-Capitulo 7 – o Fim

Todos olham assustados, logo Elfa levanta e declara em tom descrente.

Elfa: Mas...Hauser...

Ling: Como assim?

Pipe: O que você quer dizer com isso?

Siren: Então a assassina é a Elfa?

Hauser: Não! Não confundam! Eu to apontando para a porta da sala! Não para a Elfa...

Elfa respira aliviada, mas uma cara de dúvida surge na face de todos.

Elfa pergunta irônica: Mas, como assim, a porta foi a assassina?

Hauser: Não, pois atrás da porta...vamos! Sai daí, Maioki, você está sendo filmado por uma câmera aí fora, não tem para onde ir!

A maçaneta gira lentamente atraindo os olhares de todos, a porta grande da sala de estar abre-se por completo e por trás dela surge uma figura magra, conhecida de todos.

Botan grita contente: FILHO!

Maioki: Hey, sentiram minha falta?

Wanda corre e abraça seu amante. Em seguida sua mãe corre para um abraço também, afasta Wanda, olha feio para a mesma.

Botan: Você deu um susto em todos! Aliás, porque você fez isso? Seu trolha! – e dizendo isso dá um tapa no filho. – aliás, tapa na bunda por ter forjado sua morte!

Maioki: Mas...mãe! Não estrague o clímax do momento!

Botan: Pelo menos puxão de orelha, então! – e puxa fortemente a orelha do filho – e nada de TV por dois anos!

Maioki: Mas, mãe!

Faye: Então, não é querendo ser chata, nem nada, nem querendo interromper um momento tão (argh) cute e família, mas, você não acha que nos deve uma explicação, senhor?

Maioki: Não, na verdade eu acho que o Hauser deveria explicar o que exatamente aconteceu e como foi que ele me pegou...

Hauser: Simples, desde o primeiro momento eu suspeitei que o Maioki não estivesse realmente morto.

Lyra: Como pode ter tanta certeza?

Hauser: Pela farsa da cozinha. Pense um pouco mais, mesmo o som da festa estando alto e tudo mais, porque outro motivo ninguém ouviria uma briga na dispensa? Ainda mais uma briga que a deixaria toda bagunçada? Aquilo naturalmente me pareceu uma farsa. Foi em cima desse pressuposto que parti em busca das respostas e na primeira reunião já recebi a maior dica do que teria acontecido.

Siren, esperançoso de ter sido sua bomba: E que seria...

Hauser: Algo que a Botan disse. Sobre o direito que o Maioki tem de se tornar imperador, caso o caso dele com a Faye for reconhecido. Em outras palavras, o Maioki queria se tornar um imperador também e para isso forjou sua própria morte para agir sem pressões e por trás de tudo. Estou certo?

Maioki: Estupidamente certo – diz desapontado.

Lithos: Ah, a fita! Então era por isso que você precisava da fita!

Maioki: Sim, a fita era o que provaria meu antigo caso com a Faye, já que ela não queria me reconhecer como amante e sequer queria que eu me tornasse um imperador, mas ainda faltava que a própria Faye assumisse que já teve um caso comigo, afinal é a palavra dela que vale mais para tornar tudo real de fato.

Hauser: Então você inevitavelmente veio atrás da segunda fita, a primeira foi uma isca que eu coloquei pra te instigar, a segunda fita foi a isca definitiva.

Koneko: Mas, ainda faltam algumas peças. A ameaça de morte, por exemplo, e os calmantes?

Maioki: A ameaça eu supus ter sido a Faye quem me mandou, pois alguns dias antes ela descobriu sobre minha tentativa de me tornar imperador. Os calmantes foram só uma armadilha mesmo, pra fingir que eu realmente estava nervoso.

A imperadora então olha para a outra e sorri.

Faye: Sim, a ameaça fui eu...mas foi algo mais como um aviso do tipo: Desista da idéia.

Ling: Mas, como você forjou sua morte?

Maioki: Eu pesquisei no obituário alguém que fosse muito parecido comigo e que tivesse morrido de causas naturais, roubei então esse corpo do necrotério, através do tubo de ventilação, na hora do almoço, após o corpo voltar para o necrotério eu apenas coloquei-o na antiga campa, que era dele mesmo, usando, inclusive, a mesma capa que deixei lá.

Ling: E o sangue da capa, deu que era seu sangue?

Maioki então mostra sua mão esquerda, nela havia uma cicatriz.

Maioki: Cortei com o bisturi da sala de autópsia e coloquei o sangue lá, a fim de forjar mais ainda.

Elfa: Então, você chegou na festa antes que todo mundo, de algum modo desviou a atenção da Yami enquanto colocava o corpo na dispensa, espera um tempo, bagunça a mesma, joga o corpo pela janela, esconde-se em algum lugar e em seguida espera descobrirem.

Maioki: Justamente.

Blind Lady: Tem algumas coisas que não batem com minhas teorias, mas tudo se encaixa.

