Capítulo X: Almas Mortas...

Nota da Autora: Eu queria fazer hoje um agradecimento muito especial: Queria agradecer a Thaís por permitir publicar aqui um de seu poemas fantásticos (Almas Mortas). E agradecer também a ela, por ser um amiga e tanto. Você é uma das razões por eu continuar aqui! Firme e forte! Como você mesma escreveu em uma carta para mim (aquela que a velha peruqueira mandou a gente escrever em Espanhol):

"Os melhores amigos são para sempre... nem o vento, nem o mar irá levar..."

Obrigada por ser minha amiga! Obrigada por tudo! Thatha te adoro! E morro de saudades sua e do pessoal! Bj pra todo mundo em Sampa!

Queria também homenagear nesse cap. a você, Mila Potter Evans e a BiaMalfoy84 (Eu mudei "um pouco" a cor das roupas de Virgínia pensando em vcs! E, olha... Isso foi um sacrifício!).

Agora a parte importante... as desculpas pela demora de qt tempo? Mais de 6 meses? Que absurdo! Não, eu não desisti da fic, nem resolvi ser cruel com vcs! É que simplesmente não deu! Primeiro, meu lindo PC quebrou e só tive um agora (outro, o anterior, tadinho, foi aposentado!). Depois, achei que ia me mudar e apenas mudei de colégio... Meu problemas surgiram com um vendaval louco! Sabe quando tudo acontece? Mas tudo mesmo! Aconteceu pior na minha vida... Fiquei mal e não tive condições de escrever, além de não ter PC pra escrever e mandar! Agora, pela Segunda vez em 6 meses, mudei de escola e dessa vez, também de estado! Tô na Bahia, ou melhor, voltei depois de 5 anos e meio para minha terra natal! Estou começando da estaca zero minha vida! Mas, mesmo assim, sinto-me envergonhada pelo que fiz! Não pretendia, muito menos queria fazer isso! Longe de mim, já que adoro escrever essa fic e amo mais ainda as pessoas que a lêem e comentam! Respeito muito vcs por ter feito de propósito! Mil desculpas! Prometo tentar fazer com que isso nunca mais ocorra!

#Dica do cap.: É uma nova área de propaganda! Vou começar ela na próxima atualização! Aspessoas que pediram para ler suas fics, me perdoem... vou tá tentando ler uma de cada vez...

Agora queria agradecer a vocês pelos comentários: Como sempre AMEI TODOS eles! Muito obrigada mesmo! Isso me animou muito em momentos que precisei ser animada! MUITO OBRIGADA MESMO!

Ah! E dois avisos: O primeiro é que vou tá agradecendo as pessoas que passaram e-mail pelo e-mail mesmo! E os agradecimentos dessa vez estão um pouco mais curtos, já que não podei me estender demais... A partir do próximo cap. vcs podem comentar e mandarem o e-mail? Assim respondo no mesmo dia que eu ler e faço isso com mais calma! Os agradecimentos serão em um "próximo cap.", talvez demore um pouco...

E o segundo é que esse capítulo está extremamente dramático! Sabe novela mexicana? Pois é, tá mil vezes pior! Rsss... Claro que não tá tão profundo, porque tenho problemas em escrever esse tipo de coisa, então me perdoem de novo!...

Só que o mais importante é que o cap. tá cheio de dicas, assim como o capítulo anterior, sobre quem é o Rafael... Por isso, prestem atenção na hora de ler, porque algumas pessoas já descobriram, então vocês também são capazes, hein? ;-) Quero ver todo mundo dando seus palpites, porque quando eu revelar tudo, vou homenagear as pessoas que descobriram sobre o Rafael e consequentemente sobre o mês do desaparecimento de Virgínia, mas chega de enrolação! Já escrevi de mais, para um capítulo que demorou tanto! AH! Quem quiser falar comigo por msn, conseguir, depois de uma dura guerra e sei lá quantas vezes no meu PC instalá-lo \o, mas será o mesmo do meu e-mail: katyskk hotmail ponto com (coloquei assim, para aparecer). Mas pessoal... se identifica por favor pelo nick! É que assim eu vou saber direitinho com quem vou estar falando! Hehehe... Blz?

Mas agora só tenho uma coisa a escrever: BOM APETITE! E saboreiem com moderação e atenção! Rss...

