Avisos ou alertas: Essa fic ignora completamente o sexto livro. Além disso, há cenas de sexo, consentido e entre adultos.
Resumo: Snape ganha uma segunda chance da vida.
Agradecimentos: A Lud, que criou esse desafio, um espaço para nós que amamos o Snape e que me ensinou a postar no rs. E à boa alma que me mandou a mp3 de Miss Sarajevo, sem a qual todo o embate (com trocadilho, por favor) entre Snape e Hermione não teria existido, rs.
Disclaimer: Nada disso me pertence, eu apenas peguei emprestado da tia JK Rowling e de seus associados para poder brincar.
Esta fic faz parte do SnapeFest 2006, uma iniciativa do grupo SnapeFest, e está arquivada no site http// fest
CAPÍTULO IV
Dumbledore sente dificuldade em reconhecer no homem sentado à sua frente o altivo professor de Poções de Hogwarts. Sentado na poltrona com o rosto enterrado nas mãos e coberto pelos longos cabelos negros, agindo como um autômato, Snape começa a murmurar palavras ininteligíveis, sem a menor sombra de emoção na voz.
- Mantenha a calma, professor Snape. Lembre-se que muita coisa muda em 15 anos. A senhorita Granger, por exemplo...
Snape interrompe, amargo.
- Ah, sim, ela deixou de ser senhorita Granger, obviamente. Como ela é tratada agora? Senhora Weasley? Ou será senhora Potter?
- Como eu dizia, antes de ser interrompido, a senhorita Granger sentiu bastante a sua morte. O suficiente para entrar em choque ao vê-lo vivo. Você deve se acostumar com a reação das poucas pessoas que nesse momento podem saber que você ainda está vivo. Depois, você pode ter duas opções. Ou assume uma nova identidade ou revelamos para todos que você nunca foi assassinado, completou o ex-diretor.
Snape ergue a cabeça lentamente e, depois de um suspiro profundo, retruca:
- Certo Albus, eu vou me conter e esperar que você me diga exatamente como e por que foi que eu morri.
- Dois dias depois de você partir, Fudge esteve em meu escritório, falando que o Ministério da Magia iria começar um novo cerco a Voldemort e que a primeira medida seria interrogar todos os ex-comensais da morte, principalmente os que haviam escapado de Azkaban ou dos dementadores alegando que agiram sob a maldição Império. O ministério iria usar veritasserum. Fudge queria intimá-lo para ser interrogado três dias depois da visita dele.
- E o que você disse? Foi aí que eu morri?
- Acalme-se, Severus. Eu mantive a história que combinamos, de que você tinha viajado ao Canadá, mas Fudge insistiu na necessidade de interrogá-lo o mais breve possível, retrucou o diretor.
E Dumbledore prosseguiu em sua narrativa:
- Expliquei a Fudge que você retornaria em duas semanas, mas ele se mostrou irredutível. Disse que se você não estivesse no gabinete dele, no Ministério da Magia, em três dias, seria considerado fugitivo e teria uma ordem de prisão decretada contra você. Caso fosse preso, seria levado direto a Azkaban.
- Imbecil, grunhiu Snape.
- Não nego que Fudge seja uma pessoa difícil, meu caro pupilo. Mas retomando a nossa história, eu garanti a ele que você estaria no ministério no prazo determinado.
- Mas como, se você não poderia me avisar? A menos que conseguisse um outro viratempo e viesse atrás de mim, interrompe Snape, novamente.
- Eu precisava ganhar tempo para pensar nas opções e garantir a sua presença no ministério era uma maneira de ganhar esse tempo. Eu cheguei a pensar que poderia deixar as coisas acontecerem sem a sua presença e pedir, no futuro, que você voltasse ao mesmo dia em que partira do colégio. Mas seria mexer com um emaranhado muito grande de vidas, alterando seus futuros com resultados imprevisíveis, quando você retornasse ao seu tempo devido.
- Está certo, Dumbledore. Você teve boas razões. Mas, por favor, continue, afirma Snape, já bastante curioso com a narrativa.
O professor, que durante a descrição de Dumbledore sentara-se ereto na poltrona, levanta-se e começa a dar algumas voltas no escritório, ansioso para ouvir o restante da história, onde ele era o ator principal.
- A única idéia que me ocorreu, e que poderia ser colocada em prática, foi anunciar – na véspera do dia em que você deveria se apresentar ao ministério - que seu corpo havia sido encontrado no meio da Floresta Proibida. Hagrid havia encontrado um animal morto no local e eu o transfigurei para ficar igual a você. Ao lado do corpo, colocamos um pergaminho com a palavra traidor escrita com sangue e a marca negra.
- O quê?
- Sim, eu tinha que fazer Fudge pensar que você tinha sido assassinado por comensais da morte. Já que eu tinha que abrir mão do meu melhor agente, então deveria aproveitar para recuperar a sua honra, para sempre, completou o ex-diretor.
