Herança Egípcia
Capitulo III – Lembranças
- Helen.
- Sim Sr Winner.
- Ligue para o aeroporto e veja se há algum avião que eu possa fretar, por favor.
- Como quiser.
"Acho melhor ir o mais rápido possível para Londres, alguma coisa me diz que Duo logo
estará com problemas".
Quatre chamou dois assistentes para terminar de catalogar as peças restantes, quando seu
telefone tocou novamente:
- Sr Winner.
- Conseguiu Helen.
- Sim a um avião disponível.
- Ótimo poderia ligar novamente e informa-los que estarei no aeroporto em meia
hora, por favor.
- Como quiser.
- Ah Helen.
- Sim.
- Se Treize ligar diga que tive que viajar antes do previsto.
- Tudo bem.
- Obrigada Helen.
- De nada Sr Winner.
Quatre recolheu suas coisas e deixou algumas instruções antes de sair, felizmente ele
trouxera sua mala para o museu desta forma ele não precisava ir até sua casa buscar a
bagagem poderia ir direto ao aeroporto e ganhar tempo, em poucas horas estaria em
Londres.
Algumas horas mais tarde:
Duo acordará horas após ter ser deitado não tivera um descanso tranqüilo, ele havia tido
sonhos estranhos. Seus sonhos ultimamente estavam sendo cada vez mais confusos.
Deitado em sua cama no hotel tendo as cortinas fechadas, Duo ficava imaginando quando
poderia voltar a ter uma vida tranqüila sem visões e sonhos novamente.
"Será que um dia eu poderei ter minha vida de volta".
No aeroporto:
- Deseja um táxi Sr?
- Sim por favor.
- Onde deseja ir?
- Hotel Le Meridien Grosvenor House Park Lane, por favor.
- Como quiser.
Duo resolveu se levantar em algumas horas Une estaria batendo na porta para chamá-lo
para jantar, ele foi até o banheiro, ligou a banheira e ficou esperando que enchesse,
despejou alguns sais dentro dela e retirou suas roupas entrando, a água estava morna o que
ajudava a relaxar os músculos tensos. Duo fechou os olhos e se lembrou do sonho que
tivera. Ele viu um templo com duas grandes colunas, por entre elas uma longa escadaria
que dava para um pátio cercado por colunas de igual tamanho, ao centro dele onde havia
uma fonte, ele seguiu além do pátio onde havia uma outra escadaria que dava para um
salão, dentro dele havia uma mulher e uma criança de cabelos longos ajoelhados perante
uma estatua gigantesca, a mulher parecia estar colocando alguma coisa perante a estatua.
Duo se aproximou e viu que a mulher colocou um bezerro em uma espécie de altar e em
seguida derramar algo em cima, o menino que não conseguia ver o rosto segurava uma
tocha. À mulher se virou e sorriu para o ele fazendo sinal para que se aproximasse. Duo viu
que era a mesma mulher que havia visto no museu, ela o olhava como se esperasse algo
dele.
- Querido você deve acender o altar com a tocha.
Duo notou que o menino havia sumido, no entanto a tocha que o menino segurava
anteriormente estava em sua mão, ele se aproximou do altar e jogou a tocha dentro, logo o
altar começou a arder nas chamas. Duo se afastou e sentiu a mulher segurar sua mão, ele
podia sentir o calor dela, um cheiro suave de flores. Duo ficou olhando ao redor ele podia
ver inscrições por toda a parede, ele estava levantando sua cabeça para a estatua. Quando a
voz da mulher o chamou.
- Querido preste atenção. Você já fez seu pedido?
- Pedido?
- Sim eu lhe disse que escolhesse um pedido. Ou não deseja nada?
- Eu...
- Sibun você não pode deixa-lo esperando logo o fogo apagará e se você não pedir
como ele lhe atenderá.
- Sibun?
- Sim querido esse é seu nome. Você esta bem?
- Quem... quem é você?
- Querido sou sua mãe, quem mais haveria de ser.
- Mãe?
- Sim sua mãe.
A mulher abraçou Duo e acariciou seus cabelos, enquanto entoava uma canção que ele não
sabia o por que o fazia se sentir aquecido por dentro, ele tentava entender o que ela dizia,
mas seus olhos foram fechando e a voz dela diminuindo até que não a ouvia mais. Ao abrir
os olhos novamente Duo se encontrava sozinho e o altar estava vazio sem sinais de alguma
coisa houvesse sido queimada ali dentro. Duo procurou por algum sinal da mulher, mas não
a viu em parte alguma, ele levantou sua cabeça para ver a que deus pertencia o templo e viu
a estatua de Anúbis o guardião dos mortos. A estatua segurava em sua mão direita um
cajado por algum motivo ele se sentiu mal era como se alguma coisa estivesse tentando
arrancar o seu coração. Duo fechou seus olhos por alguns instantes tentando respirar e
aliviar a dor em seu peito quando tornou a abri-los, Duo se encontrava fora templo, o tempo
estava fechado, nuvens escuras cobriam o céu e raios cortavam a noite, ele começou a
caminhar em direção as luzes ao longe que pareciam iluminar algum tipo de cidade.
Quando chegou perto avistou novamente o menino de cabelos compridos que estava dentro
do templo, ele estava sozinho e á medida que ele passava pelas pessoas, as mesmas se
curvavam a sua presença. De repente uma ventania de areia obrigou Duo a fechar os olhos,
quando os abriu novamente o dia estava claro, ele estava no que parecia ser um beco, ao
final dele estava o menino de cabelos compridos ele parecia ter aproximadamente 6 anos e
parecia assustado, suas roupas estavam sujas e seu cabelo estava solto caindo livremente
por sobre os ombros, a sua frente havia dois meninos maiores do que ele que aparentavam
ter aproximadamente 10 anos de idade.