"Na verdade é difícil falar de mim mesma... É difícil, quase impossível . Perco-me nas palavras. Digo o que não devo. No final, não falo quem sou nem para mim mesma. Sou complicada, e sabe... gosto disso...

Percebo então, que sou mais frágil e vulnerável do que quero admitir... Sou, infelizmente, um ser humano..."

- Obrigada David, o jantar foi maravilhoso.- disse Virgínia sorrindo para ele.

Eles haviam acabado de chegar do jantar, e Virgínia estava na porta do quarto do hotel, se despedindo de Davi sorridente.

- Não foi nada- disse ele com os olhos incrivelmente negros num brilho de preocupação.

- O que foi?- perguntou ela.

- Sobre o que conversamos Gina... sabe, sobre o Rafael...- dizia David com cuidado, sabia que isso atormentava muito Virgínia.

- Não se preocupe, ficarei bem.- desse ela sorrindo fraco- Agora, acho melhor eu ir indo me deitar, estou morrendo de sono.

- Claro... tudo bem.- disse ele beijando a bochecha rosada de Virgínia- E Gi... qualquer coisa, você sabe que pode contar comigo, não sabe?- perguntou ele muito preocupado.

- Eu sei David, mas não se preocupe, vou ficar bem. Foi só uma conversa.- disse ela antes de sorrir novamente e dizer, já fechando a porta do quarto do hotel- Boa noite.

- Boa noite Gina!- falou ele indo em direção a um porta próxima a de Virgínia, com seus cabelos loiros balançando levemente.

O jantar com David havia sido incrível. Já fazia muito tempo que não saía só os dois sozinhos. E Virgínia não pode negar que David era uma excelente companhia. Era engraçado e muito agradável. Virgínia se divertira muito no jantar. Menos, é claro, na parte que ele tocara no assunto "Rafael"... Isso a deixou um pouco sem chão e perdida. Detestava falar sobre isso com alguém.

Mas não estava com vontade de começar uma guerra de sentimentos agora, então tentando apagar os pensamentos e sentimentos perturbadores, balançou a cabeça e olhou novamente para a porta, agora fechada e acabou sorrindo divertida, lembrando de como havia saído com David do Ministério...

Flashback

- Oi Vi. Estava com saudades.

Depois de David beija-la na bochecha, enlaçou a sua mão na de Virgínia carinhosamente. Ela apenas sorriu e disse amável, dando inveja nos três homens que antes ela conversara. Eles tentaram, mas não conseguiram nem metade que David conseguira naquele instante, e isso deixou eles com ciúmes e inveja.

- David!- exclamou Virgínia virando-se e ficando frente a frente com ele, que a olhava intensamente- Também estava com saudades!- disse antes de abraça-lo, sentido assim, os músculos definidos do amigo.

Depois do abraço, ela mesma fez o mesmo gesto que ele fizera antes, enlaçando sua mão na dele, com carinho.

- E então, não me apresenta aos seus amigos?- perguntou ele descontraído, mas com os olhos brilhando levemente de raiva ao avistarem Eduard.

- Claro! Bom, esse aqui é Draco Malfoy.- disse ela apontando para Draco que mantinha uma expressão educadamente curiosa e os olhos estreitados em direção as mãos entrelaçadas.

- Muito prazer Malfoy.- disse David o cumprimentando com a cabeça.

- Prazer.- respondeu ele indiferente.

- E esses aqui são Harry Potter e Eduard Dion.- disse ela sorrindo genuinamente, mas como sempre, um sorriso que não chegava aos olhos.

- Muito prazer.- disse Harry apertando fortemente as mãos do seu "rival".

- Prazer, senhor?- perguntou Eduard o encarando.

- David Whitmont.- respondeu ele educadamente.

Virgínia olhou para David, que encarava Eduard sorrindo, como se não o conhecesse e Eduard o olhava um pouco assustado, talvez tentando desvendar a sensação de já conhece-lo. E Harry e Draco? Bom, eles olhavam tudo um pouco confusos e curiosos.

Ela respirou profundamente, tentando puxar de algum lugar dentro de si mesma, paz e calma. Bem, calma ela conseguiu, mas paz... Paz era algo que acreditava que nunca conseguiria. Paz era apenas um sonho...

Respirou e sorriu novamente e depois disse, olhando para David de maneira carinhosa. Mas esse olhar não foi percebido por ela e sim por Draco, que nada disse, apenas estreitou ainda mais os olhos:

- Vamos David, estou com fome.

