Aqui vai mais um capítulo da fic Ventos de Mudança! Não se esqueçam de mandar reviews, opiniões, criticas e até mesmo concelhos!

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Capítulo 2- Meu pretendente, teu cunhado.

Ela olhava para papel amachucado com lágrimas a escorrerem-lhe pela face. Abanou a cabeça e atirou o papelito branco para o caixote do lixo.

" Nem pensar! Não vou a casa dele"

Caminhou até a enorme escadaria do hotel e olhou para o caixote do lixo. Sem pensar, enfiou a sua esguia e fina mão pela abertura do compactado caixote de metal e arrebatou um molho de papéis que começou a desdobrar e a ler.

" Tem que ser este" pensou ao abrir lentamente o último papel que se encontrava na sua mão.

Seus olhos iluminaram-se como por magia ao ler as palavras inscritas no papel " 5th and Brodway number 13 4ºfront". Ela pensou por um segundo. Deu conta que era um dos bairros finos de Nova Iorque. Lembrou-se da delicada e esmerada imagem da noiva de Kai. Devia ser uma menina riquinha, reparou.

Caminhou para perto do elevador e tocou no botão. A porta abriu-se com um imperceptível "tlim". Ela entrou ainda a olhar para o pequeno pedaço de papel e encostou-se à parede de madeira. Carregou no botão correspondente ao andar do seu quarto sem dar conta que uma mão, morena e masculina, tocava no mesmo botão ao mesmo tempo.

Cloe ergue o olhar para encarar a pessoa e notou que a conhecia.

- Peço desculpa se disse algo indelicado na festa! Estava um pouco alcoolizado e a tentar ser engraçado. – o rapaz de cabelos morenos que se encontrava com Kai na festa olhava para ela com um ar arrependido.

- Claro! Eu nem liguei. – olhou para os olhos dele pela primeira vez. Eram duma bela cor verde intenso. Ficou a olhar para aqueles belos olhos durante algum tempo até o rapaz voltar a falar.

- Meu nome é William.

- Cloe! – estica a mão para um aperto desta e sorri abertamente.

- Eu sei. Sou fã do seu trabalho. Adoro as suas músicas principalmente a " Sweet September".

Ela corou. – Obrigado! É bom saber que gosta do que faço.

- Você parecia conhecer o meu patrão.

- Seu patrão?

- Kai Hiwatari. Eu sou o acessor de uma das empresas dele.

- Ah! Parecia ter uma boa relação com ele. Ele não se ri facilmente.

- Sou bom nisso. – o rapaz gargalha por momentos parando de repente. – Não o via a bastante tempo pois não?

- Porque pergunta?

- Porque parecia muito surpreendida ao saber que a festa era dele.

Ela manteve-se silenciosa.

- Posso-lhe pedir um favor?

- Claro! Diga.

- Gostaria de vir jantar comigo amanhã?

Abriu a boca para falar. Ia dizer que não, que nada a fazia esquecê-lo, mas de súbdito deu por sim a responder que adoraria jantar com William.

- Óptimo! A que horas posso vir busca-la?

- Por volta da 7 talvez?

- Está óptimo! Amanhã, jantará comigo...qual é o seu quarto?

- 456! No quinto piso.

O elevador parou no sexto piso. O silêncio instalou-se por momentos enquanto a porta se abria. William pôs-se então de diante da jovem cantora e beijou-lhe delicadamente a mão.

- Prazer em conhecê-la!

Cloe sorriu e assentiu com a cabeça, enquanto William se afastava.

Carregou no botão 5. Correu para o quarto e atirou-se para cima da cama. Arrancou dos pés os sapatos de salto alto e abriu o armário.

" Que hei-de levar amanhã?". Pegou num vestido preto pelos joelhos Era perfeito para a ocasião. Libertou o cabelo e dirigiu-se para a casa de banho. Abriu a torneira de água quente e despiu lentamente o vestido apanhando o cabelo com uma mola branca. Experimentou a água com o pé e entrou na banheira deitando-se nesta. Após lavar o tronco imaginou o dia seguinte. Tinha que admitir que William era um homem vistoso. Era bonito, elegante e atraentemente arrasador. Tinha um sorriso de cair para o lado e uns olhos ainda mais bonitos. Há muito que não saia com ninguém. Seria bom para ela.

No dia seguinte, Cloe corria pela casa com pressa para se arranjar. Tinha-se demorado muito com as entrevistas marcadas para esse dia e ainda não estava pronta.