- Você vai se arrepender principezinho.
- Nem seu pai ou os guardas do palácio pode te ajudar agora.
- Vocês não podem tocar em mim.
- Isso é o que você pensa.
Os meninos partiram para cima do garoto, Duo pensou em ajudar o garoto quando uma voz
fria o fez estremecer por dentro o detendo.
- Por que vocês não procuram alguém do tamanho de vocês para implicarem.
Duo se virou para ver quem era o dono da voz que fez seu coração se acelerar, ele viu um
menino de cabelos castanhos escuros, meio desgrenhados e olhos azuis escuros e
profundos, uma expressão fria não muito condizente para um menino que não aparentava
ter mais do que 7 anos, ele vestia uma saia bege até a altura dos joelhos e possuía braceletes
em ambos os braços que pelo que se lembrava das explicações de Quatre sobre o Egito
Antigo indicavam que o menino deveria ser um escravo.
- O que você quer escravo.
- Não deveria se meter no assunto dos outros.
- E vocês não deveriam importunar o garoto.
- E você pretende fazer o que quanto a isso.
- Hn
O menino deu um ligeiro sorriso e partiu para cima dos outros, que ficaram surpresos uma
vez que não esperavam que um menino menor que eles, tivesse a coragem de enfrenta-los.
O menino apesar de pequeno possuía força e agilidade permitindo-o assim derrotar seus
oponentes que fugiram correndo. O menino de cabelos compridos estava encolhido no
canto chorando, o outro de olhos azuis se virou e o ficou observando, ele parecia pensar se
deixava o outro lá ou se aproximava dele. Duo percebeu que ele decidiu-se pela segunda
alternativa. O menino se aproximou agachando-se na frente do outro e usando do mesmo
tom frio de antes falou com o garoto.
- Eles já foram e melhor você ir agora e não voltar a andar sozinho por ai.
O menino de cabelos compridos levantou os olhos e Duo pode ver que eles tinham a mesma
tonalidade que os seus. O garoto de olhos azuis notou a cor diferente dos olhos do menino,
os olhos dele pareciam duas ametistas, sem saber o por que ele levantou uma das mãos ao
rosto do menino, por um minuto o menino de cabelos compridos se assustou e se afastou,
fazendo com que o outro refreasse sua mão para logo em seguida enxugar as lagrimas que
caiam do belo rosto. O menino sentiu o toque quente e se atirou nos braços do outro
chorando compulsivamente, o menino de olhos azuis pareceu petrificado por alguns
instantes, mas logo depois abraçou o outro menino e afagou seus cabelos enquanto
sussurrava-lhe no ouvido.
- Shhhh está tudo bem, não deixarei que ninguém lhe faça mal. Não chore.
Duo viu o menino de cabelos compridos se afastar e concordar com a cabeça, logo em
seguida Duo já não estava mais no beco e os meninos haviam sumido, um barulho chamou-
lhe a atenção e ele viu que havia uma pequena movimentação, algumas pessoas pareciam
chocadas e sussurravam, Duo se aproximou para ver o que teria deixado aquelas pessoas
chocadas, o que viu o fez levar suas mãos a boca e contrair seu estomago o fazendo ter
náuseas, um garoto de aproximadamente 11 anos estava acorrentado a uma viga de madeira
e suas costas sangravam enquanto era chicoteado, apesar das chibatadas e de suas costas
estarem em carne viva o menino não emitia nenhum som e nenhuma lagrima caia de seu
rosto, era como se ele não estivesse ali. Duo se aproximou e olhou para o menino que abriu
os olhos. Duo reconheceu os olhos azuis escuros como o cobalto, era o mesmo menino que
anteriormente havia salvado o menino de olhos da cor dos seus. O garoto parecia encara-lo
Duo não podia deixar que continuassem a feri-lo, quando ele pretendia falar com o homem
que o chicoteava o garoto, alguém o impediu, a mesma mulher de cabelos compridos de
antes.
- Sibun não.
- Como pode deixar que façam isso com ele é apenas um garoto.
- São ordens de seu pai.
- Meu pai?
- Sim Sibun, alguém contou a seu pai que os viu juntos.
- Por que me chama assim, eu não sou seu filho.
- Por Amon! Sibun, o que há com você?
- ...
A mulher começou a puxar Duo que tentava voltar para perto do garoto, ele precisava
ajuda-lo por algum motivo Duo achava que era por sua causa que o menino estava sendo
punido. A mulher de cabelos compridos o levou até os pátios do palácio, quando uma
mulher com um vestido branco veio correndo até eles.
- Senhora, o faraó a está procurando.
- Lia leve Sibun para os aposentos dele, eu falarei com o faraó.
- Inia!
- Meu senhor...
Duo viu a mulher chamada Lia se curvar perante um homem que se aproximava a passos
rápidos e com o semblante carregado, a outra que o chamava de filho que descobrira se
chamar Inia o puxou para trás de si. O homem alto que tinha a cabeça coberta com um pano
branco que ia até a altura do ombro preso a uma tiara de ouro com um rubi ao centro, uma
saia branca até a altura dos joelhos e um colar trabalhado em ouro em volta do pescoço da
grossura de um palmo, caindo até o meio do peito Ele tinha olhos castanhos escuros e um
rosto parecido com o seu. O homem olhou diretamente para ele e depois para a mulher.
