Capítulo VIII: Algumas explicações...

- Com licença- falou Tomoio- Será que vocês poderiam me responder de quem é que precisamos nos vingar? Quem matou o tal Jonatha?

- Eduard Dion, o chefe dos aurores- responde McGonagall olhando discretamente para Virgínia.

- Como?- perguntou Tomoio incrédula.

- Pode deixar que eu explico professora- disse Virgínia rapidamente, impedindo que McGonagall falasse. Passou mais uma vez as mãos nos cabelos, em sinal de nervosismo e sentou na cadeira ao lado da que Tomoio estava sentada. Começou assim a contar todo a história:

"Há quase oito anos atrás eu me mudei para a França. A captura por ex-comensais ainda estava ocorrendo, mas depois que capturei Lúcio Malfoy, resolvi recomeçar minha vida longe da Inglaterra. Pois bem, chegando lá, eu entrei no grupo de aurores e chamei a atenção de Jonatha Dion, um senhor que há alguns anos havia formado os Caçadores da Morte. Um grupo de poderosos aurores de diversas partes do mundo. Cada caçador tinha uma habilidade especial muito útil. Eu chamei a atenção dele, por causa da minha habilidade com armas trouxas, na qual eu sou atiradora profissional e em feitiços, principalmente os curandeiros. Apesar do grupo já está completo, ele, com a autorização de todos os outros caçadores, me permitiu entrar na a equipe. Ele também resolveu ser meu mestre. Enfim, com o tempo e com a ajuda do acontecimento infeliz que havia acabado de passar, eu fui ficando cada vez mais fria, com isso aumentando meu poder e abrindo a oportunidade de mostrar outras das minhas habilidades. Nessa época eu conheci seu filho único e maior orgulho, Eduard Dion. Eu acabei me apaixonando perdidamente por Eduard e começamos a namorar. Tudo ia bem, até já havia conseguido conquistar o carinho especial de todos os caçadores. Resolvi por bem então contar a minha história para Eduard, já que para Jonatha já havia contado a algum tempo. Nosso relacionamento ia muito bem, assim como meu treinamento. Depois de mais ou menos 3 anos. Eduard me pediu em casamento e foi aí que tudo começou. Uma semana antes do casamento, Jonatha decidiu que passaria o comando dos Caçadores da Morte para mim e não para Eduard. Ele, consumido pela inveja e raiva, soltou Lúcio Malfoy de Azkaban e se uniu a ele. Para assim conseguir me magoar mais. Os dois armaram uma armadilha para matar Jonatha e a mim, só que nesse mesmo dia eu lutei com um assassino de aluguel rival e acabei me ferindo. Não fui para a armadilha. Mas Jonatha foi e Eduard o matou. Jonatha que percebeu pouco antes de morrer que tudo não passava de uma armação feita pelo filho, me avisou através de um código. Quando eu soube, avisei a todos os Caçadores, eles conseguiram capturar Eduard e Malfoy. Malfoy foi imediatamente mandado para Azkaban, já que um auror estava juntos com eles e impediu que o matassem. Já Eduard foi levado ao nosso antigo quartel. Como eu o amava muito pedi que poupassem a vida dele. Então em vez de matarmos ele, um caçador lançou nele um feitiço muito antigo, tirando de sua memória, apenas aquilo que desejássemos. Apagamos de sua memória o rosto de todos os caçadores e toda e qualquer informação confidencial e até mesmo sobre mim. Ele se lembraria de tudo. Menos dos rostos, vida, sexo e nomes dos caçadores. Nosso casamento eu fiz questão que apagassem também. Deixamos ele lembrar da traição e a razão dela, menos é, claro sobre qualquer coisa sobre mim, até que eu era mulher. Foi também com esse feitiço que conseguimos descobrir que ele era um ex-comensal e que era espião de Voldemort. Essa lembrança nós também deixamos. Passado algum tempo tudo parecia finalmente tranqüilo, até que descobrimos que ele queria novamente se vingar de mim. Como ninguém pode reconhecer um caçador, já que nós não nos identificamos, a maioria das pessoas nem sequer sabem da nossa existência. Por isso a quase 3 anos, antes de Fudge sair do poder, ele conseguiu o cargo de chefe dos aurores. Mau sabia ele que isso não passava do começo da nossa vingança... Nesses últimos anos ele vem conseguindo as informações que nós queremos que ele saiba. A história do traidor que foi morto por nós na França foi invenção. Nunca existiu traidor algum, a não ser ele mesmo. Já faz uns 4 anos que os caçadores decidiram matá-lo, foi logo depois de eu contar tudo sobre o mês que eu desapareci, tornando os atos de Eduard ainda piores e imperdoáveis. Como eu também consegui tornar o meu antigo amor por ele em ódio, eu aceitei a vingança. Entramos em contato com Fudge e pedimos a ele que colocasse Eduard com chefe dos aurores. E como esperávamos ele começou a investigar tudo sobre os Caçadores da Morte. Quando a professora McGonagall se tornou ministra no ano passado, nós a contamos tudo e ela acha certo eu não me meter nessa história. O que eu acho um absurdo "

