Tudo vai mudar
Dia ensolarado dava novo ânimo aos estudantes, principalmente se eles estivessem voltando para a escola de magia que tanto gostavam. Mas o clima não estava tão agradável em uma certa cabine.
"Deixa ele pra lá, Pads. Qual é...", disse James. O amigo não estava muito bem depois do encontro com o seu irmão. Sem contar que o idiota do Snape também estava e ficou sabendo do que tinha acontecido no verão, sobre o Sirius sair de casa."Desde quando você liga para o que ele pensa? Todo mundo aqui sabe que ele é um idiota... e quer saber, ele ia acabar sabendo de um jeito ou de outro".
"É, mas agora ele tem uma vantagem que antes não tinha", retrucou Sirius. Seus olhos estavam muito escuros.
"Isso mais parece uma guerra entre vocês", Remus revirou os olhos. "E quer saber, foi uma decisão sua não é?", e recebeu uma afirmativa, "e você está satisfeito assim, não é?", e recebeu outra afirmativa. "Então porque você está ligando para isso".
"Aquele Ranhoso idiota me chamou de rejeitado, quem é ele para me chamar assim?", disse Sirius, apontando para a porta. Agora havia um brilho diferente nos olhos, um brilho que não era muito comum ser visto. Era fúria estampada neles, o que assustou os amigos. Sirius Black não era de demonstrar sentimentos intensos, principalmente sobre inimigos. "Ele que não é ninguém, ele que vive para artes das trevas, que é a pessoa mais esquisita que eu já vi, ele que é o rejeitado, ele que é...".
"Calma aí, Sirius", interrompeu James. "Olha pra quem você está dando importância. Você sabe que ele quer ser a gente, é pura inveja. Então, fica aí querendo achar nossas falhas pra tentar se convencer que não quer ser como nós".
"Pode até ser, mas eu não vou deixar só por isso. Ele vai se arrepender do dia em que mexeu comigo", disse Sirius, com pura raiva.
"O que você vai fazer?", disse Remus receoso. "Não vai fazer nenhuma besteira".
Sirius se levantou depressa, e começou a procurar algo no malão.
"O que você vai fazer?", perguntou Remus preocupado, se levantando junto com James.
Sirius já estava saindo porta afora quando James o conteve. "Sai fora Prongs...".
"O que você vai fazer Sirius?", ficou esperando uma resposta que não veio. "Olha Pads, eu também não gostei do que ele te chamou, 'tá legal. Ele não tem moral nenhuma para isso, e você tem toda a razão de ficar nervoso. Mas você não é rejeitado. Sirius Black é quem rejeita, 'tá lembrado", disse, fazendo o amigo soltar um suspiro cansado. "E você não está sozinho nessa, cara. Eu vou te ajudar, a gente prepara alguma coisa para ele, longe de todo mundo, só entre nós, falô?".
"Falô", disse Sirius mais calmo, e teve a intenção de sair novamente. James tentou barrá-lo. "Sai da minha frente, Prongs. Ou você quer ir comigo ao banheiro para me ver trocar de roupa?".
James riu para quebrar a tensão e o deixou passar. Quando Sirius já tinha saído, Remus perguntou:
"Ele vai ao banheiro?".
"Vai", disse James com firmeza. "Ele não faria besteira sem mim."
Remus sorriu um pouco, mas voltou a ficar sério. "Vamos ter que ficar de olho", suspirou. "Sirius está bastante nervoso. Isso não é normal para ele, só quando alguém ultrapassa os limites".
"E ultrapassou, Remus", disse James, olhando para a janela. "Snape não sabe com quem está lidando".
"Eu não tiro a razão de Sirius em ficar chateado, James", disse olhando para o amigo, no que este também o olhou. "Mas tudo isso é de muito cedo, essa desavença. Então não posso julgar o Snape também, já que vocês também não foram santos com ele".
"É, acho que você tem razão...", disse James, voltando a olhar para a janela.
"Então vai deixa-lo em paz?", perguntou Remus esperançoso. Pôde ver um sorriso surgir na face do amigo.
"De jeito nenhum...", e olhou para Remus, que estava meio contrariado. "Mas não se preocupe, seremos mais discretos agora".
