Basset: aquela raça conhecida como salsicha... eu tenho um... eles são o máximo!


RIOS VERMELHOS: ERDROMSROM.

CAPÍTULO 2 – O ESPECIALISTA.

Quando se jogou em sua poltrona seus olhos ardiam... e ligou o som via controle remoto, quem disse mesmo que trouxas não tinham boas idéias? O primeiro basset pulou no sofá fazendo festa, seguido pelo outro basset e pelo desespero de ambos naquela festinha deviam estar com um bruta fome... pobres cãezinhos.

-Phobos...passa garoto.-disse afastando o basset preto de longe o mais empolgado.-Estão com fome? Hein, Deimos?

O basset castanho latiu balançando a cauda efusivamente.

Draco foi até a cozinha e pegou a ração em lata... abrindo-a com um toque de varinha, ainda era mais rápido que qualquer método trouxa... e despejando-a num dos potes, repetiu a operação e os dois cães se puseram a comer desesperadamente.

-Eu também tô morrendo de fome... - murmurou abrindo a geladeira.- ECA!

Havia uma pizza meio comida enfiada na geladeira com a caixa e tudo. Costume deplorável de Isa.

-Evanesco!- disse sem dó.

Certas coisas um Malfoy nunca perdoará... Pizza velha na caixa... nem morto...

Em meia hora havia um agradável odor de bolo Inglês e a chaleira apitava... ponto perfeito para um chá.

Tá... tá... cozinhava... isso não o tornava um elfo tornava? Os elfos americanos eram insuportáveis... suas liberdades e contratos... tão sem vergonhas quanto duendes... tinha que se ler todas as linhas do contrato para garantir o trabalho.

O primeiro elfo que contratou o denunciou por ter "gritado" com ele... podiam acreditar naquilo? O elfo o denunciara por "Gritar!" Foi seu primeiro ponto negativo no trabalho... Jean lhe desfiara um discurso inteiro "nauseante" sobre a igualdade das criaturas mágicas... e que não eram permitido os bárbaros costumes ingleses em solo americano.

Foi a primeira vez que pensou em voltar... e daí lembrou daquela morte toda... tá, podia se virar sem elfos... Os elfos que se danassem!

Pricipalmente agora que sabia fazer um chá decente. Pensou jogando um pedaço de bolo para os cães. Um som de aparatação chamou sua atenção, e o tufão loiro apareceu na porta da cozinha.

-Cheguei... tô morrendo de fome!- abriu a geladeira.- DRACO MINHA PIZZA!

-Isa!

-Ah... não seja chato e rabugento... meu velho.

Draco ergueu a varinha na direção do rapaz de cabelos curtos tipo 'escovinha' que riu e se aproximou depositando um beijo sonoro no seu pescoço.

-Você não faria isso...

O coelho branco pulou em seu colo, roendo seu colete.

-Isaack!- disse puxando o colete.- Eu avisei sobre Junk food na minha geladeira!

O coelho estendeu-se nas patas traseiras e encarou-o.

-Por tudo que é sagrado... isso é rídiculo.- Murmurou.

O rapaz, pequeno, mas massivo, forte, sorriu em seu colo.

Seu caso de vinte anos.

-Você é puta chato Draco!

-Olha essa boca!

-Essa?

Isaack Heng puxou Draco e o beijou, fazendo as mãos roçarem pelas costas do loiro inglês...

-Você está nervoso de novo... Draco... larga os au...

Draco deu algumas palmadinhas leves na boca do rapaz... que sorriu triste.

-Certo... certo... se quer morrer de úlcera nervosa Draco... MORRA!- disse Isaack no maior trejeito homossexual possível, que só fazia para irritar o namorado.- Não sei nem quero saber o motivo de você ficar se torturando, certo? Mas... e minha Pizza?

-Isaack... você é um poço de coerência...- disse Draco olhando o namorado abrir uma cerveja (comum) na geladeira.

"Que saudade da cerveja amanteigada..."Pensou.

-Estou com fome... rebati a tarde toda...- Isaack o olhou pidonhamente.-Quero comeerr, tô com foomeeee!

