A Força de um Verdadeiro Amor

Capítulo II: De Volta á Tomoeda

Shaoran chegou ao seu antigo apartamento, depositou as malas no chão e sorriu. Sentia uma enorme saudade de tudo ali. Havia chegado mais cedo que o previsto. Ainda eram 10 horas da manhã. Precisava fazer sua transferência para a faculdade de Tomoeda, mas a viagem foi tão cansativa que tudo que queria era tomar um bom banho e descansar.

Entrou no apartamento, tirou o pesado sobretudo e ligou o aquecedor. O inverno japonês não era nada fácil. Olhou para o telefone e lembrou-se de avisar que havia chegado. Tudo bem que não gostava do seu clã, mas havia pessoas realmente importantes para ele lá.

- Residência dos Li.

- Wei? Sou eu.

- Jovem Shaoran? Como foi a viagem?

- Bem, cheguei agora. Só liguei para avisar que está tudo bem. Avise minha mãe, por favor.

- Claro, não se preocupe. Mas agora vá descansar.

- Obrigado Wei.

- Cuide-se, sim.

- Pode deixar. Até logo.

Shaoran caminhou até o banheiro. Os pensamentos estavam longe. Ainda não entendia direito o dialogo que teve com a mãe antes de sair de Hong Kong.

§ § §

Li parou em frente ao escritório, onde encontrou a mãe distraída em seus pensamentos. Bateu de leve no batente da porta, chamando a atenção dela.

- Estou indo, mãe.

- Antes que v�, preciso te dizer uma coisa.

- Por favor, diga minha mãe. Sabe que seus conselhos são muito valiosos para mim.

- Aproxime-se, sim. – ela fez um movimento com a mão, chamando-o para mais perto. Ela levantou-se e encarou o filho diretamente nos olhos.

- Meu filho, por favor, tenha muito cuidado. – começou Yelan que segurava a mão de Li, olhando para ele de uma forma enigmática. - Preste muita atenção à sua volta. Não deixe que pequenos detalhes passe sem que você perceba. Repare em cada mudança, cada proeminência. Às vezes, tudo está mais próximo do que pensamos, mas a nossa falta de percepção faz com que deixemos tudo passar, até mesmo a felicidade. Confie, meu filho. Em seus instintos e, principalmente, em seu coração. Lembre-se disso, mas lembre-se mesmo: as lembranças sustentam a vida e não desista... nunca.

- Sim, minha mãe. Obrigado.

- Faça uma boa viagem, Xiao Lang.

Ela beijou a testa de seu pequeno lobo com carinho.

- Tchau, mãe. Ligo assim que chegar.

Ela ficou em um tranqüilo silencio olhando para o filho que saía do escritório, mas seu coração estava apavorado.

§ § §

Abriu os olhos lentamente e constatou que já era 1:00 h da tarde. Realmente estava cansado da viagem. Resolveu que não valia a pena ficar enrolando, se fizesse logo sua transferência, não perderia muita coisa. Levantou-se e foi se arrumar. Aquela certamente, era a melhor hora para sair. A neve havia cessado. Seria bom ir o quanto antes.

Caminhava pelas ruas de Tomoeda, fascinado. Aquela cidadezinha era realmente linda. Mesmo com as árvores cobertas de neve ele podia ver toda a beleza daquele lugar. Estava tão distraído que mal percebeu quando chegou.

Continuava a caminhar absorto em seus pensamentos, quando esbarrou em uma pessoa que corria pelo pátio da universidade, derrubando todos os livros que ela carregava.

- Desculpe-me, eu estou tão atrasada, que nem vi por onde andava – disse a moça se abaixando para recolher os livros espalhados pelo chão.

- Não se desculpe. A culpa foi minha. – disse Li ajudando a garota a juntar os livros.

- Ai, imagina! Eu é que sou uma desastrada mesmo. – disse levantando-se ao mesmo tempo em que ele.

- Daidouji? – perguntou incrédulo com, os livros ainda nas mãos.

- Li? – perguntou ainda mais assustada que ele – Nossa! Que saudades!

Ela abraçou o amigo de infância e este retribuiu. Assim que se afastaram, ambos puderam perceber a mudança que os anos trouxeram.

Tomoyo em pouco mudara. Os cabelos negros continuavam longos, mas não possuía mais a franja deixando-a com um ar mais maduro. A pele alva e os olhos violetas mantinham-a com o ar angelical de sempre.

Shaoran tinha o mesmo ar serio de sempre. Estava mais alto e mais forte. O rosto seria o mesmo se não fosse pela marca da barba feita.