Quando Sirius voltou era como se nada tivesse acontecido e a viagem foi bem tranqüila. Peter apareceu sem mais nem menos, com muitos doces. Ele provavelmente tinha corrido atrás do carrinho o tempo todo. Mas Remus não deixou de se preocupar com Sirius, principalmente porque este não aparentava mais aborrecimento, e isso sim era perigoso. Sirius estava aguardando, esperando, e o que viria não seria bom, tinha certeza.
Percebeu que James o estava olhando. Ele estava pensando o mesmo. Sim, foi por isso que ele tentou acalmar Sirius dizendo que iam se vingar, ainda que em sigilo. Talvez ele se dê por satisfeito. Pelo menos James estava um pouco mais maduro para encarar isso.
OoOoO...OoOoO
"Primeiro dia de aula no sexto ano?", resmungou James. "É claro que estou ansioso, não notou pela minha cara de animação, Moony?". Respondeu a provocação de Remus, de que ele parecia bastante ansioso para a aula, com a cabeça deitada, entre os braços, na mesa.
O salão principal estava lotado para o primeiro dia de aula, mas ao contrário de James, os outros alunos estavam muito mais animados. Era um maravilhoso dia, ensolarado, e céu azul, o que deixava James ainda mais chateado.
"Mas é claro, porque com este dia perfeito nós estaremos encarcerados numa sala de aula fria e monótona ao invés de aproveitar a vida lá no lago".
"Quanto drama!", disse Sirius, que estava sentado folgadamente na cadeira, com um dos braços jogados para trás do encosto. Ele estava observando o salão, mas não notava as insistentes tentativas de várias garotas de lhe chamar a atenção, ou pelo menos fingia que não notava. "Você só assiste aula se você quiser", e olhou para James, com um sorriso bem maroto, no que o outro retribuiu.
"Ah, para...", disse Remus chateado. "Pelo menos esperem até o segundo dia para matarem uma aula".
"Quem vai matar aula aqui?", disse uma voz firme e autoritária.
"Professora McGonagall!", os três sobressaltaram-se.
"Há quanto tempo...", disfarçou James. "Sentiu nossa falta? Ah pode falar sentiu, sim".
"Oh, mas é claro Sr. Potter, não sei o que seria da escola sem vocês", disse sem emoção. "Talvez ficasse inteira, para variar", terminou, fazendo os três rirem, e também aqueles que estavam prestando atenção na conversa.
"A senhora não sabe a falta que nos faz, professora", continuou Sirius. "Eu sou seu fã".
"Se é tanto o meu fã, posso aguarda-lo na minha aula hoje, não Sr. Black?", disse autoritariamente.
"Mas é claro", os planos de cabular aula indo para o ralo.
"Ótimo. Suponho que os três tenham passado com louvor em Transfiguração... vão cursa-la?", disse olhando os papéis dos N.O.M.s que os três haviam-na entregado. "O que vai ser Sr. Potter?".
"Vou ficar com Transfiguração, claro, porque eu não poderia viver longe da senhora", e picou para os amigos. Eles adoravam fazer isso com a profa. McGonagall. Era verdade que ela tinha umas tiradas maneiras, e era engraçado ouvi-las.
"É claro, Sr. Potter. Fico lisonjeada", disse fazendo-o sorrir. Ela não ficara nada, e ele sabia disso. Antes ela se irritava muito com esse tipo de brincadeira, mas depois acostumou. "E mais o que...?".
"Ahn... Poções, Herbologia, apesar de não gostar muito, mas é preciso... ah, Feitiços e Defesa Contra as Artes das Trevas."
"Sim, então quer mesmo ser um Auror...".
"Pretendo...".
"E o senhor, Sr. Black?", disse, virando-se para Sirius.
"Idem", disse, simplesmente.
"Sr. Lupin?", disse anotando o de Sirius.
"O meu? Bom, eu não tenho certeza do que vou fazer ainda, mas vou cursar todas que me for possível", disse Remus, entregando as notas do N.O.M.s.
"Todas?", perguntou os outros dois em uníssono. "E você vai ter tempo?".
"Tempo de que?".
"De viver".
Remus sorriu. "Por um acaso a minha agenda não é tão cheia quando a de vocês".
"Por um acaso, você ainda não descobriu os prazeres da vida", disse Sirius rindo.
