Omnia mutantur
Autor (a): Phoenix
Comentários:
Lais: Oi de novo; aí vai mais um cap para aplacar a sua fome de fics! No que depender dos esforços da senhorita Willians, as coisas tendem a se resolver, mas quem sabe o que o futuro reserva? Quanto à Gladys...estou anotando as maldades que posso fazer com ela...brincadeirinha...
Cris: reforce o gardenal/Lexotan amiga, porque ainda tem muita água pra rolar debaixo dessa ponte! Aquela frase é o máximo mesmo, mas não é minha, eu achei na net e esqueci de colocar a autoria (na verdade eu não achei,m mas tenho que pesquisar!). Adro um suspense, ma espero não estar maltratando muito...
TowandaBR: Clarice é o máximo não é? Como ela consegue dizer as coisas que a gente apenas pensa? Sensacional...Adorei o Lady Phoenix ! Deixe as unhas crescerem um pouquinho porque senão você vai acabar nos dedos...não reclame do tamanho dos caps...é pra manter o interesse!
Di Roxton: Olá, seja bem vinda às minhas fics! Eu já comentei aqui que não sou muito boa para escrever romances, mas prometo me esforçar, ok! Obrigada pelos elogios e quanto às piadas, eu não resisto, porque escrevo imaginando a reação de vocês ...como se estivesse conversando mesmo! É uma honra e um desafio ter leitores fãs de Rox e Margie, tentarei não decepcionar!
CAPÍTULO 6
"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar"
(William Shakespeare)
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- Gladys?
Ao ouvir a voz de Tessa, Gladys juntou as coisas rapidamente e respondeu com a voz meio assustada:
- Sim?
-Posso entrar?
- Um minuto. Disse ela enquanto revisava se algo havia sido esquecido e que pudesse delatar a sua atividade sorrateira. Pode entrar!
- Desculpe incomodá-la, mas estou tão cansada! Preciso deitar um pouco! Disse a pesquisadora.
- Não tem problema...eu já ia sair mesmo...Disse Gladys coma falta de simpatia que lhe era peculiar.
- Vai passear?
- Vou procurar o Neddy ... acho que ele fica meio deslocado em meio aos outros, já que não conhece ninguém...
- Já que não lembra de ninguém você quer dizer...Disse Tessa em tom meio sarcástico, como se quisesse testar a reação da jovem.
- Isso. Disse Gladys meio a contragosto, enquanto pensava o quão curiosa era essa tal de senhorita Willians. Pessoas assim, representam um perigo em potencial especialmente para pessoas que guardam segredos como Gladys. A jovem foi procurar Malone, como havia dito e o encontrou na varanda contemplando a beleza do plateau.
- Um milhão pelos seus pensamentos...Disse ela, apoiando o queixo no ombro dele.
- Não são tão preciosos assim! Disse ele, tentando disfarçar certa tristeza na voz.
- Para mim são sim...
Malone riu meio sem graça diante da declaração da jovem.
- Gladys, eu queria lhe fazer uma pergunta. Disse ele, virando-se para ela.
- O que foi?
- Como vocês me acharam?
- Como assim! E de repente ela se afastou dele, como se quisesse ganhar tempo para achar uma boa explicação.
- Onde me acharam, em que circunstância?
- Bem... você estava caído no chão e eu me assustei muito com a possibilidade de que estivesse seriamente machucado!
- E...
- Nós lhe acolhemos e eu cuidei de você, tratei de seus ferimentos, que felizmente eram leves... mas você estava desidratado e muito cansado, pois dormiu um dia inteiro.
- Mas eu não entendo! Se eu não estava tão machucado assim, porque não consigo lembrar o que aconteceu?
- Fique calmo querido. O que importa é que você está bem e logo estaremos em casa! Disse ela acariciando o rosto de Malone.
- E se eu nunca mais lembrar?
- Que importa? Vamos para casa e as coisas voltarão a ser como antes. Você se lembra da nossa vida anterior não é?
- Sim...eu trabalhava no jornal de seu pai, nós éramos noivos...
- Nós SOMOS noivos!
- É...
- Então! Não preocupe essa cabecinha... descanse e logo este lugar será apenas uma vaga lembrança no tempo!
Malone não respondeu, mas a tristeza se fez em seu rosto.
- Porque não deita um pouco... vai ser bom para você. Já passou por emoções fortes demais por hoje!
- Acho que tem razão.
