O jeito certo
O Três Vassouras estava quase completamente vazio àquela manhã, salvo a própria Madame Rosmerta e quatro rapazes sentados em uma das mesas mais afastadas. Era quase nove da manhã, não era de se esperar que o bar estivesse cheio. Na verdade, Madame Rosmerta não esperava que houvesse ninguém antes das onze. Era por isso que os olhava desconfiada.
"Aqui está", disse sorrindo para os garotos, ao depositar quatro garrafas de cerveja amanteigada.
"Obrigado, Madame Rosmerta", respondeu Remus sorrindo também. Ao resolverem cabular a próxima aula, não havia pensado que Sirius iria cismar de vir ao Três Vassouras. Havia centenas de outros lugares do quais poderiam ficar mais protegidos dos olhares curiosos, principalmente os da Madame Rosmerta.
"Vocês deveriam estar aqui?", perguntou ela, ainda sorrindo.
"Claro que não", respondeu Sirius, jogando os cabelos que lhe caiam nos olhos para trás. Descaradamente, Remus notou, ele jogava charme para ela. "Mas é claro que podemos confiar em você, não é Rosmerta. Qual outro bar seria melhor para nós? Os outros não tem uma linda dona como a senhora", disse sorrindo.
Madame Rosmerta ficou levemente vermelha. "Ah... vocês não têm jeito, e com que cara que eu vou olhar para o Alvo, quando ele souber que vocês estão matando aula no meu bar?".
"Ora, ele não vai ficar sabendo... e se ficar, diz que é culpa nossa", disse Sirius, fazendo um movimento com a mão despreocupado.
Remus soltou um suspiro impaciente, e Peter olhou para os lados, como se o professor Dumbledore estivesse em uma das mesas do lado. James olhou para Sirius, uma das sobrancelhas arqueadas:
"Pads, a culpa é nossa...".
"Então ela não vai estar mentindo".
Madame Rosmerta soltou uma gostosa gargalhada. "Eu adoro quando vocês vêem aqui. Mas é uma pena que eu não possa ficar, porque eu tenho que arrumar algumas coisas lá no porão", disse se virando. "Mas fiquem à vontade, se quiserem mais alguma coisa é só chamar", e se retirou.
"Na verdade, a culpa é minha...", corrigiu-se James, depois de acompanharem-na, com os olhos, dar a volta no balcão e desaparecer de vista.
"Não", disse Remus, e James olhou para ele. "A culpa é do Sirius".
"Minha?".
"É, sua... você que nos fez vir até aqui. Não sei porque... em plena manhã de segunda-feira, primeiro dia de aula...".
"Ei, nem vem", interrompeu Sirius. "Foi idéia sua de matarmos aula".
"Sua?", disse James olhando para Remus sem entender.
Remus fez uma cara de culpado e sorriu. "Eu não estava no clima para assistir poções. Mas não precisava vir tão longe. Podíamos ter ficado no salão comunal".
Sirius soltou um muxoxo impaciente e empurrou a cadeira para trás, se equilibrando apenas nas pernas traseiras. Fez-se um longo silêncio, quebrado de vez em quando pelo som oco dos copos sendo postos na mesa.
James olhou pela janela. Não conseguia tirar a imagem dela da sua mente. Aqueles olhos verdes, tão penetrantes, o olhando, varrendo momentaneamente a raiva que sentia de Snape. Como ela podia fazer isso, com ele, principalmente? O que será que ela estaria pensando sobre ele agora? Tá, ela não pensa muitas coisas boas dele, isso até um trasgo poderia saber, mesmo porque ela tinha deixado bem claro no fim do ano letivo passado. Mas parecia diferente. O jeito como olhou para ele hoje não era desprezo, era... sabe-se lá o que. Suspirou.
"Tudo bem?".
Ele olhou sobressaltado. "Ahn..., está claro...".
"Sabe, Prongs... amigos servem para desabafar, também", disse Sirius, bebendo o último gole da sua cerveja e pegando a garrafa de James, que estava cheia, pra beber.
