Agora começam as verdadeiras revelações... dor, lemom... UHU!

Adoramos quando Harry segura as rédeas da situação.


RIOS VERMELHOS: ERDROMSROM

CAPÍTULO 7 – A marca da serpente.

"Talvez eu tenha desejado isso..."

Harry olhou os próprios pés, contra a parede creme de seu quarto de hotel... depois de deixar Draco ir até uma reunião, a que não compareceu alegando cansaço, ficou ali duas horas olhando alternadamente o teto e seus pés... numa mão uma foto dobrada e na outra um celular.

Respirava rasamente.

Repetia muitas vezes para si mesmo que não havia perigo, que os acessos de ansiedade e pânico iriam parar... que era mais do que apto para lidar com a situação...

Mas as últimas notícias e... aquela... criança...

Apertou a tecla # e o número 2.

A linha foi rápida... não demorou para ser atendido...

-Alô.- disse a voz feminina, mas séria do outro lado.

-Oi...- disse ainda respirando fracamente.

-HARRY!

Afastou o telefone do ouvido.

-Está tudo bem? Como foi o caso? Vai voltar logo?... hum... porquê me ligou?

Hermione sempre fora afoita para falar... nunca perderia a mania.

-Está acontecendo de novo...

A amiga prontamente se tornou ainda mais séria... profissional.

-Certo... respiração presa... tontura?

-Não... só não consigo respirar... parece que corri... tanto... me diz que está tudo bem.

-Está bem... os vi hoje.

-Obrigado.- disse respirando aliviado.

-Tome a poção se precisar dormir.

-Não... sabe o efeito que ela tem.

-Sei... ah... o que desencadeou a crise.

-Corpos...

-Ah... não se prenda a eles... não poderia fazer nada.

-Mione... o assunto pendente...

-Alguma pista?

-Sim... é verdade, os boatos são verdadeiros...

-Devo contatar alguém? Quer que vamos...

-Só... fiquem de prontidão...

-Certo... já estamos lembra?

-Vou querer uma reunião em breve...

-Certo...

-Fica de olho...

-Eu cuido de tudo... e, Harry... encontrou-o?

-Não... quero falar nisso.

-A crise foi só?

-Não tem nada com ele... Mione... não há nada...

-Você se machucou bastante e muito tem a ver com ele...- disse Hermione racionalmente.

-Certo...

-Harry... eu a vi com Corner... de novo.

-Eu não precisava saber Mione... não mesmo.Não é da minha conta.

-Você sabe que se eu não contasse você ficaria furioso.

-Eu volto a ligar...

Desligou sem esperar resposta, virou-se enfiando o rosto no travesseiro.


Os latidos contra a porta deixam Draco de mau-humor, afastou o cachorrinho preto com a perna e abriu a porta... o animal parou de latir imediatamente.

Os dois cachorros correram para fora.

-Você está com uma cara horrível...- disse baixo assim que o loiro abriu a porta e ambos os cães passaram esbarrando por suas pernas.

-Nossa... eu lembro de vê-lo com olheiras assim... em Hogwarts.

-Acho...- passou a mão no cabelo eriçado.- Que sabemos bem o motivo.

-Sabemos?- disse Draco cinicamente.

Harry passou por ele entrando na casa. Escutou-o bater a porta.

-Como foi a reunião?

-Acham que você é doido sabia? Foi o que Charles levantou...

-Você acha que sou doido?- perguntou

-Diabos Potter!- Draco pegou a caneca de café que fizera e bebeu.- O que queria que pensassem?

-Perguntei se VOCÊ me acha doido Draco...

Draco encarou o moreno e suspirou.

-O que quer que eu pense afinal? Não estava lá...

Draco havia deixado os ombros caírem... um gesto que lembrava tão pouco o arrogante rapaz...

-É... você não estava lá Draco...

-O QUE QUERIA QUE EU FIZESSE "POTTER"! FICASSE PRA VER O MUNDO RUIR?

-Diabos.- Harry murmurou

Draco arregalou os olhos quando sentiu o outro agarra-lo pela camisa e forçá-lo contra a parede... a caneca de café caiu, partiu e manchou o carpete claro do corredor com café preto...

Inferno, Potter era forte... e provavelmente iria quebrar sua cara.

Mas... não.

Os olhos verdes o encararam com uma tristeza muito dolorosa. Harry disse baixo, como se custasse... doesse desabafar aquela pergunta.