E assim aquele dia passou assim meio morno, em um ritmo diferente do normal, como se as coisas estivessem realmente fora do tempo e do lugar. A rotina de uma casa comum seguiu orquestradamente, e as conversas se seguiam ora mais animadas ora mais amenas, até que a noite caiu cerrando as cortinas do dia. O combinado para o dia seguinte é que Marguerite, Roxton e Challenger levariam os expedicionários para um tour pelo plateau, a fim de mostrar os encantos escondidos naquele lugar. Já que a partida não seria imediata, eles teriam que arranjar alguma atividade e o que melhor que desbravar aquela terra surpreendente? Bem cedo, eles partiram, com exceção de Malone que preferiu ficar em casa, da senhorita Willians, Finn e Verônica.
E neste momento vocês se perguntam: peraí! Gladys deu esse mole e deixou Malone com Verônica sem a marcação cerrada dela? Of course not! Vou explicar as coisas tim tim por tim tim. A senhorita Willians procurava conhecer cada morador da casa um pouco melhor através de pequenos diálogos que costurava com cada um e assim também foi com Finn, de modo que as duas, durante uma conversinha na varanda na noite anterior, combinaram um passeio no dia seguinte, mas nada que se referisse a descobertas científicas, nem explorações mirabolantes. Tessa estava mais interessada em conhecer as pessoas daquele lugar e Finn perecia ser a informante ideal: espontânea e cristalina.
Sim, essas duas não estariam em casa, mas e Verônica? Bem, quando todos acordaram, ela não estava mais em casa; havia deixado um bilhete para seus amigos avisando que precisava espairecer e por isso, precisava ficar sozinha. Andaria pelo plateau e só voltaria no fim do dia, ou mais provavelmente, no dia seguinte, por isso não deveriam se preocupar. Sendo assim, menos uma em casa é igual a Malone sozinho. Gladys então não teria com o que se preocupar e foi, loura e leve com os outros. Como vocês já devem saber, o destino na minha fic atua, e muito! A roda da fortuna gira sempre e traz muitas surpresas para os personagens.
Horas depois de ter saído, Verônica, que é normalmente atenta, acabou por se distrair e foi encurralada por 3 raptors. Usando toda a sua astúcia e mais um pouco, ela conseguiu escapar, mas não sem antes rolar em um despenhadeiro, ganhando algumas escoriações de presente. O pior machucado foi na perna direita, que sangrava muito, obrigando a jovem a voltar para casa a fim de não atrair mais predadores em seu encalço.
Ao chegar em casa, o silencio imperava e ela providenciou alguns panos e água para limpar seus ferimentos. A perna doía muito, fazendo com que seus movimentos se tornassem difíceis. Verônica jogou a bolsa em uma cadeira, e ao se dirigir à cozinha, esbarrou na mesa; agradeceu por não ter ninguém em casa para ouvir. Ela nem havia acabado de repetir mentalmente "Que bom que não tem ninguém..." e ouviu uma voz atrás de si:
- Precisando de ajuda? Perguntou Malone.
- O que? Ela quase havia esquecido a sensação que aquela voz lhe provocava.
- Desculpe assustá-la! Ouvi um barulho e vim ver o que...Woh! Você está machucada!
- Não foi nada...
- Como não foi? Você está sangrando!
- Foi só um corte...
- Venha, sente-se aqui...
- Não precisa, eu me viro...
Enquanto ela tentava, visivelmente constrangida, se livrar da ajuda de Malone, ele rapidamente a tomou nos braços e a levou até uma espreguiçadeira, onde sua perna podia ficar esticada. Preciso descrever a cara de Verônica? Não...
- Assim está melhor! Com a perna esticada o sangue vai coagular mais rapidamente. Vamos limpar isso aqui... deve estar doendo!
- Um pouco. Verônica estava tão surpresa com a ação de Malone que teria concordado com qualquer coisa que ele tivesse dito. Ele limpou seus ferimentos com a habilidade que havia adquirido ajudando seus amigos na Guerra e ajudou Verônica a se levantar.
- Obrigada.
- Tem certeza que pode andar?
- Tenho sim...
- Se você quiser eu...
- Não precisa Ned... eu estou bem! Obrigada, vou para o meu quarto.
- Está bem.
Ela caminhou lentamente até a porta do quarto, antes disso, não deixou de pegar a bolsa que havia jogado na cadeira na entrada, quando Malone a interrompeu:
Ei, o que é isso aqui?
Verônica olhou para ele e o viu agachado, pegando algo no chão.
- O que foi?
