Não achei A trilha perfeita, mas Ooh Child, a música que toca na cena final de Graduation Day, ficou legal.

Choro de criança. Luka falando em croata. Foi o que Abby ouviu ao recobrar a consciência e antes de abrir os olhos com esforço. Suas pálpebras pareciam pesadas demais. Enfim, conseguiu abrir os olhos e piscou-os algumas vezes antes de virar o rosto no sentido de onde ouvira os sons. E ela então viu uma imagem que a encheu de alegria. Luka estava de pé segurando um dos bebês, que chorava desesperadamente. Viu um pai desajeitado tentando acalmar a criança, conversando com ela em croata. Ela não entendia bem as palavras, mas eram muito parecidas com as que Luka falava com os bebês quando eles estavam em sua barriga. O outro bebê dormia tranquilamente em um berço ao lado de sua cama.

"Hey." Ela disse, com a voz fraca.

"Hey! Bom te ver acordada."

"O que aconteceu?"

"Você desmaiou logo que este pequeno nasceu." Disse Luka dando a Abby uma melhor visão do bebê em seu colo. "Parte pela grande perda de sangue durante o parto, ou os partos, e parte pela exaustão."

"Por quanto tempo estive desacordada?"

"Algumas horas. Como está se sentindo?"

"Estou bem. Acho que precisava mesmo dormir..."

"Está sentindo dor?"

"Não... É tão estranho não estar mais grávida... Deixe-me pegá-lo..." O bebê continuava gritando, mas Luka a impediu de sentar-se.

"Não. Vou chamar Dra. Coburn para te examinar primeiro."

"Luka, eu estou ótima..." Mas os apelos de Abby foram em vão. Luka chamou Dra. Coburn, que a examinou e, finalmente, deixou-a se sentar.

"Viu só? Estou ótima." Disse Abby olhando para Luka e abrindo os braços para pegar o bebê. Ela o pegou no colo e tentou acalmá-lo, sem sucesso.

"Ele deve estar com fome." Disse Dra. Coburn escrevendo no prontuário. "Abby, sei que você tem certa prática em amamentação da época em que era enfermeira da obstetrícia. Vou deixar vocês a sós, mas se precisar de ajuda é só chamar, ok?"

"Sim, obrigada Janet..." E com isso a obstetra saiu. Luka olhou para Abby e ela olhou para o bebê. Ela já ensinara inúmeras mães a amamentar, mas, ao olhar para seu pequeno filho, o medo tomou conta de seu corpo. Luka sorriu, um pouco sem jeito. "Quer que eu saia?"

"Não, está tudo bem." Disse Abby abrindo um dos lados do avental. Ela ofereceu o peito ao bebê, que o pegou e começou a mamar energicamente, parando de chorar.

Luka pegou a menina no colo e aproximou-se de Abby para olhar mais de perto. "Qual é a sensação?"

"É... esquisito." Luka riu. "É maravilhoso. Eu estou realmente alimentando-o. Isso é real." Abby disse.

"É difícil fazer cair a ficha né... eu olho para os dois bebês e não consigo acreditar. Somos papais..."

"Você fica bem de papai..."

"Você também não fica nada mal..." Abby olhou-o, cética.

"Verdade Abby. Você será uma mãe maravilhosa. Vai ver."

"Tomara... não vai ser nada fácil, dois médicos do ER, com horários malucos, cuidando de dois bebês..."

"Nós vamos dar um jeito..."

"Precisamos de nomes, Luka. Não podemos chamá-los de menino e menina para sempre."

"É verdade... Eu estive pensando em um nome para a menina... Não sei se você vai concordar..."

"Se você vier com aquela história da Mango de novo..." Luka riu.

"Não, é sério... Nossos bebês foram concebidos na noite que Sidney morreu. Na noite que você foi ao meu apartamento..."

"Não sabemos se foi naquela noite..."

"Se não fosse por ela, você não teria ido ao meu apartamento... talvez nunca tivéssemos voltado..."

"É verdade..." Abby lembrou-se com tristeza de Sidney.

"Achei que podíamos homenageá-la de alguma forma... o que acha?"

"Acho que Sidney é um ótimo nome." Disse Abby olhando afetivamente para a menina no colo de Luka.

"E quanto ao menino...?" Ele perguntou. Houve um momento de silêncio.

"Michael."

"Hum?"

"Michael. Quero chamá-lo de Michael. Em homenagem a Gallant." Houve mais um momento de silêncio, e Abby continuou. "Era uma pessoa de bom coração, determinada e morreu fazendo aquilo que acreditava ser o certo. Acho que é um bom nome para nosso filho."

"O que Neela vai achar disso?"

"Neela vai ficar lisonjeada. Tenho certeza disso."

"Michael e Sidney Lockhart-Kovac... É, parece bom."

"Lockhart? De jeito nenhum! Lockhart é o sobrenome do meu EX-marido."

"Quer chamá-los de Wyczenski?"

"Nãão... Se eu tirei do meu nome, por que colocaria no deles? Serão Michael Kovac e Sidney Kovac. Perfeito." Disse Abby, orgulhosa.

Quando Abby se deu conta, Michael havia adormecido em seu peito. Ela vestiu-se e Luka colocou a pequena Sidney no colo de Abby, fazendo com os gêmeos ficassem de frente à mãe. Luka sentou-se na cama ao lado de Abby e os dois apreciaram a visão dos dois bebês, lado a lado, dormindo pacificamente.

"Obrigado." Abby fez uma expressão de interrogação. Luka continuou. "Obrigado por me dar essas duas criaturinhas perfeitas. Por me fazer voltar a sentir feliz novamente. Por me dar uma família novamente."

"Eu é quem devo agradecer Luka. Por me mostrar como é ter uma família de verdade. Por me mostrar que isso é possível. Por me fazer acreditar na felicidade e no amor. E o principal, por ter sobrevivido e voltado para mim. Para nós."

"Eu te amo."

"Também te amo." Eles se olharam, sorriram e voltaram à atenção aos bebês.

Pessoal, acho que esse é o fim. Se me der uma luz de criatividade, quem sabe um dia eu a continue ou escreva uma outra fic. Gostaria de agradecer muito a todos que tiveram a paciência de ler a fic de uma humilde fã doente por ER, e pedir desculpas pelas angústias por deixar esperar pelos capítulos seguintes. Espero que tenham gostado, foi feita com muito carinho! Bjos!