-Porque você fala meu nome desse jeito? Ainda fala assim... depois de tudo... porquê?

Draco engoliu em seco...

-Porque foi embora? Porque me deixou... porque me deixou sozinho naquela noite? Em todas as noites?- Harry disse olhando-o nos olhos.

-Eu...- Draco tinha quase certeza que só movera os lábios... não conseguia falar.

-Da primeira... quando me deixou sozinho... foi tão bom assim? Brincar com minha... inocência? A última... eu esperei... sabia? Fiz uma besteira grande... quando cansei de esperar...

-Eu não podia ficar...- murmurou.

-Deveria ao menos... ter tido a decência... de dar alguma notícia... mesmo que tenha sido uma brincadeira infeliz... eu cumpri o que prometi até o fim... mesmo com tudo que disseram por minhas costas, mesmo quando riram da minha desgraça... ah, sim... Draco... riram de mim... eu procurei você... me preocupei com você...

-Eu... eu não sabia...

-Não quis saber, não é?

-Está me sufocando...

-Deveria mata-lo seu bastardo... mas não consigo...

A íris verde sumiu atrás daquela cortina de cílios muito negros e reabriu marejada.

-Eu tentei esquecer você... mas não consigo... você me marcou fundo demais Draco... não dá pra tirar isso de mim...

Draco sentiu surpreso as lágrimas caírem... nunca chorara... não que se lembrasse... não assim... a ponto de sentir lágrimas caírem, mas a voz de Harry estava tão rouca... tão doída. Era óbvio que se arrependia, era um menino mimado com raiva do mundo com um bode-expiatório nas mãos... de que valia pedir desculpas? Não iria concertar nada.

-Harry...

A boca atingiu a sua... assim que murmurou o nome... Draco sentiu o formigamento familiar do qual fugira, aquele arrepio que o amolecia inteiro.

A sensação que lhe dera tanto medo... que o fizera fugir na noite em que prometera assumir-se ao lado do outro.

Quando fugiu de Hogwarts... abandonando-o, abandonando-o quando ele provavelmente havia dito aos amigos que estariam juntos...

Mas não conseguia raciocinar, a boca de Harry cobriu a sua impaciente... furiosa e mesmo assim doce como sempre.

Demônios que nunca esquecera, era exatamente como se lembrava, doce, quente, obviamente mais experiente... que antes...

Bem mais experiente... mais forte... sentiu um arrepio de surpresa temerosa quando se sentiu erguido e definitivamente jogado contra a bancada...

-Você sabe muito bem o que eu devia fazer com você...- Harry disse olhando-o.

Draco apenas olhou-o nos olhos verdes... talvez o coração, morbidamente disparado, o impedisse de falar... mas a situação era... excitantemente amedrontadora.

Admitia que Harry era mais forte apesar de ser menor, admitia que estava imprensado contra a bancada numa posição comprometedora, deitado com Harry entre suas pernas afastadas, e que na verdade isso o deixava doentiamente excitado.

Mas o que ele lhe disse deu medo...

-Eu devia lhe dar uma dose do seu remédio e ver se você sai desse coma sonhador em que se meteu... que vontade de te arrancar do conto de fadas e esfregar essa sua cara no mundo real...

Era a voz que dizia de forma dura e segura coisas dolorosamente verdadeiras... como um dia mansamente e timidamente dissera as mesmas coisas.

Draco fechou os olhos e gemeu quando os botões da camisa cederam e a boca do outro encontrou seu peito.

Deuses, ele aprendera direitinho.

As unhas de Harry arranharam sem piedade de seu peito até o fim de seu abdômen... o desgraçado as deixara crescer... Draco ofegou ao senti-lo, enquanto lhe mordia um mamilo, abrir suas calças...

Contorceu-se quando a mão pequena, mas ágil entrou entre o tecido e sua pele.

-Quem diria... então eu lhe deixo excitado?- disse ele tocando o membro já rígido.

-Sim.- Draco sentiu escapar de sua boca.

-Eu sempre lhe deixei excitado não foi?- Harry murmurou.

-Oh...- Draco mordeu o próprio lábio ao sentir a pressão sobre a pele sensível.- Aham...

-Foi não foi? Mesmo sendo um mestiçozinho feio? Não é?

Draco abriu os olhos, esforçou-se para sentar ignorando que com isso o contato se tornava mais doloroso que prazeroso, encarou novamente os olhos verdes.

