. Sentia os membros inferiores dormentes por causa da água gelada, e mantinha os braços erguidos para não molhar sua roupa. Então, ouviu um baque surdo seguido de uma exclamação abafada. Não podia ver Draco de onde estava, mas percebeu um movimento estranho em meio à vegetação .Tentou andar mais depressa, mas viu que não conseguiria. De repente, ouviu um som que lhe pareceu um tapa, seguido de um gemido alto. Desistiu de andar sob a água, enroscou suas roupas nas alças dos cantis e começou a nadar em direção à margem. Chegou aos seus ouvidos uma voz gutural.

—Não deveria ter tentado fugir, meu pequeno... agora terei que castigar você...

Harry já estava do outro lado. A risada sarcástica que se seguiu às palavras fez seu coração parar. Haviam sido apanhados. No mesmo instante lembrou-se de ter colocado sua varinha na mochila para protege-la da travessia do rio.

Deixou cair os cantis no chão e se esgueirou em meio à vegetação, na direção de onde partia o som.

Viu o homem alto, de costas largas, musculoso e queimado de sol. Estava sem camisa, de frente para Draco, que , ajoelhado, tinha um enorme corte no lábio inferior, por onde um filete de sangue escorria. O loiro sequer tivera tempo de vestir suas roupas.

Harry viu a mochila jogada no chão e calculou a chance que teria de alcança-la sem que o desconhecido o visse. Mas nesse instante o homem puxou Draco violentamente e o fez virar de costas para ele, forçando-o a se inclinar.

—Mas você me conhece bem, sabe que sou generoso. Antes do castigo te darei um pouco de carinho...

Horrorizado, Harry compreendeu o que ele ia fazer. Ouviu a risada animalesca, e instantes depois , o grito de dor do loiro sonserino. Foi o que bastou para faze-lo agir. Tentou não reparar no movimento dos quadris do homem enquanto se aproximava dos dois, mantendo-se sempre às costas deles.

Então, de uma só vez, saltou e pegou a mochila do chão, abrindo-a e encontrando a varinha. No movimento, seus olhos encontraram os do homem, e Harry registrou a surpresa estampada neles. Estuporou-o, e viu Draco se libertar do inconveniente abraço.

O loiro se virou de frente e Harry notou que ele tinha o rosto crispado. Havia em seu olhar uma expressão de fúria homicida assustadora. Harry o viu olhar em volta, e abaixar-se para pegar uma pesada pedra no chão. Quando compreendeu o que o loiro ia fazer, ele já estava com os braços erguidos sobre o rosto do homem que jazia, desacordado.

Harry saltou sobre Draco, empurrando-o para longe, conseguindo evitar que ele esmagasse a cabeça do estuprador. Revoltado , o loiro partiu para cima dele, enchendo-o de murros violentos.

Desacostumado aos embates físicos, e surpreendido pela rapidez e violência dos golpes de Draco, Harry apanhou um pouco antes de conseguir se livrar e levantar-se do chão.

—Ficou louco, Malfoy? —Cuspiu sangue, sua boca doía com o profundo corte interno no lábio.

—Idiota. Você é um idiota infeliz, cínico. Deixou acontecer, esperou ele fazer antes de interferir...

O loiro bufava , e Harry sentiu uma coisa estranha ao fitar aqueles olhos magoados, cheios de um ódio violento.

—Você enlouqueceu, Draco! Eu não tive como impedir, a minha varinha tinha ficado na mochila...

—Cale essa boca!—A voz de Draco soou fria, com um acento de ódio que deixou Harry mudo. Engoliu em seco ao ver o loiro se virar e mergulhar no rio para se limpar. Não podia acreditar que Draco pensava realmente que ele tinha permitido, que tinha esperado acontecer aquilo. Então, imaginou o quanto o sonserino deveria estar se sentindo humilhado perante ele.