"É que... bem, eu estava pensando na, vocês sabem, na Evans", disse relutante. Não queria que seus amigos achassem que realmente se importava, porque, realmente não se importava, quer dizer, se importaria se fosse importante. E eles já faziam piadinhas de que ele estava apaixonado, o Sirius principalmente, mesmo porque ele tinha feito a burrice de ficar injuriado quando ela deu o fora nele, não o primeiro, por isso ele ficou injuriado. E o Sirius toda hora dizendo que ele estava perdendo o jeito, e que vontade de socar o Sirius agora.
"Uma novidade, né Prongs. Quer dizer, ultimamente você nem tem pensado nela", disse Sirius, provocando.
"Para com isso, Padfoot. Deixa o Prongs desabafar", disse Remus, tentando esconder o riso.
"Tá me tirando também, né Moony...", disse James, fazendo os outros dois rirem, e Peter, vendo que era seguro, também riu. "Ô, Wormtail, seu ratinho medroso, deixa eu por as mãos em você...", mas também estava rindo.
"Sabe, eu estava pensando...", disse Sirius, e James o olhou, "Não na Evans, Prongs, calma...", corrigiu rápido, rindo, fazendo Remus rir também e James dar um soco de leve em seu braço. "Nos poderíamos ficar aqui...".
"Não, não poderíamos", interrompeu Remus, e já não estava mais rindo. Sirius soltou um muxoxo. É, não dava para matar a outra aula.
OoOoO...OoOoO
O Salão Principal estava lotado novamente, agora para o almoço. Após assistirem uma entediante, na opinião de James, aula de herbologia (a qual ele havia reclamado o tempo todo de que poderiam ter esperado no Três Vassouras "essa aula inútil terminar", no que Sirius fez coro), foram almoçar.
"Quer parar de reclamar?", disse Remus para James. "Se a gente abre uma frestinha, vocês querem logo escancarar a coisa toda. Dá próxima vez... não haverá próxima vez".
"Mesmo porque a aula já terminou, Prongs", disse Sirius. "Ah, qual é... capaz de ela nem estar lembrando do acontecido no hall", disse, quando percebeu que o amigo não parava de olhar para Lily. "Olha, ninguém tá nem ligando".
"É porque já é meio normal, não é. O James azarar o Snape", respondeu Remus, sentando-se ao lado de Frank, ao que os outros também sentaram-se. "Não estou falando que é certo", corrigiu rápido.
"Não é certo?", perguntou Frank, entrando na conversa.
"O James ter azarado o Snape", respondeu, servindo-se.
"É, não foi certo", disse Frank, olhando para James. "Mas foi hilário", terminou rindo, fazendo os outros rirem também. "Vocês tinham que ver, o Ranhoso entrou todo amuado na sala de poções hoje. Geralmente ele entra achando o rei de poções, o esperto".
Sirius riu. "Aquele idiota tava precisando de umas chocalhadas", disse, fazendo todos rirem, ao lembrar do jeito que estava o Snape no hall.
"Bom, tá certo que depois que ele viu que vocês não estavam na aula ficou bem mais à vontade, mas a sua ruivinha, James, deu um show nele", disse piscando. James no mesmo instante olhou para Lily, que estava rindo com as amigas.
"Foi? E o que ela fez?", perguntou interessado. Já havia se conformado com as piadinhas dos garotos no dormitório, inventando apelidos para se referirem a Lily.
"Uma poção do Morto-Vivo, de tirar o chapéu, diga-se de passagem. Slughorn ficou babando...".
"Evans sempre foi a melhor em poções", falou.
"É, mas o Snape também é bom...", disse Remus, pensativo.
"Ele também é, mas hoje, bem, digamos que ele não estava muito inspirado", completou Frank, fazendo um barulho que lembrava muito uma explosão. Todos riram, até mesmo os que não estavam na conversa.
"Falando da Evans... você falou com ela hoje?", perguntou James.
"Falei, sentamos juntos", respondeu Frank, lembrando-se da comida e voltando a comer.
James não queria demonstrar interesse, por isso também começou a comer. Depois de um tempo voltou-se para Frank. "E sabe se ela tá, você sabe...".
"Nervosa pelo que você fez?", completou, já prevendo o interesse do amigo. "Não, acho que não. Bom, é como o Remus disse, já é meio normal, você azarando o Snape".
