Update: Essa história está em processo de atualização, os capítulos serão todos revistos e os erros e incoerências mais graves corrigidos e, principalmente, a escrita suavizada; dito isso, esse capitulo já passou pela revisão.
Assim que teve a oportunidade, ele saiu a passos rápidos da sala em que ocorreu a pesagem das varinhas. Seus pés o levaram até a árvore familiar ao lado do lago, onde ele costumava relaxar sozinho ou junto de seu melhor amigo.
Não havia muito a ser feito naquele dia.
Neville precisava assistir todas as aulas e Bill havia ido visitar sua ex-parceira de trabalho em uma tentativa de convencê-la a voltar para o ramo. Além disso, era muito cedo para seus estudos, ele certamente não queria lidar com os olhares indiscretos na biblioteca abarrotada.
O barulho de passos apresados o surpreendeu e o tirou de seus pensamentos.
No pequeno caminho de pedras que levava até a beira do lago estava Fleur Delacour. A garota parecia ter corrido para alcançá-lo e se dirigia de maneira certeira em sua direção.
"O que há de errado com você, saindo sorrateiramente dos lugares." Falou a garota irritada cruzando os braços na sua frente. "Eu chamei seu nome pelo corredor!"
Ele, de fato, não havia escutado.
"Desculpe." Falou confuso pela aparição da garota. "Eu não estava prestando muita atenção."
Fleur revirou os olhos antes de voltar a falar.
"Me fale sobre a alquimia."
Exigiu sem dar mais explicações.
Os olhos do jovem se estreitaram.
"Isso parece um pouco arbitrário." Respondeu com mal humor. "Procure um livro, nós temos uma biblioteca no castelo, se precisar."
Zombou o jovem de olhos verdes.
"Não há muitos livros por aí sobre esse assunto." Disse a francesa a contragosto cerrando os dentes. "Eu já li alguns, eles não foram muito esclarecedores."
"É claro que não." Voltou a zombar Harry. "Alquimistas são muito protetores com seus segredos." Explicou ele. "Os verdadeiros não escrevem livros."
A expressão da garota se tornou frustrada. Isso divertiu Harry, por alguma razão.
"Então." Começou ela. "Como alquimistas aprendem?"
O jovem deu de ombros.
"Passa de professor para aluno, na maior parte." Esclareceu, ainda deitado com os braços atrás da cabeça. "Nicholas me deixou ver alguns de seus manuscritos, mas demorava tanto para decifrá-los que valia mais a pena implorar para que ele me ensinasse algo do que tentar aprender por conta própria."
"Isso é tudo?" Questionou parecendo irritada. "Implorar para que um velho te ensine algo?"
"Sim! Principalmente!" Falou simplesmente. "Mas isso muda com o tempo. Um novo aluno deixa de ser um novato completo quando começa a perceber os padrões, regras e cria seu próprio método de transmutar."
Ela não parecia contente com suas respostas.
Na verdade, as informações só pareciam trazer mais dúvidas.
"Você poderia me mostrar?"
Perguntou ela, após alguns segundos em silêncio desconfortável.
"Sem chance!" Respondeu Harry com olhar em branco. "Você vai ver durante o torneio se tiver sorte."
O rosto da garota se fechou em descontentamento, mas ela pareceu aceitar que era uma batalha perdida.
Pelo menos por enquanto.
"Agora que citou o torneio." Comentou a garota com interesse. "A esposa de seu professor não parecia estar muito feliz em ver você."
O rosto de Harry ficou irritado por um momento e ele levantou de sua posição deitada para uma sentada.
"Perenelle não me suporta." Comentou o jovem com um olhar distante. "O que é irônico, considerando que ela me ensinou mais coisas do que o próprio Nicholas."
"Eu não entendo."
Voltou a falar Fleur confusa, finalmente sentando ao lado do garoto mais jovem.
"Mesmo Dumbledore não foi capaz de se tornar um alquimista competente estudando com Nicholas." Explicou o Potter. "Perenelle tem boas razões para pensar que eu estou desperdiçando o tempo de seu marido."
"Isso não explica por qual razão ela ensinou-lhe qualquer coisa."
Apontou a garota.