"Aqui está, Sr. Lupin", disse a professora entregando o horário. "E este é o de vocês", disse a James e Sirius.
"Onde está o Sr. Pettigrew?", perguntou olhando ao redor.
"Ahn...", disse James. Agora que tinha dado falta do Peter. "É mesmo, cadê o Pet?".
"Aqui, Professora, espera", gritou Peter, que veio correndo ao longo do salão, no que todo mundo olhou. Só que o que veio depois iria deixar marcas, hilárias...
Emelinda Vance havia acabado de se levantar e Peter trombou nela, que vez o suco que ela segurava voar e derramar na Alex Stanford que levantou com pura raiva já gritando e quando viu que Peter ainda estava correndo e não parou para, no mínimo, pedir desculpas, enfeitiçou os pé dele que pararam e ele caiu deslizando até a cadeira onde Sirius estava sentado. Este olhou para baixo, o salão estava num silêncio total. Aconteceu tudo tão rápido que todo mundo parecia querer assimilar o ocorrido. De repente ouve uma explosão de risos, e Peter foi diminuindo de vergonha.
Sirius abaixou e ajudo-o a se levantar, mas mal conseguia de tanto que ria. Pegou o papel das mãos de Peter e entrego-o a professora, que estava com uma cara esquisita, tentando também não rir.
"Se machucou, Pettigrew?" Perguntou, tentando manter a voz séria. Murmurou algumas palavras com a varinha apontada para os pés dele, e desfez o feitiço de Alex.
Peter não conseguiu dizer nada, sentou na cadeira mais próxima e afundou nela. Depois de um tempo, quando a professora já tinha lhe entregado o horário e ido embora, e as coisas estavam mais calmas, quando poucas pessoas ainda olhavam e soltavam risinhos, ele pegou uma torrada para comer.
"Calma Peter, também não é o fim do mundo", consolou Remus.
"É... amanhã esse povo já esqueceu", disse James.
"Mas hoje você vai ter que se desculpar", lembrou Sirius.
"Me desculpar... com quem?", perguntou Peter sem entender.
"Com a Stanford".
"Nããããão. Por favor, eu... eu não posso nem chegar perto dela", disse Peter com a voz tremida. "Olhem pra ela, ela vai me matar".
Os outros três olharam na direção da garota. Esta estava muito vermelha, falava e gesticulava com muita intensidade, apontando para o lado deles. James passou a mão nos cabelos, e Sirius empurrou a cadeira, em que sentava, para trás, apoiando-se somente nas duas penas traseiras. Remus apenas olhou e sorriu, pegando um livro para se distrair. Alex não iria aceitar desculpas tão facilmente.
"Então morra com dignidade", disse Sirius, olhando para o outro lado.
Peter olhou para cada um deles, indo de Sirius, que estava mais preocupado com o jornal que acabara de pegar emprestado com Frank, a Remus, que parecia muito envolvido com seu livro e a James, que havia retirado os óculos e os estava limpando. Quando viu que Peter o olhava com clemência e implorando, recolocou os óculos e suspirou cansado.
"Tá beleza, mas você fala".
"Agora?", perguntou perplexo ao ver o amigo levantar.
"É melhor, porque assim você fica livre", disse puxando-o pela gola da blusa para que se levantasse e depois lhe dando um empurrão para que começasse a andar.
James ouviu Remus dizendo que era melhor esperar que a Stanford se acalmasse, mas ignorou o comentário. Era melhor ir de uma vez e deixa-la sem graça por estar, provavelmente, falando mal do Peter, e achando, provavelmente, que ele não teria coragem de ir pedir desculpas. E acertou na mosca.
"... aquele baixinho... e ele nem teve a coragem de vir aqu..." James limpou a garganta para que ela notasse que eles estavam ali, ao mesmo tempo, viu Lily cutucar a amiga para que esta parasse de falar. Alex olhou para cima e os viu parados, olhando para ela. Saltou um muxoxo impaciente. "O que foi?", disse.
James sorriu. Aquele sorriso que ele sabia que poderia quebrar qualquer barreira ou defesa que ela havia construído. E funcionou, porque ela pareceu relaxar. Estranhamente o salão havia ficado muito silencioso, parecendo que ninguém queria perder o que quer que fosse.