- Onde estavam?
- Perto da fonte meu senhor.
- Da fonte ou da praça onde o escravo foi levado?
- Meu senhor...
- Disse que não fosse até lá Sibun e você não me obedeceu não é.
- Lia pode ir.
- Sim senhora.
- Menés ele não pretendia desobedece-lo, mas...
- Não pode encobrir os atos de seu filho, ele já tem idade suficiente para saber
suas responsabilidades e conhecer o seu lugar.
Duo viu o homem dar as costas e sair, por algum motivo lagrimas começaram a rolar dos
olhos de Duo e seu coração se encheu de tristeza, a mulher olhou para ele com carinho e o
abraçou. Duo queria saber por que sofria, o que era aquela dor em seu peito e por que
aquele menino parecia significar alguma coisa para ele. A mulher se afastou e olhou em
seus olhos.
- Você se preocupa com ele não é?
- Sim e eu não sei o por que.
- Sibun... você não pode ser amigo de um escravo. Ainda mais dele.
- Por que?
- Você ainda é muito jovem para entender, obedeça a seu pai e se afaste de Ohry.
- Ohry...
- Diga-me que fará isso, que não vai provocar a ira de seu pai.
- Eu... prometo
-
Duo ouviu um som estridente e abriu os olhos ele se encontrava dentro da banheira, estava
tudo escuro e a água estava fria, quanto tempo havia se passado desde que ficará perdido
em seus sonhos. Duo levou a mão aos olhos e eles se encontravam molhados como se
estivesse chorando, o telefone continuava a tocar. Duo se levantou pegou uma toalha e a
enrolou na cintura saindo da banheira. Caminhando até o cômodo onde o telefone tocava
Duo acendeu o abajur em cima da mesa.
- Sim.
- Sr Maxwell.
- Sim é ele.
- Desculpe-me incomoda-lo Sr, mas a um Sr que deseja vê-lo.
- Qual o nome dele?
- Sr Winner, Quatre Raberba Winner.
- Quatre!? Por favor, providencie um quarto para ele e o traga ao meu quarto, por
favor.
- Como quiser Sr Maxwell.
O que o Quatre já está fazendo em Londres, ele deveria chegar apenas amanhã de manhã?
Duo voltou ao banheiro e recolocou suas roupas, o banho teria que ficar para depois. Quatre
foi informado que Duo o aguardava no quarto e que sua bagagem seria encaminhada para
um dos quartos no hotel a pedido de Duo. Quatre entregou a bagagem ao carregador e
seguiu um dos funcionários até o quarto onde Duo estava hospedado. O funcionário do
hotel parou em frente à suíte 525 e tocou a campainha, eles ouviram sons de passos para
logo em seguida a porta se aberta. Duo abriu a porta e viu um dos funcionários do hotel e
Quatre, Duo agradeceu entregou uma gorjeta e puxou Quatre para dentro da suíte o
abraçando.
- Quatre não sabe como é bom vê-lo, mas você não deveria chegar amanhã?
- Também é bom vê-lo Duo. É verdade, mas eu decidir vir mais cedo assim
podemos conversar melhor antes da reunião e tem tanto tempo que não venho a
Londres que resolvi aproveitar a oportunidade. Fiz mal?
- De forma alguma e ótimo ver um amigo ainda mais agora.
- Quer me contar o que houve.
- Agora não Une vai chegar a qualquer momento para jantar e como você esta
aqui nós iremos jantar fora e dançar.
- Mas eu...
- Sem mais Quatre nós vamos sair e nos divertir. Vou ligar para a Une para ver se
ela conhece um lugar legal, pois eu também não conheço muito Londres.
Duo foi até o telefone e ligou para o quarto de sua assistente, após alguns minutos de
conversa Duo desligou e olhou para o jovem árabe em seu quarto, Quatre era como um
irmão caçula para Duo e o fato dele estar ali o fazia se sentir mais calmo. Então de repente
Duo começou a sentir uma dor do lado esquerdo do peito como se seu coração estivesse
sendo espremido. Duo sentiu suas pernas falharem e teria caído se Quatre não o tivesse
amparado. Quatre observava o amigo quando sentiu uma dor vindo de Duo e ele levar a
mão ao peito e começar a cair. Quatre colocou Duo na cama ele estava frio e dizia palavras
desconexas como se não estivesse ali. Quatre foi até o telefone e ligou para a recepção
solicitando um medico. Quatre foi ate Duo e afrouxou suas roupas. Quatre estava indo para
o banheiro pegar uma toalha molhada quando Duo segurou seu braço e começou a falar em
egípcio.
*Ele está vindo. Eu posso senti-lo, ele vem me buscar como prometido.*
Quatre tentava entender o que Duo estava falando, mas ele não compreendeu muito bem,
mas ele sentiu o medo vindo de Duo e entendeu as palavras ele está vindo, mas quem
estava vindo. Quatre sentiu um ligeiro arrepio como se eles estivessem sendo observados
por alguém ou alguma coisa. Quatre sentou-se ao lado de Duo e tentou acalma-lo e
perguntou a Duo em egípcio antigo.
*Quem está vindo?*
Duo demorou alguns instantes para responder e Quatre achou que Duo não havia
compreendido o dialeto usado por ele, quando Duo respondeu.
*Meu pai*
Quatre achou que não tivesse ouvido direito, ele diz seu pai, mas o pai de Duo estava morto
então como isso era possível, Quatre ia perguntar quem era seu pai quando a campainha do
quarto tocou Quatre soltou-se e foi ate a porta.
