Capítulo 2: Não Posso Viver Sem Você
Abby não podia acreditar. Todo esse tempo ela estava sendo enganada. Ela sabia que ele não a amava de verdade. Senão ele não teria ligado para não dizer nada. Ela andou até o quarto escuro e deitou na cama. Ela olhou para o lado que ele deitava, esperando que ele estivesse lá. Ou, pelo menos, chegasse em casa logo.
John não parava de pensar no que acabou de fazer. Como ele não conseguiu dizer nada? Ele pensava no que ela poderia estar achando dele. Ele prometeu a si mesmo que ligaria amanhã. E ele dormiu.
Abby não parava de se mexer. Ele fazia muita falta para ela. Ela se controlou e decidiu que era melhor tentar dormir. Demorou, mas ela dormiu.
No outro dia...
"Está se sentindo melhor?"
"Sim. Ele... ligou ontem a noite."
"E? Vocês conversaram?"
"Não, eu deixei na secretária. Eu estava sentindo muito a falta dele para atender."
"Então, o que ele disse?"
"Eu não sei. Ele tentou, mas no final tudo que saiu foi 'esqueça'".
"Esqueça?"
"É, eu também não entendi. Mas eu espero que ele ligue esta noite. Eu quero demais ouvir a voz dele."
"Você sente falta dele, hein?"
"É, eu sinto."
"Então você deve ligar para ele. E dizer tudo que ele significa para você."
"Susan, eu nem sei se ele ainda está apaixonado por mim."
"Se ele te ligou, é porque está."
"Mas ele não disse nada."
"Talvez ele não tenha achado as palavras certas. Lhe dê uma chance."
"Eu não sei."
"Eu tenho certeza que ele pensa em você e sente sua falta."
"Bem, eu não."
"Qual é, Abby! Você não tem nada a perder."
"E nem a ganhar."
"Nunca se sabe."
"Ok, eu ligarei. Se é o que você realmente quer."
"É. Obrigada." - Susan ia saindo, quando se virou - "Ah, e Abby... não esqueça de me ligar depois."
Abby riu.
"Eu vou. Prometo." - Ela se virou para sua filha - "Hey minha filhinha. Mamãe te ama muito viu?"
Phoebe sem dúvida havia puxado John. Seu cabelo era preto e seus olhos, castanhos. Abby tinha certeza que ele sentia falta da filha.
John chegou em casa sorrindo. Ele abriu a porta e seu sorriso enfraqueceu ao ver a casa toda escura e logo ver que ela não estava lá, esperando por ele.
Abby chegou em casa com um olhar triste em seu rosto. Ela já tinha entendido que ele não voltaria mais. Mas ela estava determinada em ligar para ele. Ela colocou sua filha para dormir e foi para a sala.
John parou perto do telefone, não sabendo se deveria ligar ou não. Assim que ele colocou a mão, ele tocou e John pulou. Ele viu o número dela no identificador e quis atender. Mas parou de repente. Ele não entendeu por que não atendeu, já que ele queria tanto ouvir a voz dela.
"Hey, sou eu. Escute, eu só liguei para... porque queria... ouvir sua voz... Ahn, eu não posso falar mais. Nossa filhinha está chorando. Talvez ela esteja com fome. Você sabe que temos uma filha, né? Enfim, eu... adeus."
O sorriso no rosto de John aumentou.
Minha filha. Como eu poderia esquecer da minha filha. E, claro, da Abby. A mulher que eu amo. Ela deve estar magoada comigo por ter partido daquele jeito. Ligue para ela John. E lhe diga como se sente.
Ele pegou o telefone e começou a discar mas parou. Ele discou de novo e ele tocou.
"Por favor atenda. Por favor atenda."
Abby ouviu o telefone tocar e não sabia se alimentava a filha ou se atendia. Então ela decidiu atender.
"John."
"Abby."
Eles se sentiram felizes de poderem falar um com o outro.
"Como estão as coisas aí em Londres?"
"Ótimas, só falta uma coisa."
"Ah é? O quê?" - Ela bancou a inocente.
"Você sabe muito bem. A pessoa que eu mais sinto falta."
"Oh meu amor. Eu sinto sua falta demais. Eu queria tanto que estivesse aqui."