- Como isso seria possível, Dumbledore? Quem iria acreditar em um ex-comensal da morte? Você se esquece que as pessoas pensam que, uma vez seguidor das trevas, sempre seguidor das trevas, não importa o que aconteça, diz Snape, com amargura na voz e voltando a sentar-se.
- Severus, meu pupilo, você realmente deveria ter mais confiança no potencial das pessoas. Teria uma vida mais feliz, afirma Dumbledore, completando a seguir:
- Não há nada mais poderoso que a imprensa. E foi através do Profeta Diário que você se transformou no herói do mundo bruxo.
Snape solta uma gargalhada ao ouvir a frase de Dumbledore.
- Perdoe-me, meu caro Albus, mas essa eu gostaria de ter visto.
- Severus, adverte Dumbledore.
- Mas é verdade, diretor. Você se lembra bem da verdadeira campanha de difamação que o próprio Profeta Diário fez quando você e o Perfeito Potter anunciaram a volta de Você-sabe-quem, ao final do torneio Tribruxo, completa o professor.
- Você já pode dizer o nome dele, Severus, não há mais motivos para o temor, interrompe Dumbledore.
-Perdão, é a força do hábito. Mas eu ainda me lembro da campanha do Profeta Diário contra você.
- Simples, meu caro pupilo. Eu dei a Rita Skeeter algo com o que se divertir, riu-se o ex-diretor.
- E o que foi?
- Toda a verdade sobre você!
- Albus, você teve coragem de...
- Acalme-se, Severus. Como você pode pensar que eu trairia os seus segredos? Não, eu apenas deixei a senhorita Skeeter saber que durante todo o tempo você estava a serviço da Ordem da Fênix, espionando Tom Riddle, dando especial ênfase a como você foi fundamental para que a ordem salvasse a vida de Harry naquela noite, no Ministério da Magia, quando os comensais tentaram roubar a profecia.
O que deve ter deixado o famoso Menino-que-sobreviveu bastante irritado, cortou Snape.
- Ah, Snape, meu caro pupilo. Algumas reações à notícia de sua morte foram desconcertantes, responde o retrato de Albus. E Snape acredita ter vislumbrado um profundo suspiro dado pelo ex-diretor.
Dumbledore se perde em suas lembranças. Retorna ao dia em que se arriscou na jogada mais perigosa daquela guerra. Naquele dia, o diretor mentira para o próprio ministro da Magia, enganara um grupo de aurores bem treinados e se preparara para mentir mais uma vez: agora, para a escola inteira.
Ao ver que quase todos os alunos terminaram de jantar, Dumbledore bate com um talher em sua taça de cristal, pedindo atenção. Aos poucos, o burburinho vai diminuindo, até que o silêncio domina o Grande Salão. O diretor levanta-se de sua cadeira e diz:
- Meus caros alunos e meus caros professores de Hogwarts. Esta manhã descobrimos que infelizmente Lord Voldemort conseguiu produzir mais uma baixa nas fileiras da luz. Foi ceifado um dos nossos guerreiros, que durante anos arriscou diariamente a própria vida como um espião junto aos comensais da morte, para nos trazer informações valiosas. Informações estas fundamentais para que nós pudéssemos salvar vidas preciosas.
O diretor pára seu discurso e toma fôlego. Nenhum ruido é ouvido no salão. Muitos dos presentes mantinham as respirações suspensas. Outros, olhavam em volta, como se procurassem àquele que faltava.
Nosso guerreiro – torna a falar Dumbledore – saiu dessa escola em uma missão arriscada. Talvez a de maior risco em sua vida. E, infelizmente, desta vez o risco se mostrou concreto. E é com tristeza que eu anuncio que o professor Severus Snape já não está mais entre nós.
O burburinho toma conta do Grande Salão. E aumenta ainda mais quando, da mesa da Grifinória, se ouve um grito e o baque forte de um corpo caindo no chão. Hermione Granger desmaiara.
O retrato de Albus Dumbledore estava em silêncio há bastante tempo, mas somente agora Snape parecia dar-se conta disso.
- Diretor. Eu não entendi bem. Você disse que algumas reações à notícia de minha morte foram desconcertantes. O que quis dizer com isso, pergunta o professor de Poções, em um tom confuso raramente percebido em sua voz.
- Sim, Severus. Uma reação em especial deixou-me surpreso. A senhorita Granger ficou quase uma semana em coma, na ala hospitalar. Quase foi transferida ao St.Mungus, diz Dumbledore.
- Mas, por que?
Segundo Pomfrey, ela teve um choque nervoso. Mas a origem desse choque nós nunca soubemos. Acho que você deveria repetir para ela a mesma pergunta que acabou de me fazer, completou Dumbledore.
Por um instante Snape achou ter visto um brilho de divertimento nos olhos do ex-diretor, mas antes que ele pudesse dizer alguma coisa, os dois foram interrompidos por Minerva McGonagall, que retornara da ala hospitalar.
Nota da autora: Sorry pela demora em atualizar, mas a vida andou corrida por aqui. Mil beijos para a BastetAzazis, que sempre comenta os capitulos.