- Realmente, faz muito tempo mesmo, Daidouji. Como estão as coisas?

- Bem... tudo bem... mas e você? O que conta de novo?

Li percebeu a resposta vaga da amiga. Estranhou esse tipo de comportamento vindo de Daidouji, já que ela sempre foi tão direta. Lembro-se das vezes que ela tentou mostrar a Sakura o que ele sentia por ela. Decidiu que não falaria nada, pelo menos, por enquanto.

- Finalmente terminei o meu treinamento e pude voltar. Tinha assuntos pendentes.

Tomoyo permaneceu calada, fazendo Li estranhar mais ainda. Tinha certeza que ela não deixaria essa passar. Alguma coisa estava errada.

- Daidouji... – começou ele um pouco inseguro. – Eu queria saber...

- Li! Perdoe-me... – disse Tomoyo após olhar no relógio. – Conversamos mais tarde. Estou realmente atrasada.

- Claro! Nos trombaremos mais vezes pelos corredores- disse sorrindo.

- Vai estudar aqui? – voltou-se novamente para ele.

- Sim, vim fazer minha transferência hoje.

- Que curso?

- Administração. Estou no 3° ano.

- Então encontrará o que procura mais breve do que pensa.

Tomoyo foi embora deixando Li confuso. Ele tinha certeza que ela sabia que ele havia voltado por causa de Sakura. Bem... não era só por causa disso, mas enquanto esse tal "poderoso inimigo" não aparecia, tudo o que ele queria era aproveitar sua estadia em Tomoeda.

- Então, ela estuda aqui... – disse alto para si mesmo, enquanto se afastava caminhando lentamente com as mãos nos bolsos e um sorriso nos lábios em direção a reitoria.

§ § §

Eriol estava em seu quarto, observando a neve cair lentamente, com os pensamentos perdidos.

- Já sei o que vai dizer. – disse ainda olhando para a janela.

- Então você sabe o que deve fazer. - disse Mizuki na porta do quarto.

- Eu vou para o Japão. Preciso ajudar o Li.

- Não vou dizer para não ir. Sabemos que ele precisará de sua ajuda. Mas peço para que não interfira.

- O que quer dizer com isso? – perguntou em um tom visivelmente irritado, enquanto virava-se para ela.

- Você sabe, Eriol. – respondeu Mizuki sem perder a calma.

- Sei? O que eu realmente sei? Vamos, responda! Que eu devo ficar aqui na minha casa quentinha e confortável, enquanto meus amigos estão em perigoÉ isso? – gritou, perdendo a paciência.

- Não seja imprudente!

- Não! Eu estou cansado de tudo isso! De que adianta saber o futuro se eu não posso fazer nada!

- Não podemos interferir no destino. Não podemos mudar a historia. E você sabe muito bem disso.

- Se não podemos, de que adianta saber? Seria melhor se eu não soubesse de nada.

- Eriol...

- Eu não vou ficar sentado sem fazer absolutamente nada por eles. Sinto muito, Kaho, mas você não pode me impedir. – disse Eriol saindo do quarto

- Eu só espero que você saiba o que está fazendo. – disse para si mesma.

§ § §

Li voltava da faculdade radiante. Nunca pôde se ver uma pessoa tão feliz por voltar ás aulas. Bem ele tinha um motivo muito importante...

Estava tão distraído, que quando percebeu estava em frente ao parque do rei Pingüim. Deveria ter mais cuidado. Toda atenção era pouca. Não poderia ficar se distraindo com um inimigo à solta. O que pensaria sua mãe se soubesse que ele está tão perdido em pensamentos que acaba indo para lugares onde nem pensou em passar. Não queria ir para o parque, queria ir para casa arrumar suas coisas e descansar, mas parece que seu corpo tinha vontade própria. E lá estava ele, olhando para aquele enorme pingüim... Aquele lugar lhe trazia boas recordações. Caminhou lentamente em direção aos balanços, sentando-se. Lembrou-se do dia em que consolou Sakura naquele mesmo lugar depois dela ter se declarado para o Yukito. Sorriu de leve. Nunca imaginou que um dia o amor de Sakura seria dele...

Sim... ela disse... depois de capturar Esperança, ela disse que o amava também. Tinha medo que ela não o amasse mais... tinha muito medo... afinal, faziam 9 anos que não se viam, que não tinham nenhum contato. Suspirou pesadamente e resolveu que o melhor a se fazer era não sofrer por antecipação... quando a encontrasse saberia o que fazer... ou não.