-Eu sinto...- murmurou.

-Sei que sente...

Sentiu que fora um erro tático, havia uma estranha malícia nos olhos verdes, sentiu que estava na posição certa para que num tranco Harry lhe arrancasse as calças...

-O que você vai...- disse assustado.

-Você sabe muito bem...- disse Harry com uma mão pesada em seu ombro.- O que vou fazer...

Draco foi empurrado de modo bruto novamente contra a bancada, deitado...

Draco sentiu o corpo do outro se aproximar, escutou o som do zíper, sem ser capaz de se mover, não conseguia, sonhara tanto em toca-lo de novo, em noites mal dormidas, em devaneios culpados quando dormia com Isa...

Isa parecia pertencer a outra existência...

E estava definitivamente sentindo-se acuado quando sentiu o outro montar na bancada com a agilidade de um gato e segura-lo pelos quadris.

Sentiu o soluço seco que soltou quando sentiu a dor, nunca imaginara que Harry faria doer tanto...

-Não seja mole...

Escutou aquilo e fechou os olhos... era vingança... merecia... merecia sim... doía marcava, entristecia...

E excitava... muito, gemeu, afogado é claro pois suas calças ainda estavam nos joelhos e com o fato de Harry estar em cima dele... não havia sequer espaço para se mover, e mal para respirar... mas sentiu quando o outro finalmente tirou a peça de roupa do caminho.

Então sentiu-se livre... sentiu duas mãos acariciando suas pernas e depois sua barriga, seu peito... seu rosto, uma delas se concentrando no seu membro.

-Dói não é? Dói, mas ao mesmo tempo é bom... não é?

Draco apenas gemeu, sentindo o outro mover-se dentro de seu corpo, atingindo-o em cheio naquele ponto sensível, fazendo-o se arrepiar, nunca imaginara, que um dia... uma dia sentiria isso.

Intenso demais.

Abriu os olhos encarando o verde que ainda estava fixo em sua figura... sentiu que ele bebia em sua mente as mesmas sensações que tinha... a angustia de não ter planejado nada, a dor da violação bruta, a excitação do desejo...

Então ele beijou seu rosto e ainda beijando passou pelo queixo, mordiscou-lhe a o orelha.

-Foi isso que eu senti na minha primeira vez... foi isso que senti... entende agora? Draco...

-Harry... – foi tudo que conseguiu dizer.

Agarrou os cabelos longos e rebeldes do moreno.

Draco se lembrava do seu primeiro orgasmo... ainda embaixo dos lençóis nos dormitórios de Hogwarts, sozinho... o primeiro que tivera acompanhado de um aluno mais velho de sua casa, o primeiro com uma garota... e o primeiro com Harry...

Esse sempre fora o mais nítido em sua mente... o sentimento de posse, de vitória... o prazer de sentir a maciez da pele contra as costelas evidentes... as coxas firmes... o cabelo espesso mas macio.

Dos olhos fechados, do gosto de bebida nos lábios cheios, da cabeça para trás e do pomo-de-adão no pescoço desejável.

A imagem dele nunca sumira... nunca fora esquecida... pensou enquanto se deixou arrastar para o chão sentado no colo do moreno, abraçados como se o mundo fosse sumir... ambos respirando de modo exaurido.

Draco teve certeza que nunca se esqueceria... da primeira vez que foi possuído... por Harry.

Invadido, preenchido, anulado, dominado e elevado até um ponto onde podia tocar a linha invisível que margeia a realidade divina.

Era impossível negar...

Estava tão maldita e ridicularmente apaixonado por Harry quanto estivera naquele último ano de Hogwarts... fugir disso não adiantara nada.

-Me desculpe.- Harry murmurou em sua orelha.- Acho que te machuquei...

-Não se preocupe... eu mereci... e... valeu a pena.- suspirou.

Sentiu um beijo em seu pescoço. Abriu os olhos e encarou o verde, sabia... já era óbvio pelo tom de voz, a ponto de ser adorávelmente irritante... mas era Harry, só podia ser mesmo ele... o grifinório já estava arrependido por ter sido bruto.

-Você sempre me tirou do sério...- Harry suspirou.

-Eu sei... anos de prática... parece que lembrei como se faz.- disse num leve sorriso.

-Oh.

-Que foi?- perguntou erguendo uma sobrancelha para a cara surpresa do moreno.