- Ah sim...- exclamou ele voltando a realidade e olhando para Virgínia da mesma maneira que essa o olhou, só que com mais ardor e paixão- Vamos! Claro!- virou-se novamente para os três homens a sua frente e disse "alegremente"- Bom, foi um prazer conhece-los e espero que outro dia, quem sabe, possamos conversar. Mas preciso levar uma esfomeada para jantar.

- Ei, eu não sou esfomeada!- disse Virgínia rindo, como sempre fazia quando estava perto dele.

- Ah não é?- perguntou ele cético.

- Talvez um pouquinho, quem sabe!- disse ela divertida enquanto ele passava os braços em volta de sua cintura, fincando atrás dessa e dizendo em seu pé de ouvido de maneira divertida, fazendo Virgínia se perguntar novamente quanto tempo iria suportar aquele homem sexy sem tirar nem um "lasquinha" dele.

- Vamos então Vi, antes que você coma o pé da mesa.

- Olha o respeito senhor Whitmont!- começou ela sorrindo- Eu tenho bom gosto, não comeria o pé da mesa, comeria a porta do escritório da ministra, que é simplesmente magnifica!- completou ela rindo, fazendo David rir ainda mais. Depois virou-se para Eduard que olhava a cena descrente e disse da maneira mais simpática que pôde- Foi um prazer conhece-lo senhor Dion, espero que possamos nos encontrar em breve.- terminou ela com o seu olhar brilhando em fúria e malícia contida.

- Espero o mesmo, srta. Weasley.- respondeu ele ainda confuso com tudo, mas com seu ar arrogante.

- E Harry e Malfoy, aqueles programas estão confirmados mesmo?- perguntou ela sorrindo, referindo-se ao almoço do dia seguinte com Draco e ao jantar com Harry.

- Claro! Tá confirmado sim Gina.- respondeu Harry sorrindo.

- É... tá confirmado o almoço amanhã.- disse Draco arrogante e fingindo desinteresse.

- Ótimo!- exclamou ela sorrindo ainda mais e olhando para David continuou- Vamos David!

- Bom, tchau, foi um prazer conhece-los.- dizia David já andando com Virgínia até a porta do departamento.

Antes de passar por completo pela porta, Virgínia virou-se sorrindo para o "trio". Sorriu de uma maneira que Harry reconheceu ser a maneira que a verdadeira Gina sorria. Um sorriso único... Ainda sorrindo disse animada:

- Até mais rapazes! E foi um prazer imenso conhece-lo senhor Eduard Dion!- falou ironizando o nome de Eduard.

O jantar com David foi muito divertido. Ele sempre a fazia rir com suas piadas e conversas animadas. E ele sempre se encantava com a misteriosa Circe...

Fim do Flashback

Sorriu mais uma vez e balançou a cabeça tentando afastar tais pensamentos. David era apenas um colega de trabalho. Nada mais que isso.

"Claro que é um colega lindo, mas é um colega de trabalho e no máximo, um amigo... Um amigo de quase 1,90, forte, de cabelos loiro escuro entrando em contraste com os olhos incrivelmente negros dele. É... David é um amigo e tanto...", pensou sarcástica Virgínia com um sorriso maroto no lábios e rindo logo depois com esses pensamentos. Balançando novamente a cabeça andou até a grande porta de vidro que ficava em sua suíte e a abriu, permitindo assim que o vento da noite adentrasse em seu quarto.

Foi até a sacada e sentou-se em uma cadeira que havia lá, sem se importar com os papeis que começaram a se espalhar em seu quarto. Percebendo que a conversa a havia deixado mais emotiva que o normal, e sem mais conseguir se controlar, começou a ter pensamentos que sabia que sempre a levava ao choro... Teve raiva de David naquele momento.

Olhou a paisagem tentando se controlar, mas acabou se emocionando ao perceber que estava tão perto de sua família e ao mesmo tempo tão longe. Ela e seus entes queridos se separaram antes mesmo dela desaparecer, mas depois de receber a notícia que temia e ao mesmo tempo ansiava com felicidade. Era incrível como aquela notícia que recebera anos atrás afetara para sempre sua vida. De como a mudara.