"Ahn".
"Mas eu ouvi a Alice comentando com a Sarah que a Lily tava meio esquisita", disse pensativo.
"Esquisita como?", perguntou, fazendo Frank sair do transe momentâneo.
"Sei lá, nesse ponto eu me perdi", disse baixo, querendo que os marotos não ouvissem.
Sirius soltou uma gargalhada de chamar a atenção até mesmo dos professores. "Se perdeu... essa foi a melhor que eu ouvi hoje".
"Não enche, Sirius", falou Frank, olhando para os lados, certificando que ninguém mais olhava para eles.
"Ah, Frank, qual é... você já perdeu as melhores oportunidades da sua vida para chamar a Stanford para sair", disse rindo e fazendo James rir também.
"Eu não sou tão cara de pau como o seu amigo, e nem tanto tolerante com um 'não'", disse, olhando para James.
"Um não, vários", disse Remus rindo, no que os outros acompanharam e James fechou a cara.
"Muito engraçado, Moony", disse. "Mas tem certeza que ela não tá 'p' da vida comigo?".
"Sei lá... a Lily não guarda rancor, você sabe", respondeu Frank, dando de ombros.
"Não guarda rancor de você, ou de qualquer outra pessoa, mas de mim...", disse James, encolhendo os ombros.
"Sabe James", começou Remus "se você está tão preocupado em saber se a Lily tá ou não com raiva de você, porque não procura saber, tipo...".
"Está certo, Remus", interrompeu James. "Não que eu esteja muito preocupado...", corrigiu logo, recebendo olhares e sorrisos céticos. Ele sorriu, olhou na direção em que Lily tentava parar de rir para beber o suco. "Ei... EVANS" chamou. Lily olhou em sua direção parecendo atordoada e se engasgando com o suco.
"Não era bem isso que eu tinha em mente", murmurou Remus, olhando para Sirius, que por sua vez, olhava incrédulo para o outro.
"Quer ir a Hogsmead comigo nesse sábado?".
"Você não vai estar de detenção?", perguntou ela, percebendo, logo depois, a burrada que tinha feito.
"Por que? Você iria?", perguntou James, com uma sobrancelha arqueada. Por incrível que possa parecer, a imensa zoeira que estava no salão cessou.
Lily o olhou como se ele fosse doido, franzindo as sobrancelhas. "Não".
Muitos riram, outros levaram na normalidade. Bom, anormal seria se ela aceitasse.
"O que deu em você?", perguntou Sirius. Mas percebeu que o amigo estava sorrindo. "Você é maníaco sabia?".
"Sabia, é uma das coisas que nos faz amigos, porque você também é...".
"Pelo menos ela não está brava com você", disse Remus pensativo.
"O que?", perguntou Frank rindo, mas sem entender.
"Bom se ela estivesse com raiva dele ela teria o ignorado, e se tivesse com medo, teria aceitado... suponho que seja isso que você tinha em mente para descobrir...", disse olhando para James.
"É, e descobri os dois de uma vez só", disse James orgulhoso.
"Pode ir murchando esse seu ego, amigo... porque você conseguiu isso levando mais um fora, com toda a escola vendo", disse Sirius.
"Você precisava olhar pelo lado negativo, né Pads...".
OoOoO...OoOoO
"O que deu no Potter para me chamar para sair daquele jeito?", perguntou Lily. Estavam na aula de DCAT, e o professor, novato por sinal, totalmente empolgado, fazia um mapa do que seria as Artes das Trevas.
"Daquele jeito como?", perguntou Alice, tentando copiar o mapa, que estava todo embaralhado.
"Ora... daquele jeito", disse impaciente. "Sem contar que ele terá detenção a cumprir no sábado".
"Não só no sábado, na semana inteira, inclusive hoje. Eu acho que vai ser eu que vou ter que monitorar. Quer dizer, a profa. McGonagall não vai querer que o Remus monitore o melhor amigo...", continuou Alice, viajando nos pensamentos, mas olhou abismada para a amiga.
"O que?", perguntou Lily, percebendo o olhar da amiga.
"Se ele te pedisse de outra maneira ou se ele não tivesse detenção você iria?".
