Capitulo 07 – Temporary Insanity (Alexz Johnson)
Tom observava incrédulo a imagem de Angel. Sequer conseguir raciocinar direito. Ele estivera tão perto! Drakulya estivera em suas mãos e escapara. Jogou a foto na lareira com força, e ficou assistindo-a derreter. Não entendia... Como Drakulya podia ser uma pessoa? Ele teria interpretado tudo errado nas escrituras?
A verdade é que Tom Riddle nunca errava. Há alguns anos descobrira no fundo de uma loja um livro tão antigo e caindo aos pedaços que o comprara por uma micharia. Ao lê-lo, porém descobriu que tinha um verdadeiro tesouro em mãos. O livro era um diário de uma comitiva que havia ido assassinar Drácula, mas descobriram que mais do que matá-lo, seria necessário destruir toda a família dele. Assim, tudo o que fosse necessário para achar os verdadeiros descendentes estava descrito lá... Assim como o bem mais precioso que o Conde tinha. A Imortalidade. O diário dizia que quem possuísse o dom de Drakulya viveria para sempre. E ainda dava dados completos sobre como o encontrar.
"Drakulya não é algo a ser buscado, e sim exterminado.
O Mal sempre atrai o mal, e assim continuará a ser,
Enquanto que alguém de sua família nascer,
O símbolo das trevas continuará a ser passado."
Era uma das passagens, mas a favorita de Tom, que ele sabia de cor vinha bem antes.
"O Tempo pode passar, os humanos podem para sempre cair
Mas o mal persistirá e continuará a sorrir
Porque o Conde, por mais morto que esteja, ainda teve vida para dar;
A continuação a seu legado e assim continuar a passar
O dom de Drakulya que tantos almejam
Mas nenhum sabe onde quer que esteja.
Uma imortalidade mais doce que a do Conde,
Sem o mal necessário do vampirismo
É aquilo que ele mais esconde
É aquilo que a marca revela com cinismo.
Procure o Dragão de Prata, que brilha com o luar;
A dama verdadeira, ela sim, sempre o carregará.
Meia-noite tudo muda,
Assim nós vimos acontecer
Enquanto os Drakul viverem
Nós não poderemos espairecer."
Repassou novamente as palavras, enquanto relia o livro. Era verdade que ali falava da Dama Verdadeira, mas uma pessoa nunca poderia brilhar com o luar. Mesmo assim, não custava nada ver aquela marca mais de perto. Talvez fosse o momento de rever Angel.
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O sol começava a se pôr quando Angel e Lolly voltaram a casa na fazenda. A noite começava a se revelar, e a temperatura caia levemente. Angel subiu e foi tomar um bom banho de banheira. Conhecera todo o terreno a cavalo, era um lugar perfeito para quem desejava proteger-se.
Mergulhou e abriu os olhos debaixo d'água. Aquela maldita voz em sua cabeça continuava lhe dizendo coisas que não queria ouvir. Era doloroso demais.
Saiu da banheira, pondo o roupão felpudo e secando os cabelos com uma toalha. Aquilo não estava fazendo... Ele deixando-a naquele lugar, confiando nela... E ela planejando tudo às escondidas.
É ele ou Lolly.
A voz tornou a dizer.
Não importava mais o que achava, ela tinha que proteger a irmã, como prometera ao pai. Nunca quebraria aquela promessa. Nunca.
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Caminhou por um lugar muito belo, que sabia que conhecia há muito tempo.
Entre montanhas, e um belo lago, havia um jardim muito belo, cercado e brilhante como um diamante. Um balanço estava na árvore mais alta, e foi para lá que se dirigiu, sentando-se com delicadeza. Há quanto tempo não ia ali? Definitivamente não sabia, mas isso pouco importava.
Uma mulher aproximou-se dela, com um belo sorriso. Ela não sabia se devia sorrir de volta.
Porque me trouxe aqui? Já não basta ficar perturbando meus pensamentos a toda hora? – Ela disse, irritada.
Eu te trouxe porque você precisa saber. Não passou o dia se perguntando se eu não era só imaginação? Aqui estou eu!
E quem é você? Uma aparição do inferno que veio me perturbar a vida?
Não estou aqui para perturbar sua vida... Apenas para lhe lembrar da verdade... Se você se envolver com aquele rapaz tudo estará acabado tão rápido que você não terá tempo de saber o que aconteceu!