- Isso aqui no chão... parece um bilhete...
- Hã...me dê isso aqui Ned...Disse ela muito nervosa.
- É seu...?
- É, quer dizer...
- É meu?
- Sim e não.
- Poderia ser mais clara?
- OK, você pediu. Leia...
Por incrível que pareça, Malone não fez sua clássica pergunta "tem certeza?"; ele nem pestanejou, abriu o bilhete e começou a ler:
"Li em algum lugar que para se encontrar, às vezes é preciso se perder. Só agora entendo o que tais palavras significam. Só agora percebo que o momento mais importante não foi quando parti, deixando tudo para trás, mas quando aqui cheguei e tive a chance de descobrir a mim mesmo. Não conhecemos os sentimentos que habitam os lugares mais profundos da imensidão de nossas almas até aceitarmos tal encontro. Entretanto logo descobrimos porque ele foi adiado durante tanto tempo; é um duro combate, do qual não saímos ilesos, porém saímos quase sempre fortalecidos e conscientes de até onde podemos ir. Podemos ir ao infinito, que muitas vezes está tão perto que não podemos vê-lo. Deixei você para mergulhar em uma jornada que era só minha, tinha que vir sozinho, como sempre estive em meu íntimo, por mais que estivesse rodeado por uma multidão. Entretanto, fiquei surpreso ao perceber que você veio comigo; uma lembrança tão vívida que às vezes era difícil suportar e não correr ao seu encontro. Sei da importância que tenho em sua vida, mas ainda não consigo desejar ser apenas seu amigo. Esta também foi mais uma de minhas descobertas, a face egoísta do amor, que só tem olhos para seu objeto de adoração, exigindo não menos que entrega total. Eu poderia tentar ficar a seu lado, mas no final eu ainda seria sozinho e, se for assim, eu prefiro sê-lo de fato. Escrevi esta carta para dizer que estou bem e que continuo a minha jornada sem saber se um dia ela terá seu fim. Não espero voltar para casa, mas meus pensamentos sempre estarão com você. Com amor, Edward T. Malone".
Malone não pôde deixar de marejar os olhos e, com a voz ainda embargada, perguntou:
- O que é isso?
- Um bilhete...
- Porque eu lhe dei isso?
- Você deixou isso com a sacerdotisa da aldeia Zanga, aquela onde você estava. Aliás, você deixou um bilhete para cada pessoa da casa, esse é apenas o meu.
- Posso ver os outros?
- Não estão comigo...
- Porque eu fui embora?
- Eu também queria saber...
- Eu não expliquei nada, eu tinha motivos?
- Como é que eu vou saber? A única coisa que você disse foi através desse bilhete! Verônica já estava começando a se irritar.
- Não é possível... eu não tomaria uma atitude dessas sem motivo...
- Acha que eu estou escondendo alguma coisa?
- Acho que aconteceu mais do que você está me dizendo...
- Sua memória sumiu, mas você parece se conhecer tão bem!
Enquanto falavam, os dois se aproximavam sem perceber e a conversa assumiu tons de discussão acalorada entre os dois; outra coisa não comum naquele relacionamento.
- Posso lhe fazer uma pergunta? O que havia de fato, entre nós?
- Releia o bilhete ...acho que diz tudo! Disse Verônica deixando atrás de si um atônito e confuso Malone.
- Eu preferia que você me dissesse. Disse ele, segurando ela pelo braço, com firmeza. Ao puxá-la, o rosto dela parou exatamente a centímetros do rosto dele. A respiração ofegante dos dois era a única coisa que se ouvia em meio ao silencio da casa e aqueles segundos pareceram horas. A vida é feita de momentos efêmeros e é exatamente o conjunto dessas efemeridades que torna a experiência de viver tão interessante. O encontro entre os mundos particulares de cada sujeito permite que ambos saiam transformados deste encontro que se chama vida, e tanto Verônica quanto Malone jamais seriam os mesmos depois de haverem se encontrado. Isso ficou extremamente claro ali, naquele momento.
O instante foi quebrado por Verônica, mas a autoria foi apenas um detalhe, pois o eclipse daquele momento aconteceria de qualquer forma. Antes que pudesse pensar em qualquer coisa, ela beijou Malone apaixonadamente e foi correspondida na mesma medida. Quem disse que em coisas do coração a cabeça tem que se meter?
CONTINUA...
Disclaimer: os personagens aqui citados fazem parte da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World", não sendo, portanto de propriedade do(a) autor(a) desta fanfiction
