Cap. Quatro.
"Lembranças detestáveis...".
"Você Perdeu!" Colin estava com um olhar simplesmente fascinado."Por favor Colin! Tudo.. Tudo menos isso! Eu não posso! Isso é contra todos os meus princípios!" Falou ela enquanto encarava um certo loiro Sonserino no outro lado do salão que conversava com Pansy distraidamente.
"Esqueça, ruiva! Trato é trato! Você perdeu a nossa aposta... E como conseqüência, vai ter que fazer o que eu escolher! E eu escolho Malfoy!'".
Ela engoliu em seco.
"Eu não acredito que você vai me fazer isso! Eu o odeio!" Completou em um mínimo tom de voz.
"Você deveria ter pensado nisso quando disse que queria que eu me declarasse para o Zabini!".
"É completamente diferente! Você gosta dele...".
O garoto deu um mínimo sorriso para fechar o semblante novamente logo em seguida.
"Mas isso não vem a caso ruiva!" –E então abrindo um sorriso maléfico completa - "Você vai ter que beijar o Malfoy!".
E então...
Eu abri meus olhos subitamente.
Era há terceira semana consecutiva que o mesmo sonho vinha assombrando meus pensamentos...
"Dormiu bem?" Minha mãe estava parada na porta de meu quarto enquanto segurava uma xícara de chocolate quente e um prato de biscoitos.
Eu não respondi. Apenas balancei a cabeça afirmativamente.
Dona Molly Weasley sorriu e caminhou até mim me entregando o chocolate e os biscoitos me olhando profundamente.
"Está acontecendo alguma coisa mãe?" Perguntei entre um gole da bebida e uma mordida no biscoito.
"Na verdade..." –Ela me fitou analisando se era prudente ou não me contar então suspirou profundamente "Eu e seu pai precisaremos viajar por alguns dias! Fred e Jorge ficaram em casa para cuidar da loja de logros e tudo mais...".
"Viajar?" Indaguei curiosa "Porque?".
"Assuntos da ordem!" Foi a única resposta que ela me deu e eu senti novamente raiva por ser tão menosprezada.
Eu apenas bebi mais um gole de meu chocolate.
"Não se preocupe... Sempre que um gêmeo estiver na loja o outro vai estar aqui cuidando de você e de Draco...".
Agora sim eu soltei um muxoxo de discórdia.
"Por acaso você não acha que está tratando a doninha do Malfoy como se fosse da família?".
"Por acaso você não acha que isso é o certo a fazer quando alguém perde tudo incluindo a sua família e não tem para onde ir?" Minha mãe me perguntou com um semblante sério.
E então eu não tinha mais palavras para retrucar.
-00-
Eu só desci para a cozinha quando meus pais já haviam partido.
Era realmente estranho estar naquela casa sem o costumeiro barulho dos meus irmãos, ou minha mãe brigando com alguém... Tudo era tão vazio e incompleto...
Apenas Malfoy estava na cozinha, os gêmeos se encontravam no quintal enquanto tentavam fazer uma "revolução no mundo dos logros" como eles mesmos diziam.
Fiquei parada no batente da porta por alguns instantes o olhando beber sua xícara de chá em silêncio. Muito compenetrado em olhar os flocos de neve que começavam a cair lá fora.
"Bom dia!" Ele me falou de repente.
Eu engoli em seco.
"Como você sabia que eu estava aqui?" perguntei na falta de ter alguma outra coisa melhor.
"As pessoas costumam a reparar quando se tem alguém as olhando fixamente!" Ele havia desviado o olhar da janela e sorria ironicamente para mim.
E eu senti a súbita vontade de esgana-lo.
"Meus pais já foram?" Perguntei de repente com vontade de iniciar uma conversa civilizada sem nem ao menos saber o porque.
"Eles a esperaram por um longo tempo... Ao perceberem que você não queria descer foram embora!".
Ok... Devo admitir que naquela época eu era um tanto... Mimada.
Eu me resignei pegando uma xícara de chá e indo sentar-me na ponta extrema da mesa de frente para ele.
"Eu tenho medo..." Murmurei de repente.
Malfoy me olhou sem entender.
"Eu tenho medo por meus pais...".
Um sorriso irônico apareceu nos lábios dele.
"Eu poderia ter uma participação na guerra... Eu poderia fazer isso por eles!" Comentei o ignorando.
"Sentindo Medo Weasley?"
Eu o olhei.
" Medo é humano Malfoy!".
"Não quando se trata de uma guerra!" Me respondeu despreocupadamente, me fitando com aqueles olhos cinzas...
Malditos olhos cinzas!
Eu já havia dito que tenho um certo fascínio por olhos não é mesmo?
E por mais que algo me dissesse que os olhos de Malfoy fossem proibidos de se admirar, era praticamente impossível ignorar aquelas íris... Será que ele tinha consciência do poder que eles tinham? Ah! Com certeza... Malfoy tinha consciência de todo o seu poder e sabia muito bem aproveita-lo em benefício próprio.
"E eu deveria aprender isso com alguém que foi capaz de dedurar seus próprios pais?".
"Eles fugiram de Azkaban isso significa que a minha parcela de culpa já se extinguiu...".
"Você é cruel, Malfoy!" Respondi com repúdio enquanto me levantava da mesa e ia até lá fora sem se importar com o frio que começava a fazer e eu apenas de pijama.
"E você é mimada!". Rebateu com diversão me seguindo, apesar dele ter a enorme vantagem de estar vestindo uma jaqueta e roupas quentes.