- Eu sou Dr Green, disseram-me que precisavam de um medico.
- Sim Dr eu sou Quatre Winner, por favor, entre ele esta na cama.
- O que houve?
- Eu não sei ele estava ao telefone e de repente ficou pálido e caiu.
O medico examinava Duo que parecia ter ficado inconsciente, o medico tomou a
temperatura e ouviu o coração de Duo. Quatre estava preocupado o que Duo queria dizer
que seu pai estava vindo, será mesmo que era Duo quem estivera falando com ele, o som da
campanhia tocando o tirou de seus pensamentos ele caminhou até a porta provavelmente
era assistente de Duo. Quatre abriu a porta e sorriu para a mulher. Une olhou para o jovem
loiro na porta e retribuiu o sorriso, Maxwell já havia lhe contado sobre o amigo árabe com
aparência angelical, ao notar a movimentação no quarto ela olhou novamente para o jovem
que tinha agora uma aparência preocupada.
- Entre por favor.
- O que aconteceu com Maxwell?
- Ele passou mal, eu pedi a recepção que encontrassem um medico, ele esta sendo
examinado agora.
- Sr Winner.
Quatre ouviu o medico lhe chamando e caminhou até ele, Duo já estava acordado e olhava
para Quatre com o sorriso de sempre. Quatre ficou feliz em ver Duo sorrindo. Duo notou a
preocupação nos olhos de Quatre e de sua assistente, ele não se lembrava direito do que
havia acontecido, apenas que sentira um dor muito forte no peito antes de tudo escurecer, a
mesma dor que tivera em seu sonho. Duo procurou sentar-se na cama sendo ajudado por
sua assistente e Quatre.
- Então dr o que eu tive?
- Bem Sr?
- Maxwell.
- A principio não há nada de errado com o Sr Maxwell eu diria que goza de uma
saúde perfeita seria necessário o Sr fazer outros exames para podermos
identificar o problema. O Sr pode ter tido um principio de enfarto, um ataque de
hipoglicemia como diversas outras coisas.
- Entendo.
Quatre notara pela expressão de Duo que ele não ficara muito surpreso com a resposta, era
como se ele já esperasse por ela.
- Dr o Sr acha que o Duo deve ficar de repouso?
- Seria melhor ele ficar em observação por enquanto não creio que aconteça
novamente, mas é melhor prevenir.
Duo estava com a cabeça baixa pensando quando ouviu Quatre perguntar se ele precisava
de repouso.
"Ah de jeito nenhum, eu vou sair hoje à noite para jantar e dançar como havia planejado".
Duo levantou a cabeça para dizer isso quando notou a figura de uma mulher próxima a
cama, Duo a reconheceu como a mulher chamada Inia, ela o olhava com preocupação e
quando falou sua voz carregava tristeza.
*Eu sinto muito. Eu deveria ter lhe contado, ele está vindo busca-lo novamente.*
*Quem está vindo?.*
*Ele vem buscar seu herdeiro.*
Quatre ouviu Duo começar a falar novamente em egípcio como se conversasse com
alguém, Quatre podia sentir a presença de outra pessoa, mas não havia mais ninguém no
quarto, o medico olhou para Duo sem entender o que estava acontecendo, que língua aquele
jovem estava falando. Une olhou para Maxwell ela já o havia visto falar daquela maneira a
tarde no museu, mas ela também não compreendia o que ele estava dizendo, quando Quatre
perguntou a Duo com quem ele falava. O medico e Une ficaram surpresos ao ouvir o jovem
loiro falar parecido com Duo.
*Duo com quem você está falando?*
*Você não há vê?*
*Quem?*
*A mulher atrás de você.*
Quatre se virou e não viu ninguém apesar de sentir alguma coisa, ele olhou para Duo e
balançou a cabeça.
- Une poderia acompanhar o Dr Green ate a porta, por favor. Dr Green obrigado
por tudo.
- Hã...claro se precisarem de mim estou hospedado no quarto 306.
- Sr Maxwell cuide-se.
Duo olhou para o medico como se não o reconhecesse e voltou seus olhos para Quatre.
*Você não há vê?.*
*Não, mas sinto a presença de alguém.*
*Ela diz que ele esta vindo, buscar seu herdeiro novamente.*
*Quem esta vindo?*
*Eu não sei.*
Une voltou para junto dos dois eles pareciam conversar em uma língua que ela nunca
ouvira, ela olhou para o jovem árabe que continuava a observar e falar com Duo.
*Pergunte a ela quem está vindo*
*Quem virá?.*
*Quando você retornar a sua terra e encontrar a sua herança, quando a lua estiver
coberta pelas nuvens e a areia pela nevoa, ele chegara para reivindicar o que é seu por
direito.*
*Reivindicar o que?.*
*Não esqueça meu filho o sangue dele correr em seu corpo.*
Quatre podia ouvir apenas a voz de Duo assim ele não sabia o que a mulher que Duo disse
estar no quarto dizia. Quatre notou que os olhos de Duo de repente voltaram a ter o brilho
de antes e ele parecia desorientado. Então Quatre resolveu falar com ele normalmente.
- Duo o que houve?
Duo olhou para seu amigo ele não sabia o por que daquela mulher esta sempre presente. O
que ela queria dizer com que ele tinha o sangue dele? O sangue de quem? Quatre via a
confusão de seu amigo ele parecia tentar entender o que acontecia, ele mesmo não sabia,
mas a verdade era que alguma coisa estava acontecendo, alguma coisa que ele não sabia
como explicar ou se havia uma explicação.