-Achei que nunca mais iria ver esse seu sorrisinho cínico patenteado.

-Vá para o inferno, Potter.

-Diabos! Você não vai mesmo dizer meu nome!- Harry disse soltando-o.

-Não se atreva a se levantar e jogar meu traseiro no chão!-rosnou.

-Ah, não poderia não é? Seu traseiro delicado não suportaria mais essa violência!

-Não venha reclamar do meu traseiro, seu tarado!

-Engraçado... parecia que você estava gostando muito do meu lado tarado!

-Porquê diabos, você tem que ficar com essa obsessão por seu nome?

-Porquê você não diz meu nome?

Engoliu em seco, não sabia porquê.. era tão mais fácil dizer... Potter. acabou com o traseiro no chão olhando o outro ajeitar as próprias calças e dizer cansadamente empurrando o cabelo rebelde para trás.

Era um gesto tão comum para aquele garoto tímido e...maltratado... em Hogwarts, que vê-lo repetido pelo homem que ele se tornara, apenas reavivava culpas que não queria sentir...Draco fechou os olhos encarou o chão.

-Já entendi... todo mundo tinha razão afinal...- Harry disse sem olhar o outro tão descomposto no chão.- Sabe, de certo modo, eu sou um teimoso masoquista... sabia, você tinha deixado as regras bem claras e eu mesmo... é que desejei acreditar... bom... pra seu alívio eu estou... indo... é... ad...

Olhou para baixo... a mão branca de dedos longos estava agarrada a sua calça.

Draco o olhou longamente e se pôs de pé.

-Harry... você sabe porque eu sumi de Hogwarts aquela noite?

-Não.- respondeu num murmúrio.

-Porque ficou sério... porque eu vi nos seus olhos que você... apesar de tudo... estava mesmo apaixonado por mim...- disse tocando o rosto do outro.

-Então fugiu porque não queria nada sério com o...

Draco pousou o dedo nos lábios do outro, calando-o, contornando devagar o desenho daquela boca...

-Não e sim... - suspirou.- Eu não entendia... você me conhecia, sabia, o que eu era, como era, um menino mimado, preconceituoso, feliz em fazer da sua vida um inferno por não ter ambição alguma, fazer da sua vida um inferno era meu único hobby, na verdade minha única meta... era me sentir forte... daquele jeito.

-Eu sei, você precisava...- Harry disse baixo.- precisava de alguém para descarregar o ódio, eu entendi, você estava tão assustado Draco, tão machucado...

Draco encarou o moreno confuso... Harry disse encostando a testa em seu ombro.

-Seu pai, preso, sua mãe, sumida... e todos, falando coisas horríveis de você, desejando abertamente que você... morresse. Você precisava de um chão... eu via sua frustração Draco, a pressão sobre a qual eu também havia lhe posto...

-Eu precisava ser mais forte que você... eu precisava de você pra me sentir vivo, achei que... seu ódio... mas você começou a me dar amor... eu me assustei... você tinha paciência, suportava minhas ofensas, cedia seu tempo... seu corpo... os outros se afastavam de mim como se eu fosse um leproso... ou se aproximavam de mim como se eu fosse... um objeto estranho de poder...

-E você nunca recuou, nunca se mostrou abatido, eu tinha orgulho e inveja de você... queria ser assim...

Encararam-se, Harry disse o olhando firmemente.

-Eu tinha me apaixonado por você... eu ainda...o amo.

-Eu tinha me apaixonado por você... e fiquei com medo, por isso fugi, sabia que quando começasse a dizer... Harry... seria irremediável... Harry...

E beijou-o...

Harry sentiu surpreso ser erguido pelo outro.

-Eu não posso esperar mais.- disse Draco.- Eu deixei uma noite pendente...-disse carregando o outro desajeitadamente.

-É... deixou... eu fiquei esperando... até agora...- Harry gemeu afundando a boca no pescoço do loiro.

-Você se importa? De ser tarde ainda?- Draco ronronou.

-Não... é um belo quarto...- disse olhando em volta.

-É meu Harry... tinha que ser belo.- disse arrogantemente.

-Oh, diabos não comece!

Draco calou-o sugando um ponto do pescoço do moreno, num bote digno de serpente.


Acho que deu pra entender como as coisas rolavam no meio da relação dos dois... creio que eles discutiam e transavam e Draco era grosseiro, sem uma ordem específica... pra quem mencionou Isa... espere o próximo capítulo.