Harry já o tinha visto chorando no banheiro com a Murta, assistira ao seu fracasso na tentativa de se consolidar como comensal, na morte de Dumbledore. Testemunhara seu estado deplorável depois de servir como um elfo doméstico ao bando de Greyback. E agora, para completar, assistira ao seu estupro . Era demais, Harry tinha que admitir. Vestiu suas roupas e olhou para o homem deitado no chão. Tinha a calça aberta , a genitália descoberta. Harry virou a cabeça, enojado. Draco já estava vestido.

—Vamos continuar, infelizmente preciso de você para deixar esse lugar. Mas não se aproxime de mim, nem me deixe ouvir sua voz miserável a não ser que seja realmente necessário.

Draco voltou as costas e seguiu na frente de Harry. Ele sabia que teriam que descer pela orla do rio até encontrarem o local que Lupin marcara , para tomarem a direção que os levaria ao abrigo onde passariam a segunda noite.

Harry olhou o sonserino à sua frente, e notou que ele mancava ligeiramente. Não disse nada . Mas perguntou a si mesmo se realmente agira tão depressa quanto poderia para evitar o estupro.

Caminharam sem parar por horas a fio. Harry sentia fome, o ferimento no lábio incomodava, mas ele não se animara a propor ao sonserino uma parada para comerem . Draco, sempre caminhando à sua frente, mancava agora visivelmente. Harry calculava que deveriam ser duas da tarde (seu relógio estragara na briga com Draco) quando o loiro se deteve. Harry se aproximou dele. Desde a manhã, sentia-se culpado, e mantinha respeitosamente a distância e o silêncio impostos pelo loiro.

—Estamos muito longe do próximo abrigo? Acho que não vou agüentar andar por muito tempo...

Ergueu um pouco o pé direito, o suficiente para mostrar a Harry a pasta ensangüentada em que se transformara a cabeça do dedão do pé. Harry arregalou os olhos. Estava inchado, vermelho, certamente iria infeccionar. Ia dizer isso quando ouviu a voz de Draco.

—Você fez aquela pedra cair em cima do meu pé.

Harry o olhou, desanimado.—Deixe de besteiras, Draco. Foi um acidente...

—Acidente?—O loiro o encarou, furioso.—Você me atingiu pra salvar a vida daquele bastardo, e agora vem dizer que foi um acidente? Ah, e antes que eu me esqueça, é Malfoy para você...

Voltou a caminhar, agora mancando terrivelmente. Harry o alcançou.

—Espere, Draco. Temos que redefinir os planos. Só alcançaremos o abrigo ao anoitecer, ainda falta muito. Acho que vamos ter que cuidar do seu pé, e encontrar outro lugar para nos abrigarmos.

Draco respirou profundamente, antes de encarar o outro.

—É sua culpa, Potter. Devia ter me deixado acabar com aquele animal. E eu já disse, o nome é Malfoy ...

Harry ignorou o comentário, e aproveitou a menção ao agressor para matar sua curiosidade.

—Quem era ele? Um dos lobisomens?

Draco desviou o olhar.

—Não. É um dos homens do Lorde, não ficava com o bando todo o tempo. Estava escondido entre eles para escapar dos aurores.

Harry assentiu, percebendo que falar sobre o comensal era penoso para Draco.. Disse então ao loiro que comeriam, e depois encontrariam um lugar para descansar um pouco. Ele sabia que o pé do sonserino iria piorar sem medicação. Havia algumas ervas entre os suprimentos deixados por Lupin, mas precisavam estar abrigados para ousarem fazer um fogo, ou poderiam atrair a atenção dos homens de Greyback.

Não tinham conseguido encontrar nada melhor do que a reentrância na parede rochosa do penhasco. Há muito tinham se afastado da beira do rio, estavam agora numa espécie de vale . Draco começava a se arrastar, tivera que percorrer o último trecho apoiado em Harry, embora não deixasse de demonstrar o quanto isso o desagradava.

Enfim, estavam acomodados. A abertura na parede formava uma espécie de túnel que ia se estreitando, ocultando-os de quem passasse perto, mas não havia como fechar o local. Acima deles também não existia nenhuma cobertura, e Harry sentiu-se feliz por não estarem na estação das chuvas.