"Ela acha que eu não sou digno de aprender com o grande Nicholas Flamel." Explicou. "Então, tomou para si mesma a responsabilidade de me manter longe dele o máximo possível. Mesmo que para isso ela tenha que me ensinar por conta própria."
"Essa é uma maneira estranha de ver as coisas."
Falou a garota com um olhar curioso encarando o lago em pensamento.
"Eu concordo." Riu Harry. "No entanto, acho que eu deveria ser grato a ela."
Dessa vez a menina mais velha não conseguiu esconder a curiosidade em sua voz.
"Por que?" Perguntou. "Você diz que ela não te suporta. Ensinar algumas coisas não muda nada."
"Não há nenhuma razão oculta." Disse o jovem sorrindo. "Ela é uma professora muito melhor que Nicholas. Eu provavelmente não saberia como transmutar uma única barra de chumbo se ela tivesse me deixado aprender apenas com ele."
Fleur riu da noção de que o alquimista imortal era um professor ruim.
Após algum tempo de risadas contidas e silêncio confortável, os olhos da garota voltaram a ser inquisitivos. Desta vez, no entanto, seu olhar se dirigiu ao anel que descansava nos dedos de Harry Potter.
"Ela falou algo sobre isso ser um bom foco de rubi." Disse apontando para a joia nas mãos do garoto. "O que ela quis dizer?"
"Sua curiosidade sobre alquimia não é tão adorável quanto você pensa." Disse Harry suspirando com cansaço, em uma tentativa pouco exitosa de irritar a garota. "Acredito que ela disse que era um foco melhor do que um alquimista medíocre, como eu, merece." Apontou. "Mas agradeço por não jogar isso na minha cara."
Brincou o garoto.
Fleur fez uma pequena careta.
"Não desvie o assunto!" Alertou ela. "O que ela quis dizer sobre o rubi ser um núcleo alquímico de qualidade?" Perguntou. "Os poucos livros que li deram a entender que alquimistas usavam varinhas, assim como qualquer outro bruxo."
Harry bufou.
"Essa é uma boa razão para dizer que todos esses livros são lixo absoluto." Falou o garoto com desprezo evidente em sua voz. "Verdadeiros alquimistas usam doze joias diferentes como núcleos ou catalisadores, como alguns chamam."
Explicou o garoto tirando o anel e entregando na mão da garota que o observou curiosa e surpresa.
"Varinhas são muito reativas para alquimia complexa. O que demoraria cinco minutos de cálculo para um alquimista com um núcleo inerte, pode levar semanas para um que usa uma varinha."
"É mais pesado do que parece." Falou ela para Harry, que apenas assentiu. "Por que doze joias?"
O garoto deu de ombros.
"Principalmente pelo simbolismo." Falou como se não importasse. "Os alquimistas antigos acreditavam que a alquimia era a junção de doze artes ou disciplinas mágicas, mas isso é tudo teoria ultrapassada."
Explicou com um sorriso melancólico ao ver a francesa colocando o anel em seu próprio dedo anelar, se encaixava quase perfeitamente.
"Hoje em dia, os aprendizes começam usando pedras menos nobres até chegarem no rubi, é como um rito de passagem ou uma jornada do adepto."
Os olhos de Fleur se desviaram do anel para encarar Harry com descrença.
"Você já está tão avançado em apenas um ano?"
Perguntou ela incrédula.
Harry revirou os olhos.
"Não tire conclusões precipitadas." Alertou o jovem levemente irritado. "Usar o rubi só significa que Nicholas confia em mim o suficiente para aprender sozinho, eu estou muito longe desse nível. Na verdade, Perenelle tem razão sobre isso, é um núcleo bom demais para alguém como eu."
"Isso é impressionante." Disse a garota retirando anel de seu dedo e o devolvendo para seu legítimo dono. "Eu não sabia sobre a maior parte dessas coisas."
Harry sorriu encolhendo os ombros.
"A maior parte das pessoas não sabe." Disse ele. "Todo conhecimento comum sobre alquimia é inútil, na maior parte."
A garota assentiu antes de voltar a falar.