Lyra respira aliviada: Então, o assassino do Maioki é o próprio Maioki?

Hauser: Sim, agora é meu dever prendê-lo.

Maioki: Sim, e eu teria conseguido me tornar imperador se não fossem por esses garotos e esse cachorro idiota!

Koneko: Que cachorro? Que cachorro?

Maioki: Esse final foi plágio de Scooby Doo mesmo.

Pipe: Certo, certo...agora vamos, eu vou levá-lo também Maioki.

Hauser algema, pacificamente o "assassino", enquanto Pipe abre a porta da sala e o trio caminha para o carro.

Faye: Terminou...

Jéssi: Sim.

Lithos: O estranho é como tudo pareceu tão fácil...

Koneko: Fácil demais. Vamos indo nessa?

Jéssi: Sim, hora de voltar pra casa...

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Hauser guiava o carro pelas ruas, andava tranqüilo, sem sirene alguma.

Hauser: E aí, vai esperar mais para comemorar, ou tem receio da Pipe, Maioki?

Maioki: Não! ufa, enfim, deu tudo certo! – respira aliviado, encostando-se no assento do carro.

Hauser ri um pouco e olha para a mulher que ia ao seu lado, em sua cara uma clara expressão de dúvida.

Pipe: Tudo certo?

Hauser, rindo sozinho: Sim! Deu tudo certo! Você realmente acreditou naquela história do Maioki se tornar imperador do Mundo Rosa?

Pipe: Como assim? E não é verdade? – levemente irritada.

Hauser: Então realmente o plano deu mais certo do que nós esperávamos Maioki! Até a Pipe acreditou nele! – ri contente.

Maioki: Nem Pipe...aquilo tudo foi um teatro. Se você prometer guardar segredo nós contamos o que realmente aconteceu.

Pipe: Sim, prometo...mesmo porque to morta de curiosidade agora.

Hauser: Acho que...é melhor contar a verdadeira história desde o começo Maioki.

Maioki: Certo. Vejamos, por onde eu começo?

Hauser: Pelo principio, me parece óbvio...

Maioki: Ok. Primeira coisa de tudo: A ameaça de morte era verdadeira, sim! Por um tempo eu realmente fiquei nervoso com ela, tanto que realmente tomei aqueles calmantes, com medo de morrer. A primeira coisa que eu fiz após receber a ameaça foi conversar com alguém. A única pessoa que eu sabia que podia contar sem muitos escândalos era a Yami.

Pipe: Então a Yami sabia de tudo, desde o começo?

Maioki: Sim, na verdade eu não precisei lubridiar ela, ela cedeu o apartamento e até ajudou a forjar minha morte, mas espera que isso vem mais tarde. Então, o conselho que a Yami me deu foi de procurar o Hauser, já que ele trabalha como investigador na policia e foi justamente isso que eu fiz. A principio eu conversei com o Hauser com o intuito de ver se nós descobríamos quem era o assassino em potencial, acontece que realmente não haviam pistas!

Hauser: Sim, haviam suspeitos, mas nada de pistas.

Maioki: Por um tempo então eu evitei contato social. E meio que me tranquei em casa, tanto que o lugar ta uma real bagunça, mas, inevitavelmente chegou o aniversário da Yami e o Hauser me ligou perguntando se eu realmente iria nele (Começo do Capitulo 1). Foi então que, depois da ligação eu tive toda a idéia: Forjaria minha morte e com isso iria atrás do assassino em potencial, foi aí que obtive a ajuda do Hauser e da Yami. O Hauser fechando a autópsia da policia para investigação, inclusive foi esse o motivo que ele demorou pra te pegar para vocês irem à festa, mas com a autópsia fechada o corpo que eu raptaria do necrotério voltaria para o lugar de origem e mais tarde seria apenas colocar o corpo à sua campa original (exatamente como o citado antes); a Yami cedeu o apartamento e me ajudou na farsa, mas fingir surpresa e estar mal ao receber a noticia seria o mais difícil, pra isso foi necessário que ela engolisse alguma coisa que a fizesse passar mal, não me pergunte o que (obs: Mesmo porque eu realmente não pensei em nada legal XD) ao que a Blind Lady percebeu e mais alguém além dela.

Pipe: Então...forjada sua morte você poderia agir livremente a fim de encontrar o real assassino?

Maioki: Mais ou menos. Na verdade a reunião, proposta pelo Hauser, que teria mais ou menos esse papel.

Hauser: Sim, as suspeitas principais de terem mandado aquela carta eram: A Jéssi, a fim de proteger a integridade das imperadoras, a Wanda, que poderia ter se sentido traída, a Lyra, com orgulho ferido por ter, eventualmente descoberto e a própria Faye, a amante em si. Só faltava descobrir qual delas realmente era a assassina em potencial.

Maioki: A primeira a ser descartada foi a Wanda.

Pipe: Porque? Ela me parecia a mais suspeita pelo menos...