A campainha tocou. A rapariga pulou e pediu a alguém para ir abrir a porta enquanto corria para a casa de banho.

William entrou com um belo ramo de orquídeas brancas para lhe oferecer.

- A menina Cloe vem já. Faça o favor de se pôr à vontade.

- Obrigado! – William olhou em volta. Nada daquilo parecia o quarto de hotel duma estrela de rock. Era demasiado branco e arrumado. Sentou-se no sofá e esperou.

Cloe entrou na sala com o vestido preto posto. Não usava maquiagem e o seu cabelo estava solto.

William permaneceu com os seus olhos colados à loira.

- Estou assim tão mal? Não tive tempo de me arranjar.

- Não! - levantou-se rapidamente – Estás linda. Eu é que não pensava que fosses assim tão bonita sem maquilhagem!

- O que queres dizer?

- Bem... maior parte das mulheres famosas só são bonitas com maquilhagem posta...

Cloe riu-se e disse: Pois mas eu não uso muita maquiagem! Apenas nos concertos e eventos importantes. Não em entrevistas ou performances públicas.

- Toma – disse atrapalhado - São para ti!

Cloe olhou para as flores.

- Obrigado! Teresa!

- Sim senhora.

- Coloque as flores em águas se não se importa.

A empregada pega nas flores e leva-as para a cozinha.

- São lindas, mas é melhor irmos andando.

- Claro.

William deu o braço a Cloe e levou-a para o carro.

- Onde vamos comer?

- A casa da minha irmã.

- Não sei se deva! Ela não se importa?

- Não, ela convidou algumas pessoas e pediu-me para eu levar alguém. Para ela as aparências são tudo na vida. È só para pensarem que não sou homossexual.

- E és?

- Vou-te deixar descobrir isso por ti mesma. – Diz abrindo a porta do carro.

Cloe e William conversavam animadamente até que o carro parou.

- Chegámos?

- Ainda não. O Terry foi só buscar a prenda da minha irmã.

A rapariga permaneceu calada o resto do caminho. Demoraram mais meia hora até chegarem aonde quer que fosse que William a levasse. Sentia-se tensa. Já não sabia se tinha sido certo aceitar o convite dele.

William abriu a sua porta e dirigiu-se para o outro lado para abrir a de Cloe. Ela saiu do carro e olhou em volta. Uma imponente mansão branca opunha a visão de um belo jardim repleto der árvores. William deu de novo braço a Cloe e caminharam por um pequeno caminho de ladrilhos bordot. William é recebido na grande casa mesmo antes de bater à grande porta de madeira maciça.

- Cheguei!

- William!

A rapariga de cabelos loiros e olhos verdes que se encontrava na festa acorre a cumprimentar William.

- Cloe esta é a minha irmã, Susana.

Cloe cumprimenta a jovem rapariga olhando em volta.

- William, talvez seja melhor irmos!

- Que disparate! Nós vamos cá jantar.

- Tu és a rapariga da festa! Bem-vinda à minha casa.

- É muito simpática.

- O Kai deve estar prestes a descer! Podem ir andando para a mesa. Cloe peço desculpa mas a noite de hoje é capaz de ser um pouco aborrecida. Negócios. Todos os que estão presentes são empresários.

- Não faz mal. Eu estou habituada!

- Bem vamos para a mesa.

William puxa uma cadeira para Cloe, que se senta ao lado de Susana.

- O Kai deve estar a descer.

Todos os empresários endireitam as indumentárias enquanto se sentam à mesa. O silêncio reina até que William se levanta.

- Senhores e senhora. Temos presente aqui connosco uma diva da música.

Cloe cora enquanto puxa o casaco de William.

- Senta-te! – sussurra-lhe.

- Quer dar-nos a honra de nos entreter com a sua belíssima voz?

- Bem...eu não...

- Vá lá! Eu não me calo enquanto não cantares.

- Ok! Eu canto.

Cloe levanta-se da mesa e começa a cantara música "Somewhere " dos Within Temptation.

O silêncio instala-se de novo enquanto os presentes a ouvem cantar. Passados alguns minutos ouve-se uma voz grave.

- Bem me parecia que conhecia esta voz.

Cloe pára de imediato sentando-se outra vez.

- Palmas para a musa da noite e minha acompanhante ao jantar de hoje! - Diz entusiasmado.

- Não sabia que tinhas vindo acompanhado William.

- Cunhadinho, a Susana disse para trazer alguém.

Kai olha para Cloe com um ar desaprovador. Esta vira a cara e começa a conversar animadoramente com William.

