Olá para todos!

Aqui estou eu, quem diria! Depois de todo esse tempo... meu Deus...

Mas eu quero e vou continuar essa fic, nem que seja aos pouquinhos ( que é o único modo como eu consigo escrever mesmo...) não faz mal. Eu só espero não abusar da paciência de ninguém, hehehe.

Bom pessoal, aí está o começinho do 3º capítulo, que é onde eu explicarei o que aconteceu no passado com nosso querido casal, então acho que vai ser um capítulo bem interessante, hehe.

Espero colocar o restante em breve ( não me perguntem quanto tempo a palavra ´breve´ significa, por favor... ... ).

Um Bjo pra todo mundo ae,

Mysthic


Card Captor Sakura pertence ao glorioso grupo Clamp, e não a mim, sniff...


A música estava alta e animada. Assim como o som de risos e conversas.

Cap. 03

...Ondas e Conchas...

Mas a única coisa que Sakura conseguia ouvir naquele momento, era o bater de seu coração, sentindo os lábios suaves de Tadashi Kentsuke sobre os seus. Tão suaves e gentis, que mal podia senti-los. Foi quando ela se percebeu o quanto queria senti-los. Subiu a mão que pousara no ombro dele para seu pescoço, trazendo-o para mais perto.

Kentsuke sorriu e atendeu ao pedido dela, beijando-a com mais força agora, enquanto enlaçava seu corpo pequeno com seus braços fortes, apertando-a contra si.

Não demorou muito, e Sakura afastou a boca da dele, arfando por um pouco de ar. Levantou os olhos para ele, que estavam preocupados, sérios, mas que ainda emanavam um calor que a faziam sentir-se única e amada.

—Sakura... Me perdoe se eu te pressionei... — De alguma maneira, ele se sentia culpado. Como se tivesse traído a confiança dela. Por isso segurou o rosto dela entre suas mãos, enquanto dizia, sem desviar os olhos das esmeraldas que reluziam à sua frente:

—Mas eu preciso saber se nós temos alguma chance. A última coisa que eu quero é acabar te magoando de alguma forma... Eu preciso que você me diga se eu fico, ou se eu me afasto. Eu preciso saber...

Sakura olhou fundo nos olhos dele, confusa diante da batalha interna que estava travando com seus antigos fantasmas... Seu medo de começar um relacionamento, e de fracassar... de perder alguém tão importante para ela, mais uma vez. E ter que superar a dor... Ela não sabia se tinha forças. Mas, em algum lugar de sua mente, ela podia ouvir uma voz gritando: "Não seja mais covarde! Tente! Apenas tente!".

Kentsuke viu, alarmado, lágrimas surgirem nos olhos dela. Quando uma delas escapou e desceu pelo rosto dela, tocando sua mão, ele abraçou-a com força:

— Shhhh... Não fique assim, por favor...

— Eu quero... que você fique comigo... — Ela gaguejou, enquanto enterrava o rosto no peito dele, agarrando-se a seu corpo com força.

Ele sentiu seu coração quase parar. Ele nunca havia acreditado realmente que essa seria a resposta. Estava certo de que ela o queria apenas como um amigo, nada mais. Ele então sorriu, e baixou o rosto para beijar o topo da cabeça dela.

— Hei, venha cá... — Ele disse, afastando o rosto dela de seu peito, e olhando ternamente em seus olhos molhados. — Não chore... Sempre que você precisar de mim, eu estarei bem aqui... — Ele lhe estendeu um lenço.

— Me desculpe... Eu sou uma chorona...

— Eu não acho. Agora sorria. Você não quer ficar com os olhos inchados nas fotos, não é?

— Não, não mesmo. — Ela riu. — Obrigada por tudo... — Ela levantou os olhos para ele, com um sorriso tímido. — Tadashi.

Em Hong-Kong...

O silêncio era absoluto ao seu redor. Já passavam das quatro da madrugada e ele continuava a fitar o fogo ardente na lareira. Sua expressão não ia muito além de seeu costumeiro franzir de testa e absorção total em seus pensamentos.

Mas o âmbar de seus olhos ardiam tão ameaçadores quanto as chamas a sua frente. Tudo dentro de si estava repleto de chamas. Chamas de dúvida, de angústia, de raiva e, embora ele mesmol não ousasse admitir, de medo.

Inspirou com força para depois suspirar, pesadamente, desafiando as labaredas que ardiam a sua frente.