Porque me diz isso? – Angel olhou para a mulher com raiva dela e de si mesma.
Porque eu já vivi isso... Nós já vivemos isso, minha cara Tabatah. Você só não se lembra... Eu cometi o erro de casar com Drácula, e ele me tirou tudo o que eu tinha de valor até ter o que queria! Ele me tirou você, minha pequena! Como pode não se lembrar?
Angel fechou os olhos. Se se concentra-se podia ver-se como uma criança ainda, segurada por um homem alto e forte, pendurada do lado de fora de um precipício. E aquela mulher suplicando pela vida dela. Ele a jogara em um precipício para ter Drakulya, e Tom? O que faria com ela? O que faria com Lolly? Não importava, não podia deixá-lo saber.
Abriu os olhos, decidida.
Farei o que for preciso.
Ou então não lhe restará outra alternativa que fazer como eu... Pular atrás dela.
Angel concordou com a cabeça. Não adiantava mais lutar contra isso. Era ela, ou Tom.
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O resto da noite transcorreu normal. Mas Angel acordou corada e suando. Sonhara com Tom. E não havia sido um sonho de luta e dor... Definitivamente não. Levou as mãos à cabeça, sacudindo-a. Que idéia estúpida era essa de sonhar que ela e o Tom... Corou novamente.
Era estranho... Como se tivesse sido tudo real... Definitivamente aquela noite havia sido totalmente estranha... Primeiro sonhara com aquela mulher... E depois... Com Tom... Porque justo com Tom?
Levou as mãos aos lábios... Podia sentir ainda o toque dele, o gosto adocicado em sua boca, ouvir os suspiros de prazer que escaparam de ambas as bocas... Havia sido delicioso... Um verdadeiro pecado. Em todos os sentidos.
Esqueça... Isso é passageiro! Ele logo vai querer aquilo!
Era verdade. Levantou-se, sentindo o corpo ainda quente. Tinha que se cuidar, ou faria uma loucura.
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Tom olhou para o porte majestoso da casa, na fazenda. Decidira não aparatar direto na casa, mas entrar pela porta da frente, caminhando. Girou a maçaneta, mas a porta estava trancada. Se ela estava achando que isso o manteria do lado de fora estava sendo muito ingênua... Com a varinha destrancou a porta, encontrando uma sorridente Lolly do outro lado.
Eu ouvi um barulho e vim ver. Que bom que está aqui, Papai!
Tom olhou para baixo, encontrando a menina atrelada a seu corpo, os cabelos dourados bagunçados e seus olhos claros brilhando levemente. Por um momento, pensou em como ela e Angéline eram parecidas... Meneou a cabeça e pensou em afastá-la, mas achou melhor falar, gentilmente:
Olá, Lolly. Estão confortáveis aqui na fazenda?
Como ele previra, Lolly desgrudou-se dele para responder:
Estamos bem. Mamãe gosta do ar daqui, mas está tão estranha desde então... – A pequena exibiu uma feição confusa, logo substituída por uma desconfiada, com a sobrancelha erguida. – Você não tem nada a ver com isso, não é?
Tom adquiriu uma expressão risonha. E não é que a pequena sabia como defender a irmã?
- Não, querida. Sua mãe deve estar com algum problema... Importa-se de chamá-la aqui?
- É que ela...
Já está aqui. – Angéline apareceu repentinamente no aposento, com um sorriso misterioso no rosto.
Ele olhou para ela, com um sorriso malicioso. Ela tinha os cabelos levemente ondulados pela umidade e exalava um perfume cítrico que estava deixando-o ligeiramente perturbado. Até mesmo o vestido alaranjado simples que ela usava parecia mexer com ele profundamente. Ela havia saído do banho a pouco, e o corpo ainda estava ligeiramente úmido, mostrando que havia se secado e vestido muito rapidamente.
Ela por sua vez, tinha plena noção do que estava fazendo. Katrinna, a voz em sua cabeça, havia dito-lhe como fazer aquilo, não é mesmo? Provocá-lo até tê-lo a seus pés. Já tinha decidido passo a passo o que faria. Não teria piedade. Não mais se deixaria dominar por aqueles sentimentos de comiseração ou misericórdia. Seria mais fria do que jamais fora. Mas alguma coisa estragou tudo.