Voltou a caminhar. Era bom que seu corpo obedecesse dessa vez e fosse direto para casa. Chega de passeios por hoje. Tomoeda realmente mexia com ele. Eram recordações demais por um dia...

§ § §

Tomoyo caminhava em passos rápidos na direção de uma casa amarela. Assim que chegou, abriu o pequeno portão e tocou campainha.

- Daidouji- estranhou Touya – Sakura não está.

- Eu sei, por isso eu vim. Preciso falar com você.

Percebendo o rosto sério que ela tinha, achou melhor não dizer nada. Distanciou-se da porta, dando passagem para a morena.

- O que aconteceu? – perguntou Touya, evitando, assim que sua prima enrolasse.

- Li voltou. – respondeu um pouco apreensiva.

- O moleque está aqui! – gritou Touya, levantando-se de supetão. Como ele teve coragem de voltar? Agora tudo vai piorar...

- Talvez não. Pode ser que a volta dele faça bem a Sakura.

- Duvido muito, Daidouji. Aquele moleque só sabe atrapalhar.

- Isso não é verdade, Touya. Ele ajudou muito Sakura e ele a ama.

Touya fez menção de falar alguma coisa, mas Tomoyo não deixou.

- Eu sei que ele ainda a ama. Eu pude ver nos olhos dele. Quando percebi que ele perguntaria sobre ela, disse que estava atrasada e fui embora. Não sabia o que dizer...

Touya entendeu o que a prima sentia. A situação não era fácil. Suspirou pesadamente.

- Não vamos nos martirizar. – começou Touya – Vamos esperar que ela encontre o moleque, aí veremos o que acontece...

Tomoyo concordou. Foi embora logo em seguida. Se Sakura a visse ali, seria muito estranho, pois ela deveria estar no ensaio com o coral, mas ela, depois do encontro com Li, resolveu faltar à aula e falar com Touya. Se Sakura a encontrasse ali faria milhões de perguntas...

§ § §

Shaoran estava furioso. Nunca havia se atrasado para nada e hoje, justo no primeiro dia de aula, ele tinha que perder a hora. Também que manda sonhar com a Sakura a noite toda...

Não havia mais ninguém pelos corredores. Agora ele realmente furioso. É tão esperto que ontem se esqueceu de perguntar qual era a sua sala.

'Idiota, mil vezes idiota' – gritava mentalmente.

Enquanto andava olhando para todos os lados, viu uma moça que pegava seus livros em um dos armários. Ela era a sua última esperança.

- Com licença. – começou Li parando ao lado do armário dela.

- Sim? – respondeu a moça ainda olhando para o armário.

- Será que você poderia me ajudar? Eu sou novo por aqui e não faço idéia onde fica minha sala.

- Deixe-me ver. – disse pegando o papel da mão dele.

- A sala do 3° ano do curso de administração fica no 2° andar, segunda porta à direita.

- Muito obrigado. – disse virando-se e começando a caminhar.

- Espera que eu vou com você. A minha sala fica do lado.

Ótimo, assim eu não me perco. – disse sorrindo.

Ela reparou em com ele era lindo e ele por sua vez, achou a moça muito simpática. Pelo menos, ela não ficou dando em cima dele como a maioria das garotas fazia.

- Você também faz administração? – perguntou Li

- Não, eu faço engenharia. Essa é a sua sala. Eu vou indo, porque meu professor de cálculo é um chato e vai pegar no meu pé de novo.

- Muito obrigado novamente, srta...

- Butterfly. Darkk Butterfly. (sim, sim! Sou eu! Vocês acham que eu deixaria qualquer uma ajudar o Li num momento tão difícil quanto esse? Nunca!)

- Sou Shaoran Li. – disse estendendo a mão.

- Prazer.- respondeu cumprimentando-o. - Deixe-me ir. Boa sorte no seu primeiro dia!

- Obrigado. Até logo, Butterfly.

Ela entrou rapidamente na sala depois de acenar para Li. Ele pôde ouvir ela se desculpando com o professor e achou graça. Pelo visto aquilo era freqüente.

Ele entrou na sala e pode ver que a aula ainda não tinha começado, pois os alunos estavam conversando. O professor estava sentado em sua mesa, olhando atentamente para o livro, provavelmente ele procurava a matéria que aplicaria na aula.

- Com licença? – aproximou-se Li

- Pois não? – perguntou o professor

Li apenas estendeu o papel para o professor e este leu silenciosamente.