Enfim Lily percebeu o que tinha dito. "Nããããoooo...", soltou, mais alto do que gostaria.
"Pois é", disse o professor, tomando a exclamação de Lily como algo inacreditável que ele estava falando. "O estudo das Artes das Trevas são como o nome mesmo diz, uma arte. É preciso paciência, e muita concentração... se vocês se empenharem verdadeiramente nesse estudo, verão como elas são lindas e perfeitas...".
"Esse cara é doido...", disse uma voz as costas de Lily. Ela se virou e deparou-se com James, na segunda carteira atrás dela, debruçado sobre a mesa e Sirius balançando na cadeira, como tinha mania de fazer.
"Eu disse que você era maníaco?", disse Sirius. "Acho que era porque eu não tinha conhecido essa figura ai...".
"Quer calar a boca, tem gente querendo prestar atenção", disse Remus, virando-se para trás. Estava sentado com Peter entre Lily e Alice, e James e Sirius.
"Ah... foi mal Remus", disse James levantando a cabeça. "Mas você não pode negar que ele é meio obcecado". Ele ouviu um som abafado na frente de Remus, e inclinou-se para ver quem era. Viu Lily, que por um momento pareceu que estava sorrido, mas logo ficou séria e virou-se para frente.
"Bom, parece...", analisou Remus, falando muito baixo. "Mas mesmo assim, eu gosto da matéria... eu não fico falando na sua cabeça em Transfiguração".
"Tá... parei".
OoOoO...OoOoO
"Você tá fazendo tudo errado".
Estavam na sala de troféus, onde James havia sido encarregado, entende-se obrigado, a limpar. Estava sendo monitorado por Alice Stanford, monitora da casa da Grifinória.
"Dá licença", disse James meio impaciente, "mas eu já cansei de limpar essa sala, então eu acho que eu sei limpar um troféu".
Alice riu. "Não, seu bobo... eu tô falando da Lily".
Um barulho estrondoso se fez ouvir quando um troféu escorregou das mãos de James e foi direto para o chão.
"Distraiu-se?", perguntou Alice, debochando.
"Não sei porque eu me interessaria em saber o que eu estou fazendo de errado com a Evans", disse, pegando o troféu do chão, tentando não olhar para a garota.
"É, tá bom... e eu sou uma veela", disse cética.
"Olha, sem querer ser grosso, mas eu não tenho que discutir isso com você", disse, olhando para ela.
"Eu estou querendo te ajudar". Alice se aproximou do lugar em que James estava e se sentou em uma mesa perto.
"Jogando a sua melhor amiga na minha mão?", perguntou cético.
"Não gosto quando vocês falam dessa maneira", disse Alice com um olhar de repreensão. "Fica parecendo que a gente é um objeto".
James suspirou, olhou para ela se desculpando. "Tá, suponhamos que eu esteja verdadeiramente interessado na sua amiga...".
"Ahn".
"O que eu estou fazendo de errado?", perguntou, olhando para o chão, mas ainda continuava a limpar um troféu aparentemente limpo.
"Você é um garoto bem inteligente", disse ela se aproximando um pouco mais. Abaixou o tom de voz e sussurrou. "Tem certeza que não tem a mínima idéia?".
"Você vai falar ou não?", disse impaciente. Não, ele não tinha a mínima idéia. A Evans era meio, totalmente, doida... não dava para entender aquela garota. Uma hora era engraçada, simpática risonha, mas quando ele aparecia ela ficava meio estressada.
"Ela fica meio nervosa perto de você", disse como se lesse os pensamentos de James. "Não consegue perceber por que?", falou meio sonhadora. "Ah Potter, deixa de ser tapado... garotos".
"Porque eu a incomodo?", disse relutante, parecia que estava em um tipo de teste, e não poderia responder errado.
"Certo... mas não desse jeito que você está pensando", disse rápido. "Olha, ela te deu várias sugestões, idéias e formas de como conseguir... ahn... conquista-la".
James pegou outro troféu, tentando esconder o interesse. Ela havia dado chances para ele? Como?
"Pensa... o que ela sempre diz a você quando a chama para sair?", parecia que ela lia seus pensamentos. Qual é, ele não era tão transparente assim... talvez porque a Stanford estava tocando em um lugar... bem... sensível.
