Darkness Lady

A Dama da Escuridão

Capítulo 04 – Heaven's a Lie (Lacuna Coil)

Tom olhou pela janela. O sol começava a se pôr por detrás das colinas, o que dava a tudo uma coloração meio rosada/alaranjada. Provavelmente nevaria naquela noite também. Sorrira ao lembrar o "show" que Angel dera quando vira as duas garotas-comensais que se juntavam a ele. Era realmente tentador irritá-la. Falando nisso... Talvez fosse bom provocá-la mais um pouco.

Angel sentia a água da banheira começar a gelar, mas não se importava nem um pouco. Estava exausta pelo esforço repetitivo de retirar e pôr os livros. Estava exausta de olhar para o 'todo-poderoso' Lorde, e principalmente, estava cansada de ver aquelas duas vadias darem em cima dele como abutres em carniça. Só havia presenciado poucas cenas dos três, mas já se cansara demais daquilo.

Mergulhou, sentindo uma estranha leveza. Gostava de longos banhos de banheira por isso, podia lavar a alma, junto do corpo. Sentiu a falta de respiração e emergiu. Olhou para sua camisola jogada em cima da pia, logo teria de arranjar um vestido. Lembrou-se de uma das vagabundas perguntando ao Lorde porque a empregada vestia camisola, e pelo olhar dele ela sabia que logo teria uma vestimenta nova. E temia muito isso. Se conhecia aquele cafajeste, podia muito bem por um micro-vestido nela.

Saiu da banheira, se secou e pegou uma segunda toalha para secar os cabelos. Entrou no quarto para buscar a escova que havia esquecido, dando um pulo de susto ao ver Tom apoiado na janela. Com a movimentação ele se virou, dando um sorriso malicioso, enquanto Angel segurava mais firme a toalha.

- Não te ensinaram a bater antes de entrar?

- Eu bati, ninguém respondeu, então entrei – Ele continuou sorrindo daquela maneira que ela detestava. – Bela toalha.

- Engraçadinho.

Ela caminhou até a penteadeira, pegou a escova e voltou a se trancar no banheiro. Tom suspirou, ela era realmente tentadora... Se não tivesse tanto auto-controle...

Em pouco tempo Angel estava de volta, cabelos penteados, camisola, penhoir e uma cara muito irritada. Ele só sorria.

- O que deseja? – Ela cruzou os braços e o encarou

- De verdade? – Ele foi até ela, tocando seu rosto de leve – Você.

Ela bate na mão dele, retirando-a de seu rosto.

- Mas como sei que por enquanto isso está fora de cogitação... – Apontou para uma caixa em cima da cama – Trouxe algo para usar durante o jantar de hoje.

- E quem te disse que irei jantar com você?

- Bem... Eu imaginei isso... Por isso avisei aos comensais que se você não viesse jantar comigo, com seu novo vestido, iria jantar com eles... Sem nada. Tem 20 minutos.

E saiu do quarto, fechando a porta com delicadeza. Ela bufou de raiva, e se sentou na borda da cama, olhando para a porta. Entre a cruz e a espada. Olhou para a caixa, e um pouco receosa abriu a tampa. Dentro, embrulhado em um papel de seda estava o mais belo e sensual vestido que já tinha visto. Era um corpete vermelho-borgonha, com uma saia longa, tudo de camurça, agradável aos dedos e olhos. O corpete era tomara que caia, com um formato que valorizaria o que quer que ela tivesse. Alguns pequenos detalhes, como a costura ao redor, e o zíper, eram negros. Lindo, lindo e lindo. Simplesmente Lindo. O pôs na frente do corpo e se olhou no espelho. E só então se lembrou de Tom. Usar aquele vestido na frente dele seria pedir para ser violentada quase. Mas valeria o risco... Com certeza, pensou sorrindo.

Tom estava sentado na ponta da enorme mesa de mogno da sala de jantar. Bonnie e Letycia sentadas uma ao lado da outra de seu lado esquerdo, Lolly na segunda cadeira de seu lado direito. As portas se abriram e um comensal deu espaço para Angel passar. Definitivamente ele soubera escolher o vestido ideal para ela.