Continua....
Capitulo III – Lembranças
- Helen.
- Sim Sr Winner.
- Ligue para o aeroporto e veja se há algum avião que eu possa fretar, por favor.
- Como quiser.
"Acho melhor ir o mais rápido possível para Londres, alguma coisa me diz que Duo logo
estará com problemas".
Quatre chamou dois assistentes para terminar de catalogar as peças restantes, quando seu
telefone tocou novamente:
- Sr Winner.
- Conseguiu Helen.
- Sim a um avião disponível.
- Ótimo poderia ligar novamente e informa-los que estarei no aeroporto em meia
hora, por favor.
- Como quiser.
- Ah Helen.
- Sim.
- Se Treize ligar diga que tive que viajar antes do previsto.
- Tudo bem.
- Obrigada Helen.
- De nada Sr Winner.
Quatre recolheu suas coisas e deixou algumas instruções antes de sair, felizmente ele
trouxera sua mala para o museu desta forma ele não precisava ir até sua casa buscar a
bagagem poderia ir direto ao aeroporto e ganhar tempo, em poucas horas estaria em
Londres.
Algumas horas mais tarde:
Duo acordará horas após ter ser deitado não tivera um descanso tranqüilo, ele havia tido
sonhos estranhos. Seus sonhos ultimamente estavam sendo cada vez mais confusos.
Deitado em sua cama no hotel tendo as cortinas fechadas, Duo ficava imaginando quando
poderia voltar a ter uma vida tranqüila sem visões e sonhos novamente.
"Será que um dia eu poderei ter minha vida de volta".
No aeroporto:
- Deseja um táxi Sr?
- Sim por favor.
- Onde deseja ir?
- Hotel Le Meridien Grosvenor House Park Lane, por favor.
- Como quiser.
Duo resolveu se levantar em algumas horas Une estaria batendo na porta para chamá-lo
para jantar, ele foi até o banheiro, ligou a banheira e ficou esperando que enchesse,
despejou alguns sais dentro dela e retirou suas roupas entrando, a água estava morna o que
ajudava a relaxar os músculos tensos. Duo fechou os olhos e se lembrou do sonho que
tivera. Ele viu um templo com duas grandes colunas, por entre elas uma longa escadaria
que dava para um pátio cercado por colunas de igual tamanho, ao centro dele onde havia
uma fonte, ele seguiu além do pátio onde havia uma outra escadaria que dava para um
salão, dentro dele havia uma mulher e uma criança de cabelos longos ajoelhados perante
uma estatua gigantesca, a mulher parecia estar colocando alguma coisa perante a estatua.
Duo se aproximou e viu que a mulher colocou um bezerro em uma espécie de altar e em
seguida derramar algo em cima, o menino que não conseguia ver o rosto segurava uma
tocha. À mulher se virou e sorriu para o ele fazendo sinal para que se aproximasse. Duo viu
que era a mesma mulher que havia visto no museu, ela o olhava como se esperasse algo
dele.
- Querido você deve acender o altar com a tocha.
Duo notou que o menino havia sumido, no entanto a tocha que o menino segurava
anteriormente estava em sua mão, ele se aproximou do altar e jogou a tocha dentro, logo o
altar começou a arder nas chamas. Duo se afastou e sentiu a mulher segurar sua mão, ele
podia sentir o calor dela, um cheiro suave de flores. Duo ficou olhando ao redor ele podia
ver inscrições por toda a parede, ele estava levantando sua cabeça para a estatua. Quando a
voz da mulher o chamou.
- Querido preste atenção. Você já fez seu pedido?
- Pedido?
- Sim eu lhe disse que escolhesse um pedido. Ou não deseja nada?
- Eu...
- Sibun você não pode deixa-lo esperando logo o fogo apagará e se você não pedir
como ele lhe atenderá.
- Sibun?
- Sim querido esse é seu nome. Você esta bem?
- Quem... quem é você?
- Querido sou sua mãe, quem mais haveria de ser.
- Mãe?
- Sim sua mãe.
A mulher abraçou Duo e acariciou seus cabelos, enquanto entoava uma canção que ele não
sabia o por que o fazia se sentir aquecido por dentro, ele tentava entender o que ela dizia,
mas seus olhos foram fechando e a voz dela diminuindo até que não a ouvia mais. Ao abrir
os olhos novamente Duo se encontrava sozinho e o altar estava vazio sem sinais de alguma
coisa houvesse sido queimada ali dentro. Duo procurou por algum sinal da mulher, mas não
a viu em parte alguma, ele levantou sua cabeça para ver a que deus pertencia o templo e viu
a estatua de Anúbis o guardião dos mortos. A estatua segurava em sua mão direita um
cajado por algum motivo ele se sentiu mal era como se alguma coisa estivesse tentando
arrancar o seu coração. Duo fechou seus olhos por alguns instantes tentando respirar e
aliviar a dor em seu peito quando tornou a abri-los, Duo se encontrava fora templo, o tempo
estava fechado, nuvens escuras cobriam o céu e raios cortavam a noite, ele começou a
caminhar em direção as luzes ao longe que pareciam iluminar algum tipo de cidade.
Quando chegou perto avistou novamente o menino de cabelos compridos que estava dentro
do templo, ele estava sozinho e á medida que ele passava pelas pessoas, as mesmas se
curvavam a sua presença. De repente uma ventania de areia obrigou Duo a fechar os olhos,
quando os abriu novamente o dia estava claro, ele estava no que parecia ser um beco, ao
final dele estava o menino de cabelos compridos ele parecia ter aproximadamente 6 anos e
parecia assustado, suas roupas estavam sujas e seu cabelo estava solto caindo livremente
por sobre os ombros, a sua frente havia dois meninos maiores do que ele que aparentavam
ter aproximadamente 10 anos de idade.