-Você já pensou em aprender a cozinhar?- perguntou sério.

-Já pensou em comprar um microondas Draco?- Isaack gritou ao ver o namorado sair da cozinha... detestava chá, destestava bolo inglês...

-Já pensou em tomar vergonha na cara?

-NÃO! EU TERIA QUE ABANDONAR VOCÊ!- foi a resposta.

Draco rolou os olhos... pegou o telefone.

-Italiana ou tailandesa?

-PIZZA!

-Alô? Três porções de Tacos, duas de nachos e uma enorme de Guacamole. Traga troco pra cinquenta... anota o endereço.- disse irritadamente no telefone.

-Pizza?- perguntou o outro sorrindo.

-Mande tudo com uma caprichada na pimenta.- disse maldosamente.


Isso era o tipo de coisa que não devia fazer... Draco pensou mais tarde na cama e com uma careta de dor se levantou... Isaack caíra duro na cama, era fácil para alguém que vivia de rebater balaços num time da liga estadual...

Draco tinha saudades de jogar... mas na verdade, depois de um tempo no time da academia... largou. Alguns disseram que foi por arrogância, mas na verdade, foi tédio, não era desafio... procurou a poção para dor de estômago... desafio era voar em Hogwarts... voar atrás do pomo contra... Harry Potter.

-Ai...- Draco sentou-se no vaso sanitário e abaixou a cabeça... seu estômago o estava matando.

-Draco... - gemeu o outro se ajoelhando a sua frente.-Vamos... hospital.

-É só uma crise...- disse respirando fundo.-Passa.

-Não vai passar se for uma úlcera...- disse Isaack.

-Você é tão positivo... viu está passando... foi culpa dos Nachos...

-Você não pode com pimenta... sabe disso...- disse o outro o apoiando.- E não anda dormindo direito... esse caso... larga ele... faz uma três semanas que você só rumina nele.

-Nem morto que vou abandonar esse caso.- disse sério.

-Tá quando morrer não vai resolver nada...- disse Isaack.- Então onde empacou?

-Ás vezes eu tenho a impressão que você acha que resolve os casos pra mim...- Draco riu sentindo o outro o aninhar na cama e fazer carinho no seu cabelo.

-Eu resolvo sim...- disse o rapaz...- Madame Isaa saberr tuda!

Draco riu... Isaack não tinha coerência... definitivamente... era isso que amava no outro.

-Madame Isa...- disse olhando-o o outro enfiar a fronha na cabeça e enrolar como um turbante torto(que lembrou-lhe remotamente um professor picareta que tivera no primeiro ano... qual o nome? Mesmo?)- Quando vou ganhar uma viagem ao Hawai?

-Madame Isa verr... sim uma prraia parradizíacaaah! Sim... OH... sim... quando finalmente um dia prresentear você o seu namorrada com uma PIZZA!

-Eu não acredito... você tá com desejo?

-Mademe Isaa estarr Grrávida!- disse o outro enfiando a almofada por dentro do pijama.

Draco começou a rir... rir... até cair da cama.

-Hum... Mademe Isaa estar grravidaah e víuvaah!

-Vai pro inferno!- disse a voz do chão.

-Oh... gravida, víuvah, amaldiçoadah e sem PIZZA... quanta desgrraça...

-Quer que eu peça uma Pizza agora pra você calar a boca?- Draco perguntou.

Isaack sorriu da cama, Draco olhou para cima incrédulo.

-Tem horas que eu não acredito em você...

-Pizza!

-Vida desgraçada...

-Pizza!

-Nem morto!

-Pizza!

-Silencio.- apontou o dedo para o outro.

-CRUCIO!-Issack lhe enfiou uma almofadada na cabeça.

-Você não vai crescer nunca... Ai meu estômago...

-Draco cê tá bem?- Perguntou o outro de modo preocupado.

Sorriso maldoso sob a almofada... e um "não" manhoso.


Draco achou que morreria quando Jean anunciou que pedira uma parceria... havia entrado literalmente bufando feito um dragão na sala da chefe... que esperara ele olhá-la de modo assassino enquanto perguntava se era verdade que ia receber ajuda e então sorriu:

-Exatamente, você mesmo disse que estava difícil identificar certos rituais...