John gelou quando ouviu ela soluçar do outro lado.
"Eu também."
"Sabe, eu sinto muito por não ter ido. Eu sinto mesmo. Eu quero estar com você."
"Eu não quis partir assim. Você significa tudo para mim. Mas você não quis vir."
"Eu sei. Mas eu quero agora. Eu vou pegar o avião nesse fim de semana. Não agüento ficar longe de você."
Ele sorriu.
"Eu também. Mas não pegue o avião ainda."
"O quê?"
"Eu vou voltar."
"Mas John... eu quero."
"Não, você quer morar aí. Então nós vamos ficar aí."
"Mas significa muito para você."
"Não tanto quanto você para mim."
"John... tudo bem. Estou pronta para ir. Estou pronta para deixar tudo isso. Porque, eu sei que estará comigo."
"Abby."
"John, eu preciso ir agora. Eu preciso fazer um tes... Quero dizer, algumas coisas. Tchau."
"Abby! Espere! Espere! Abby!"
Mas era tarde demais. Ela já tinha desligado. Ela estava desapontada. Nem um 'eu te amo' ele disse. Mas ela não tinha tempo para pensar nisso agora. Ela tinha que amamentar sua filha.
John não podia acreditar. Eles demoraram tanto para se falarem e ela desliga assim, sem nem dizer 'eu te amo'? Talvez ela tenha esquecido ele. Mas doeu pensar nisso.
No outro dia...
"Hey, como foi?"
"O quê?"
"Com o Carter."
"Oh, foi bom."
"Só isso? Só bom?"
"É, a gente não se falou muito."
"Por quê? O que houve?"
"Não sei. Talvez ele tenha seguido com a vida."
Susan notou a dor na voz de Abby.
"Seguido com a vida? Qual é Abby! Vocês são casados!"
"Eu sei, mas mesmo assim."
"Hey, ele não teria casado com você se não te amasse e soubesse que era para valer."
"Pessoas mudam Susan. As coisas mudam. Eu não sei, mas talvez esse tempo separados foi só mais uma coisa para ajudar."
"Oh Abby."
"O quê? Você não acha? Nem 'eu te amo' ele conseguiu dizer."
"Talvez ele não tenha conseguido."
"Esse é o problema. Ele nunca teve dificuldades em dizer. Mas tudo bem. Eu não o culpo por não querer estar comigo."
"Abby. Qual é! Tenho certeza absoluta que ele pensa em você. Ele te ama. Dê uma chance a ele. Sei que não vai se arrepender."
"Vou pensar. Mas só porque você pediu."
"Obrigada."
"Te vejo amanhã."
"Sim."
Abby abriu a porta de sua casa. Estava mais escura que nunca. Talvez porque esteja chovendo. Ela ouviu as mensagens da secretária enquanto punha Phoebe para dormir. Ela entrou na sala a tempo de ouvir a última.
"Hey, sou eu. Estou no avião agora. Provavelmente vou chegar de madrugada. Eu ainda tenho a chave, então não espere por mim acordada."
O coração de Abby doeu. Por mais que ela quisesse vê-lo, ela estava magoada. Ela foi até o quarto para pegar algumas roupas e se dirigiu ao banheiro. Ela tirou a calça e a blusa e então percebeu que estava com o sutiã que ele mais gostava. O vermelho. Ela tocou-o com as pontas dos dedos enquanto olhava para a banheira antes de fechar os olhos. Ela lembrou da última vez que eles tomaram banho juntos. Foi há um mês atrás. Ela tomou banho e foi dormir. Tem sido difícil para ela olhar a filha e trabalhar, mas ela está indo bem.
John olhou para o relógio. 3:30 da manhã.
Ela provavelmente estará dormindo. Mas não importa, porque logo estarei com ela. Minha querida esposa. E minha querida filha que eu não vejo há uma semana.
Ele entrou e rapidamente se dirigiu ao quarto deles. Mas parou e entrou no da filha. Ele acariciou seu rosto e sorriu. Depois ele foi até o quarto deles e a viu dormindo.
Ela fica linda quando dorme.
Ele andou até ela e gentilmente tirou seu cabelo de seu rosto antes de beijar sua testa e sentar na cama, perto dela.