"Obrigado por me contar todas essas coisas." Agradeceu a francesa. "Eu sei que não nos damos muito bem, mas talvez eu possa suportar seu comportamento infantil e irritante se você continuar me falando sobre a alquimia."
Harry levantou do chão onde estava sentado enquanto ria em voz alta.
"Não me agradeça tão fácil." Falou ele com um sorriso maldoso. "Tem muito que eu deixei de te contar. Além do mais, onde estaria a graça em irritá-la propositalmente se você não se incomodar com isso?"
Perguntou o garoto que virou as costas e saiu andando sem se despedir e tampouco esperar por uma resposta.
"Idiota irritante!"
Insultou a francesa, corada pela frustração, em voz alta para o garoto que já estava bem longe.
Harry riu e continuou seu caminho em direção ao castelo.
Faltavam apenas dezessete dias para a primeira tarefa e havia muito a ser feito. Ainda que ele gostasse de passar o tempo tirando a garota francesa do sério ele precisava descobrir onde a tarefa ocorreria.
O seu plano era ousado, exigia precisão e planejamento. Ele nunca havia realizado alquimia tão extensiva. Na verdade, seria bem mais fácil arranjar uma outra forma, mas Dumbledore deixou bem claro que precisava de uma demonstração chamativa.
Quando o velho questionou o garoto sobre transmutar um dragão, a resposta foi sincera. Era, de fato, uma tarefa quase impossível, mesmo com o uso de uma pedra filosofal. Por mais inviável que fosse a suposição, havia ajudado com uma ideia tão chamativa quanto, mas muito mais plausível.
Andando em direção ao castelo e encarando o sol, que sumia por trás da estrutura, o garoto sorriu.
Faltavam dezessete dias para a tarefa e já estava anoitecendo.
Harry não viu Bill Weasley até o dia seguinte, durante uma de suas sessões de treinamento.
Era bem verdade que havia cálculos a serem feitos e uma fórmula alquímica a ser desenhada, mas era inútil perder tempo pensando nisso enquanto não descobrisse algumas informações essenciais quanto ao local da tarefa. Em razão disto, ele não se sentia muito culpado por gastar seu tempo precioso tentando acertar seu instrutor ruivo com magia negra.
"Exitium!"
Gritou o jovem de cabelos pretos desviando de uma magia roxa brilhante.
Bill não teve problemas em neutralizar a magia, é claro.
No entanto, o ruivo pareceu se aborrecer com algo.
"Amador!" Zombou o mais velho. "Não grite suas intenções se quiser ficar vivo em um duelo!"
Isso incomodou o mais jovem que não se sentiu mal em demonstrar seu desacordo, enquanto ainda desviava das magias perigosas do Weasley.
"É difícil lançar magia negra em silêncio."
Grunhiu o jovem com cansaço evidente.
"Sabe o que é mais difícil?" Perguntou o ruivo de forma retórica. "Lutar contra um dragão, você pretende falhar nisso também?"
Isso chamou a atenção de Harry instantaneamente.
A distração fez com que ele fosse atingido por uma maldição de congelamento obscura. O gelo correu instantaneamente pelas suas veias e ele sentiu como se elas estivessem se rasgando. Bill foi rápido em rebater os efeitos da própria maldição, mas isso não impediu que Harry caísse no chão agonizando.
"Merda!" Falou o ruivo se aproximando e lançando alguns feitiços desconhecidos que pareceram aliviar um pouco o frio que ele sentia. "Você se distraiu! Merlin! Não faça isso!"
Repreendeu duramente o instrutor.
"Isso não aconteceria se você não lançasse feitiços perigosos por aí."
Resmungou Harry enquanto seus dentes rangiam com a frieza que tomou conta de seu corpo. Até mesmo o ato de se arrastar para uma posição sentada pareceu piorar sua situação.
"Como se seus feitiços fossem inofensivos."
Zombou o ruivo ajudando seu amigo a ficar em uma posição sentada enquanto apontava para um punhado de pó, que há poucos segundos havia sido uma mesa, na parte de trás da sala.
"Aquilo foi uma maldição de destruição, bem ali, obliterou a mesa e teria me causado danos sérios, poderia ter me matado!." Isso era verdade. "O que te distraiu, afinal?"