Depois da triste revelação, Tomoio apenas disse em um fio de voz. Porém esse fio, mostrando estar muito decidida:

- Eu em nome do Inomináveis, aceito ajudar nessa vingança também, Circe. Eduard, quem diria...

- Excelente!- disse Virgínia animada.

- Ainda acho que seria melhor se você não participasse da vingança- resmungou McGonagall exasperada.

Em quanto Virgínia e McGonagall discutiam, Tomoio começou a lembrar de uma conversa que tivera, a algum tempo com seu irmão:

"- Circe é uma pessoa maravilhosa, mas muito triste. Todos nós temos muita pena dela, ela passou por sofrimentos que nenhum ser humano suportaria. É uma pessoa amargurada, por culpa do seu passado. Tenho pena de Circe e ao mesmo tempo amo-a como uma verdadeira irmã mais nova, como se tivesse a obrigação de protege-la de todo o mal. O restante de nós acha a mesma coisa, apesar de Circe não ser nada indefesa- disse seu irmão enquanto jantavam juntos em um restaurante qualquer.

- O que houve com sua chefe de tão grave, TuMom?- perguntou Tomoio interessada.

- Não posso te dizer maninha, mas pode ter certeza que foi horrível.

- Ela ainda sofre?- perguntou novamente Tomoio.

- Muito, acho que nunca vai conseguir se recuperar. Dá pra ver isso nos olhos dela. É puro sofrimento e – disse TuMom antes de ficar perdido em pensamentos.

- E o que TuMom?- quis saber Tomoio.

- E culpa, mas misturado com desespero. É como se ela sempre tivesse revivendo seu passado e sentisse culpada por tudo o que ocorreu. Um dos caçadores disse que ela tem que tomar poção para conseguir dormir tranqüilamente, senão ela tem pesadelos terríveis. Chega ser angustiante ver tanto sofrimento em uma só pessoa."

Ao relembrar a conversa, Tomoio ficou ainda mais decidida. Lembrava-se muito bem do olhar do irmão quando falara sobre o assunto: misturava compaixão, carinho e principalmente pena, percebeu então que acontecera algo muito sério com a mulher que estava a sua frente. Seja lá o que tivesse acontecido, se vingaria do culpado por faze-la relembrar do seu sofrimento. Lembrou-se então do restante da conversa com seu irmão:

"- Você parece realmente gostar dela- disse Tomoio sorrindo. Afinal, era rarissímo seu irmão gostar de alguém, as chances disso ocorrer eram quase nulas.

- Quem não gosta? É impossível não gostar da Circe. Ela tem uma aura de poder fantástica, só sentia algo assim quando estava perto de Dumbledore. O sorriso dela então, é cativante, mesmo não chegando aos seus olhos- ele refletiu um pouco e continuou- Só um louco para não gostar dela. Nem Voldemort a odiou, imagina eu, um reles bruxo.

- Voldemort?- perguntou Tomoio surpresa.

- É, eles tinham uma ligação. Um fato que ocorreu entre eles quando ela só tinha 11 anos. Pelo que me contaram, Voldemort só teve piedade com ela naquele dia que Potter o matou.

- Lembro-me desse fato. Ouvi comentários que Voldemort na hora de matar uma jovem, desistiu e pela sua falta de atenção Potter conseguiu mata-lo. Mas não estava nessa missão, eu tinha acabado de chegar do Japão- comentou Tomoio."

Olhou novamente para Virgínia e confirmou o que o irmão dissera. Virgínia emanava uma aura de poder espetacular. Era algo inexplicável. Tornava Tomoio tão pequena. Os olhos de Virgínia também era diferentes. Uma azul sem brilho algum, lembrando um oceano sem fim e vida. Era pura tristeza. Sentiu novamente pena e determinação. Sempre achara Eduard esquisito, sempre sério e arrogante, nunca foi com a cara dele, apesar de ele ser um homem muito bonito e sexy. Mas depois de saber realmente quem ele era, ficou ainda com mais raiva. Ajudaria Virgínia se vingar dele pelo seu irmão, pela própria Virgínia e por ela mesma. Ficaria orgulhosa em saber que ela ajudara a tirar mais um ser humano imundo da Terra.