"Stanford, o Pet quer lhe falar...", disse por fim, quando notou que Peter não iria tomar a iniciativa. Notou que não só o salão inteiro o olhava, como Lily também. Mas ela parecia surpresa, ou curiosa, e ele tentou não olhar para ela ou poderia estragar tudo. Ele sempre estragava tudo quando ela estava perto. Viu que Peter movia os lábios, mas não produzia som algum. Então deu um tapa em suas costas e ele saltou de uma vez:
"Medesculpaporteresbarradonavan...".
"Peraí, eu não estou entendendo nada...", reclamou Alex.
"Nem eu", completou James. "Fala direito com a garota", murmurou, pelo canto da boca, com Peter, que suspirou.
"Me desculpa por ter feito com que sujasse a sua roupa de suco que a Vance estava tomando", recebeu outro cutucão de James. "E eu não guardo ressentimentos por ter enfeitiçado os meus pés, porque eu é que estava errado por ter corrido".
"Não", disse Alex.
"Não o que?", perguntou Peter.
"Eu não desculpo", disse cruzando os braços e virando o rosto.
"Ah, Alex, deixa disso! O garoto já veio aqui na maior boa vontade pedir desculpas e reconhecer o erro", disse Lily impaciente. "Olha Peter, ela desculpa sim, 'tá... é que ela é assim mesmo, meio mal humorada".
Alex a olhou com estupefação e um pouco chateada. "Eu não sou...".
"Nããããão, imagina... só está, faz um tempão, dando patada em todo mundo que fala com você".
"Eu não estou... estou Sarah?", disse olhando para a outra amiga, a qual James nem havia notado a presença para ser sincero. Era aquela garota que ele havia ido a festa de aniversário, mas ela estava diferente aí, estava com o cabelo preso, buscando não aparecer.
"Bom, você está meio nervosa hoje...", disse insegura.
"Ok... se a Sarah que 'tá dizendo...", disse suspirando. "Tá bom Pettigrew, sem ressentimentos".
"Ótimo então que vocês dois se entenderam", interrompeu Sirius, que vinha junto com Remus. "Vamo embora que a McGonagall já está na nossa cola", disse, seguindo em frente, sendo acompanhado por Remus que cumprimentou as garotas, por James que se despediu e por Peter.
"Nossa, essa eu não esperava", disse Alice, que havia escutado toda a conversa em silêncio.
"O que?", perguntou Alex. "Eu aceitando numa boa as desculpas?".
"Não", respondeu rindo. "O Potter vir aqui para fazer o Peter pedir desculpas".
"Até parece", disse Lily. "Provavelmente foi o Remus que disse para o Pettigrew pedir desculpas".
"Na verdade", disse Frank, que estava passando, "Sem querer me intrometer na conversa, mas foi o Sirius que disse para o Peter vir aqui, mas como ele é muito medroso, o James veio dar um empurrãozinho", terminou, continuando o seu caminho, sendo acompanhado pelas meninas que tinham acabado de se levantar. "Não julgue o James tão mal assim, Lily", continuou, vendo que elas estavam com ele. "Tudo o que ele faz, pelo menos em grande parte das confusões em que ele se mete, é pelos amigos". Vendo a cara de desconfiada de Lily, continuou. "Sério, amigo melhor está difícil de encontrar por aí".
"Pode ser um ótimo amigo, mas não é boa pessoa. Fica azarando as pessoas por ai como se fosse o fodão", resmungou, e todos riram. "O que... ´tô mentindo?".
"Não é isso, é que você falou meio engraçado", disse Alice, rindo.
"É, quem fala 'fodão' é a Alex", disse Sarah, ficando vermelha por falar a palavra.
Lily também riu. "É a convivência diária".
E foram rindo até a porta de entrada do salão, que dava acesso ao hall. Quando entraram lá, tiveram que parar de rir. A cena que desenrolava não era engraçada. James estava apontando sua varinha para um Snape já flutuando por um feitiço, que o fazia chocalhar e tremer de tal maneira, que ele já estava verde de enjoado, ou sufocado.
OoOoO...OoOoO
"Espero que agora esteja satisfeito, Sirius", disse Peter, aborrecido. "Já pedi desculpas. E olha que ela nem tava querendo aceitar. Ele é uma chata?".