As coisas estavam tão bem, estava tudo saindo perfeitamente bem... Ela não tinha certeza dos instintos assassinos e defensivos que despertaram nela, como um dragão adormecido, cutucado por todas aquelas coisas novas que estavam acontecendo quase ao mesmo tempo, envolvendo-a inteiramente, mudando toda a sua rotina, toda a sua vida... Ou o que ela chamava de vida.
Ela tinha que conseguir... Era sua única esperança, há um segundo atrás! Mas alguma coisa mudou completamente dentro dela. E Angéline não soube como pôde ter pensamentos tão bárbaros, e fazer planos tão cruéis, agora que o vira novamente. Ele e Lolly. Juntos.
Angel? – Tom olhava-a, como que tentando entender o que estava se passando em sua cabeça. Parecia que estivera pensando durante horas, tamanha era a confusão em sua mente. Mas apenas dois segundos se passaram. Dois longos minutos, que fizeram seu falso sorriso escorregar do rosto, dando lugar a uma feição inexpressiva.
Sim? – Ela não sabia como podia pensar tanto e responder, ao mesmo tempo. Sua voz saiu estranha, e ela tinha consciência disso. Ela estava estranha. E temia que todos também tivessem consciência disso.
Sentiu um puxão em seu vestido, e deu graças a Deus por não estar de saia.
- Mamãe?
Olhou para baixo e viu a pequena Lolly a encarando, meigamente. Toda a sua aversão pela menina havia desaparecido, inexplicavelmente.
- Fale, Lolly. – Ainda não conseguia, porém, encará-la sem sentir um pequeno remorso, por tudo aquilo que havia pensado, sem saber porquê. Desviou o olhar para o chão.
Eu vou tomar banho. E deixar vocês sozinhos.
Angéline começou a pensar que Lolly sabia mais do que era preferível. Só não sabia como ela sabia tanto...
Tudo bem. Mas não demore. Vamos dormir cedo.
Já que todos os seus planos foram abandonados, não via sentido em destratar a menina, ou dormir mais tarde. E também a idéia de ficar com Tom Riddle na sala, estranhamente, lhe era incômoda.
Pode deixar. Vou voltar na hora certa.
Aquela frase foi extremamente perturbadora para Angéline. E também para Tom. Quando seria a hora certa? E certa para quê?
Angel acompanhou os passos seguros da menina até desaparecer no corredor. Teve a estranha sensação de que foi cercada por uma onda de vento gelada. E encarou os olhos frios de Tom.
Um calafrio percorreu todo o seu corpo, uma coisa que a irritava profundamente já que, inconsciente e contrariadamente, sabia muito bem o motivo. Ao mesmo tempo em que queria sair dali, interromper aquele contato visual e nunca mais ter que encarar aqueles orbes castanhos e, muitas vezes, inexpressivas, misteriosas, ameaçadoras... Não queria deixá-lo ir. Como saber o que sentia, realmente? Por que seu coração e mente pregavam tantas peças ao longo de sua vida, bagunçando-a, fazendo-a sofrer...?
Decidiu, naquele momento, que não pensaria mais naquilo. Era totalmente impossível apaixonar-se por aquele homem. E não ela. Não a garota que ela sempre fora... A garota que continuaria a ser. Não deixaria que dúvidas mudassem sua personalidade, o jeito que sempre fora. Porque ela era feliz. Apesar de tudo, feliz. E agora tudo estava confuso. Por que ela tinha que passar por tudo aquilo?
Tom parecia também não querer ir embora. Continuou encarando-a, e teve a impressão de que poderia passar o resto de sua vida olhando para ele, decorando cada mínimo detalhe de seu belo rosto e corpo esculturais. Tudo aquilo era real, ou ele estava imaginando coisas?
"Louco. Eu só posso estar louco. Vim aqui justamente para descobrir sobre Drakulya, nem que para isso fosse necessária a morte de Angéline. E ela seria só mais uma. Viva, morta... Quem se importaria?". Foi então que pensou em Lolly. E sua raiva só aumentou. Raiva dela, de Angéline, de seus sentimentos, de sua capacidade de sentir qualquer coisa por qualquer pessoa, e até de Drácula. Mas, acima de todos esses, sentia uma raiva imensa de si mesmo. "Por que é que Drakulya foi parar justo nessa garota, que ainda por cima tem uma irmã que a chama de 'mãe', e que insiste em me chamar de 'papai'? Por que é tão complicado matá-las, sendo que eu poderia fazê-lo mais rápido que um piscar de olhos, pronunciando apenas duas palavras com a varinha em punho? Mas elas não são nada comparadas à imortalidade que eu terei. E é isto que eu vim buscar".