Voltou a prestar atenção na conversa-discussão das duas mulheres a sua frente:

- Francamente Virgínia, isso é uma atitude complemente absurda- dizia McGonagall pela milésima vez.

- Quer saber, D-E-S-I-S-T-O! Para mim chega. Tô indo ministra, fui- disse Virgínia irritada enquanto pegava sua bolsa e óculos escuros que estavam em cima da mesa.

- Virgínia Molly Weasley!- gritou McGonagall exasperada.

- Minerva McGonagall acho melhor a senhora nem começar!- gritou Virgínia ainda mais nervosa, o que causou medo por Tomoio e McGonagall.

Quanto mais nervosa Virgínia ficava, mais parecia poderosa. Sua aura de poder aumentava consideravelmente e tornava os olhos dela levemente vermelhos. Sua raiva era tanta que acabou perdendo o controle de seu poder, quebrando todos os vidros da sala, inclusive as janelas, foi uma sorte a mesa ser de madeira, porque se fosse de vidro teria causado um estrago terrível nas pernas de Tomoio e McGonagall, já que provavelmente perfurariam elas.

Virgínia respirou muitas vezes para tentar se acalmar um pouco. Sabia que se continuasse naquele estado acabaria causando a morte das duas mulheres a sua frente.

Por que todos tinham mania de protege-la? Será que não percebiam que ela não queria ser protegida? Afinal, do que adiantava toda essa proteção, se na hora que mais precisou dela, todos eles falharam..., ela pensava, enquanto tentava se acalmar.

- Professora, acho melhor me retirar. A senhora sabe que se perder totalmente o controle, posso acabar matando as duas sem querer, não sabe?- perguntou Virgínia com um fúria assustadora contida.

- Sei Virgínia. Faça o que quiser fazer. Percebi que perdi essa batalha. Mas saiba que não a guerra- disse McGonagall ainda preocupada com Virgínia.

- Ótimo! Com licença!- disse ela antes de sair e bater violentamente a porta.

- Desculpa a pergunta, ministra... Mas o que foi isso?- perguntou Tomoio ainda olhando em direção a porta assustada.

- Não sei se a srta. sabe, mas Virgínia foi possuída por Voldemort quando tinha apenas 11 anos- comentou McGonagall enquanto reconstruía com magia os objetos quebrados.

- Ouvi comentarem algo do tipo- respondeu Tomoio se levantando e ajudando McGonagall.

- Pois então, Dumbledore descobriu que nesse processo, Voldemort acabou passando alguns de seus poderes para Virgínia, na verdade nenhum poder especifico, mas sua facilidade com a magia ao todo. Quando Virgínia se descontrola, como agora, acaba causando a destruição por onde passa, já que seu poder é quase tão elevado quanto o de Dumbledore e Voldemort. Quando está muito fora do controle, pode até matar alguém sem querer. É muito perigoso quando isso ocorre, da última vez acabou machucando e muito um dos caçadores- explicou a ministra séria.

- Nossa, meu irmão disse que ela era poderosa, mas não imaginei que fosse tanto- comentou Tomoio impressionada.

- Ela é mais poderosa do que você imagina, já que seu poder pode aumentar com uma facilidade incrível. Nunca a subestime srta. Bellucci- avisou a ministra muito séria, enquanto consertava um vaso.

- Nunca subestimarei ela ministra – respondeu Tomoio tão ou mais séria que McGonagall. Ela não era louca de fazer alguma coisa contra Virgínia, percebeu só pela aura que emanou quando se descontrolou que ela era muito mais poderosa que ela. Mais um vez se sentiu insignificante em relação a tão famosa e cruel Circe.

Virgínia saiu com rapidez do escritório de McGonagall, precisava se controlar a qualquer custo. Entrou dentro de um banheiro feminino e lavou seu rosto. Mas não antes de notar que era irônico ela ir toda vez ao banheiro quando estava nervosa.

Olhou-se no espelho e percebeu com armagura que tinha borrado toda sua maquiagem. Concerto-a com o feitiço de sempre e respirou fundo. Depois se sentou em cima da pia, apoiando a cabeça em suas mãos que por sua vez estavam apoiadas em seus joelhos.

Como era possível se descontrolar daquela maneira? Esquecera de todo o treinamento? Esquecera de seus real poder? Se sentiu muito mal por não conseguir controlar suas emoções, foi como se fracassasse mais uma vez.