Lolly sorria, olhando de Angel para Tom e vice-e-versa, a verdade é que Tom havia perdido toda a reação, e Angel em menos de 20 minutos se transformara em uma verdadeira princesa. Prendera os cabelos em um coque alto, deixando poucos fios soltos emoldurando-lhe o rosto. Estava perfeita. Sentou-se no lugar que lhe fora reservado, de cabeça baixa, respirando lentamente para tentar se acalmar. Olhou para Tom que a observava sem nenhuma reação. Olhou para a frente, encontrando os olhares furiosos de Bonnie.

- Sabe, Milorde... De onde eu vim, os empregados comiam na cozinha... – Letycia não parava de encarar Angel.

- Não pedi sua opinião, Maiden... Acho bom aprender que aqui quem dá as ordens sou eu.

Fez um gesto para que os elfos começassem a servir as comidas.

O Jantar transcorreu em silencio, e sem maiores incidentes. Assim que acabaram de comer, Angel e Lolly foram enviadas a seus quartos, assim como Letycia e Bonnie. A segunda porém havia decidido tomar algumas providencias.

A verdade é que Bonnie sempre conseguia o que queria... Nunca alguém havia subestimado-a e se saído bem... Ela sabia como agir e principalmente, quando. E logo percebera que Angel e Tom não eram exatamente o que parecia... E isso estragaria completamente seus planos de virar Lady Voldemort. Sabia que tinha que fazer alguma coisa e exatamente quem procurar...

Vira que Rewson estava desconfiado assim como ela, e agora que podiam juntar suas forças tudo seria mais fácil... Depois era só se livrar do velho... Sorriu ao passar por um espelho, e ajeitou o decote, aumentando-o... Tom não resistiria muito tempo... Não mesmo...

Angel olhou pela janela que dava para os jardins em seu quarto. Era uma bela paisagem. Suspirou, e sentou-se na penteadeira para pentear os cabelos... Agora que estava sem o vestido, apenas com a camisola parecia que vivera um sonho por alguns momentos, e acordara. Fechou os olhos, e passou a mão de leve nos lábios... Era verdade que o beijo que Tom lhe dera outro dia havia voltado com total força agora que ele estranhamente não estava tão cruel com ela e Lolly.

Alguém bate na porta, e logo abre. Era logo a pequena que correu para o colo de Angel, que a abraçou.

- Vim dizer boa noite, mamãe. – E tascou um beijo em sua bochecha.

- E te deixaram vir sozinha?

- Não eu vim com papai. – Ela sorriu, enquanto Angel arregalava os olhos. Passos na porta porém fizeram-na "despertar". Lá estava Tom, encostado no batente, sem a capa que geralmente usava, somente a blusa social branca com os primeiros botões abertos, e a gravata desfeita. – Eu precisava de um pai, mamãe, ai o Papai deixou que eu o chamasse assim.

Angel corou até as raízes dos cabelos e olhou para Tom sem saber o que fazer. Ele só riu.

- Vamos, Lolly, está na hora de ir para cama. – Chamou e a menina foi sem pensar duas vezes. Tom ia fechar a porta quando Angel o chamou.

- O que quer com minha menina?

- Quem sabe? Afinal eu talvez precise de alguém para torturar, não é mesmo?

Angel cruzou os braços, fazendo-o rir.

- Não vou fazer-lhe mal... Não se preocupe... Agora boa noite, Angel...

- Boa noite – murmuro enquanto ele fechava a porta.

Foi até a cama e se deixou cair. Aquilo estava cada vez pior... Se não se controlasse...

Adormeceu quase profundamente... Os cabelos se espalhavam pelos travesseiros, e havia fechado o dorsel. Finalmente estava tendo um momento de paz. Foi quando tudo mudou. O relógio mostrava às 4 horas da madrugada quando o Comensal entrou. Dane-se que o Lorde não soubesse dar valor ao que tinha tão próximo de si... Sabia que se o mestre quisesse podia fazer qualquer coisa com aquela garota, e mesmo assim não fazia... E ela era tão linda... Como ele não pôde reparar direito nela? Colocou as cordas e amarras que trazia consigo perto da cama, e puxou de leve o cortinado, revelando a menina que dormia tão tranqüilamente. A camisola, que tinha uma fita que dava um laço no decote, estava quase caindo por um dos ombros, e a fita começava a se desamarrar. Era tão bela... Percebera que o Lorde sentia algo por ela, mas mesmo assim não podia negar que era irresistível... Talvez morresse por isso... Mas valeria a pena... Sabia o quanto uma garota daquela podia alegrar um cara como ele.

