rá! só não me batam!
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Capítulo 6 - Sorte de ter azar
And I'd give up forever to touch you
Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
(E eu desistiria da eternidade para tocá-la
Pois eu sei que você me sente de alguma maneira
Você é o mais perto do céu que eu vou chegar)
Quanto tempo eu fique sentada naquela confortabilíssima escada, só Deus sabe. O coitado do meu livro teve que pagar pelo meu mau humor repentino. O que, de forma alguma, teve relação com a raiva e o ciúme que resolveram me fazer companhia. Ou aquelas piranhas se esfregando, tocando, falando, rindo com eles. Me incomodando. Ou, então, o fato da McGonagall passar do meu lado, nem um pouquinho feliz, sem nem ouvir a porra da minha explicação. Puta que pariu, eu não mereço isso. Sim, eu fico nervosa e falo muito palavrão, principalmente quando eu estou nervosa, brava e estressada. Ou seja, tudo que eu estou agora. Puta que pariu, puta que pariu, puta que pariu! Arghh!
Já tentei ler o bendito livro um milhão de vezes, todas sem sucesso, já que eu me toquei que não conseguiria quando estava lendo o livro de cabeça para baixo, sem perceber. Aí eu fiquei puta da vida, joguei o livro no bolso e bufei irritada, fazendo isso a cada 5 segundos. Irritantemente. Resolvi que a melhor estratégia para conseguir suportar essa situação era olhara para o teto. Simples. Como sempre, eu fugindo dos meus problemas. Ainda me pergunto por que, diabos, o Chapéu Seletor me colocou na Grifinória. Mas... Bem, aí você me pergunta por que, diabos, eu continuo aqui nessa vigília, ou melhor, tortura. Simples, os malditos deveres de monitora. Afinal, eu não quero piorar a raiva que a McGonagall está de mim. Não mesmo.
- Lily... - Dei um pulo e olhei para o lado. Nada. Deve ter sido minha imaginação, ou algum fantasma...
- Lily! - Epa! Calmaê, fantasmas não tem a voz tão conhecia do James.
- James?
- Éééé... Tô na Capa de Invisibilidade. Me tira daqui, AGORA, pelo amor de Deus! - Ele realmente estava nervoso, isso porque a voz dele estava histérica. Então a situação deve estar crítica mesmo. - Cozinha, agora. Já! - Me levantei displicentemente e fui descendo os degraus, com a maior calma do mundo, atenta aos olhares do outro James, que agora era assediado sozinho, sem descanso. Depois que eu passei do segundo corredor, o James-Agora-de-Camisa-Branca surgiu na minha frente, com uma expressão bem assustada. Muito assustada. De mais, até. Fiquei com medo do que aquelas malucas podem ter feito com ele... Melhor nem pensar no assunto.
- Nunca mais me deixe assim sozinho... Nunca, ouviu bem?
- Ah, sim, claro... - Resmunguei mal humorada.
- O que houve, Lily? - Ele reparou nos meus delicados e gentis modos de trasgo. Que tocante! Hunft... Vai correr atrás delas, vai vai... - Eu não tive opção, está bem? Eu não tive como fugir. Só agora no final o Sirius me salvou, indo buscar a capa com a McGonagall. Você pode ter certeza que o último lugar que eu gostaria de estar era lá... - Ele logo acrescentou, como se lesse a minha mente.
- Você não me deve explicações, James. – Mas, mesmo assim, o que ele falou começou a dissipar a minha raiva e angústia. Tentei relaxar. Às vezes eu sou tão ignorante... Às vezes sempre.
- Mas eu gosto de dá-las a você. - Ele retrucou. Agora havíamos chegado à cozinha. Sentamos em uma mesa.
- Está bem... Cada doido com a sua mania. - Dei ombros e minha boca se abriu em um sorriso discreto e relutante. Pedimos a um elfo a comida, pra mim um prato de macarrão, para o James qualquer coisa com muita carne. Homens. Comemos conversando sobre nossas infâncias. A minha, tranqüila, com a minha irmã, até entrar em Hogwarts, pois depois tudo virou um inferno; e a dele, solitária, sem irmãos. Mas, como ele mesmo disse: "com muito carinho e amor dos pais". Acabamos, e, logo depois, um dos milhões de elfos da cozinha surgiu do nada, perguntando o que agente queria de sobremesa. Foi unânime.