Não poderia se permitir nem um momento mais de espera, pensamentos, hesitação. Já pensara demais, estava na hora de tomar uma atitude. Não podia mais permitir que o que aconteceu no passado o impedisse de fazer o que tinha de ser feito. Não, dessa vez ele iria agir. Agora, o que estava em jogo, era o que ele tinha de mais precioso, a vida de sua mãe.

Nem pensava em dormir quando levantou-se e saiu do escritório, resoluto. Tinha muito o que fazer, e pouco tempo.

Longe dali, Eriol olhava para seu relógio, enquanto verificava quanto tempo faltava para o horário do vôo que o levaria para Tomoeda. Precisava se aproximar logo de Sakura, tinha medo do que poderia acontecer se demorasse demais para estar junto dela. Tudo bem que havia outra pessoa que estava lá, bem próxima a dama das cartas, cuidando de sua segurança, mesmo assim, não conseguia controlar sua ansiedade.

"Ora..." pensou, " Eu já estou velho demais para saber como controlar meus próprios nervos, mas ultimamente eu simplesmente não estou conseguindo, isso não é um bom sinal..." Levantou os olhos para observar o sol começando a se erguer do horizonte além do vidro da sala de embarque, e suspirou, franzindo o cenho.

"Tomoyo..."

10:00 a.m, Mansão Kinomoto- Daidouji ( embora Fujitaka se recusasse veementemente a permitir essa nomeação...) , Tomoeda...

Sakura apoiou-se em uma barra metálica junto a uma parede espelhada e segurou a perna, erguendo-a em paralelo a seu corpo, deixando que os músculos se alongassem. Arfava suavemente, começando a se sentir cansada. Ergueu o rosto e fechou os olhos, deixando o sol tênue da manhã banhar-lhe a face suada.

Deixou a perna cair e passou o punho na testa suada após três horas de treinamento no estúdio que Sonomi havia construído para ela na mansão da família.

— Hoeee! — Ela deu um pequeno salto de susto quando sentiu algo macio cair sobre seus ombros. Kero riu de sua expressão.

— Toma sua toalha Sakura. Já esta quase na hora de você se arrumar para ir para Tóquio.

— Ai, obrigada Kerinho... — Sakura sentou-se no chão, enxugando o rosto, enquanto Kero a observava com um sorriso travesso nos lábios.

— Estou surpreso, Fazia tempo que eu não te via com essa disposição, não concorda Tomoyo?

Sakura levantou os olhos, desconfiada, para Kero, e logo depois passou-os diretamente para Tomoyo, que estava sentada a frente de uma prancheta repleta de esboços de roupas, um ar inocente no rosto angelical, enquanto fingia não prestar atenção a conversa.

— Por que eu estou com a impressão de que vocês dois estão tramando alguma coisa, hein?

Kero voou até Tomoyo e sentou-se em seu ombro.

— Mas porque Tomoyo e eu iríamos fazer isso, não é Tomoyo?— Tomoyo lhe sorriu, enquanto girava a caneta entre os dedos .

— É verdade... Nós jamais faríamos este tipo de coisa, não é Kerinho?

— Sim, sim...

— Nós jamais iríamos reparar se Sakura passou a festa toda dançando e se divertindo na companhia de um rapaz galante, de cabelos negros e reluzentes olhos azuis.

Sakura sentiu o queixo cair num esgar de espanto, enquanto o rosto queimava de vergonha, já ia retrucar, mas foi interrompida por uma voz que há muito tempo não escutava:

— Por um acaso... estão falando da minha pessoa?

Todos levantaram os olhos em direção à porta, e Sakura sentiu o coração disparar em alegria. Um sentimento borbulhante de saudades e felicidades explodiu dentro de si, enquanto ela levantou-se e atirou-se sobre Eriol, abraçando-o com força.

Eriol suspirou, libertando a respiração que prendia em medo, pois não sabia como Sakura reagiria depois de tanto tempo sem vê-la, e abraçou-a também. Mas levantou os olhos para os outros ocupantes da sala. Riu diante da expressão de Tomoyo. O rosto bonito parecia indeciso entre o completo espanto e a total felicidade.

Mas Eriol não teve tempo de dizer nada, em um piscar de olhos, Kerberos havia se transformado e saltado sobre ele e Sakura, derrubando ambos sobre o chão, enquanto tagarelava todo feliz.

Tomoyo sorriu, mas dentro de si, uma inquietação começou a lhe incomodar. O que era aquele ar de extremo alívio no rosto de seu velho amigo ao abraçar Sakura?

Ao se dirigir para os três amigos esparramados pelo chão, Tomoyo decidiu deixar as perguntas para depois, mas ela sabia: havia alguma coisa errada acontecendo.