Angéline?
Ela piscou, uma ou duas vezes, esquecendo-se, por um instante, que aqueles sons eram absolutamente normais, e vinham do homem à sua frente. Espantou-se com o poder que exercia sobre ela. E também com a facilidade com que se deixava dominar. Ela sempre fora auto-suficiente, e continuaria sendo, para sempre.
S-sim?
Repreendeu-se internamente por ter gaguejado tão perceptivelmente. E por descontrolar-se daquela forma, por uma simples aproximação. Aquilo não acontecia antes. Por que estava agindo assim, de repente?
Lollyta estava preocupada com você. Disse que gosta do ar da fazenda, mas que está estranha ultimamente... Há algo errado?
As palavras fizeram sentido, desta vez ainda a mais rapidamente para Angel. Mas alguma coisa mudara dentro dela, novamente.
Então a garotinha já estava espalhando tudo sobre ela? Será que ela podia colocar tudo a perder? Concluiu que nunca deveria ter pensado em abandonar seus planos. Era a melhor coisa a fazer, e tinha que ser feita o mais rápido possível.
Sorriu falsamente, um sorriso daqueles que não enganam ninguém. Naquele momento, pensou que deveria começar a treinar no espelho.
Não, estamos muito bem. Lolly se preocupa demais, por bobagens. Só ainda não nos acostumamos a ter tanto espaço, ao ar livre, uma casa tão cômoda...
Hum, entendo... – Algo de estranho na voz de Angéline chamou-lhe a atenção. Parecia uma daquelas patéticas bonecas trouxas, programadas para falar qualquer coisa, automaticamente. – estão confortáveis, bem instaladas?
Tanta preocupação era decididamente muito estranha, pelo menos para Angel. Ele queria qualquer coisa, ou não estaria tão dedicado e paciente.
Sim, sim. Essa casa é maravilhosa, Lolly adora brincar aqui.
Todo o clima quase que romântico que se instalara anteriormente no aposento quebrara-se definitivamente, e não tardou para que o silêncio se tornasse incômodo.
E a que devemos a enorme honra de sua visita, milorde?
Angel foi direta. Nunca foi de medir suas palavras, sendo sarcástica quando achava que devia. Principalmente com seus instintos mais perigosos tão aguçados.
Tom gostava de seu ar de desafio, ao mesmo tempo em que se incomodava e irritava profundamente quando ela era tão sarcástica. Sabia que era seu destemor que a tornava especial, entre muitas outras coisas. Especial e única. Feita sob medida... Para ele. Bem, era só uma atração. Era uma mulher diferente de todas as que conhecera. Logo se cansaria desta também. Sentimentos totalmente opostos caminhando juntos no coração de alguém que, além de tudo, odiava tê-lo. Apesar de saber que era uma das pessoas com o coração mais frio que já existiu, e se orgulhar disso.
Meneou a cabeça, disfarçadamente, e deu um meio sorriso.
- Eu lhes disse que é meu dever cuidar de vocês.
- Enquanto servirmos para alguma coisa.
Exatamente. – Ele sorriu misteriosamente. E Angéline sentiu o sangue ferver perigosamente pela ironia idiota. Mas também, o que ela podia esperar? Ele era o Lorde das Trevas, e elas eram somente peças em seu jogo. Interrompendo novamente seus planos homicidas, Tom continuou. – Bem, eu finalmente descobri uma utilidade para você... – Ele sorriu desdenhosamente, enquanto ela bufou, irritada. – Quer dizer que você é descendente direta de Drácula, Angelzinha?
Angéline encarou com ódio seus olhos castanhos, como que procurando uma resposta convincente dentro deles.
- E o que isso importa?
- Você sabe muito bem... – sibilou com raiva.
Não, eu não sei. Você acha que alguma vez me deram qualquer informação sobre minha árvore genealógica?
Tom tentava, a todo custo, entrar em sua mente. Porém, parecia que aquele era mais um dos misteriosos dons que Drakulya podia oferecer.
- Tenho certeza.
Pois então prove.
Angéline percebeu, de repente, que estavam perigosamente próximos.Encarou os lábios rosados de Tom Riddle, com um desejo repentino. Mas estavam no meio de uma discussão, e o que estava em jogo, novamente, era sua vida – e a de Lolly. Ele nunca poderia saber...