- Sunday de frutas vermelhas! - Respondemos os dois juntos. Olhei para cara dele, abismada. Nunca havia visto ninguém que gostasse tanto de Sunday de frutas vermelhas quanto eu. Ele pelo visto também não. Caímos na gargalhada. Nossos Sundays chegaram, e eu salivei. O único problema do Sunday é que tem pedaços de cereja. É, eu sei, sou o único ser do universo que não gosta de cerejas. Então, quando eu como um maravilhoso Sunday, eu separo os pedaços de cereja no canto. Comi, tentando ao máximo disfarçar esse fato, coisa que você pode ter certeza que não aconteceu.
- Você não gosta de cerejas? - Perplexo, o moreno me perguntou. Ainda abobalhado, ele pegou a minha taça, e colocou os pedaços de cereja na taça dele. Nesse momento, eu pude perceber que os pedaços de amora dele também estavam separados. Aí foi a minha vez.
- Você não gosta de amoras? – Sorri, irônica, peguei a taça dele e coloquei os pedaços de amora na minha taça. Era só o que me faltava. Além de tudo, (ok, isso é brega) a gente se completa. Lily, esse final de semana está te afetando. Muito.
Continuamos comendo, sorrindo um para o outro. Uma sensação estranha se apoderou do meu estômago, e não era fome. Ele ficou sorrindo com aquele sorriso de lado, maroto, que deixa qualquer uma sem ar. Meio de lado, só com o canto da boca, parecendo saber alguma coisa que você não sabe. O que aconteceu comigo, já que eu, principalmente, não sou exceção. Abaixei a cabeça, pra ver se conseguia comer tranqüila. Não consegui, claro. Afinal, não se consegue ficar relaxada sentindo que alguém está te observando constantemente. Tratei logo de puxar algum assunto.
- Então... - Comecei, mas a palavra ficou no ar.
- Então você está sem graça e sem assunto. – Sorriu, como quem sabe das coisas. Que absurdo! Eu tinha assunto, só tava demorando um pouquinho para chegar... Um pouquinho muito. Mas, se eu pensar bem, eu realmente não tinha assunto. E eu realmente estava, com certeza, sem graça. Mas como diabos ele sabia? Olhei-o, intrigada.
- Como eu sei? Bem, não é difícil, depois de anos te observando freqüentemente... Vamos? - Ele levantou e estendeu a mão, para que eu o acompanhasse. – Ah, sim, por favor, duas garrafas de cerveja amanteigada... - Olhou para mim, sorrindo, irônico. Ó Cristo...
- Não, não. Cerveja amanteigada, não. - Cheguei na porta e fui saindo. Logo depois, James saiu, com as duas garrafinhas na mão.
Eu-não-mereço.
Será?
- Pega.
- Não, 'brigada.
- Por quê? Tem medo do que você pode falar? Do que você pode fazer? - Ele insistiu e me encarou, me testando. Peguei a garrafinha, abri, mas não tomei. A dele já estava na metade.
- Não. Por que você quer ouvir o que falo quando bebo? - Falei. A pergunta que tanto se corroia dentro de mim, finalmente saiu. Agora eu tremia de ansiedade. Ele parou, e me olhou.
- Claro, afinal, só assim você admite... Esqueça, não precisa beber. - E estendeu a mão para a garrafinha. Afastei o braço dele, e vi um olhar de espanto no seu rosto.
- Admito o quê? - Agora eu realmente tremia. Escondi a garrafinha nas costas, para ele não ver o líquido balançando. Encarei o moreno como toda a intensidade que eu conseguia reunir no momento, o que não era lá grandes coisas.
- Que você gosta de mim, Lily. - Ele respondeu, suspirando. Prendi a respiração, não ousava nem piscar. - Não adianta dizer que não, você estava bêbada, que não vai colar. Bêbado não inventa história, bêbado conta os segredos mais profundos que tem. Aquele que nunca nem sonhou em contar para ninguém. - Ele me olhou de uma forma carinhosa e triste. - Sei bem disso. Sirius viva me contando que, todas as vezes que eu bebia, ficava te chamando madrugada adentro. - Ele riu. Eu não. - Quando você se solta, eu consigo ouvir, finalmente, o que eu esperei tanto tempo para escutar...
- James...
- Não precisa se justificar Lily. Já passou, foi um lapso, prometo não tocar mais no assunto. - Se virou e foi caminhando pelo corredor mal iluminado. Um turbilhão de pensamentos e sentimentos passava por mim naquele momento. Eu estava zonza. Então, no meio dessa confusão, finalmente eu somei 1+1 e descobri que daria 2. Simplesmente que eu nunca descobriria se não tentasse.
- Não. Eu não quero me justificar. Pelo contrário - Ele se virou e me encarou, totalmente perplexo. Sorri de nervoso. - Não, não, está tudo errado. Não era pra ser assim... - Balancei a cabeça negativamente.