Harry balançou a cabeça enquanto testava o funcionamento de seus dedos. As magias lançadas por Bill pareciam fazer efeito e seu corpo já estava voltando ao normal. Ele tinha que aprender mais sobre isso, de preferência em breve.
"Você falou sobre dragões." Respondeu simplesmente. "O que mais sabe sobre isso?"
O ruivo ficou boquiaberto e indignado.
"Você ficou parado como um idiota na frente de uma maldição mortal por que eu citei o maldito torneio?" Questionou com incredulidade. "Você é mais lento do que eu pensava se ainda não descobriu sobre os dragões."
O mais jovem não deixou a irritação desviá-lo de suas dúvidas.
"Não seja estúpido!" Repreendeu. "Dumbledore me falou sobre eles no primeiro dia." Explicou o Potter. "Eu quero saber sobre o local da tarefa, quando você citou os dragões achei que poderia saber mais sobre isso."
O ruivo ao notar que seu aluno não apresentava nenhuma complicação duradoura decorrente da breve exposição a magia negra, se afastou enquanto considerava a pergunta.
"Eu sei sobre os dragões por que um dos meus irmãos é um domador." Explicou o Weasley. "Ele foi uma das pessoas encarregadas de trazê-los para a Inglaterra."
Harry levantou-se da posição sentada que ocupava.
"O seu irmão deve saber algo sobre o que eu preciso." Supôs o jovem. "Mande uma carta para ele."
Bill zombou.
"Eu não sou seu empregado." Falou com um sorriso de escárnio. "Além disso, é desnecessário."
Os olhos do mais jovem que haviam se estreitado com a demissão do instrutor voltaram a arregalar com a implicação da última frase.
"Você sabe, não é?" Inquiriu com urgência. "Me diga!"
Bill Weasley cruzou os braços com um sorriso maldoso.
"Implore!"
Falou secamente.
"Sem chance!" Negou o Potter cruzando os braços. "Me diga!"
O Weasley suspirou, mas cedeu.
"Charlie estava reclamando sobre como eles estavam demorando para construir o pavilhão." Comentou o ruivo. "Isso atrapalhou a logística um pouco."
Harry revirou os olhos com impaciência.
"Eu não quero saber a história de vida do seu irmão." Disse impaciente. "Apenas a localização, se for possível."
"Cale-se! Eu já estava chegando lá." Repreendeu o mais velho com altivez. "Tem uma clareira a oeste do lago, na floresta negra. Não é visível dos terrenos e fica escondida pelas árvores. Circule pela borda da floresta perto da cabana do Hagrid e você vai vê-la, é impossível errar."
Harry assentiu e virou as costas.
Saiu da sala apressado e sem dizer nada.
"Não precisa agradecer!"
Ele ouviu Bill gritar quando já estava no corredor.
Essa informação era a última peça do quebra-cabeça. O prazo seria apertado, mas ele conseguiria. Havia preparativos a serem feitos e ele não tinha tempo a perder.
Por sorte, ele não viu ninguém no caminho até a clareira. Havia um fio constante de fumaça saindo da chaminé no chalé de Hagrid e alguns alunos de Durmstrang lançavam feitiços no convés de seu navio, mas além disso ele tinha um caminho limpo. Ele teria entrado na floresta se fosse necessário, mas sua capa de invisibilidade oferecia toda a discrição que ele precisava.
As informações de Bill eram precisas. O caminho de grama a oeste do lago levava a um ângulo na floresta que se abria em uma espécie de clareira que ficava escondida do castelo pelas altas árvores e vegetação densa.
O mais surpreendente era o tamanho da estrutura, as árvores da floresta negra eram monstruosas, mas o estádio montado para a tarefa era uma espécie de coliseu de pedra e madeira. Os camarotes mais altos ultrapassavam facilmente o pico das mais altas árvores da floresta.
Era estranho que aquilo não pudesse ser visto do castelo, parecia óbvio que havia um tipo de magia encobrindo aquele lugar dos olhares curiosos dos estudantes.
Ao lado da monstruosidade de pedra, havia um pequeno acampamento com aparência simples. Harry supôs que era o local de descanso dos domadores enviados para tomar conta dos dragões durante o torneio.