A mudara na forma de pensar, de agir e até mesmo de amar... A mudara para sempre... A notícia que infelizmente só Dumbledore, agora já morto, McGonagall e a, enfermeira e amiga, Susan sabiam... Nem sequer Harry e sua família souberam, e talvez nunca soubessem... Para que? Para sofrerem como sofrera na época? Não, eles não mereciam tal sentimento... Era melhor deixar tudo como estava...

Ela não sabia ao certo, por que as lembranças do passados estavam voltando naquele momento, mas era mais forte que ela. Pensou então, que provavelmente a conversa com David sobre Rafael, a emocionara mais do que queria admitir...

Olhou para o céu muito estrelado e sorriu. Um sorriso triste, junto com um longo suspiro... Quem sabe Rafael não estava junto com os anjos no céu? Era uma crença trouxa... Mas a única crença religiosa que queria acreditar... E murmurando baixo, como um canto melancólico permitiu que a primeira lágrima de muitas saíssem de sua alma. De maneira pura e única...

- Rafael...

Depois de alguns minutos, Virgínia levantou-se da cadeira e andou até seu quarto.

Ao entrar, percebeu a bagunça que este se encontrava. Suspirou cansada e enxugou inutilmente as lágrimas que insistiam em cair. Começou então a arrumar papel por papel, até que encontrou um papel um pouco velho e rasgado. Um papel que a muito tempo não via e um poema nele que a muito tempo não lia: Almas Mortas...

Passos,

Vagando pelo escuro

condenadas ao destino de estar nesse mundo

com suas vestes negras

Sem cor, sem vida

Sem uma história de amor

ou ao menos de dor

Resto do nada

Rascunho de Deus

Almas sem rumo

vagando pela Terra

Andando entre almas

que nasceram belas

com vida e amor

uma razão para existir com o privilégio de chorar

e ter alguém para sorrir

Almas mortas cheio de ódio

De magoa e rancor

Ódio da vida que nunca se viu

e do vazio que o coração sangrando

sempre sentiu

Sofrendo com dor,

Dizendo com lágrimas

o que a boca calou

Chorando sozinha

a profunda agonia

de ser

uma alma morta

condenada à estar viva

No rodapé da folha se lia o nome da autora: Virgínia Weasley, em meio a grandes manchas causadas por lágrimas que derramara enquanto escrevia o poema a anos atrás.

Ela enquanto lia o poema desabava no chão, agora sem qualquer controle de seus sentimentos e lembranças.

Se sentiu desesperada, como nunca sentiu. Se sentiu aprisionada pela sua própria lembrança e fracasso. Se sentiu traída pelos seus próprios sentimentos... pelo seu próprio passado...

Chorava como chorou quando viu Lúcio matando Rafael e na noite seguinte, quando escreveu esse poema, depois de uma tentativa frustada de suicídio.

Quem a visse naquele estado, deitada no chão em posição fetal, com certeza choraria junto com ela. Suas lágrimas e soluços demostravam tanto sofrimento, que qualquer ser vivo, perderia a alegria ao ver um choro tão desesperado. Chegaria a ser angustiante de se ouvir e ver. Mas não tão angustiante como o sentimento que tomava mais uma vez conta de Virgínia: Sofrimento, puro e cruel.

O sofrimento certa vez na vida dela havia a dominado, assim como fazia agora. Virgínia era uma mulher infeliz, mas o sofrimento mais dilacerante e enlouquecedor ela só sentira um vez na vida: Quando viu Lúcio matando Rafael na sua frente e ela não pode fazer nada. Quando ela falhou na proteção do ser mais puro que existia na Terra. Na única criatura que Virgínia conseguira amar com toda sua força, com toda sua alma. Naquele momento ela conheceu o inferno. E ele, o inferno, era seu próprio sofrimento.

Na época, o sofrimento fora tão intenso que ela acabou chegando no limite da sanidade, e acabou tentado se matar. Mas não conseguira, e assim continuou viva... A fazendo se odiar ainda mais, já que nem para tirar a sua própria vida era capaz...

Agora, anos depois da morte de Rafael, Virgínia se sentia da mesma maneira que se sentira na época... Se sentia sozinha e fracassada. Desejou ver uma luz, ou algo que a tirasse daquele sofrimento...

Sua mente estava a mil, sua mente fervilhava de tal maneira, que começou a sentir dor de cabeça. Levantou e andou em direção a sacada novamente.

Enquanto andava, sentia seu coração apertado, até o ar se tornara escasso e venenoso. Seus soluços traziam a ela ainda mais desespero e angustia. Mas acima de tudo sofria por ainda sofrer.