Kai manda servir o jantar enquanto se fala de negócios.

- Esse vestido é lindo.

- Obrigado! – responde Cloe um pouco embaraçada.

- O meu irmão e o meu noivo são grandes fãs seus. Até a mim me viciaram na sua música. Adoro as baladas românticas. Onde arranja inspiração para tais tragédias amorosas?

Cloe olha para Kai e responde: Acredite quando lhe digo que realmente é aquilo por que passei e aquilo que sinto em termos de romance.

Na altura que a loira olha para Kai este retribui o olhar, afastando-se da conversa sobre o mercado da bolsa que era agora discutida pelos empresários. Ele ouviu o que a jovem disse sobre as baladas e não pôde evitar senão sentir-se lisonjeado ao pensar que poderiam ser sobre ele. Um pequeno sorriso formou-se na sua boca e por momentos contemplou a bela jovem. Um dos mais velhos presentes no jantar chamou de novo a atenção de Kai para a, agora discussão, que se instalara sobre o negócio da reciclagem.

- Uma rapariga como você a sofrer tanto por amor?

- Sim... ainda existem estupores por este mundo fora! Além disso não diferente de qualquer outra rapariga.

Kai olha para Cloe com alguma raiva a formar-se. Ele não a tinha abandonado. Não era nenhum estupor.

- Pois tem razão! Antes de conhecer o meu Kai eu também estava com uma depressão. Fui deixada por um homem que amei completamente e só com a ajuda do meu querido é que recuperei.

Foi como que uma facada nas costas para a vocal. Calou-se durante uns momentos até que William a convidou para dançar.

Cloe dirigiu-se animadamente para o meio da sala de jantar com o moreno. Dançaram por uns momentos até que Kai pediu para se dirigirem para a sala de esta para tomarem uns aperitivos.

O empregado serviu um martini branco aos convidados. Cloe rejeitou o seu pois não bebia.

- Venha comigo. – pediu Susana gentilmente.

- Ok. Mas onde?

- Venha1 –Susana conduz Cloe pela enorme escadaria até uma pequena porta de madeira vermelha, que estava trancada a chave.

- O que é isto?

- É o quarto que eu estou a decorar. Ainda é cedo e sei mas queria já fazê-lo, pois mal me casar penso...

- Pensa?

A noiva de Kai destranca a porta dando lugar a um pequeno quarto. Uma bela paisagem estava pintada nas paredes, com ursinhos e balões e na parede oposta uns belos arbustos cobertos de flores. Cloe entrou no quarto e espreitou pela janela. Daí podia ver-se o belo jardim, cheio de roseirais, lírios, malmequeres, amores-perfeitos e mais uma diversidade de flores. Também inúmeras árvores cresciam no jardim e no horizonte um belo rio fluía.

- Que maravilha!

- É o quarto para o nosso filho. Mal me casar quero engravidar.

Cloe olhou para a rapariga e não conseguiu disfarçar a sua tristeza. Imaginou-se no lugar dela. Ela a casar com Kai, ter os seus filhos e viver com ele para sempre.

Saiu do quarto e perguntou pela casa de banho. Correu até lá e lavou as lágrimas que forçavam cair.

" Não vou chorar mais" pensou.

Limpou a cara e saiu da casa de banho chocando com William.

- Que se passa?

- Nada! – mentiu o melhor que pôde. – Vamos voltar para baixo?

- Sim o Kai chamou-nos a todos! Vai brindar!

Ambos se dirigiram à sala de estar. Kai ergueu os copos e brindou ao seu futuro casamento com a mulher mais bela do mundo. Que ironia. Ele sabia que não a achava a mulher mais bela do mundo mas o compromisso era para ser mantido. Até estaria tudo muito bem com ele se ela não tivesse aparecido de novo. Foi ela que criou essa sensação de que estava a cometer um grande erro. Susana beijou-o apaixonadamente, e ele não consegui tirar os olhos de Cloe. Um sabor amargo permaneceu na sua boca durante um bom bocado. Bebeu desesperadamente o seu martini, na esperança de disfarçar esse sabor. Os seus olhos estavam postos no seu sorriso. Era demasiado sincero.

Kai perguntou-se se ela estaria a sentir o mesmo que ele, ou se já o teria esquecido. Uma nuvem de dúvida percorria-lhe a mente. Ele recusava-se a acreditar que ainda poderia nutrir algum sentimento em relação à loira. Olhou para noiva e desejou estar no lugar de William. Por esta altura, Cloe, já o abraçava, sorridente e animada. Talvez estivesse a fazer uma tempestade num copo de água e nada fosse o que parecia. Talvez ele não estivesse com dúvidas em relação a Susana e apenas estivesse feliz por voltar a ver a antiga amiga...amante...