E, por falar nas bestas cuspidoras de fogo, assim que entrou no espaço aberto ele conseguiu ver os gritos de ordem e rugidos furiosos vindos de um local mais profundo na floresta. Era óbvio que os dragões estavam sendo mantidos escondidos na segurança das árvores. Por um momento, o garoto pensou no pesadelo logístico que aquele empreendimento representava.
Não havia mais tempo a perder, teria sido bom dar uma olhada nos dragões, mas Harry não achou prudente arriscar-se tanto assim. Além do mais, não faria tanta diferença saber detalhes sobre as espécies, um dragão era um dragão e ele não pretendia lutar diretamente com qualquer que fosse.
Seus pés o levaram rapidamente até o arco de pedra que dava acesso à enorme estrutura. Haviam escadas que subiam para as arquibancadas e um acesso à parte interna do local.
Os corredores internos pareciam uma masmorra e desciam por um bom caminho até a parte interior.
Assim que pisou no lugar confirmou suas suspeitas.
Se tratava de um enorme fosso irregular. O chão suave da clareira deu lugar a um amontoado de pedras do tamanho de pequenas casas. O chão era áspero com picos mais altos e valas escavadas na pedra. Era o cenário perfeito para um show de horrores.
Tudo em nome do entretenimento de qualidade.
Na parte mais alta do espaço aberto estava o local em que ele supôs que o dragão ficaria. Havia também, naquele local, o que parecia um ninho esculpido na rocha e alguns pinos grossos encravados na pedra, ele esperava que essas coisas serviriam para ancorar as correntes que prenderiam os dragões, mas evitou ficar esperançoso quanto a isso.
"Isso é definitivamente assustador!"
Sussurrou o garoto atordoado ao absorver todas as características da arena intimidadora. O lugar, absolutamente vazio e mortalmente silencioso, o aterrorizava. Ele não queria nem imagina como seria estar cara a cara com um dragão na frente de uma multidão ansiosa por sangue e fogo, naquele mesmo espaço.
Com uma breve repreensão a si mesmo, começou a trabalhar. Ele não tinha tempo a perder com divagações inúteis, havia um trabalho a ser feito.
Com a varinha em uma mão e o anel de rubi na outra, o jovem de olhos verdes estalou os dedos.
Um dos pedregulhos menores voou inofensivamente em sua direção, seu anel brilhou e a pedra se tornou um amontoado de partículas de poeira flutuando em sua frente, sob seu olhar analítico.
Sua varinha entrou em ação com um breve balançar e o que antes era poeira comum se dividiu em vários grupos de elementos flutuantes. O olhar do garoto nunca deixou o trabalho à sua frente.
Afinal, alguém como Nicholas poderia compensar qualquer erro de cálculo com um sacrifício apropriado, não seria nenhum empecilho. Um alquimista mais inexperiente, como ele próprio, precisava ser muito cuidadoso em suas preparações.
"Isso é o suficiente!" Sussurrou o garoto para si mesmo depois de horas de análise meticulosa. "Terá que servir!"
A lua já adornava o céu e os gritos e rugidos furiosos haviam se acalmado quando ele saiu da arena para o terreno aberto.
"Os domadores devem ter uma forma de acalmar os dragões, se for preciso." Ponderou para si mesmo o garoto de cabelos pretos enquanto voltava a se envolver em seu manto mágico. "É bom saber!"
O caminho até o castelo ocorreu com relativa calmaria. No entanto, arrepios ainda percorriam seu corpo ao lembrar do que teria que enfrentar em alguns dias.
Antes que chegasse até o dormitório um corredor nos andares mais baixos chamou sua atenção e o garoto hesitou.
Com pouco pensamento, mudou seu rumo para a biblioteca.
A noite ainda era jovem, afinal.
Haviam muitos cálculos a serem feitos, possibilidades a serem consideradas e faltavam apenas dezesseis dias para a primeira tarefa.
"Eu realmente espero que isso compense, diretor!" Sussurrou o garoto com uma careta ao adentrar na sala familiar, fechando a porta atrás de si. "É uma vida maravilhosa, afinal!"