Olhou para frente e viu a sacada e o muro baixo que a cercava. Andou até lá e encostou-se nela. Não cometeria o mesmo erro de antes, tentando se matar. Não, até depois de matar Eduard e Lúcio. Mas em momentos como esses, que perdia total controle, gostava de ficar em um local alto e olhar para o céu. Não sabia porque, mas ele lhe trazia paz.

Olhou mais uma vez para o céu e avistou a lua cheia. Naquela noite em especial, ela estava muito brilhante. E as estrelas, se possível, ainda mais, transformando o céu em uma pintura inesquecível. Sem dúvida, os maiores pintores que já existiram, sentiriam inveja da obra de arte que a natureza estava proporcionando naquela noite.

Respirou fundo, tentando em vão conter as lágrimas e os soluços. Mas tentando acima de tudo conter seu desespero. Buscando mais uma vez, do céu, a paz.

Era engraçado ver os bruxos e até mesmo trouxas discutindo sobre paz mundial, se não eram capazes nem de conseguir paz interior. Ela achava o ser humano tão ignorante, se achava tão ignorante... Eram ignorantes por pensarem em algo tão grande, esquecendo assim, de começar do início, ou seja, por si mesmos. Era tão fácil discutir sobre a paz mundial, era mais fácil, porque era mundial, não individual...

Respirou fundo, desistindo de tentar saber quantas vezes fizera isso naquela noite, sentou-se no chão, encostando na grade da mureta e continuando a chorar...

Chorou pelo que pareceram horas, até que dois braços fortes a abraçaram de maneira protetora, deixando que ela escutasse o coração dele, que agora batia descompassado. Olhou então, para os olhos preocupados e angustiados de David, que apenas perguntou com a voz fraca:

- O que aconteceu Virgínia?

Virgínia apenas chorou mais em resposta, o abraçando forte, pedindo com o gesto, proteção. David, com o ato ficou ainda mais preocupado.

Sua vida, para ela, estava se tornando cada vez mais insuportável. A cada segundo que passava viva a trazia mais lembrança e desespero. Pensava em uma maneira de parar de sentir tudo que sentia, mas nada conseguia achar. Sabia que estava morta emocionalmente, e naquele momento, precisava mais do que nunca da proteção de um amigo.

Ouviu certa vez um ditado: "O que não tem remédio, remediado está" e perguntava-se se era verdade? Porque se era, qual era a cura para a dor da alma? E se não havia, então o que se fazia com ela? Era difícil as vezes conviver com certos sentimentos, mas para ela era impossível viver, ou melhor, sobreviver com sofrimento... Percebera então que o sofrimento não era mais um defeito da sua alma, não era mais um sentimento... era uma característica sua... E isso a fazia sofrer ainda mais...

Sentia seu coração apertado, sentia como se não pertencesse a esse mundo... se sentia cada vez mais perdida... perdida dentro do seu próprio desespero... Sentia-se encurralada pelas suas lembranças como jamais qualquer ser humano havia se sentido... Para ela, estava tudo acabado... E no fim, sofria ainda mais por saber que ainda sofria. Que era fraca. Que era infelizmente um ser humano.

David percebendo que Virgínia nada iria falar, a carregou no colo e levo-a para a cama de casal espaçosa que havia no quarto dela. A deitou suavemente e sentou-se ao seu lado, colocando a cabeça dela em seu colo e passando a mãos pelos cabelos ruivos de Virgínia, tentando consolá-la, lembrando-se o porque de voltar para o quarto dela...

Flashback

Depois que ele havia se despedido de Virgínia, sentiu algo estranho dentro dele. Uma angustia que não conseguia explicar. Recordou-se então de uma breve conversa que tivera com Ryam, enquanto ele ia para o hotel, para depois ir buscar Virgínia no ministério.

"- O que quer dizer com mais sensível?- perguntou ele interessado.

- David, acorda!- exclamou Ryam- Depois de quase oito anos ela volta para Londres, certo?- perguntou ele.

- Tá, e daí?