- Você vai se arrepender principezinho.
- Nem seu pai ou os guardas do palácio pode te ajudar agora.
- Vocês não podem tocar em mim.
- Isso é o que você pensa.
Os meninos partiram para cima do garoto, Duo pensou em ajudar o garoto quando uma voz
fria o fez estremecer por dentro o detendo.
- Por que vocês não procuram alguém do tamanho de vocês para implicarem.
Duo se virou para ver quem era o dono da voz que fez seu coração se acelerar, ele viu um
menino de cabelos castanhos escuros, meio desgrenhados e olhos azuis escuros e
profundos, uma expressão fria não muito condizente para um menino que não aparentava
ter mais do que 7 anos, ele vestia uma saia bege até a altura dos joelhos e possuía braceletes
em ambos os braços que pelo que se lembrava das explicações de Quatre sobre o Egito
Antigo indicavam que o menino deveria ser um escravo.
- O que você quer escravo.
- Não deveria se meter no assunto dos outros.
- E vocês não deveriam importunar o garoto.
- E você pretende fazer o que quanto a isso.
- Hn
O menino deu um ligeiro sorriso e partiu para cima dos outros, que ficaram surpresos uma
vez que não esperavam que um menino menor que eles, tivesse a coragem de enfrenta-los.
O menino apesar de pequeno possuía força e agilidade permitindo-o assim derrotar seus
oponentes que fugiram correndo. O menino de cabelos compridos estava encolhido no
canto chorando, o outro de olhos azuis se virou e o ficou observando, ele parecia pensar se
deixava o outro lá ou se aproximava dele. Duo percebeu que ele decidiu-se pela segunda
alternativa. O menino se aproximou agachando-se na frente do outro e usando do mesmo
tom frio de antes falou com o garoto.
- Eles já foram e melhor você ir agora e não voltar a andar sozinho por ai.
O menino de cabelos compridos levantou os olhos e Duo pode ver que eles tinham a mesma
tonalidade que os seus. O garoto de olhos azuis notou a cor diferente dos olhos do menino,
os olhos dele pareciam duas ametistas, sem saber o por que ele levantou uma das mãos ao
rosto do menino, por um minuto o menino de cabelos compridos se assustou e se afastou,
fazendo com que o outro refreasse sua mão para logo em seguida enxugar as lagrimas que
caiam do belo rosto. O menino sentiu o toque quente e se atirou nos braços do outro
chorando compulsivamente, o menino de olhos azuis pareceu petrificado por alguns
instantes, mas logo depois abraçou o outro menino e afagou seus cabelos enquanto
sussurrava-lhe no ouvido.
- Shhhh está tudo bem, não deixarei que ninguém lhe faça mal. Não chore.
Duo viu o menino de cabelos compridos se afastar e concordar com a cabeça, logo em
seguida Duo já não estava mais no beco e os meninos haviam sumido, um barulho chamou-
lhe a atenção e ele viu que havia uma pequena movimentação, algumas pessoas pareciam
chocadas e sussurravam, Duo se aproximou para ver o que teria deixado aquelas pessoas
chocadas, o que viu o fez levar suas mãos a boca e contrair seu estomago o fazendo ter
náuseas, um garoto de aproximadamente 11 anos estava acorrentado a uma viga de madeira
e suas costas sangravam enquanto era chicoteado, apesar das chibatadas e de suas costas
estarem em carne viva o menino não emitia nenhum som e nenhuma lagrima caia de seu
rosto, era como se ele não estivesse ali. Duo se aproximou e olhou para o menino que abriu
os olhos. Duo reconheceu os olhos azuis escuros como o cobalto, era o mesmo menino que
anteriormente havia salvado o menino de olhos da cor dos seus. O garoto parecia encara-lo
Duo não podia deixar que continuassem a feri-lo, quando ele pretendia falar com o homem
que o chicoteava o garoto, alguém o impediu, a mesma mulher de cabelos compridos de
antes.
- Sibun não.
- Como pode deixar que façam isso com ele é apenas um garoto.
- São ordens de seu pai.
- Meu pai?
- Sim Sibun, alguém contou a seu pai que os viu juntos.
- Por que me chama assim, eu não sou seu filho.
- Por Amon! Sibun, o que há com você?
- ...
A mulher começou a puxar Duo que tentava voltar para perto do garoto, ele precisava
ajuda-lo por algum motivo Duo achava que era por sua causa que o menino estava sendo
punido. A mulher de cabelos compridos o levou até os pátios do palácio, quando uma
mulher com um vestido branco veio correndo até eles.
- Senhora, o faraó a está procurando.
- Lia leve Sibun para os aposentos dele, eu falarei com o faraó.
- Inia!
- Meu senhor...
Duo viu a mulher chamada Lia se curvar perante um homem que se aproximava a passos
rápidos e com o semblante carregado, a outra que o chamava de filho que descobrira se
chamar Inia o puxou para trás de si. O homem alto que tinha a cabeça coberta com um pano
branco que ia até a altura do ombro preso a uma tiara de ouro com um rubi ao centro, uma
saia branca até a altura dos joelhos e um colar trabalhado em ouro em volta do pescoço da
grossura de um palmo, caindo até o meio do peito Ele tinha olhos castanhos escuros e um
rosto parecido com o seu. O homem olhou diretamente para ele e depois para a mulher.