- Veio de Hong Kong. Seja bem vindo, sr Li. Pode sentar-se perto da janela, atrás da srta Kinomoto.

- Kinomoto? – perguntou assustado, muito assustado.

- Sim, aquela garota ali. – apontou o professor.

Não precisava ter indicado, pois ele podia ver perfeitamente os orbes verdes fitando-o intensamente. Aqueles olhos que ele nunca conseguiu esquecer...

§ § §

Continua...

§ § §

N/A:

O que vocês acharam? Espero que tenham gostado! Esse capitulo ficou um pouco mais longo como vocês me pediram. Os próximos serão maiores, prometo!

Eu gostaria de pedir desculpas por duas coisas: Primeiro, a demora. É que sabe com é que é. Carnaval, feriado, viagem, trânsito... bom vocês me entendem, né?

Segundo, sei que no primeiro capitulo ficou meio confuso as divisões de cena. É que eu sou meio burrinha e as divisões que eu coloquei não apareceram, mas eu acho que esse já deu pra arrumar.

Eu espero que vocês não tenham se importado por eu aparecer na fic. Foi só uma participação especial, prometo que não vou ficar me intrometendo na historia, mas como eu havia dito eu não ia deixar o meu Shaoran nas mãos de qualquer uma, e essa faculdade está cheia de interesseiras. Vocês verão.

Agora, vamos aos agradecimentos. Vocês acreditam que eu recebi reviews? Obrigada, obrigada, obrigada! (Darkk pegando um lençinho, para enxugar as lágrimas).

Miaka: Obrigada pelo seu review. Ficou muito feliz que você esteja adorando! Realmente, imaginar o Shaoran com 21 aninhos já é tudo de bom, mas imagina com eu estou agora depois de falar com ele? Eu acho que eu vou morrer! Hehehe. Espero que tenha gostado desse capitulo também. Beijos.

Kk: Oi irmãzinha querida! Muito obrigada pelo seu comentário! Tudo bem que você mandou porque eu pedi, com medo de não receber nenhum, mas eu sei que você gostou! Espero que goste desse também! Beijokas.

Bárbara: Eu acho que você vai querer me bater, porque eu demorei um pouquinho e porque você vai ficar curiosa mais um pouquinho, porque o encontro dos dois, só vai acontecer no próximo capitulo. Esse está mais longo, como você pediu e os próximos serão maiores (bom, eu vou tentar!) Muito obrigada por estar lendo e pelo comentário! Beijos.

Li Naiguino: Muito obrigado pelo seu review, adorei! Obrigada pelos seus votos de boa sorteÉ por reviews assim, que nós continuamos a escrever e não paramos! Obrigada, mesmo! Eu vou fazer de tudo para não ser tão m�, mas como a fic é de magia, fica meio difícil, mas eu não vou fazer nada terrível... eu acho... brincadeira! Espero que você tenha gostado desse também! Beijokas!

Yoruki Hiiragizawa: Eu não acredito que você está lendo minha humilde ficÉ uma grande honra para mim! Muito obrigada pelo seu comentário. Esse capitulo está mais longo, e os próximos serão maiores! (é bom eu cumprir essa promessa, porque senão eu vou apanhar de todo mundo!). Espero que você tenha gostado desse capitulo e obrigada por ler minha fic, como eu disse... é uma grande honra para mim... Ah! Só para avisar: Eu AMO Suteki da ne! Beijos.

Analu: Realmente, você destacou um ponto importante da minha fic: a relação do Shaoran com o Wei. Você vai perceber que não é só com o Wei e que ele é muito apegado à mãe também. A historia está mais centrada no Li, não só porque ele é tudo de bom, mas porque eu quero mostrar um lado mais bonitinho dele, mostrar que ele não é só um poço de frieza e superioridade, mas é claro que ele vai ter seus acessos. Com relação as serviçais e as toalhas... eu só tenho uma coisa para dizer: eu largaria o meu emprego, só para trabalhar na mansão Li. Já pensou, uma bela manhã, você levanta para fazer o café para a patroa e encontra o Li treinando sem camisa no jardim! Eu morreria ali mesmo! Bom... voltando aos agradecimentos... espero que você tenha gostado desse também e muito obrigada pelo seu review! Eu adorei! Beijokas.

Eu vou parando por aqui, porque senão essas notas ficam maior que o capitulo. Obrigada a todos que mandaram comentários e a todos que leram e gostaram! Continuem comentando, por favor! A opinião de vocês é super importante para mim!

Beijokas para todos!

Darkk Butterfly