Lembrou-se da noite anterior na festa. Porque teria ela reagido daquela maneira se já não gostasse dele. Talvez tenha interpretado mal os sinais. As sua mente estava cheia de "Talvez".

Susana abraçou-o e perguntou o que se passava. Kai voltou a si nesse momento e beijou a testa da jovem. Cloe fitou-os tristemente aceitando o facto de ter perdido Kai.

Disfarçava bem. William nem sequer notava que ela não ouvia nada do que ele dizia. Tanto Cloe como Kai estava isolados do resto das pessoas entreolhando-se. Susana levou Cloe para a cozinha, enquanto os homens continuavam a falar de negócios.

- Ela ainda é mais maravilhosa ao vivo.

- Quem?

- Oh Kai andas a dormir? Quem havia de ser? A Cloe claro!

- Ah sim...muito simpática.

- Ontem parecia que já a conhecias.

- Não...

- Bem não interessa. Ela é maravilhosa. Divertida, simpática, simples, honesta... nunca pensei que alguém como ela pudesse ser assim tão simples.

- Tu és rico e és simples William!

- É diferente! Eu sempre me opus às maneiras do meu pai. Sempre convivi com os pobres. Além disso não sou famoso. É isso que nos sobe à cabeça... a fama. Ela não é assim...é normal.

- Que estás a querer dizer Will?

- Acho que me estou a apaixonar por ela!

Kai sentiu uma raiva crescer-lhe no peito. Esta misturada com ciúme, deixavam-no perto de esmurrar o amigo e colega de trabalho.

- Tu mal a conheces!

- Sabes aquelas coisas...

- Que coisas?

- Aquilo do amor à primeira vista?

- Sabes que não acredito nisso. Não te podes apaixonar por alguém que não conheces.

- Pois ...podes dizer o que quiseres mas a verdade é que o que sinto por ela é diferente daquilo que senti por todas as outras! Não digo que seja amor...não sei sequer se saberei se o é, mas que é diferente é. Até o som da sua voz me deixa...feliz.

- Deve ser só uma atracção. Tu sempre foste mulherengo.

- Com ela é diferente! Não consigo explicar!

- BASTA! VAMOS ACABAR COM ESTA CONVERSA DE TRETA!

William ficou abismado. Não tinha dito nada para enfurecer o amigo de cabelo bicolor, e parecia que, tinha dito algo ofensivo.

- Kai... eu...

- TU NADA! NÃO VAIS MAGOAR ESTA RAPARIGA COMO FIZESTE A TODAS AS OUTRAS QUANDO TE FARTASTE DELAS!

- Eu não a vou tratar assim! Podes estar descansado se é isso que te preocupa.

Kai apercebeu-se que estava enervado devido ao ciúme e não porque Cloe podia ser magoada por William. Bem dentro dele, Kai desejava que assim fosse, para não a ver com William.

- Ainda bem que ficamos esclarecidos.

Cloe saiu da cozinha e dirigiu-se a sala de jantar.

Kai reparou na rapariga e com uma desculpa seguiu-a até lá.

- Olá!

Cloe olhou para trás e friamente cumprimentou Kai.

- Olá!

- Que estás aqui a fazer sozinha?

- Esqueci-me da minha mala aqui! Tenho de chamar o William para irmos embora. Já é tarde.

- Ah...ainda bem que vieste...

- Eu não sabia que vinha aqui. Eu ia jantar com o William e não fazia ideia de que a tua noiva era irmã dele.

- Oh...pensava que tinhas vindo pelo teu medalhão.

Cloe encarou-o, aproximando-se dele.

- Eu não era para vir aqui busca-lo, mas já que aqui estou poderias devolver-mo!

- Tudo bem...segue-me!

Cloe seguiu Kai de novo pela escadaria acima. Passaram o quarto de bebé que Susana estava a pintar e entraram noutro.

O quarto estava decorado em tons de bege. Cortinas bege, colcha bege, tapetes bege. A cama de casal encontrava-se no meio do quarto e era duma madeira avermelhada. A cabeceira era em almofada bege. De cada um dos lados da cama encontrava-se uma mesa de cabeceira, com um candeeiro uma retrato, de uma lado de Kai e do outro de Susana e numa das mesas um despertador. Na parede em frente a cama encontrava-se um toucador coberto de perfumes, maquilhagens, escovas para o cabelo e outros acessórios de mulher. No centro deste encontrava-se um grande espelho, com umas fotos de William e de Susana com os pais. De lado encontrava-se um enorme armário e na parede oposta uma grande janela aberta, deixando esvoaçar os cortinados.