"'Não'?", disse aquela sensação de teste voltando.
Alice riu. "A parte mais extensa".
"Que eu vivo azarando os outros por ai... que eu me acho o tal com o pomo de ouro... que eu sou um riquinho mimado... não, espera... quem diz isso não é ela".
"Ela também diz, mas continua".
"Que eu tenho a cabeça cheia de titica, que eu só penso no meu já inchado ego... e mais algumas coisas que eu esqueci... ela tem um vocabulário variado", terminou. "Mas eu não sei como...". Parou, a compreensão batendo com um baque. Mais uma vez o troféu caiu da sua mão.
"Merlin seja louvado, ele finalmente percebeu", riu Alice, batendo palmas. "Era por isso que eu estava meio espantada de você não ter percebido antes... viu, estava bem debaixo do seu nariz", disse animada.
"Cara, eu pensei que fosse ser mais fácil", disse sorrindo, mas não estava animado como Alice.
"Os melhores caminhos nem sempre são os mais fáceis", filosofou Alice. "O prof. Dumbledore disse isso no jantar de recepção".
"Então eu vou ter de deixar de fazer tudo isso?", disse desanimado.
"É... e mesmo assim, o prêmio final poderá demorar um pouquinho", disse sorrindo para conforta-lo. "Você sabe... a Lily também é meio cabeça-dura. Você pode mudar, mas pode ser que leve algum tempo para ela aceitar isso".
James suspirou, ainda faltavam muitos troféus. Mas aí outro estalo o acometeu. "Mas é claro que tudo isso é hipotético... quer dizer, se eu estivesse verdadeiramente afim da Li... Evans".
"Alice olhou sem entender, mas depois sorriu. "É claro... estamos falando hipoteticamente". E estendeu algo para ele. "Não vai espalhar por ai...", disse quando ele pegou sua própria varinha. "É que eu tô meio cansada", sorriu culpada.
James sorriu, e com um aceno de varinha toda a sala já estava limpa. "Obrigado Stanford". Agradeceu, e Alice sabia que não era só pela varinha.
"Me chame de Alice... já tem um tempão que a gente se conhece, e eu acabei de te dar intimidade".
"Qualquer coisa que precisar...", disse James, acompanhando-a para fora da sala.
"Olha que eu cobro, hein...", disse sorrindo.
OoOoO...OoOoO
"Tá legal?", perguntou Remus pela décima vez. "Você parece meio...".
"Desanimado", completou Sirius, sério.
"É porque eu estou", disse por fim. Não havia contado para os amigos a conversa com Alice. Seria o que eles precisariam para ficar zoando com a cara dele o resto da vida.
Estavam sentados na escadaria de frente para o jardim da escola. O sol estava meio morno, mas estava gostoso. Tinham um tempo livre agora, depois do almoço, e a preguiça parecia ser contagiante. Muitos sextanistas haviam deitado no gramado se espreguiçando, tentando se esquentar com aquele sol tímido. Inclusive um grupinho de garotas que riam e soltavam gritinhos. Elas atraiam muitos olhares, principalmente masculinos.
Sirius suspirou e desviou o olhar quando algumas pareciam estar apontando para ele. Será que não tinha uma garota diferente nessa bendita escola? Estava cansado desses risinhos irritantes. "Garotas bobas".
James sorriu. "É porque você tá solteiro".
"Elas ficam assim até mesmo quando ele não está", disse Remus, também rindo da cara do amigo. "Lembram da Kirsten? Ela ficou doida".
"E foi ela que terminou comigo", disse Sirius, já se justificando.
"Ninguém disse o contrário", disse Remus calmamente. "Mas não pode negar que aqueles... tentáculos não foram acidentais".
"Eu não tive culpa", se defendeu. "Essas garotas são loucas".
"Viu... é o que eu sempre falo", disse James, olhando para o grupinho, mais precisamente, para a ruiva que se encontrava nele.
"Ai... Alex, você deitou na minha perna", ouviu ela reclamando, mas estava rindo.
"É porque a Alice não pára quieta", defendeu-se a outra. E elas recomeçaram a rir.