Harry estendeu cobertores no chão, embora tivessem que ficar muito próximos um do outro devido à falta de espaço. Draco se acomodou, sem sequer reclamar da proximidade do grifinório. Mau sinal, pensou Harry. O moreno conjurou um caldeirão e acendeu o fogo debaixo dele, se maldizendo por ter prestado tão pouca atenção ás aulas de Snape. Picou as ervas , virou um pouco da água de seu cantil por cima delas, no caldeirão, e esperou. Olhou para Draco, que, vencido pelo cansaço e pelo ferimento que apresentava claros sinais de infecção, dormia pesadamente. Harry se aproximou e levou a mão à testa do loiro. Retirou-a depressa, com uma careta. Draco tinha febre, não muito alta, mas ainda assim, era um fato preocupante.

Assim que o remédio ficou pronto e esfriou, Harry o passou para um frasco estreito. Sentia os membros doloridos, as pálpebras pesadas. Estava há muitas horas sem dormir, e olhava com inveja para Draco que dormia profundamente. Harry se aproximou do loiro com o remédio na mão e tentou desperta-lo. Devido ao cansaço e à febre, o sonserino custou bastante a abrir os olhos, que estavam vermelhos. Harry lhe estendeu o frasco, que o loiro pegou e levou até os lábios, mas tremia tanto que precisou de ajuda para não derramar a poção.

Bebeu-a toda, depois voltou a se deitar, enroscando-se todo no cobertor. Harry notou que mesmo bem coberto ele tremia. Aproximou-se e jogou sobre ele o próprio cobertor.

Maravilha, pensou. Vou dormir descoberto para deixar meu cobertor com Malfoy...

Ajeitou-se como pode no pedaço de cobertor estendido no chão e quase imediatamente sentiu as pálpebras se fechando, o cansaço e torpor tomando conta de seu corpo e sua mente.

Harry sonhava. Estava com Gina , e a garota o abraçava e cobria seu rosto e sua boca de beijos leves, carinhosos, enquanto acariciava seu peito, sua barriga, com suas mãos quentes, descendo ousadamente em direção à sua virilha. Harry tentava abraça-la no sonho mas não conseguia, sentia apenas aquele toque alucinante dentro de sua calça, deixando-o maluco.

Despertou bruscamente, mas as sensações do sonho não cessaram. Pensou então que talvez ela estivesse mesmo ali, sentia ainda sua mão quente, movendo-se com eficiência dentro de sua calça. Estava escuro, ele sentia o toque da mão dela, agora sentia o toque de lábios nos seus, e então a consciência de onde estava , e principalmente, com quem estava, tomou-o por completo. Draco Malfoy, era ele quem o beijava, era dele aquela mão que alucinava Harry, fazendo-o gemer.

Tentou se levantar, mas o sonserino jogou o peso de seu corpo sobre o dele, mantendo-o deitado. Sua língua quente penetrou a boca de Harry, que sentiu o desejo se intensificar. Desistiu de lutar, percebeu que correspondia ao beijo, que sua mão enlaçava o loiro e o trazia para mais perto, enquanto um movimento involuntário em seus quadris ajudava Draco, que movia a mão para cima, para baixo.

Deixou-se levar pela onda , pelo delírio do momento. Abriu a calça do loiro e tocou-o também, timidamente, arrancando um sorriso do sonserino, que intensificou as carícias íntimas que lhe fazia. Harry fechou os olhos, concentrando-se apenas nas sensações , deixando-se conduzir por Draco.

Quando estremeceu de gozo, sentiu a língua do loiro enroscar-se à sua, e foi só do que teve consciência antes de mergulhar naqueles instantes mágicos de abandono completo da razão.

Estava deitado de costas olhando o céu. Havia poucas estrelas, o dia amanheceria logo. Ao seu lado Draco estava imóvel. Nenhum dos dois dissera uma única palavra, sequer trocaram um olhar .

—Afinal, que droga havia naquela poção?