- Primeiro: Foi aqui em Londres que aconteceu tudo. Foi aqui que ela e o Rafael foram capturados pelo Malfoy. Foi aqui que o Rafael morreu na frente dela e ela nada pode fazer. É aqui que o assassino dele está preso: Em Azkaban. E segundo: Ela tá indo reencontrar o grande amor da vida dela e tá indo se vingar dele. Mas o mais importante: Ela terá que conviver com a família, sabendo que mentiu para esta, e você sabe, que para Virgínia, a família e os amigos são a coisa mais importantes na vida. Como você acha que ela está se sentindo?- perguntou por fim, Ryam extremamente sério, para um David preocupado."

Ele olhou ao seu redor com os olhos esbugalhados e depois sem nada pensar, saiu correndo de seu quarto em direção ao de Virgínia.

Por sorte ou por obra do destino, a porta do quarto dela estava aberta. Depois de procura-la em todos os cantos do quarto, a avistou sentada no chão da sacada, completamente desesperada.

Correu em sua direção e a abraçou, tentando protegê-la, sem nem saber do que. Se sentia culpado por trazer aquelas lembrança a ela. Nunca tivera tanto remorso e tristeza, por ver alguém naquele estado. Virgínia era sem dúvida muito importante na sua vida... Mas naquele momento, isso não importava muito.

Depois de abraça-la, ele ouviu finalmente com clareza seu choro. Teve vontade de acompanha-la de tão triste era a cena. Ver Virgínia chorando daquela maneira o deixara sem chão, então simplesmente a levou até sua cama e começou a consolá-la da maneira mais carinhosa e protetora que pôde.

Se perguntava como alguém que parece tão forte, demostrar tão desprotegida. Ele se lembrava que em todos esses oito anos de convivência, Virgínia nunca sofrera tanto como agora demostrava. Sabia que a conversa que tiveram, a deixara fragilizada, mas não seria para tanto. Desconfiou que havia algo mais, algo que a fez lembrar de tudo com mais força, do que uma simples conversa.

Fim do Flashback

Acabaram, por fim, adormecendo naquela posição... Sem dúvida, aquele dia havia sido muito confuso para Virgínia e David.

David acordou com uma leve dormência nas pernas, causada pelo peso de Virgínia e por assim ficar a noite inteira. Olhou para a amiga, que dormia agora como um anjo. Respirava calmamente e tinha um quase imperceptível sorriso cortando os lábios, o que mostrou a ele que ela estava sonhando com algo agradável, apesar da noite anterior.

Olhou para seu relógio de pulso e constatou que era um pouco mais de 9 horas da manhã. E antes de levantar cuidadosamente, deu um leve beijo na bochecha de Virgínia, de uma maneira tão carinhosa e delicada que o chegou a surpreender.

A cobriu com o lençol e saiu do quarto silenciosamente.

Pouco depois de David sair, Virgínia acordou. Se sentou calmamente na cama e olhou ao seu redor, procurando o amigo. Quando percebeu que ele havia saído, saiu do quarto e foi ao banheiro.

Quando voltou para o quarto, estava apenas com a toalha a enrolando. Sentindo assim, o frio que estava naquele dia. Foi ao guarda-roupa e decidiu não usar preto. Achou que estava na hora de usar coisas mais leves, já que a cor não estava lhe ajudando em nada em superar a dor do passado.

Olhou para suas roupas e acabou rindo. Só tinha roupas pretas. Enquanto procurava algo, pensava seriamente em ir as compras logo depois do almoço com Draco Malfoy. Achou no fim, uma saia justa e comprida azul, uma blusa não muito decotada também azul, só que mais clara e um sobretudo branco, com a gola de imitação de pele, afinal, ela era assassina de pessoas, não de animais. Se vestiu e depois se maquiou com uma sombra que a muito tempo não usava: sombra branca.

Arrumou finalmente os papeis da noite anterior, decidindo guardar o poema em um local mais apropriado: seu cofre. Já ia descer para tomar café da manhã, quando David entrou em seu quarto já arrumado. Trouxe consigo um funcionário do hotel que carregava um café da manhã reforçado. Depois do funcionário arrumar tudo na mesa do quarto de Virgínia e se retirar, David sorriu divertido e disse:

- Minha nossa, acho que aconteceram dois milagres hoje.

- Que milagres seriam esses?- perguntou ela enquanto se servia, já sentado à mesa.

- Você usando roupas claras.- começou ele indo em sua direção e lhe dando um beijo na bochecha, para depois de acompanha-la no café- E claro, acordando cedo!- terminou ele rindo da indignação da amiga.