Pegou a primeira amarra e amordaçou-a. Com a movimentação, Angel acordou, olhando assustada para seu agressor. Começou a se debater e agitar o máximo que podia braços e pernas. Isso o enlouquecia. A adrenalina subiu e ele desferiu um pesado tapa em seu rosto. Ela tinha os olhos assustados, mas assim mesmo tentava se debater. Melhor assim... Detestava aquelas que desistiam de lutar... Não havia graça. Com uma mão, segurou os pulsos dela e com a outra passou a corda, e a prendeu acima da cabeça dela. Mesmo assim ela ainda conseguiu dar-lhe um chute no meio das costas. Rindo, ele prendeu cada uma das pernas em uma borda da cama. Ela encarava-lhe com uma mistura de medo e raiva.

Subiu em cima dela e beijou-lhe o pescoço, descendo os beijos até o decote, que logo abriu, rasgando a camisola dela e revelando-lhe parte do corpo. Olhou nos olhos dela enquanto arrancava a própria blusa. Ela ainda tentava se debater, mas ele não parecia se importar com isso. Voltara-lhe a beijar ombros, pescoço, orelha, bochechas, enquanto uma de suas mãos subia lentamente pela perna dela, levantando-lhe a camisola. Lágrimas escorriam pelo rosto dela... Era isso que ele queria... Agora, precisava provar de seus lábios... Era o que faltava para começar a segunda parte.

- Olha... Nós podemos nos divertir muito juntos... Para isso vou retirar sua mordaça... Mas você vai me prometer que não vai gritar...

Ele lentamente tira a mordaça dela, e sorri. Angel porém começa a gritar com todas as suas forças, afinal aquela podia ser sua única chance. O mostro parece ficar sem reação em um segundo e em seguida faz a única coisa que lhe passa pela cabeça: Beija-a, fazendo com que não pudesse gritar assim. E então pára.

Ele não se mexia, parecia até mesmo nem respirar. "Eu...eu fiz isso?" Ela ousa se perguntar por um segundo. Sente o corpo dele esfriar lentamente, e então ele sai de cima dela. Lá estava Tom, jogando o infeliz contra a parede.

Ele respira fundo, tentando recuperar o fôlego, ainda olhando para o corpo do comensal estirado no chão. Ele deveria ter morrido mais lentamente, sofrido mais.

Ele olha para Angel, que estremecia, assustada. Ela encarava-o profundamente. Talvez tivesse saído de um pesadelo para entrar em outro. Os olhos dele estavam vermelhos novamente, mas desta vez de um vermelho tão intenso que ela temia pelo que aconteceria a seguir.

Ele avançou para cima dela, fazendo-a recuar assustada, ele a encara sem entender.

- Não vou lhe fazer mal – Ele aponta a varinha para as cordas que prendiam as mãos dela, enquanto sentava na cama. – Eu não sou o monstro aqui hoje.

As cordas dela se desamarram, e ele segura de leve seus pulsos, para retirá-las. Eles estavam marcados, quase em carne viva pelo esforço em retirar as cordas. Ele acaricia de leve as mãos dela, pensando em como fora tolo em não deixá-la protegida. Soltando as mãos dela, não pode deixar de notar a roupa tão rasgada dela, e as partes de seu corpo a mostra. Ela era linda. E Intocável. Realmente aquele maldito deveria ter tido uma morte bem mais dolorida. Ele vê que ela estava sem graça e tentava se cobrir com o que sobrara da roupa. Voltou a atenção para suas pernas, desamarrando-as com a varinha.

- Por quê? – Ela pergunta com a voz embargada de nervoso ainda.

- Por quê, o quê?

- Por que veio me ajudar? Como... Como soube? Seu quarto é distante.

- Ouvi seu grito.

- Eu gritei baixo, sei disso... Mal consigo... Falar agora. – Ela o olhava, curiosa e receosa ao mesmo tempo.

- Eu estava sem sono... Fiquei passeando pela mansão... E além do mais não lhe devo explicações... Você deveria estar grata.

Ele não a encarava. Ela deu um sorriso fraco.