-Eu não preciso de um parceiro!- disse irritado.

-Certo... mas eu pedi um especialista em magia negra... como não tínhamos... pedimos a associação internacional de bruxos.

-AIB? Você pediu pra AIB?

-Sim... e já deve ter chego... que eu saiba é um conterrâneo seu... único... especialista em magia negra disposto a viajar... geralmente... eles ficam atolados em pesquisas...- disse ela.-Eles são tenebrosos e meio... doidos.

Olhou-a e olhou a pasta na mão dela.

-Quem é?

Jean sorriu e encolheu os ombros.

-Não faço a menor idéia... vai trazer as referências junto.-Ela mostrou a pasta vazia.

-Que merda Jean!

-Olha a educação... falando nisso achei que os ingleses eram pontuais.

-Que merda chefe!- disse cinicamente.- e a maioria não é não.

-Certo... certo... eu passei por cima de você Draco... mas estão começando a me pressionar... e sabe como é a política... são pessoas importantes e mágicas e não mágicas... tente entender... agora... vai tomar um ar... está com cara de quem precisa... seu colega deve...

Um papelzinho se materializou com um "Bop!" na frente dela.

-Um... seu parceiro está lá no cadastro... vai lá... e começa tudo logo.

-Certo chefe... certo.- disse se levantando.

Chegou no cadatro onde deveriam estar revirando seu novo parceiro a procura de coisas ilegais e potencialmente perigosas... além de o estar obrigando a responder uma questionário sem fim para só então liberar um mero crachá temporário... Maldita burocracia... agora tinha que encarar aquele buldogue mau-humorado e mau-amado do Julian... que estava rindo...

Deuses... Julian estava rindo! Rindo e... comendo com os olhos a figura pequena apoiada de modo indecente no balcão. Seja lá quem fosse tinha dito algo como catapora de Dragão e fizera Julian rir de novo... estava apoiado no balcão provavelmente com os cotovelos no mesmo... de modo que qualquer um que entrasse tivesse uma súbita visão do paraíso em dose concentrada... Draco chegou a entortar um pouco a cabeça... mirando, sem nenhuma vergonha a retaguarda apertada numa calça jeans... hum... nada mal.

De onde conhecia... aquela voz... e aquela retaguarda... caramba...

-Malfoy!- disse Julian.

Então a criatura se virou... Draco só teve que se concentrar em manter o queixo no lugar...

-POTTER!- acabou exclamando.

Julian olhou Draco e falou baixo.

-É sério?

-Estou a uns quinze minutos tentando fazer... esse seminviso gigante acreditar que sou Harry Potter...- disse o moreno rindo e empurrando a franja.- Ele achou que alguém estava de piada com ele...

Julian estava apontando com os dedos para o moreno pelas costas do mesmo e perguntando só com lábios. "É sério?"

Draco por um segundo ficou em dúvida, se ria... da situação ridícula... ou se saía correndo...

-Então você é agora... um especialista em magia negra... Potter...- disse friamente.

-Não foi por isso que me chamaram Malfoy?- disse o moreno e puxou um maço de cigarros da calça justíssima. -Então... vai demorar mais quanto tempo essa... brincadeira?- falou sério.

Draco olhou para Julian e disse que era sim... Potter... o cara que matara Voldmort... sim, era ele mesmo embora tivesse tamanho de um moleque...e agora de cabelo comprido... uma cara de anjo... meio... trouxa, rebelde...indecente.

Como o outro poderia querer que alguém o levasse a sério... vestido como um garoto de programa?

-Não é permitido fumar no interior do prédio.- disse sério.

E Potter tragou e lhe mostrou o dedo do meio... Por algum motivo a cantilena "Potter Pirado" Voltou a sua cabeça.

-Onde assino?- Potter perguntou se virando para Julian que ajeitava uns papéis e encarou o outro.

-Aqui.- disse apontando uma linha qualquer.