"E você Remus?", perguntou James, olhando para o amigo.
"Eu o que?", disse Remus surpreso. Sirius cutucou o amigo e apontou para o grupinho de garotas. "Não tenho tempo para isso".
"Ah desencana disso", disse Sirius. "Você trata isso como se fosse um... trabalho".
"Não deixa de ser trabalhoso", disse James, se lembrando da conversa com Alice.
"Só quando é sério", disse Sirius, olhando para James, sabendo exatamente em quem ele estava pensando.
"Não é sério", disse James se defendendo. "Mas voltando ao Remus...".
"Nem precisa voltar... pode ir-se embora", disse Remus, fazendo-os rir.
"Ah, Moony... o que você tem é só um probleminha... peludo por companhia", disse James.
"O seu coelho de novo, Remus", disse uma voz doce as costas. Os três garotos se sobressaltaram.
"Sarah... como vai?", disse Remus, disfarçando o susto melhor que os amigos.
"Bem... quer dizer, ano de N.O.M.s é uma chatice", disse sorrindo.
"Ainda bem que nós já passamos por isso", disse James, tentando ser simpático com a garota, que ele se lembrava de ter ido sem convite ao aniversário. "Agora podemos aproveitar o tempo livre".
"Quem me dera", disse a garota sorrindo para ele e olhando para as amigas mais à frente.
"Você tem aula agora?", perguntou Remus, cutucando Sirius na costela, fazendo ele parar de encara-la. A garota já tinha percebido e ficara sem graça.
"É... herbologia", disse descendo alguns degraus.
"Eca", disse James, fazendo Sarah, voltar-se para eles.
"Não gosta?", disse estranhando.
"Não", disse James com um olhar de desculpas, pois percebeu que a garota gostava.
"Bom, ainda bem que eu uno o útil ao agradável", disse se despedindo e indo embora.
"Eu falei alguma coisa errada?", perguntou James preocupado. Ela parecia de porcelana, parecia que poderia quebrar a qualquer coisa errada que se fizesse ou falasse.
"Ela às vezes é assim", disse Remus. "Não é tão frágil quanto parece, sabe. Mas o útil é que ela quer ser curandeira, e herbologia é uma das principais matérias".
"Ahn...".
"E você", disse se virando para Sirius, "deveria ser mais educado com ela, afinal você foi ao aniversário dela sem ser convidado".
"Eu sabia que a conhecia de algum lugar", disse Sirius.
"Mas ela tá meio diferente", disse James pensativo.
"É porque ela prendeu os cabelos", reparou Sirius. "Prefiro-os soltos".
"Por que não diz isso para ela dá próxima vez?...", disse Remus, pacientemente, "ao invés de ficar só encarando... ficou tímido, foi", zombou.
"Não enche".
"Perdi alguma coisa", perguntou Peter, olhando para eles.
"Ah, não enche, você também", disse Sirius se levantando.
"Não liga não, Peter", disse James. "Ele tá meio estressado porque ficou tímido perto de uma garota".
"Cala boca".
OoOoO...OoOoO
N.A: Oi, desculpa a demora... mas época de festa, vcs sabem... sem contar que deu um nó na minha capacidade de imaginação, mas ela voltou... graças a Deus. Oh.. obrigado pelos coments, mas eu quero mais (um espasmo de ambição). Heheheh.. sério gente, comenta aí, para me anima... não sei quanto tempo o outro vai demorar, mas eu acho que eu vou dar um salto no tempo... e não esperem bjo do casal preferido, pq isso naum vai acontecer antes do sétimo ano... bjaum
Lynn Blake: James É perfeito...heehhe, e a Alex é baseada em uma miga que eu tenhu.. é engraçadaço ela dando uns foras no pessoal... mas ela encontrou o cara certo pra ela.. e o mesmo vai acontece com a Alex.. é melhor eu parar por aki, ou vou conta a historia toda.. bjaum e obrigada.
ArthurCadarn: Você acha? Ai desse jeito eu vou ficar convencida.. hehheheh.. muito obrigada.. eu posso demorar um poquinhu mas eu não vou desistir da fic.. eu não suporto ter que começar a ler uma coisa e não terminar, por mais desastroso que seja... bjaum