Harry pode ouvir a risadinha de Draco, que respondeu também sem tirar os olhos do céu.

—Nada demais, Potter. Apenas um medicamento, eu suponho, por que meu pé já não dói mais , e a febre também passou.

—Então, pode me explicar o que aconteceu?

—Como assim, o que aconteceu? —Draco olhou para Harry. O moreno olhou-o também, mas ao ver o brilho de divertimento e ironia nos olhos cinzentos voltou a fixar o céu.

—Quero saber por que fez aquilo. Você é gay, Malfoy?—Sua voz tinha um tom raivoso. Draco deitou-se de lado.

—Não sou gay. Foi a primeira vez que fiquei espontaneamente com outro garoto. Claro, você viu Orkney, deve ter imaginado que fui violentado várias vezes enquanto estive no covil. A experiência não foi agradável, pode acreditar...

Harry o olhou, surpreso pela forma tranqüila com que o loiro falara sobre o que lhe acontecera. Malfoy sorriu.

—Vai ficar chocado, Potter, mas a verdade é que senti vontade de tocar em você. Só isso.

Harry sentiu seu rosto esquentar . Tornou a fitar o céu.

—Não quero que me toque outra vez. Eu falo sério, ok?

—Você é virgem? —A voz de Draco soou tranqüila, irritando Harry.

—Isso não interessa a você, Malfoy. Só não me toque mais, ou vamos ter problemas. —Harry se virou para o canto, irritado. Ouviu o suspiro e a voz calma de Draco.

—Eu deixei de ser virgem no sexto ano. Eu e Pansy. Ela me pediu, queria que eu fosse o primeiro, e eu fiz com prazer. Gosto dela, sempre foi minha amiga.

Harry não se conteve. Tornou a se virar para o loiro , encarando-o com surpresa no olhar.

—Vocês transaram por amizade?

—Sim, por que não? Afinal, ela vinha sendo molestada pelo pai desde a infância, sabia que chegaria um momento em que ele ia querer tudo, então, por que não garantir que ele não fosse o primeiro?

Harry abriu a boca e tornou a fechar, sem dizer nada. Já vira o velho Parkinson num evento do Ministério, e o homem parecera absolutamente respeitável. E agora, ouvia de Draco que ele molestava a filha desde pequena. Foi despertado do estupor pela voz do loiro.

—E não para por aí, Potter. Quando chegar o momento , vou me casar com ela. Temos um pacto selado , vou liberta-la do pai, farei dela a nova Sra. Malfoy , e em troca ela me dará filhos e liberdade para viver minha vida conforme o meu desejo.

Ele virou-se para Harry e riu da cara de espanto do grifinório.

—O que há, Harry? É um acordo, a vida é cheia deles, por mais que as pessoas tentem fazer parecer que são acontecimentos fortuitos. Por exemplo, você e os Weasel...todos sabem que você foi escolhido para se acasalar com a caçula deles, isso desde que se encontraram pela primeira vez no Expresso. O grande Harry Potter, o genro que toda mãe deseja...

—Cale essa boca, idiota...— Harry se levantou e começou a recolher as coisas. Agora, queria que essa jornada terminasse logo, queria se ver livre de Draco e seu cinismo o quanto antes. Pelo canto do olho viu o loiro se levantar, ainda rindo. Sentiu vontade de mata-lo.


Bom, pessoal, tá tudo aí. Tá certo, ainda não deu pra entrar de verdade na Pansy, eu queria antes disso contar o começo dos dois. Mas o próximo capítulo vai girar quase inteiramente em torno dela, preparem-se para a overdose...


Laura: Hahahaha... imagine o Draco e o Harry às voltas com fraldas e mamadeiras... Beijos, Laura, vou te avisar sempre que postar um novo capítulo...

Fabi: Muito obrigada mesmo, Fabi, por ler minha fic e por sua review. Beijos...

Srta. Black: Você viu só? Esse loiro é demais, mesmo...hahaha...

Obrigada pelo seu carinho, por ler a fic, pelas reviews. Beijos...