Remus riu. "Deixa ela te ouvir dizer isso", disse, olhando para trás para ver se ela estava olhando, mas ela estava conversando com Frank.
Entraram no hall, rumando para as escadarias. Melhor seria se fossem direto para a sala para que a professora não tivesse desculpas para puni-los. Mas Peter, ainda olhava para trás, e não havia percebido como seus amigos haviam ficado tensos.
"Ela ouviu?", perguntou Peter, preocupado. "Tudo que eu preciso agora é de outra azaração".
"Olha só!", disse Lúcio Malfoy com a voz arrastada. "Não implore roliço, ou pode conseguir o que deseja".
"Ele não estava falando com você, Malfoy", disse James, serrando os punhos. Controle, tinha que se controlar. "Ou será que deu para se meter em conversas alheias".
"Pensamos que isto não era do seu feitio", disse Sirius, com a voz também arrastada. "Isto só é do feitio dos seus... como posso chamá-los...".
"Lacaios?", completou James, olhando para Snape.
"Certamente, vocês estão longe de ser o meu assunto favorito", respondeu Malfoy, se virando para subir as escadas.
"Certamente", disse Sirius, da mesma maneira. "Porem, todos sabem como você consegue delegar missões tão bem".
"O que Severus faz ou deixa de fazer não é problema meu, e muito menos de vocês", disse subindo as escadas.
"Não seria nosso problema se não estivéssemos envolvidos", disse James, dando um passo a frente, mas sendo contido por Remus que o segurou pelo braço.
"Deixa...", murmurou, tentando evitar uma confusão que parecia eminente.
"Deixa você, pobretão", disse Snape, que finalmente se pronunciou. "Não tenho medo do seu amiguinho riquinho e mimado", completou, levando as mão ao bolso onde certamente estava a varinha. James fez o mesmo.
"Não...", murmurou Remus novamente.
"É Potter, bem que dizem que se tem amigos que merece", continuou Snape, rindo sarcasticamente. "Você já esteve mais bem acompanhado. Quero dizer, primeiro um gordo inútil feito esse aí", disse, olhando Peter com um ar de superior. "Depois, este aí que provavelmente não tem nem aonde cair morto, o que não deve demorar, já que sempre acontece de alguém morrer na família dele, ou ficar doente", disse apontando para Remus. "E agora, o grande Sirius Black, que nem mais é um Black, por ter sido rejeitado pela própria família", finalizou, rindo de se acabar, mas de puro deboche.
Tudo aconteceu muito rápido. Sirius fez menção de puxar a varinha, assim como Snape e Lúcio, mas James havia sido mais rápido, e quando viram, Snape já estava no alto, tremendo e chocalhando.
"POTTER?", Lily gritou.
Mas ele não estava ouvindo, não conseguia ouvir Remus pedindo que o deixasse, ou o burburinho que se seguiu no salão, depois de Lily ter gritado. Não conseguia ver as pessoas se aproximando, não conseguia nem mesmo sentir nada, além da raiva que aflorava pelo seu corpo, e que estavam refletidos nos seus olhos. Estava tremendo, mas não de medo, era ódio, tanto que sua cabeça parecia que ia explodir.
"Retire o que disse", falou entre os dentes.
"Não", balbuciou Snape.
"Potter, solte-o", disse Lily, mas ele não a ouviu.
"RETIRE O QUE DISSE".
"NUNCA!".
O hall inteiro estava lotado, mas ninguém se atrevia dizer coisa alguma. Remus já não sabia o que fazer, nunca vira James naquele estado. Olhou para Sirius, mas este parecia estar tão surpreso quanto ele. Os professores tentavam chegar até o centro da confusão, mas não conseguiam. Os alunos não se moviam.
"Potter", disse Lily, desesperada, mas tentando manter-se calma. Snape parecia que estava sufocando lá em cima. Segurou no braço dele que estava erguido segurando firmemente a varinha. "Potter, solte-o, por favor. Ele não vai agüentar".
Foi como um estalo, ele olhou para baixo e viu aqueles olhos verdes-esmeralda lacrimejantes o olhando com súplica. Estranhou. Fechou os olhos por segundos e novamente os abriu, abaixando a varinha. Snape caiu de costas e urrou de dor. Uma confusão de vozes se fez ouvir. Mas foi Dumbledore quem se fez escutar.