Quando Tom se deu conta, os lábios avermelhados e sedutores de Angel já estavam sobre os seus. E ele correspondia ansiosamente. Suas mãos seguravam a cintura delgada dela, como que para ter certeza de que realmente ela estava ali. Mas ele sabia que não podia se deixar levar pelo momento. Não ali. Não àquela hora. Sua mente o chamava à razão a todo instante... Mas seu corpo todo ansiava por aquele contato. Simplesmente não podia, não queria parar.
Angéline estava confusa. O que fizera? Por que o fizera?
É claro que havia qualquer coisa errada. Nunca tomaria a iniciativa de beijá-lo. Ou teria sido o contrário?
Seus corpos ansiavam por aquele mísero contato. Definitivamente, agora tinha também de tomar a iniciativa.
Angéline tentou afastar-se alguns centímetros... Mas as mãos ágeis de Tom a trouxeram de volta, capturando novamente seus lábios.
Qualquer esforço da parte dela era em vão. Ela sabia que não teria forças para separar-se dele... Até que algo mudou, novamente.
Largue-o! Agora! Você não vê que ele só está te usando? Ele só quer aquilo... E, se você não fizer qualquer coisa logo, ele o terá. E por culpa sua. Inteiramente sua.
Separou-se de Tom, relutante, empurrando-o levemente. E dessa vez não deixaria dominar-se tão facilmente. Ela controlava seus sentimentos, e não o contrário.
Tom olhou para a garota, seus cabelos despenteados, o vestido amarrotado, com uma alça caída um pouco abaixo dos ombros... Viu quando ela virou-se levemente, sabia que nem ela mesma sabia seu próprio rumo agora... E viu aquilo.
Não precisou virar-se para saber que Tom a segurava pelo braço. E também não precisava mais do que isso para saber que não a soltaria tão facilmente. Suspirou resignadamente e virou-se, encarando seus olhos novamente frios, embora a chama que havia acendido não estivesse totalmente apagada.
Por que é que você nunca me falou dessa maldita tatuagem? – seu tom de voz era ameaçador, embora tivesse de se controlar para não desviar os olhos para o colo da garota, quase aparecendo no vestido amassado.
Por um momento, Angel receou encará-lo, para depois recuperar o autodomínio:
E quem disse que eu sou obrigada a te contar tudo? – Deu de ombros e continuou. – Você nunca perguntou. Ela não tem nada demais.
Tom passou uma das mãos sobre a tatuagem nas costas de Angel, o que instantaneamente produziu um estremecimento na garota.
Veremos...
Angéline virou-se novamente, ignorando a mão firme que pressionava seu braço. Esperava soltar-se, em vão. Os olhos de ambos faiscavam, como ímãs que se atraíam e repeliam ao mesmo tempo.
- Solte-me.
- Não antes de você me dizer tudo sobre Drakulya.
Nesse caso, ainda não encontrou uma utilidade para mim.
Angel sentiu que ele pressionara mais fortemente seu braço, mas não daria qualquer sinal de fraqueza.
- Bem, se você não cooperar, acho que precisaremos conversar um pouco mais... Seriamente, se é que você me entende.
- Já disse que não sei nada sobre isso...
- Não me deixe irritado... Você pode se arrepender muito...
- Achei que você já havia entendido que suas ameaças não surtem efeito em quem não tem medo de você, Lorde das Trevas...
- Bem, ao que parece, você tem.
Está se enganando com mais freqüência do que achei que veria... Tsc, tsc, onde está o temido Lorde?
Angéline podia jurar que já havia qualquer hematoma em seu braço, tamanha era a força com que o rapaz o segurava. Sabia que qualquer demonstração de dor seria um prazer e um incentivo para ele. Não deixaria que ele acabasse com tudo. Não, ele não venceria. Ela provaria que era muito melhor do que ele, que não tinha direito algum sobre sua vida.
- Garota, você está passando dos limites. Você está brincando com coisas sérias... Saiba que ninguém provocou o Lorde das Trevas e saiu ileso...
Meu braço que o diga...
Agora ela havia ido longe demais. Estava sendo mais que petulante, estava sendo sarcástica como ninguém mais havia sido com ele.