Cloe não podia estar mais impressionada. O quarto para além de enorme era lindo. Tocou num ramo de flores secas e cheirou os dedos em seguida.

- Gerebera!

- Sim! Sempre tiveste jeito com flores!

- Sempre adorei flores!

Kai dirigiu-se a uma das gavetas do enorme armário, enquanto Cloe tocava o toucador e os perfumes de Susana.

- Ela tem muito bom gosto.

Kai não respondeu e fingiu que estava à procura do medalhão.

Cloe viu o anel de noivado de Kai. Era um anel em ouro branco cravado com o seu nome e o da sua noiva e com diamantes incrustados.

- Deve ter sido caríssimo!

- O quê?

- O anel de noivado! Porque não o usas?

Kai não respondeu durante um bocado. Não podia dizer que era porque não amava realmente Susana. Pensou por um pouco e respondeu.

- Porque é apenas simbólico. Usa-lo não muda em nada o que sinto pela Susana.

Foi uma boa mentira pensou. Pelo menos ela pareceu acreditar.

- Que querido! O meu medalhão?

- Não o consigo encontrar! Devo tê-lo deixado na empresa!

- E quando pensas devolvê-lo?

- Vens cá jantar outra vez com o William e dou-te o medalhão duma vez por todas.

Cloe olhou-o furiosa. Saiu de rompante do quarto e desceu rapidamente as escadas.

- Quero-me ir embora!

- Calma! Que se passa?

Cloe olhou para trás e viu Kai. Virou-se de novo em direcção a William e disse calmamente:

- Já é tarde! Devo ir para casa!

- Ok! Deixa-me só despedir das pessoas e vamos!

Cloe entra na cozinha.

- Onde foi?

- Não me trate por você, trate-me por tu!

- O mesmo te digo!

- Eu só me vim despedir. Já se faz tarde e devo ir.

- Por favor, volta com o meu irmão. Quase nunca tenho companhia e fazia-me falta uma amiga!

Cloe olhou-a com pena. Não podia ser sua amiga. Não dela que era a noiva do homem que tanto amava. Era irónico. Na noite anterior quando soube do noivado de Kai, odiou a moça apenas por ter chamado a atenção deste. Sorriu amavelmente e acenou que sim. Não a podia culpar. E ela era até bastante simpática. Abraçou Susana e deu-lhe um beijo na bochecha.

- Vou voltar com o teu irmão. Não te preocupes.

Susana sorriu também. Ambas voltaram à sala onde Cloe se despediu dos restantes convidados.

Kai não se encontrava na sala e William achou melhor irem andando. Ele pediria desculpas a Kai depois.

Levaram algum tempo da mansão Hiwatari até ao hotel. Durante esse tempo a atmosfera era de silêncio. William acompanhou Cloe até ao seu quarto. Esta tirou rapidamente os brincos que a magoavam e os sapatos.

- Gostas-te do jantar?

- Adorei! Obrigado...diverti-me muito!

Ela levantou-se do sofá e dirigiu-se até William.

- Acho melhor irmos dormir.

William tentou a sua sorte com um beijo, que foi prontamente rejeitado pela jovem.

- Estou muito cansada!

- Ok! Então até amanhã!

- Quando vais voltar a casa da tua irmã?

- Amanhã vou trabalhar mas devo ir lá à noite!

- Posso ir contigo?

- Porquê?

- A tua irmã pediu-me!

- É normal! Ela está sempre sozinha! Não te preocupes eu levo-te.

- Obrigado! - beija-lhe a face.

- Adeus! Até amanhã!

Na mansão Hiwatari, Kai e Susana já estavam deitados. Susana dormia enquanto Kai, sorrateiramente se levantava da cama e dirigia-se ao enorme armário de madeira. Abriu a gaveta que algum tempo antes tinha estado a esgravatar e enfiou um medalhão pela cabeça abaixo.

" Hoje vou dormir contigo no meu peito! Perdoa-me por te ter mentido"

Então o que acharam deste capítulo? Bem do próximo só posso adiantar que o Kai tem alguma coisa planeada. E como já repararam ambos têm rivais. Cloe tem a Susana e Kai tem William. O que se irá passa a seguir só ficarão a saber se continuarem a ler.
Beijos e obrigado pelas reviews!