- Você está mentindo para mim.

- Você quer mesmo saber? Saber o porque de eu ter matado um dos meus melhores agentes por sua causa? – Os olhos dele brilharam levemente, enquanto ele largava a ultima corda que a amarrava – Porque você é minha. Ninguém tem o direito de tocá-la se não desejar uma morte horrível. Você é e sempre será minha e somente minha.

Ele levantou-se e com um aceno da varinha fez com que o corpo do comensal levitasse.

- Obrigado. – Ela murmurou.

Tom olhou para ela surpreso, mas ela já não o encarava. Estava de cabeça baixa, vermelha. Angel não sabia porque, mas as palavras dele haviam dado-lhe um certo reconforto à ela.

- Mandarei alguém lhe trazer roupas novas amanhã. Durma, não precisa catalogar os livros amanhã. Mandarei Lolly aqui para te fazer companhia pela tarde.

E saiu do quarto, olhando para trás poucas vezes.

Angel deitou na cama, pondo o penhoir por cima do que restara da camisola, e sorriu, mesmo sem saber porque.

Deitou e adormeceu imediatamente.

Continua...

N.a.

Quando eu mostrei os rascunhos da cena acima para a Lisa ela só me disse uma coisa: Cena Forte. E sinceramente, acho que era isso que eu buscava. Em Constantine um personagem diz que o melhor lado do ser humano só é mostrado em frente ao horror... Precisava então de uma pitada nessa história.

Mas devo admitir que me surpreendi em como eu e a Lisa podemos ser Perversas, literalmente desta vez. Mas valeu a pena...

Vamos aos comentários:

Bebely Black:

Manitha gêmea! Nada de Mil desculpas o que! O que vale é você ter lido alguma coisa! Espero que continue acompanhando... Você vai né/Olhinhos brilhando/

Miri

Divertido? Achou assim mesmo esse, Miri? Ahuahauhauhau A Lolly é realmente um anjo em minha vida... E quer uma curiosidade sobre ela? O Nome dela é Elizabeth Lollyta, o que em apelidos significa Lisa Lolly, as escritoras disso aqui ahuahauhauahu Que bom que acha toda essa baboseira boa... E MUITISSIMO OBRIGADA POR SEMPRE ACOMPANHAR!

Sweet Nightangel

AMANDO? Tem certeza? Olha que as linhas do amor e ódio sempre são próximas, hein? Obrigada pelos elogios, e devo concordar: Tom-chan é maravilindo! Espero que goste desse capitulo!

Lisa Black

Maninha cruel... Parceira de maldades! O que eu faria sem você? Acho que vou até começar a reservar um espaço em N.a. para você... Mil beijos, e sim... Bonnie também é em sua homenagem... Supere! Beijokas!

E com esse já são 3 capitulos com músicas do Lacuna... Virei uma viciada...

Olha só... Quem ouvir uma musica e achar ela a cara de algum personagem, pode mandar, viu? Só não vale Eu sei que eu sou bonita e gostosa, e Eva Venenosa para a Bonnie, viu? Hauhauahuahuahau

E falem sério, o Tom no batente da porta com a blusa aberta foi tudo.

Bem, vejamos... Esse capitulo é dedicado a uma pessoa muito especial em minha vida. EU! Afinal, passei de ano, conclui o Ensino Médio ontem! Alegria, alegria!

Hehehe... To brincando... Vou dedicar esse capitulo à Titya Silverghost que sempre me dá inspiração (E que tinha uma cena muito parecida na fic dela com uma de DL e EU POSTEI PRIMEIRO! ENTÃO O COPYRIGHT É MEU!) e a minha Tia de verdade verdadeira, Juliana, Jujuba, que se formou em publicidade esse ano, com 10 no TCC! Tias, amo vocês... De verdade verdadeiramente verdadeira!

O próximo capitulo, eu não sei quando vem, afinal 'tamo chegando no natal... E daqui a duas semanas já vai ser a data... Eu devo estar até lá postando um especial de Natal, mas o DL acho que só ano que vem... Bem, anyway...

Feliz Natal e Um Próspero Ano Novo!

Que os sonhos de vocês se realizem e vocês continuem realizando os meus de ter uma fic com bastante Reviews!

Belle Lolly Perversa Black (08-12-2005)