Ela pôde ver a fúria contida nos olhos de Tom, que a encarava. Ele retirou lentamente sua mão do braço da garota, porém, não a deixou escapar tão facilmente. Passou uma das mãos levemente sobre o hematoma, O que fez com que ela tivesse que morder os próprios lábios para não gritar de dor, e o encarasse com ainda mais ódio.
Isso não é nada comparado a tudo o que vai sentir, se não colaborar... Você não conhece nem metade do meu poder, que em breve será muito maior... Se você cooperar. Vamos, diga!
Aquela frase ficou marcada para Angel... Segundo ele, seu poder seria aumentado... se ela cooperasse. Quer dizer que ele estava em suas mãos? Então tudo seria muito mais fácil do que ela imaginava.
- E o que te faz crer que eu cooperaria com você? – perguntou, estreitando os olhos.
A pergunta correta, feita por mim, logicamente, seria... E o que te faz crer que tem opções? Estou mandando dizer tudo o que sabe.
Angéline sentia que não tinha muito mais tempo... Ele realmente estava ficando bastante irritado, e ela sabia que, apesar de tudo, ele ainda representava muito perigo... Sentiu que ele já não pressionava tanto seu braço... Subitamente, num ímpeto, desvencilhou-se e correu escada acima.
Surpreso com o movimento repentino, Tom ficou, por um momento, um pouco atordoado, mas alcançou-a logo em seguida, quando ela tinha subido apenas alguns degraus.
E o que é que Lady Drake pensou que ia fazer? Menina ingênua, não sabe que ninguém escapa de Lorde Voldemort?
Angéline estremeceu. Estava louca? Colocara tudo a perder? Fechou os olhos com força e reabriu-os. Não, definitivamente, aquilo não era um sonho ruim... Bem, agora arcaria com as conseqüências. Encarou-o furiosamente, o rosto afogueado e o coração em chamas, que em breve poderia transformar-se em simples cinzas...
Só quem vai perder é você. Acha mesmo que conseguirá o que quer se me matar agora?
Tom estreitou os olhos, precisava de um modo de fazê-la contar tudo... Se Drakulya a permitia até mesmo bloquear a mente, o que mais não faria? E, de certa forma, ela tinha razão...
- Não pretendo matá-la. Não agora. Ainda não chegou sua hora...
- E, se continuar assim, nunca chegará.
- Eu decido se chegará ou não... É você quem não tem saída.
- Veremos... – sussurrou, provocativa.
Era incrível como ela sabia seus pontos fracos... Onde estava o temido Lorde das Trevas nesse momento? Aquela garota o tirava do sério...
Muito bem, acabou a brincadeira. Diga-me tudo, exatamente tudo o que sabe sobre Drakulya...
A intensidade do ódio que os olhos de Angéline refletiam agora era indescritível.
- Já disse que não sei de nada. Mesmo que soubesse, nunca iria dizer nada. Nunca te ajudaria, Riddle...
- Eu sei que sabe. E vai me dizer.
- Não tenho motivo algum para isso.
Se sua irmã não for importante o suficiente para você, lhe apresentarei a lista de motivos...
Aquela frase provocou uma reação estranha em Angéline... Se ele precisava apelar, que assim fosse. Mas ele não faria mal a Lolly, enquanto ela vivesse. Tinha que ganhar tempo...
- Experimente. Veremos quem é mais forte...
- Você é realmente muito ingênua, se pensa que isso é qualquer tipo de medição de forças... Eu nunca me submeteria a uma competição com você...
Bem, pense como quiser. Só espero que você não pense em me matar com suas ameaças ou palavras idiotas... Você pode representar Lord Voldermolt para o mundo todo, mas, para mim, você será o mesmo reles Riddle que sempre foi... Sem a máscara, você não é nada...
Tom enfureceu-se. Não precisava de sua varinha para acabar com ela... Mas Drakulya era seu. Por direito, pela ordem natural das coisas! De que adiantaria para ela? Aquela menina insolente já estava passando dos limites... Mas o que ele buscava estava acima de tudo e de todos... Ela se arrependeria por cada palavra dita desde seu nascimento...
- Eu te aconselho a não dizer o que não sabe... Pois todos os que cruzaram o caminho de Lord Voldemort se arrependeram amargamente...
- Tolos...
Assim como você, se continuar agindo assim. O que eu busco vale muito mais do que qualquer outra coisa, garota, e você vai aprender a não se meter com quem não deve.
Você deveria saber que eu não tenho medo de você.