"Todos para suas respectivas salas. Exceto os Srs. Potter, Black, Lupin, Pettigrew, Malfoy e Snape", disse, e ninguém ousou discutir.
Quando todos já tinham subido as escadas e desaparecido de vista, deixando o hall apenas para os que foram pedidos, o professor Dumbledore voltou a se pronunciar:
"Estou absolutamente decepcionado", disse devagar, porem firme. "Pensei que já estavam maduros o suficiente para poderem conviver uns com os outros. Mas acho que me enganei. Não estou aqui para saber quem é o culpado", disse, quando alguém fez menção de falar. "Vocês são", falou olhando para cada um deles, "os garotos mais brilhantes que já tive oportunidade de ensinar, mas parece que não aprenderam o principal para que haja paz nesta escola. Tolerância. Será tão difícil assim, mesmo que não goste de uma pessoa, viver harmoniosamente com ela? Será que é tão difícil assim, ignorar uma ofensa para que não desestabilize as relações entre as pessoas. No mundo que estão sendo instruídos a conviver, muitas vezes terão que passar por cima do orgulho para que consigam o que querem. Mas será que vão conseguir sobreviver a esse mundo? Um mundo que não perdoa? Um mundo que é obscuro àqueles que não sabem lidar com ele? Tempos difíceis estão se aproximando, e vocês precisam ter maturidade para escolher o que é fácil e o que é certo". Caminhou até as escadas e suspirou. "Sr. Potter, deve procurar a profa. McGonagall e cumprir a detenção que lhe for imposta".
"Sim, senhor", disse apenas, sentindo-se pior do que jamais sentira.
O diretor suspirou novamente, cansado. "Podem ir para suas salas". E foi embora.
James mal conseguiu se mover. Malfoy e Snape já tinham ido, mas seus amigos continuavam ali, olhando-o, parecendo receosos de falarem algo.
"Eu não...", começou James.
"A gente entende", interrompeu Remus, parecendo aliviado.
"Se você não fizesse eu teria feito", disse Sirius.
"Eu nunca te vi daquele jeito...", disse Peter, recebendo, logo em seguida, um cutucão de Remus.
"Acho que não poderia me sentir melhor", suspirou James.
"Mas é melhor irmos para a aula, do que ficar aqui, remoendo", finalizou Remus, subindo as escadas e sendo seguido pelos outros três.
Quando chegaram na sala de aula, o burburinho, que com muito custo a profa. McGonagall tinha conseguido controlar, recomeçou.
"Podemos entrar, professora?", perguntou Remus, recebendo uma resposta positiva e impaciente. Sentaram sem dizer uma palavra, e a aula recomeçou.
Quando já não havia mais condições de falar, a profa. McGonagall bateu a varinha na mesa:
"Já chega", disse energicamente. "Se eu ouvir mais uma voz nessa sala vai ser uma mês de detenção com o Filch. Seja o que for que o diretor tenha conversado com os Srs. Potter, Lupin e Black, não é da conta de nenhum de vocês".
Todos se calaram imediatamente, o que deixou James agradecido. Não queria mais ouvir comentários como o de Peter, de como ele estava diferente, ou assustador. Perdeu o controle, ele sabia, mas mexer com os amigos dele, era pior do que mexer com ele.
Ao final da aula, James foi até a mesa da professora para saber qual seria sua detenção. Remus, Sirius e Peter foram espera-lo do lado de fora.
"Tenho certeza que o Prof. Dumbledore, já disse tudo que deveria", disse a professora olhando para ele, "mas também quero dizer algumas palavras. Potter, eu realmente não entendo mais essa sua desavença com o Sr. Snape e já não suporto mais, está me ouvindo. Se eu souber de qualquer coisa, qualquer uma, da mais insignificante que seja, você vai ser suspenso, ou até mesmo expulso. Não me olhe assim, eu já aturei demais. Você é o melhor aluno que eu tenho, mas se não se controlar, eu não medirei esforços para manter a paz nesta escola".
James suspirou. "Eu compreendo, professora".
A profa. McGonagall franziu a testa, estranhando a reação do garoto, ou melhor, a não reação. Potter não era dos mais contidos, e dificilmente aceitava um sermão sem contesta-lo. Suspirou. "Tenho que ser dura, Potter, para o seu próprio bem. Sei também que pode ter tido suas razões, mas nada justifica a agressão".