- Onde estavam?
- Perto da fonte meu senhor.
- Da fonte ou da praça onde o escravo foi levado?
- Meu senhor...
- Disse que não fosse até lá Sibun e você não me obedeceu não é.
- Lia pode ir.
- Sim senhora.
- Menés ele não pretendia desobedece-lo, mas...
- Não pode encobrir os atos de seu filho, ele já tem idade suficiente para saber
suas responsabilidades e conhecer o seu lugar.
Duo viu o homem dar as costas e sair, por algum motivo lagrimas começaram a rolar dos
olhos de Duo e seu coração se encheu de tristeza, a mulher olhou para ele com carinho e o
abraçou. Duo queria saber por que sofria, o que era aquela dor em seu peito e por que
aquele menino parecia significar alguma coisa para ele. A mulher se afastou e olhou em
seus olhos.
- Você se preocupa com ele não é?
- Sim e eu não sei o por que.
- Sibun... você não pode ser amigo de um escravo. Ainda mais dele.
- Por que?
- Você ainda é muito jovem para entender, obedeça a seu pai e se afaste de Ohry.
- Ohry...
- Diga-me que fará isso, que não vai provocar a ira de seu pai.
- Eu... prometo
-
Duo ouviu um som estridente e abriu os olhos ele se encontrava dentro da banheira, estava
tudo escuro e a água estava fria, quanto tempo havia se passado desde que ficará perdido
em seus sonhos. Duo levou a mão aos olhos e eles se encontravam molhados como se
estivesse chorando, o telefone continuava a tocar. Duo se levantou pegou uma toalha e a
enrolou na cintura saindo da banheira. Caminhando até o cômodo onde o telefone tocava
Duo acendeu o abajur em cima da mesa.
- Sim.
- Sr Maxwell.
- Sim é ele.
- Desculpe-me incomoda-lo Sr, mas a um Sr que deseja vê-lo.
- Qual o nome dele?
- Sr Winner, Quatre Raberba Winner.
- Quatre!? Por favor, providencie um quarto para ele e o traga ao meu quarto, por
favor.
- Como quiser Sr Maxwell.
O que o Quatre já está fazendo em Londres, ele deveria chegar apenas amanhã de manhã?
Duo voltou ao banheiro e recolocou suas roupas, o banho teria que ficar para depois. Quatre
foi informado que Duo o aguardava no quarto e que sua bagagem seria encaminhada para
um dos quartos no hotel a pedido de Duo. Quatre entregou a bagagem ao carregador e
seguiu um dos funcionários até o quarto onde Duo estava hospedado. O funcionário do
hotel parou em frente à suíte 525 e tocou a campainha, eles ouviram sons de passos para
logo em seguida a porta se aberta. Duo abriu a porta e viu um dos funcionários do hotel e
Quatre, Duo agradeceu entregou uma gorjeta e puxou Quatre para dentro da suíte o
abraçando.
- Quatre não sabe como é bom vê-lo, mas você não deveria chegar amanhã?
- Também é bom vê-lo Duo. É verdade, mas eu decidir vir mais cedo assim
podemos conversar melhor antes da reunião e tem tanto tempo que não venho a
Londres que resolvi aproveitar a oportunidade. Fiz mal?
- De forma alguma e ótimo ver um amigo ainda mais agora.
- Quer me contar o que houve.
- Agora não Une vai chegar a qualquer momento para jantar e como você esta
aqui nós iremos jantar fora e dançar.
- Mas eu...
- Sem mais Quatre nós vamos sair e nos divertir. Vou ligar para a Une para ver se
ela conhece um lugar legal, pois eu também não conheço muito Londres.
Duo foi até o telefone e ligou para o quarto de sua assistente, após alguns minutos de
conversa Duo desligou e olhou para o jovem árabe em seu quarto, Quatre era como um
irmão caçula para Duo e o fato dele estar ali o fazia se sentir mais calmo. Então de repente
Duo começou a sentir uma dor do lado esquerdo do peito como se seu coração estivesse
sendo espremido. Duo sentiu suas pernas falharem e teria caído se Quatre não o tivesse
amparado. Quatre observava o amigo quando sentiu uma dor vindo de Duo e ele levar a
mão ao peito e começar a cair. Quatre colocou Duo na cama ele estava frio e dizia palavras
desconexas como se não estivesse ali. Quatre foi até o telefone e ligou para a recepção
solicitando um medico. Quatre foi ate Duo e afrouxou suas roupas. Quatre estava indo para
o banheiro pegar uma toalha molhada quando Duo segurou seu braço e começou a falar em
egípcio.
*Ele está vindo. Eu posso senti-lo, ele vem me buscar como prometido.*
Quatre tentava entender o que Duo estava falando, mas ele não compreendeu muito bem,
mas ele sentiu o medo vindo de Duo e entendeu as palavras ele está vindo, mas quem
estava vindo. Quatre sentiu um ligeiro arrepio como se eles estivessem sendo observados
por alguém ou alguma coisa. Quatre sentou-se ao lado de Duo e tentou acalma-lo e
perguntou a Duo em egípcio antigo.
*Quem está vindo?*
Duo demorou alguns instantes para responder e Quatre achou que Duo não havia
compreendido o dialeto usado por ele, quando Duo respondeu.
*Meu pai*
Quatre achou que não tivesse ouvido direito, ele diz seu pai, mas o pai de Duo estava morto
então como isso era possível, Quatre ia perguntar quem era seu pai quando a campainha do
quarto tocou Quatre soltou-se e foi ate a porta.