Maioki: Porque ela não queimou as duas cartas que eu mandei. Se realmente fosse ela quem tivesse me ameaçado ela teria se livrado dessas evidências e mesmo assim a primeira coisa que ela fez, ao sair da delegacia, foi ir ao apartamento da Yami, a fim de, provavelmente, procurar por pistas na dispensa, a Yami pressionou um pouco ela pra ver o que acontecia e o resultado foi que ela não ficou arranjando desculpas, mesmo porque deveria estar sem nenhuma grande culpa.

Hauser: Com isso, ela não poderia ser a ameaçante.

Maioki: Sim, a segunda a ser tirada da lista foi a Jéssi.

Hauser: Sim, a Jéssi revelou tudo sobre o caso sem titubear muito, se ela tivesse enviado a ameaça ela sequer teria respondido, ou não o faria com tanta facilidade, pois estaria em um total beco sem saída, entre a adoração que tem pelas imperadoras, ao mesmo tempo seu natural instinto de se proteger.

Pipe: Confuso...

Maioki: Sim, mas em resumo foi a facilidade com que ela revelou tudo sobre meu caso, ela não agiu como culpada quando falou na reunião.

Hauser: E por último...a última a ser tirada da lista foi...a Faye.

Pipe: Com isso...sobra a Lyra.

Maioki: Exato, que confirmou a suspeita na última reunião, mas também chegamos nela por exclusão.

Pipe: Espera! To confusa!

Maioki: A Faye sabia que eu tava vivo! Ela percebeu a farsa da Yami também, percebeu alguma coisa estranha no jeito do Hauser e com isso concluiu que alguma coisa tava errada. Tanto que ela me pegou de surpresa investigando o quarto dela e da Lyra, mesmo eu tendo me escondido embaixo da cama (Capitulo 5) e, após tudo explicado, resolveu me ajudar.

Hauser: Outra coisa, ela assumiu ter sido ela quem enviou a ameaça como sendo uma brincadeira justamente para o conforto da Lyra, ao assumir, ali, na reunião, seria o mesmo que dizer: Eu sei que foi você, mas te perdôo e voltamos ao normal. Além do que não teria muito motivo pra matar o Maioki.

Pipe: Certo, certo...entendi tudo isso, mas, porque que ao invés de contar a verdade vocês fizeram todo esse teatrinho?

Maioki: Pra enganar a Lyra e fazer com que ela desistisse da idéia de me matar.

Hauser: Sim, além do que a repercussão que teria no mundo se descobrissem que uma imperadora mandou uma ameaça de morte a alguém seria tão grande que nem se sabe o que poderia acontecer!

Maioki: Além do que, se eu fosse o motivo da prisão dela, minha vida estaria correndo um natural perigo, sem contar que o Estado como um todo ficaria abalado, sabe-se lá que repercussão isso poderia ter a nível mundial!

Hauser: Com isso, nós armamos tudo isso...

Pipe: Entendo...mas, você ficará preso?

Maioki: Sim, mas relaxa, será uma prisão disfarçada também, tem até um vídeo game na cela (Aeew XD). Tudo armado pelo Hauser.

Hauser: Sim e o Maioki ficará só um ano por lá, mais a efeito de acalmar todo mundo, depois disso nem haverão muitos motivos mesmo porque a Faye já acalmou a Lyra, o maior medo dela era de ser substituída, tanto como imperadora como pela Faye.

Pipe: Por isso da hostilidade com o Maioki na festa?

Maioki: Sim, inclusive outro indicio de que era ela.

Pipe: Realmente...então, acabou tudo certo para todos os lados.

Maioki: Justamente! Se não fosse a urgência para a prisão nós até poderíamos comemorar o sucesso da "missão".

Hauser: Sim, mas isso deixa pra quando você sair.

Maioki: Certo, certo...e você paga?

Hauser: Vá esperando...

O carro pára. A sirene é desligada, Hauser sai do carro abrindo a porta para Maioki.

Hauser: Chegamos! Espera só um minuto...

O rapaz entra novamente no carro.

Maioki: Ei...mas...

Um tiro soa no ar. Todos os poucos transeuntes da rua olham aflitos, Maioki põe a mão em seu peito e sua cara adquire uma expressão de real dor, olha para sua mão, a mesma estava encharcada de sangue. Tenta ver de onde vinha o tiro, mas a última coisa que consegue é focar alguma coisa, sua visão fica cada vez mais turva, cai ao chão. Teria se enganado? Afinal, quem era o assassino? Alguém os seguiu? Teriam sido os dois dentro do carro? As pessoas se amontoam em volta de seu corpo, algumas gritam palavras que não fazem sentido para ele, tudo fica cada vez mais escuro, mais sombrio, era uma pena, mas em todo caso, agora era tarde demais...tarde demais...

A pergunta que sobra é a mais clássica a ser feita: Quem matou Maioki?

-Fim-