"Sim, senhora".
"Bom... o sr. Filch está com muito trabalho acumulado, e... parece que está tendo problemas com o Pirraça de novo, para variar. Tenho certeza que o senhor não hesitará em auxilia-lo durante a semana".
"Não, professora".
"Ótimo, então. Pode ir".
James se virou e foi embora, encontrando os amigos no corredor, esperando-o.
"Está tudo bem?", perguntou Remus, no que James deu de ombro, não estava muito a fim de falar.
"Bom, nos estávamos olhando os horários, e parece que temos um tempo vago, agora", disse Remus.
Mentira. James sabia, é claro, mas não estava mesmo a fim de assistir mais uma aula, com todo mundo olhando para ele, sem contar que ainda estava com o calor da raiva, e queria sumir por uns tempos, esquecer. "E você?".
"O que tem?", disse Remus sem entender, acompanhando Sirius que já estava rumando pelo corredor. James deu de ombro novamente, e seguiu os amigos.
OoOoO...OoOoO
"Nossa, acho que essa cena ficará gravada na história de Hogwarts", disse Alex. Estavam indo para aula de poções. Sarah passou acenando. Estava indo para a aula de transfiguração, porque ela era do quinto ano ainda. As amigas também acenaram.
"O que foi Lily?", perguntou Alice, olhando-a com curiosidade. A amiga não havia dito nada desde a cena no hall. "Lily... LILY!".
"Ai... que susto... o que?", perguntou, levando a mão ao coração. "Quer me matar?".
"Não... mas é que você tava viajando", disse Alice, meio aborrecida.
"Eu estava pensando...", disse, meio aérea.
"Antes pensar do que não pensar...", disse Alex, também olhando curiosamente a amiga.
"Não, é que eu estava pensando no Potter...".
"Nossa, ainda melhor...", brincou Alex.
Lily sorriu. "Não é nada disso, sua boba", disse, dando um tapinha no braço da amiga. "É que ele estava, sei lá...".
"Isso resume muito bem as coisas", disse Alice, impaciente.
"Não, é que dessa vez foi diferente...".
"Ai Lily, vê se fala alguma coisa para nós também, porque esse papo de você com você mesma não 'tá dando pra entender", reclamou Alex.
Lily soltou um muxoxo. "Vocês não perceberam? A coisa toda parecia mais séria. Não foi como no final do quinto ano..., não, foi pior... e o Potter nem me deu ouvidos...".
"Ah... então está chateada porque o Potter não te deu ouvi...", começou Alice.
"Não é nada disso", interrompeu impaciente. "Ele realmente estava com muita raiva... deu para sentir...". E voltou a ficar calada, perdida em pensamentos.
"Isso é verdade", disse Alex. "Foi bem feito pro Ranhoso".
"Pena que não deu para a gente saber o que realmente aconteceu", disse Alice. "Ah, mais depois a gente fica sabendo, né Lily?".
Mas a outra não lhe respondeu. Alice olhou para Alex que deu de ombros, e entrou na masmorra, sendo seguida pelas amigas.
OoOoO...OoOoO
Bom, eh isso, demorei? "Tudo vai mudar" eh inspirado na música do Us. 4... eh, o da malhação mesmo. A série é um saco, mas as músicas são legais. Continuem comentando, ou eu não vou mais postar... té, parece...chantagista barata essa... hehehheehheh
KeKa Black: eu tbm, sempre imaginei os marotos assim, tanto que eu resolvi compartilha-los... mas só um pouquinhu, viu... o Sirius eh lindo mas jah é meu...hheheheheheh
lahra: o Frank e a Alice são o casal fofo... eu to tentando faze-los mais parecidos com pais do Neville que são, entendi...mas eles ainda não estaum juntos... bjocas.
Bela Malfoy: Outro... gostou tbm? Heheheeh brigadin...bjos
Lynn Blake: Aí está… ah.. tá um pouquin maior, né.. vo vê se consigo faze maior ainda...heheheeheh bjin
Nathalia Cisti: que bom que ta gostando, é a minha primeira... gostou desse tbm?heeheh, brigadin, bjos...
Nossa, tanta genti comentando... brigado mesmo, genti...