- Mais que absurdo! Eu sempre acordo de acordo com o horário que dormir no dia anterior.- tentou ela se explicar, controlando o riso.

- Então essa é a desculpa para você acordar depois do meio dia. Sabia não.- debochou ele.

- Hahaha, tá tão engraçado hoje!- disse ela sorrindo.

- Obrigado querida.- respondeu ele a provocação ironicamente.

- Foi um prazer.- respondeu ela sorrindo genuinamente.

David, ao vendo-a sorrir, perguntou-se como alguém podia se recuperar tão bem de uma noite como a anterior. Claro que ele não sabia que Virgínia estava apenas fingindo e fugindo da situação. Afinal, não existe melhor maneira de não sentir algo, do que fugindo e fingindo para si mesma que está recuperada? Para Virgínia, naquele momento, encarar os problemas de frente, não era a melhor solução... Então, preferiu esquecer por tempo indeterminado a coragem de um grifinório.

Depois de algum tempo em silêncio, ela se pronunciou de novo:

- Hoje eu vou comprar roupas mais claras.

- Fico feliz em saber que vai parar com a mania de se vestir de preto.- respondeu ele sorrindo.

- Não era mania.- disse ela simplesmente.

- Era o que então?

- Era... Deixa para lá, não quero falar sobre isso.- falou desviando o olhar.

- Me desculpa por ontem Virgínia.- começou ele envergonhado- Juro que não era minha intenção lhe fazer chorar. Eu não pensei que...

- David,- chamou ela sorrindo fracamente- Vamos esquecer o que aconteceu ontem, tá? E não foi sua culpa.- terminou ela mostrando que não queria ser contestada.

- Tudo bem Gi.- respondeu ele sorrindo. Finalmente Virgínia havia voltado a ser como era antes: Autoritária, forte e mentirosa consigo mesma.

- Ótimo! Agora me passe por favor esse suco.- pediu com seu costumeiro sorriso.

Depois de tomar café da manhã, Virgínia mandou uma coruja para passar o restaurante e a hora que Draco deveria encontrá-la. Pouco depois, reuniu Erik, Catherine, David, Ryam e Ammy para conversarem sobre a senhora misteriosa que dava aula de Poções em Hogwarts.

- Então Erik e Catherine? Notícias da tal Rosa Braga?- perguntou Virgínia enquanto bebia vinho tranqüilamente.

- Temos sim, Vi.- começou Erik incerto- Mas não muito boas.

- O que houve?- perguntou novamente Virgínia, enquanto colocava a taça de vinho sobre a mesa.

- Rosa Braga mudou de nome. Ela é na verdade a Isabelle, a esposa de Jonatha, que depois de sua morte, foi protegida pelo ministério. Até mudou de aparência. Veja.- dizia Catherine estendendo uma foto para uma estática Virgínia.

"Como é possível uma coisa dessa? Será que tudo está conspirando contra mim ultimamente, é? Eu sei que eu mato por dinheiro e sei que isso é errado, mas não tem um castigo menos ruim para mim não, Merlin?", pensava Virgínia enquanto tentava manter a calma.

Virgínia pegou a foto e olhou agora para um linda mulher vestida de luto, que assinava séria algum papel ao lado de Fudge. Ela tinha longos cabelos castanhos com algumas mechas naturais mais claras. Seus olhos eram cor de chocolate e demonstravam na foto cansaço e incrível tristeza. Sua postura era imponente e até um pouco agressiva, como se demostrasse que era poderosa, o que na realidade era mais que verdade. Aquela beleza singular e aquele jeito só pertencia a uma única mulher, Isabelle Dion.

Ela olhou novamente para a foto e depois para a grande janela do saguão do hotel, que mostrava um céu sem nuvens e muito azul, buscando, como sempre calma e paz. Deu um longo suspiro e levantou da poltrona confortável que estava e disse com a voz fria e segura, soando como nunca, a Circe que todos eles conheciam:

- Eu falarei com ela. Isabelle e Jonatha foram meus mestres e faz tempos que eu gostaria de conversar pessoalmente com Isabelle sobre Eduard, essa história de manter contado por cartas estava muito monótona.- terminou sarcástica.

- Mas, acho que não seria prudente você ir a Hogwarts, os aurores podem estar em sua cola e se descobrirem que você conhece a Rachel e a Isabelle, provavelmente eles irão atrás das duas e...- falava Ammy assustada, pois não estava acostumada com esse jeito frio de Virgínia.