Ele sentia o sangue ferver, tentando pensar na melhor maneira de conseguir o que queria, porém sabia que a única forma de ter Drakulya era ela entregando-o. Se ainda fosse um colar, ou objeto seria fácil, mas agora não tinha certeza do que era realmente. Mas talvez... Ergueu a varinha, na direção dela. Ela iria entregar o que tivesse.
Imperius.
Angel sentiu uma estranha sensação envolve-la. Ouviu a voz dele, dizendo-lhe para entregar Drakulya. Por um momento ainda se perguntou o que era mesmo aquilo, mas no seguinte foi como se ouvisse um estrondo. Olhou para Tom, Katrinna estava ao lado dele, e olhava para ela, como se lhe desse ordens.
Drakulya é mais forte que qualquer maldição que ele lhe lançar, Tabatah. Você sabe que pode.
Angel olhou com raiva para Tom, ele pagaria por tudo. Por seus sonhos malditos, pelos desejos contidos com tanta dificuldade dentro dela... E principalmente, por tentar fazer mal a ela e a Lolly.
Ele sequer teve tempo de se proteger. Angel mandou uma rajada psíquica forte demais na direção dele, jogando-o contra a parede oposta. Ela se levantou, um brilho dourado a envolvendo levemente. Levantou-se devagar, sentindo as costas doerem, ao mesmo tempo em que ela também se levantava. Ela estava linda, simplesmente linda, com o vestido amarrotado, e uma das alças caindo, quase lhe revelando o seio. Mas não era hora para reparar nisso. De uma vez por todas, tinha que acabar com aquilo, ou Drakulya acabaria com os dois.
Apontou a varinha para Angel, em posição de duelo, ela estreitou os olhos, fazendo com que o brilho dourado começasse a avermelhar. Era a hora da verdade... Ou conseguia o que queria, ou desistia de tudo.
Se preparou para jogar um feitiço nela, o brilho a envolvendo já estava vermelho-sangue. Era o momento final. A boca dele se abriu para murmurar o ultimo feitiço, mas nunca chegou a falar nada, pois do andar de cima viera um grito. E por mais que ambos quisessem se enfrentar, aquilo os despertou. Lolly estava os chamava.
Continua...
N.a.:
Eu deveria tomar vergonha na cara, e escrever em "Notas da Ghost Writter" nesse capitulo... Porque, verdade seja dita, eu quase não escrevi nada... Como vocês sabem eu tenho a melhor sobrinha do mundo, a Gábi das Fadas, e quando eu fiz um desafio para ela escrever uma song... Bem, ela fez uma com a Angel e o Tom... E como se fosse continuação do que eu já havia escrito do capitulo... E tava tão maravilhoso que eu copiei uma boa parte e pus aqui... Então, se vocês gostarem, culpem-na e deixem review na song que ela vai publicar, pois mesmo que muitas partes sejam iguais, ainda têm alguns trechos que são bem diferentes .
Reviews:
Sweet Nightangel – Que bom que você reapareceu! Já tava sentindo sua falta! - O que a Angel pretende? Bem, vocês estão começando a ver, né? Espero que tenha gostado desse capitulo!
Gábi das Fadas – Eu nem deveria pôr nada aqui, já que você é quem escreveu tudo, neh? Espero que continue me ajudando! Eu nunca teria escrito tanto sem você! Beijinhos!
Bebely Black – Maninha mais fofa do mundo! Espero que goste desse capitulo! Te amodoru!
Lisa Black – Espero que tenha bastante orgulho por sua filha! Ela é uma grandiosa escritora! E perfeita Ghost Writter... Vai acabar roubando seu posto! E quanto a OUTRAS COISAS... Quem sabe? Do jeito que os dois vão... Quanto a Matar a Lolly... Bem, quem sabe? Beijinhos, e não suma!
É isso ai, galera... Eu ia deixar a Gábi escrever algo aqui nas notas, mas ela não ta on, mas prometo que no próximo capitulo ela deixa alguma coisinha!
Capitulo dedicado à... Lisa Black e Olívio Wood, pais da Gábi nas Perversas, pois só eles poderiam fazer uma filha tão graciosa!
Mais uma coisa... Leiam 24 Hours, minha nova song-fic... Ela é uma SM, mas vale, neh?
Milhões de Beijos,
Belle Lolly Perversa-Black27-02-2006
E bom Carnaval!
