Cap. 1- Onde começou sua prepotência?

Gina acabara de acordar. Não queria levantar-se. Tinha ido dormir muito tarde por conta do livro que estava lendo, "As grandes famílias do século XII". Ela tinha pegado esse livro casualmente na biblioteca e começado a folheá-lo, e não conseguiu mais parar de ler. Via as grandes festas que eles davam, os casamentos realizados por interesse, a sociedade totalmente escravocrata e os poucos que se sobressaíam e eram realmente reconhecidos. A típica sociedade medieval, com todo o seu glamour de um lado e sua podridão nos bastidores.

- Vamos Gina, levante – disse Lilly, sua colega do quinto ano.

- Não quero – disse Gina cobrindo a cabeça com o travesseiro.

- Deixa de manha, você não vai querer perder a aula do Prof. Binns.

- Vou sim.

- Não, vamos Gina – disse Lilly arrancado as cobertas de Gina e puxando-a pelo braço.

- Ai, ai, já acordei...

- Tá, então vamos.

Gina levantou-se e aprontou-se, descendo logo em seguida para o café. No caminho esbarrou em nada mais nada menos que...

- Malfoy, não olha por onde anda não?

- Fica quietinha Weasley, ou vai ouvir o que não quer.

- Tipo o quê? Piadinhas sobre como a minha família é pobre e a sua é melhor, como minhas vestes são de segunda mão e como você me odeia? Uma surpresinha pra você, eu já sei disso tudo, e eu te odeio também, então você na minha vida não faz diferença nenhuma. Dá licença – disse Gina entrando no Salão Principal.

- Nossa Gina – disse Lilly – tá nervosa hein.

- Eu não agüento mais esse estúpido do Malfoy se achando... Ridículo.

Gina assistiu às aulas antes do almoço e decidiu que ao invés de ir almoçar ia continuar lendo seu livro. Foi para uma sala vazia, mas quando entrou percebeu que ela não estava tão vazia assim.

- Não acredito nisso...

- Weasley, você me persegue não é?

- Eu te persigo? Ah, claro, você é a pessoa que eu quero sempre ter por perto.

- Ah menina retardada, deixa de ser tosca, vim aqui pra ter um pouco de paz, não pra ter alguém me enchendo o saco.

- Eu que encho o saco? Essa é boa.

- Eu tenho culpa de você ser um ótimo motivo para piadas?

- Sabe o que eu queria? Descobrir de onde surgiu toda essa sua prepotência, de onde surgiu o sentimento da sua família de se achar a melhor.

De repente o livro se iluminou e os dois não conseguiam ver mais nada além dele, e de repente ele sumiu, deixando os dois completamente sozinhos em um lugar que nenhum deles conhecia.

- Espera um pouco? – disse Gina – Onde é que a gente tá? E que roupas são essas? – disse olhando para o vestido que estava usando, que era totalmente diferente de qualquer um que já vira na vida.

- Não sei – disse Malfoy olhando para suas vestes também nada comuns.

- Eu já vi roupas assim... Já vi no meu... No meu livro. Malfoy, nós estamos no século XII.

- O quê? Você enlouqueceu Weasley?

- Não, eu estou falando sério... Como é que nós vamos voltar?

- Você que nos colocou aqui agora você que nos leve de volta.

- Eu nos coloquei aqui? Do que é que você está falando?

- Foi você sim, com aquele seu desejo estúpido.

- Será que... Será que foi aqui que começou a prepotência da sua família? Agora eu não vou querer voltar enquanto não descobrir.

- Onde é que você está indo? – ele disse vendo que ela seguia pelo corredor do castelo.

- Vou ver se encontro uma viva alma. Você não vem?

- Com você? Não sou louco.

- Ótimo, tchau.

- Tchau – disse Draco virando para o outro lado e andando.

- Sr. Malfoy- disse um homem estranho que Draco nunca vira na vida.

- Você me conhece?

- Carl, você mesmo me chamou para sua festa de noivado com Prudence. Não vem me descartar agora Malfoy, você sabe muito bem que posso colocar a boca no mundo sobre você.

- Posso saber do que é que vocês dois estão falando?

- Ah, Prudence Weasley, linda como sempre – disse o homem. Draco se virou.

- Gina?

- Carl? Você está bem meu amor? Sou eu, Prudence. Quem é Gina Carl?

- Você... Eu... Prudence, estou confuso, com licença, te vejo mais tarde.

- Bernardo o que há com ele?

- Não tenho idéia – disse Bernardo desconfiado.

- Carl Malfoy e Prudence Weasley – disse Draco para si mesmo – Um Malfoy e uma Weasley... Um casamento... Merlim, o que é que está havendo?

- Carl? – disse a ruiva.

- Prudence? – disse Draco pensando se aquela seria Gina ou Prudence.

- Ah... Você... Ah...

- Gina?

- Draco? Ah, nunca pensei que fosse falar isso, mas Graças a Deus eu te encontrei.

- Você viu o que está havendo?

- Nós estamos em 1152 Malfoy... Eu descobri.

- Mas... E esse casamento?

- Não me pergunte. Como assim uma Weasley se submeteu a um casamento com um Malfoy?

- Eu pergunto exatamente o inverso pra você.

- Aparentemente nossas famílias ainda não eram inimigas nessa época. E tem mais... Aparentemente a família pobre era a sua.

- Do que é que você está falando Weasley?

- Esse castelo no qual estamos é dos Weasley sabia? A minha família foi a família mais rica do mundo bruxo na Idade Média... Eu não consigo acreditar nisso... Como foi que ficamos pobres? Malfoy... Você não acha que Carl quer casar-se com Prudence para lhe roubar o dinheiro acha?

- Que golpe de gênio... Definitivamente esse cara é dos meus.

- Malfoy, nós temos que impedir esse casamento.

- Não temos não.

- Então você prefere ter em mãos uma fortuna que não é sua? Porque você sabe né, a fortuna Malfoy é na verdade Weasley. Se eu conseguir provar isso Malfoy... Ah, que vergonha que vai ser.

- Mas você não vai conseguir provar.

- Que seja... Malfoy, nós temos que sair daqui, não podemos deixar que nos vejam ou vão achar que somos Prudence e Carl.

- Nisso você tem razão. Vamos nos esconder em um quarto desse castelo. Aposto como nós conseguimos achar um quarto que eles nem sabem que existe... Esse castelo é grande demais, aposto como ninguém o conhece por completo.

- Pois é... Maior do que o maior castelo que você jamais terá... E é um castelo Weasley... Não é legal?

- Fica quieta.