- Assim como? - Ele agora voltava para onde estava.
- Assim. Eu me declarar bêbada, você jogar tudo na minha cara, não fazer nada... E EU tomar a iniciativa... Isso não estava no script...
- E como deveria ser? - Agora ele estava bem perto de mim, já podia sentir o cheiro do seu perfume bem fraquinho. Pude ver nos seus olhos esperança e alegria, e, na sua boca, um esboço de um sorriso. Meu corpo pinicava todo, com vontade de tocá-lo. Ergui a garrafinha até a altura do peito e fiquei brincando com o lacre, evitando olhar nos olhos do maroto.
-Bem, você deveria me dar uma grande prova de amor...
- Como o que?
- Ah, não sei. Se jogar no lago e tentar matar a lula gigante, ou qualquer coisa do tipo. E não atrapalhe minha descrição, sim? - Agora ele estava mais perto.
-Ah, desculpe. Continue, por favor. - Levantou os braços, em tom de desculpa.
- Sim. E, depois dessa prova de amor, eu ira te salvar. Sim, eu te salvaria. Então, após você quase ser morto, ficaria quase um mês na ala hospitalar. Eu estaria ao lado da sua cama chorando a sua desgraça, e me declararia para você, sem saber que você estava acordado. Então você me pegaria nos braços e faria juras de amor eterno... E todos ficariam felizes! - Bem, agora, depois de eu ter dito tanta abobrinha, eu estava muito, mas muito nervosa. Nervosa ao extremo. Acho que eu estou sentindo palpitações, pode ser o inicio de um infarto. O que eu não duvidaria. O que, diabos, eu estava fazendo? E, ah, agora ele está muito, mas muito perto. Mais alguns décimos de milímetros ele me tocaria. – Mas, sabe, são apenas teorias que não têm nada a ver com o momento... - Ergui os olhos, dando de cara com os dele, tão próximos.
I'd do anything
Just to hold you in my arms
To try to make you laugh
Somehow I can't put you in the past
I'd do anything
Just to fall asleep with you
Will you remember me?
'Cuz I know I won't forget you
(Eu faria qualquer coisa
Só para te segurar em meus braços
Tentar te fazer rir
De algum jeito não consigo te deixa pra trás
Eu faria qualquer coisa
Só para adormecer ao seu lado
Você irá se lembrar de mim?
Porque sei que não irei te esquecer)
- É, realmente não tem nada a ver com o momento... - Ele pegou a garrafinha das minhas mãos e colocou em cima do parapeito da janela, que ficava atrás de mim. Quando seus braços voltaram, se colocaram na minha cintura. Já com os meus braços eu não sabia o que fazer. Ele me apertou, e me deu um beijo na testa. – Ah, Lily... - Ele me encarou por alguns segundos, me segurando forte entre seus braços. Nesse momento eu reparei que parecia uma gelatina. Gelatina com palpitações. O que não foi, de forma alguma, um pensamento muito romântico, não, mas foi o termo mais exato que eu consegui para me descrever. Ele começou a vir na direção do meu rosto, mostrando nos olhos mais decisão do que nunca. Engoli seco. Quando ele estava a milímetros de mim, comecei a fechar os olhos, mas, nesse instante, o aperto dos seus braços se afrouxou, e sua cor foi desaparecendo. O James que estava na minha frente foi sumindo, gradualmente. A última coisa que vi foram seus olhos, arregalados de espantos, assim como os meus.
- James...? JAMES! – Desesperada, eu olhei para os lados. O QUE, DIABOS, TINHA ACONTECIDO? – Pensa, Lily, pensa! Ah... N-não... Não...
"... e o Prof. Slughorn vai preparar a poção, que deve ficar pronta amanhã à noite. Enquanto isso..."
A porra da poção ficou pronta. Grande momento hein! A sua sorte se supera, Lily Evans.
Caralho.
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Fui correndo para ala hospitalar e encontrei os dois marotos, Remo e Sirius, parados à porta.
- E... a.i..? - Ofeguei, afinal, a correria não foi pouca.
- Nossa, já descobriu? Pensei que você ficaria meio perdida quando ele sumisse. – Remo, sentado no chão, me puxou para sentar ao seu lado. Desmoronei, buscando um pouco de ar, coisa escassa nos meus pulmões, no momento.
- Ah... Sim... Obri...gada... - Fechei os olhos, e segurei a cabeça com as mãos, pois começava a latejar. - E aí... Como eles... Ele está?