- Eu sou Dr Green, disseram-me que precisavam de um medico.
- Sim Dr eu sou Quatre Winner, por favor, entre ele esta na cama.
- O que houve?
- Eu não sei ele estava ao telefone e de repente ficou pálido e caiu.
O medico examinava Duo que parecia ter ficado inconsciente, o medico tomou a
temperatura e ouviu o coração de Duo. Quatre estava preocupado o que Duo queria dizer
que seu pai estava vindo, será mesmo que era Duo quem estivera falando com ele, o som da
campanhia tocando o tirou de seus pensamentos ele caminhou até a porta provavelmente
era assistente de Duo. Quatre abriu a porta e sorriu para a mulher. Une olhou para o jovem
loiro na porta e retribuiu o sorriso, Maxwell já havia lhe contado sobre o amigo árabe com
aparência angelical, ao notar a movimentação no quarto ela olhou novamente para o jovem
que tinha agora uma aparência preocupada.
- Entre por favor.
- O que aconteceu com Maxwell?
- Ele passou mal, eu pedi a recepção que encontrassem um medico, ele esta sendo
examinado agora.
- Sr Winner.
Quatre ouviu o medico lhe chamando e caminhou até ele, Duo já estava acordado e olhava
para Quatre com o sorriso de sempre. Quatre ficou feliz em ver Duo sorrindo. Duo notou a
preocupação nos olhos de Quatre e de sua assistente, ele não se lembrava direito do que
havia acontecido, apenas que sentira um dor muito forte no peito antes de tudo escurecer, a
mesma dor que tivera em seu sonho. Duo procurou sentar-se na cama sendo ajudado por
sua assistente e Quatre.
- Então dr o que eu tive?
- Bem Sr?
- Maxwell.
- A principio não há nada de errado com o Sr Maxwell eu diria que goza de uma
saúde perfeita seria necessário o Sr fazer outros exames para podermos
identificar o problema. O Sr pode ter tido um principio de enfarto, um ataque de
hipoglicemia como diversas outras coisas.
- Entendo.
Quatre notara pela expressão de Duo que ele não ficara muito surpreso com a resposta, era
como se ele já esperasse por ela.
- Dr o Sr acha que o Duo deve ficar de repouso?
- Seria melhor ele ficar em observação por enquanto não creio que aconteça
novamente, mas é melhor prevenir.
Duo estava com a cabeça baixa pensando quando ouviu Quatre perguntar se ele precisava
de repouso.
"Ah de jeito nenhum, eu vou sair hoje à noite para jantar e dançar como havia planejado".
Duo levantou a cabeça para dizer isso quando notou a figura de uma mulher próxima a
cama, Duo a reconheceu como a mulher chamada Inia, ela o olhava com preocupação e
quando falou sua voz carregava tristeza.
*Eu sinto muito. Eu deveria ter lhe contado, ele está vindo busca-lo novamente.*
*Quem está vindo?.*
*Ele vem buscar seu herdeiro.*
Quatre ouviu Duo começar a falar novamente em egípcio como se conversasse com
alguém, Quatre podia sentir a presença de outra pessoa, mas não havia mais ninguém no
quarto, o medico olhou para Duo sem entender o que estava acontecendo, que língua aquele
jovem estava falando. Une olhou para Maxwell ela já o havia visto falar daquela maneira a
tarde no museu, mas ela também não compreendia o que ele estava dizendo, quando Quatre
perguntou a Duo com quem ele falava. O medico e Une ficaram surpresos ao ouvir o jovem
loiro falar parecido com Duo.
*Duo com quem você está falando?*
*Você não há vê?*
*Quem?*
*A mulher atrás de você.*
Quatre se virou e não viu ninguém apesar de sentir alguma coisa, ele olhou para Duo e
balançou a cabeça.
- Une poderia acompanhar o Dr Green ate a porta, por favor. Dr Green obrigado
por tudo.
- Hã...claro se precisarem de mim estou hospedado no quarto 306.
- Sr Maxwell cuide-se.
Duo olhou para o medico como se não o reconhecesse e voltou seus olhos para Quatre.
*Você não há vê?.*
*Não, mas sinto a presença de alguém.*
*Ela diz que ele esta vindo, buscar seu herdeiro novamente.*
*Quem esta vindo?*
*Eu não sei.*
Une voltou para junto dos dois eles pareciam conversar em uma língua que ela nunca
ouvira, ela olhou para o jovem árabe que continuava a observar e falar com Duo.
*Pergunte a ela quem está vindo*
*Quem virá?.*
*Quando você retornar a sua terra e encontrar a sua herança, quando a lua estiver
coberta pelas nuvens e a areia pela nevoa, ele chegara para reivindicar o que é seu por
direito.*
*Reivindicar o que?.*
*Não esqueça meu filho o sangue dele correr em seu corpo.*
Quatre podia ouvir apenas a voz de Duo assim ele não sabia o que a mulher que Duo disse
estar no quarto dizia. Quatre notou que os olhos de Duo de repente voltaram a ter o brilho
de antes e ele parecia desorientado. Então Quatre resolveu falar com ele normalmente.
- Duo o que houve?
Duo olhou para seu amigo ele não sabia o por que daquela mulher esta sempre presente. O
que ela queria dizer com que ele tinha o sangue dele? O sangue de quem? Quatre via a
confusão de seu amigo ele parecia tentar entender o que acontecia, ele mesmo não sabia,
mas a verdade era que alguma coisa estava acontecendo, alguma coisa que ele não sabia
como explicar ou se havia uma explicação.
Continua....