- E elas matarão todos os aurores que chegarem perto.- olhou para eles e continuou- Cansei de fazer joguinhos inúteis, está na hora de agirmos. Quero matar Eduard o mais rápido possível.- olhou diretamente para Ryam e falou- Ryam, entre em contato com seu irmão e os outros aurores que trabalham para nós. Quero saber de tudo que eles sabem.- olhou para Erik e Catherine e prosseguiu- Fizeram um ótimo trabalho. Podem entrar em contato com os caçadores. Lúcio Malfoy precisa morrer o mais rápido possível. Receio que Eduard fale com ele, mesmo o ministério não permitindo. Mas não esqueçam, que quem vai matar o Malfoy sou eu. Avise-os que quem matá-lo, assinara sua sentença de morte comigo.- depois olhou para Ammy, que ficava cada vez mais assustada, e continuou sem se importar com o temor no olhar da sua aluna- Ammy, você irá seduzir amanhã Harry de qualquer jeito! Não quero que ele se intrometendo em nada.- olhou por fim no seu relógio de pulso e terminou calmamente- Agora tenho que ir. Preciso tirar algumas informações de Draco Malfoy, se me permitem.

Dizendo isso, tomou o vinho que restava na taça de uma só vez e se retirou, andando imponentemente, demostrando assim que era sem dúvida, a melhor aluna que Jonatha e Isabelle já tiveram.

Virgínia chegou ao restaurante um pouco antes do horário marcado. Ele era no Beco Diagonal, que naquela época do ano não estava tão cheia e como conseqüência, mais agradável. O restaurante era um pouco antigo e muito aconchegante. Sentou em uma área mais afastada e começou a ler o cardápio.

Lia calmamente ele, quando uma voz fria que a vez se arrepiar por completo, disse:

- Vamos almoçar logo, que eu tenho mais o que fazer Weasley.

Ela levantou os olhos e abaixou o cardápio, apesar de já saber quem era. E em sua frente estava Draco Malfoy, seu novo alvo, com seus cabelos platinados caindo de maneira sexy sobre aqueles olhos que enfeitiçavam tanto ela...

É Virgínia, se cuida queridinha, por que do jeito que você tá, ele que vai te seduzir e não você a ele. Santo desespero e encalhamento, hein, fofa! Tá até olhando a cobra júnior como homem, sei não... Tsk tsk, você não tem jeito. Esqueceu que ele é filho do seu "muito amado" Lúcio Malfoy, o cretino? É... mais que esse cobra júnior é lindo, ISSO, eu não posso negar, pensou Virgínia com desdém enquanto segurava o riso.

Aquele dia estava se tornando cada vez mais interessante para ela. Primeiro a descoberta de onde Isabelle estava escondida. E depois a "descoberta" de Draco Malfoy. Sem dúvida, aquele dia ia ser inesquecível, e ela não imaginava o quanto...

Nota da Autora: Bom, como vocês leram, não aconteceu nada em especial nesse capítulo... Então por que eu o escrevi?

Para revelar sobre a Rosa Braga, que na verdade é a mãe de Eduard, a Isabelle Dion.

Mostrar um pouco mais do possível casal Virgínia e David.

Apresentar melhor o David.

Para vocês saberem melhor sobre o estado emocional de Virgínia.(Apesar de não te conseguido mostrar mt bem isso... Meu, eu NUNCA consigo! E olha que tentei! Alguém pode me dar dicas! Tô aceitando desesperadamente numa boa!)

Dar dicas sobre Rafael e o mês que Virgínia desapareceu.

E por último e não menos importante: Por que eu não tinha mais nada para colocar nesse capitulo... rsss...

Até porque, o próximo é só sobre o encontro de Virgínia e Draco...

Ah, e agora vamos a um apelo: COMENTEM! PELO AMOR DE MERLIN! E você querido, que já comentou, comenta de novo! E você que não comentou: COMENTA VAI! POOOR FAVOOOOR! Rsss... Vocês acharam que eu terminar essa nota sem pedir comentários? Esqueceram que eu sou uma autora desesperada, foi? Sei não, acho que meu psiquiatra vai ter novos pacientes sabe... rsss... ME PERDOEM NOVAMENTE! Acho que nunca vou me perdoar! Muitos bjinhos! Obrigada de coração pelos comentário e me desculpem pela demora...