Uma lágrima escorreu pelo seu rosto depois de tal pensamento. Virgínia concluiu que Londres só lhe fazia sofrer. Era como se seu passado, presente e possível futuro se encontrassem de um maneira que a deixava completamente perdida. Suas emoções graças a isso se tornavam mais sensíveis, e o que ela não fazia a uns oito anos, começou a fazer até com muita freqüência: Chorar. Ela não conseguia se decidir se isso era bom ou ruim. Bom, pois percebia que não era um robô insensível e apesar dos acontecimentos do passado, continuava a sentir e a sofrer, o que não deixava de ser um alívio. E ruim, porque percebia que a "Gina" queria voltar, o que poderia arruinar a missão no futuro. Mais uma vez, achou que sua vida era uma completa droga.

Respirou fundo mais uma vez e desceu da pia. Olhou-se novamente no espelho e notou que a cor vermelha em seus olhos havia desaparecido e que eles não tinha mais aquele brilho quase psicótico, voltando ao de sempre, sem vida e brilho. Escureceu um pouco mais a maquiagem e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo alto. Verificou, só por costume, sua bolsa e notou que ela estava "normal": Acessórios femininos, uma varinha e uma arma trouxa com silenciador e mira a laser. Ajeitou sua roupa e saiu do banheiro.

Andou pelos corredores de maneira sensual e silenciosa, quando passou pela área dos aurores resolveu fazer um visitinha.

Entrou e viu o que sempre via na época em que trabalha lá. Divisórias para escritório separavam o espaço de cada auror. Nas divisórias eram penduradas diversas coisa, que iam desde de foto da família até a reportagem sobre a tal Circe. Sorriu ao ver essas informações sobre si mesma e ao notar o ar de espanto de todos os aurores para ela.

Depois de procurar um pouco, achou Harry sentado em uma cadeira, entretido em algum relatório e foi até ele.

- Harry- chamou-o suavemente para não assusta-lo.

- Gina?- perguntou assustado. E ela percebeu que havia falhado na missão de não assustá-lo.

- Como vai? Resolvi fazer uma visita ao meu antigo local de trabalho- respondeu sorrindo divertida com o olhar de desejo de Harry.

- Nossa, é uma honra- falou Harry sorrindo e levantando da cadeira indo cumprimenta-la.

- Vejo que não mudou nada isso aqui- comentou ela sorrindo ainda mais por ver Malfoy vindo em sua direção.

- Não mesmo, continua tão minúsculo quanto antes. Quer dá...- começou Harry, mas foi interrompido por Draco antes de terminar.

- Weasley? O que faz aqui?- perguntou ele a olhando de cima a baixo, parando por alguns segundos no decote da blusa.

- Vim fazer uma visita. Como vai? Melhorou o nariz?- perguntou Virgínia sarcástica.

- Se recuperando- respondeu ele mal-humorado.

- Para você me perdoar, aceita almoçar comigo amanhã?- propôs Virgínia surpreendendo Harry e Draco.

- Claro, por que não?- respondeu depois de tentar assimilar o que acabara de ouvir.

- Maravilha!- disse sorrindo, depois virando para Harry, disse- Que tal jantarmos juntos depois de amanhã Harry?

- Tudo bem- falou Harry sorrindo.

- Se importa se eu levar a Ammy?- perguntou Virgínia com um sorriso maroto.

- Nem um pouco- respondeu ele de imediato- Quer dizer, ela é sua amiga e-e...- tentou em vão se explicar.

- Não precisa se explicar- comentou Virgínia rindo abertamente- Eu sei que os dois vão se dar muito bem, pelo menos assim espero.

- Não, não é isso! E só que...- tentou novamente começar um explicação, mas foi interrompido por outra voz que Virgínia infelizmente conhecia muito bem.

- Posso saber o que está acontecendo aqui?- perguntou a voz atrás de Virgínia. Foi impossível não se arrepiar de leve ao escutar a voz tão conhecida.

- Há! Essa aqui é uma amiga, Virgínia Weasley- disse Harry fazendo com que Virgínia se vira-se e se encontra-se com um par de olhos castanhos claros sem nenhuma emoção- Gina, esse é meu chefe, Eduard Dion.

Nota da Autora: Vc que tá lendo minha fic querida e ainda NÃO COMENTOU, eu pergunto: E aí queridinho(a)? Isso é muita crueldade, sabia? Por favor vai, comenta! Não custa nada! É de GRÁTIS! (palavra linda, só perde para a palavra FÉRIAS) COMENTEM PELO AMOR DE MERLIN!