Mimada? Aquilo havia me tirado do sério.
Talvez fosse por ninguém ter me chamado de mimada antes, ou talvez fosse pelo motivo de eu não suportar a verdade...
"Você irá ficar doente! E seus pais não estarão aqui para te medicar!" Malfoy estava brincando num tom levemente sarcástico o que me deixava ainda mais fula.
"Isso não lhe diz respeito!".
"Ok! Depois não me diz que eu não avisei!" Respondeu e então deu meia volta entrando na cozinha novamente.
-00-
Ela estava parada em frente a porta do monitor chefe da Sonserina.
Uma parte de si lhe dizia para dar meia volta e voltar ao salão comunal dizendo a Colin que havia cumprido o trato, mas ela não sabia mentir, e mesmo que soubesse havia feito um trato bruxo o que significava praticamente um trato sagrado.
Esperou com o coração parado a suas batidas na porta serem respondidas por um barulho de destranca e logo mais uma cabeça loura platinada a fita-la com surpresa.
"Errou o quarto Weasley... Granger é no da frente!" Falou o loiro com descaso.
Gina engoliu em seco.
"Eu preciso falar com você!" Disse rapidamente até demais fazendo o loiro a olhar atônito.
"Eu acho que não entendi muito bem! Por acaso você disse que quer falar comigo?".
Ela meneou a cabeça positivamente.
Ele saiu do quarto fechando a porta atrás de si escorando-se na parede olhando para Gina cuidadosamente.
"Sou todo a ouvidos".
Ela não fez nada mais do que se aproximar dele e beijar os lábios do Sonserino levemente.
Um beijo suave e rápido.
"O que foi isso?" Perguntou o garoto atônito.
"Eu apostei com Colin que Rony e Mione não iriam ficar juntos... Eu perdi e ele me fez pagar o preço!"
"E eu sou o preço?" Indagou ele incrédulo.
"Um beijo seu é o preço!" Ela falou extremamente corada pronta para sair correndo ao mínimo descuido do Sonserino.
Silêncio. Ele a fitava numa mistura de divertimento, ironia, e incredulidade.
"Pois então pague o preço corretamente Weasley!"
E logo já não havia mais espaço entre seus lábios.
-00-
"Ela está com febre" Escutei Fred falar ao longe.
Meus olhos começaram a se abrir vagarosamente.
Pude ver Fred em cima de mim com seus olhos e Malfoy mais atrás sentado perto da escrivanhia.
"Eu avisei para ela não sair no frio!" A voz de Draco era indiferente, mas poucos sabiam que ele não se daria ao trabalho de responder se estivesse mesmo indiferente.
E aquilo me causou um arrepio.
"É a febre!" Eu pensei rapidamente tirando Malfoy da minha cabeça.
"Você precisa dar a ela uma poção antigripe!" A voz do Sonserino tinha soado mais perto do meu ouvido agora.
"Não temos nenhuma dessa aqui em casa! E eu realmente nunca fui bom com poções... Afinal o cãozinho de Snape sempre foi você!".
Eu poderia soltar uma risada agora se a situação não fosse realmente lastimante.
"Eu posso buscar!" Malfoy havia proposto e eu estava pronta para que o mundo caísse na minha cabeça a seguir.
"Nem se eu fosse louco!" – Fred estava contrariado- "Você sabe o segredo! Poderia nos denunciar para seus amiguinhos comensais!" Terminou meu irmão como uma sentença.
Draco sorriu naturalmente.
"Dê uma idéia Melhor então...". Sugeriu.
"Eu vou!" Diz o gêmeo como se fosse a melhor noticia que alguém poderia dar.
"E vai deixar sua irmã sozinha com um comensal malvado?".
Ele estava certo. Jorge estava na loja de logros e eu teria que ficar em casa com o Malfoy.
"Você não seria demente de machuca-la... Você preza a sua pele de doninha! Por isso está aqui!".
E dizendo isso Fred sai do quarto com Draco aos seus encalços.
E tudo o que eu pude fazer foi fechar meus olhos e tentar dormir, mas um sono sem sonhos desta vez...
-00-
Desci as escadas silenciosamente enroladas numa enorme cobertas e com os pés numa pantufa.
Malfoy estava parado perto da pia e colocava uma substancia (que eu logo percebi que era chá) em duas xícaras.
"Eu não gosto de ficar sozinha!" Eu disse de repente sem nem ao menos ter notado fazendo Malfoy me olhar de forma curiosa.
Ele não me respondeu apenas me entregou uma das xícaras e seguiu para frente da lareira comigo aos seus encalços.
"Pode beber Weasley... Eu não pretendo te matar!" Me disse irônico enquanto bebia seu chá.
Eu fiz a mesma coisa, sentindo a sensação reconfortante da bebida quente restaurar minhas energias...
"Obrigada!" Falei sinceramente.
Malfoy apenas assentiu com a cabeça.
"Isso irá restaurar um pouco de suas energias até seu irmão chegar com a poção!".
Eu não respondi imediatamente. Apenas bebi mais um gole do chá.
"Me desculpe..." Eu disse depois de um longo tempo...
Malfoy me encarou.
"Por ter dito aquelas coisas de você! Eu não tinha o direito... Talvez... Talvez você possa ser uma boa pessoa!" Completei totalmente envergonhada.
"Você muda de idéia muito facilmente!" E então não me disse mais nada, apenas continuou olhando o fogo e bebendo seu chá;
REWIEWSSSSSSSSSSRESPOSTA DOS COMMENTS NO PROX. CAP!
OKKK?
BJOENS