- Não sabemos. A enfermeira nos colocou para fora. À pontapés, literalmente. - Sirius apontou para si mesmo, sentado no chão, encostado na parede. - E aí, onde vocês estavam?
- Ann... Voltando da cozinha... Aí ele, puft, sumiu! - Eles não precisam de detalhes, não é? Depois a gente resolve essa pequena falta de informação. A porta se abriu e levantamos em um pulo.
- Podemos entrar? - Sirius, a Paciência Em Pessoa. Para sua sorte, a enfermeira balançou a cabeça afirmativamente, e fez sinal de silêncio antes que nós entrássemos. O que não aconteceu, já que o Sirius estava com agente. Entrou batendo a porta e falando alto, acordando todos os que ali estavam, inclusive o James. A enfermeira fez uma cara bem feia, já eu fiz cara de quem não tem culpa dos amigos que possui. Fomos até a sua cama e o vimos, deitado de barriga para cima, com os olhos fechados, dormindo. Entramos todos na divisória e paramos lado a lado, como soldados, olhando para ele.
- Como foi que tudo aconteceu? – Murmurei, com o canto da boca, para Remo, que estava ao meu lado.
- A McGonagall apareceu lá e o chamou. - Me respondeu ele, na mesma forma. – Trouxe ele pra cá, e aí eu não sei mais. A gente foi posto para fora, lembra?
- Ann...
- Ai, minha cabeça... - O doente finalmente havia acordado. Tremi. Agora já era, finalmente ele acordaria e a beijaria com... - Lily? Aluado? Almofadinhas? Que porra eu estou fazendo aqui? - Ele xingou, e olhou para a cama, abismado. Ele está meio perdido, meio completamente... McGonagall chegou.
- Então... Finalmente essa confusão acabou, sim? - Deu um meio minúsculo sorriso.
- Confusão? Que confusão? - James perguntou, incrédulo e espantado. Epa...
- Ah, sim, não se lembra? O professor Slughorn falou que isso poderia acontecer, mesmo.
- Como assim não se lembra? - Pânico. Tomara que ele não tenha percebido isso na minha voz. - Nada, nadinha? Nem...
- Como assim, me lembrar? - Agora quem estava com cara de pânico era ele. Ele olhava para nossas caras querendo descobrir alguma coisa, mas estamos todos abismados demais para responder. - Eu deveria me lembrar alguma coisa?
Não, não. Não, não... Isso, definitivamente, não.
- Dá licença... - Murmurei para que alguém me ouvisse, ou não. No caso, foi o Sirius que me olhou, estranhando a minha atitude. Nem reparei quando outra pessoa percebeu a minha saída, o James que berrou "Lily! Ei! Aonde ela foi?...", nem quando tropecei na enfermeira, muito menos quando esbarrei no diretor. Saí da enfermaria tonta. Afinal, tudo que eu sempre havia evitado fazer, eu havia feito. Tomado coragem, me declarado para O Potter. Mostrado porque o Chapéu Seletor me colocara na Grifinória. Pra quê? Para nada. Para uma ilusão de alguns segundos, que desapareceram. Puft! Sumiu. E agora, na hora do Vamo-Ver, eu fugi, como sempre. Mas, no momento, minha cabeça não tinha condições de pensar em nada. A razão foi muito pequena em relação ao impulso de sair dali, que me dominou.
"Antes dois James Potter na mão, do que um desmemoriado voando"
É Lily... Sua sorte se superou dessa vez...
Caralho.
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alguns pontos relevantes...
1- Pressaa! mta, mta pressa!
2- Reviwes, reviwes!a sua autora está em crise aguda ( nd q um adolescente nunca tenha pasado), logo, precisa de incentivos ( leia-se reviwes) para escrever rápido e com qualidade!
3-Sim, sinto ( ou não) informar que esse é o penultimo cpitulo. éééé... ta chegando ao fim galera...
4- não pormeto nada de quando sairá o proxmio cap pois: a total e absoluta falta de tempo q as provas me proporcionaram não vão me deixar escrever com tranquilidade( isso se me deixarm escrever), a autora que vos fala está em crise, como já citado, e precisa de muuitos incentivos sim? então, você que continua a ler sem se manifestar, ou já se manifestou uma vez, por favor, SE MANIFESTE! o botão roxo não morde...
5- como já devem ter percebido eu tenho respondido as reviwes diretamente a pessoa, então se você não recebeu a minha resposta foi porque não colocou o e-mail, favor coloca agora sim?
bitoquinhas mulherada! ( por favor não deixem essa autora mais em crise do que já está!)