Que Potter assinou e pegou o crachá... e se virou o olhando.

-Certo Malfoy... onde começa... o trabalho?

-Começa com você apagando essa porcaria de cigarro.- disse.- Anda.

Potter deu de ombros e enfiou o cigarro no balcão de Julian.

-Ei! -Julian berrou indignado.

Potter estava saindo e puxou a varinha.

-Evanesco.Reparo.


-Certo... como diabos você se tornou especialista em magia negra?

-Que tal quebrando a cara com cada uma que Voldmort sabia?

Draco não pode evitar de se arrepiar. Olhou feio para o outro.

A jaqueta de jeans havia escorregado um pouco do lado direito... era isso, agora olhando... Potter não crescera um milímetro desde que o havia visto da última vez... a camiseta de alça expunha o ombro um pouco estreito demais para um homem, o que lhe dava um ar quase desprotegido.

-Você está me comendo com os olhos de novo Draco...- Potter disse andando.- Lembranças?

Draco se amaldiçoou e o acompanhou.

-Achei que tinha morrido.

-Chegamos a achar o mesmo de você...- Harry respondeu.

-Não foi meu caso como pode ver...

-Quando soubemos de seu emprego...- Harry disse.- Bem... fico grato pela sua ficha ser limpa aqui… seria desagradável extraditá-lo.

Draco parou quieto e olhou o moreno que andou dois passos e o olhou.

-Você fugiu Draco Malfoy... e achou que ninguém saberia?

-Do que tá falando?

Harry apenas suspirou acendendo outro cigarro.

-Que você foi um dos que tiveram sorte.

Se encararam por um instante... e só os dois poderiam dizer exatamente o que aquele olhar compreendia, Harry desviou-o .

-Você deve ter alguém a reportar não? Da minha chegada...

-Jean... minha chefe.

-Então... vamos?

-Certo.

E o elevador pareceu pequeno demais para as coisas não ditas... não vividas e um tempo de guerra que Draco queria tanto esquecer.

-Não tem nada a me perguntar?-Harry disse assim que o elevador parou.

-Não.- Draco disse saindo.

Harry apenas sorriu miúdo.

-Então... você é HARRY POTTER!- Disse Jean se levantando.

-Você é Jean... Hurt... departamento de homicídios mistos.- Harry apertou a mão da bruxa.

-Por isso não me deram sua identidade.- ela disse animada.

-Eu não gosto de divulgar minha especialidade... isso é geralmente mal interpretado num lugar que recém saiu de uma guerra.

-Especialista em magia negra.

-Minha especialidade são maldições...

-Imperdoáveis...

-Meus primeiros estudos.

Draco apenas tentou evitar lembrar de seis anos antes... das últimas vezes que o vira... Harry Potter o herói, o garoto de ouro, o cicatriz, aquele eterno rapaz atormentado…

Tão diferente da visão que tinha agora, de alguém falando calmamente da utilização de Império na recuperação de vítimas de Cruciatus... Na tentativa de desenvolvimento de uma contra maldição boa o bastante para deter um Avada Kedavra...

Draco não queria se perder em memórias de tempos ruins.

-Então eu espero que sua colaboração seja boa para Draco.- disse Jean se levantando e estendendo a mão para Harry.

-Ah.- Harry sorriu se levantando.- Espero colaborar.

Saíram do escritório e se enfiaram no elevador...

Draco tentava em vão se concentrar nos números dos andares...

-Você ainda não me perguntou...- Harry pareceu dizer pra si mesmo.

Draco olhou-o irritadamente.

E Harry o olhou...

Encostados na mesma parede do elevador, tão próximos que os ombros se batiam... ou melhor, o ombro de Potter relava em seu braço.

Draco assoprou uma mecha teimosa do olho... então grunhiu.

-Tá certo porra! Como você fez?

Harry sorriu enormemente.

-Agora não vou contar...

-Seu filho da puta.

-Achei que tinha melhorado sua arte de elogiar...

-Desgraçado testa partida.

-E você também não me perguntou...

Encarou os olhos verdes.

-Puta merda.- rosnou saindo do elevador.

Harry riu.